Obsessive Passion escrita por Suzanna
Justine Martinez
O som estridente do alarme me acorda de um sono tranquilo, abro os olhos e encaro o teto branco acima de mim. Tsc! Mais um dia indo à luta. Suspiro e me levanto vagarosamente. Coloco os pés no chão e sinto um choque térmico. Merda! Gelado. Alongo o corpo e caminho até o banheiro, me olhando no espelho. Eu quero voltar a dormir.
Escovo os dentes e me preparo para tomar um banho. Abro o chuveiro, tiro as roupas e deixo a água gelada lavar meu corpo da cabeça aos pés. Foco meu olhar no azulejo em minha frente e uma imagem rápida do homem ontem passa pela minha mente.
— Quem merda é você? - Resmungo quase que por instinto. Ele tinha um olhar tão misterioso e ao mesmo tempo tão intrigante. Balanço a cabeça expulsando os pensamentos e termino meu banho.
Volto para o quarto, enxugando os cabelos molhados. Opto por uma roupa simples e prática. Um short jeans branco e um moletom curto azul. Calço um par de tênis branco e sento em frente ao espelho. Uma base, um lápis de olho, um rímel e um brilho labial. Penteio os cabelos molhados, deixando-os soltos.
— Bom dia família! - Digo assim que chego na sala de jantar e encontro meus pais. — Pai, pode me dar uma carona hoje? - Pergunto e o mesmo assente sem tirar os olhos do seu Notebook.
— Como vai à escola? - Minha mãe pergunta atraindo meu olhar. — Não recebemos seu boletim ainda. Temos que nos preocupar?
Dou de ombros. — Já decepcionei vocês? - Rebato e ela nega. — Anda tudo muito bem. Só tivemos uma troca repentina de professor, mas tirando isso nada novo.
— Ótimo.
— Você quer uma carona, não é?! - Meu pai resmunga se levantando e pegando seu terno. — Então tem que ser agora.
— Ok.
Me levanto, pegando a mochila e vou até minha mãe, depositando um beijo rápido em sua testa. Ela sorri e eu sigo meu motorista apressado. A vida do meu pai é resumida somente em trabalho e negócios com outros sócios.
Entramos no seu carro e o silêncio paira entre nós. Em poucos minutos estamos em frente ao portão da escola. — Obrigado. - Resmungo e assente. Retiro o cinto e olho para frente. — Aquele o professor novo. - Digo assim que vejo o homem descendo de um carro, provavelmente importado. O que me faz perguntar mais ainda o porquê de ser professor se tem tanto dinheiro.
— Dean Cooper? - Meu pai soa impressionado.
— Você o conhece?
— Claro. - Ele retira o cinto e desce do carro. Eu o acompanho. — Sr. Cooper! - Ele chama e o homem nos olha com um sorriso de canto. Puta merda!
— Sr. Martinez, a que devo a honra?! - Diz me olhando de cima abaixo e mordendo os lábios. Suspiro me sentindo invadida.
— Vim trazer minha filha. - Informa.
— Como se conhecem? - Resmungo.
— Somos sócios.
— Explicado. - Bufo.
— O que faz aqui? - Meu pai pergunta. — Minha filha me disse que está trabalhando como professor.
— É. - Dean me olha. — Resolvi investir em novas possibilidades e posso afirmar que estou gostando muito. - Ele lambe os olhos enquanto me olha de sobrancelhas arqueadas.
— Entendo e aprecio muito. - Meu pai diz. — Nossa reunião hoje lá em minha casa, está de pé? - Pergunta e eu olho para meu pai, surpresa.
— Nunca esteve tão de pé. - O homem responde atraindo minha atenção. — Acho que vou gostar muito de conhecer melhor sua casa e família.
***
— Então quer dizer que o professor gostoso é amigo de seu pai. - Darla diz e eu reviro os olhos. Ele deve ficar feliz com o efeito que causa nas garotas.
— E melhor... - Hilary zomba. — Vai para sua casa hoje à noite. - Bufo. — Uma ótima oportunidade para se aproximar dele.
Estalo a língua. — E quem disse que quero me aproximar dele?
— Ah Justine! Um homem desse, toda mulher ia querer. - Darla diz. — Pelo menos, poderia convidar suas amigas aqui.
— Não é um jantar de comemoração. - Resmungo. — É uma reunião de negócios entre eles e nem do meu quarto planejo sair.
— Se quiser pode ficar lá em casa. - Ryan diz atraindo meu olhar. Ele pisca o olho, mordendo o lábio e sorrio maliciosa.
— Bom dia! - A voz intrigante soa na sala e olho rapidamente para o homem. — Sem mais apresentações, pois nos conhecemos ontem. - Dean brinca. — Vamos para nossa matéria. - Pisca fazendo as meninas se derreterem.
Dean Cooper
Foco meu olhar na garota de cabelos loiros. Ela está concentrada escrevendo algo em seu caderno. Sento-me com uma perna sobe a mesa e analiso cada detalhe. Sua boca carnuda quase me chama para um beijo, sua pele parece tão macia feito um anjo, suas pernas longas e marcadas. Eu consigo pensar em diversas coisas que eu poderia fazer com ela aqui encima dessa mesa.
— Sr. Cooper? - Uma voz masculina chama minha atenção e encaro o rapaz ao lado da loira. Aceno com a cabeça. — Há algum problema?
— Não entendo. - Respondo e todos me olham.
— Está olhando fixamente para ela. - O garoto diz. — Há algum problema com ela? - A loira me olha sem entender.
— E qual seria seu nome? - Pergunto.
— Ryan.
— Bom, Ryan... - Desço da mesa e caminho em sua direção. — Creio que se houvesse algum problema eu trataria com ela.
— Então porque estava encarando-a? - Desafia-me e eu sorrio, dando de ombros. — Isso não cai bem para um professor.
— Justine? - Chamo-a e ela arregala os olhos. — Está precisando de guarda-costas? - Pergunto e ela nega, surpresa. — Viu garotão? - Olho para o rapaz. — Ela não precisa, então não haja como um.
— Eu não...
Corto-o. — O que acha de falarmos sobre isso mais tarde? - Pisco desafiando-o. — Agora se eu fosse você cuidava de assistir a aula.
***
O sinal soa, liberando todos da aula. — Você não! - Digo fazendo com que o rapaz pare. — Os outros podem ir. - Me aproximo do garoto e segurando levemente em seu ombro.
— Não estamos mais em aula. - O garoto diz enquanto os outros saem. — Não sou obrigado a ficar, somente se eu quiser.
Assinto e aperto um pouco mais seu ombro. — Me perguntou se eu tinha algum problema com a Justine. - Ele empurra minha mão. — Mas, não. - Ele franze a testa. — Meu problema é contigo.
— Comigo?
— Sim.
— Então resolveremos. - O garoto desafia-me colocando suas coisas encima da mesa. — Qual o seu problema comigo?
— Você se acha dono de algo que será meu. - Respondo e ele respira com toda fúria. Me sento na mesa e sorrio debochado.
— O que será seu? A Justine? - Debocha.
— Você não é tão burro quanto parece.
— Você só pode está louco. - Gargalha. — Ela jamais será sua. - Dou de ombros. — Ela está comigo. Você é professor dela, sabe que isso é proibido.
— Jura? - Ironizo. — Foder no banheiro da escola também. - Ele arregala os olhos me dando mais estimulo de derrubá-lo.
— Você é um doente!
— Pode apostar que esse doente aqui vai socar tão forte nela que ela vai implorar por mais e gozar dizendo meu... - Não consigo terminar a frase, sinto seu soco em meu rosto e gargalho debochado.
— Ela jamais vai fazer nada contigo. - Grita.
— Ryan, não é? - Debocho consertando o queixo. — Lamento, mas você acabou de assinar sua carta de suspensão.
— O que?
— Nunca te disseram que não se pode agredir um professor?! - Pisco provocativo e ele avança.
— Seu filho da puta!
Justine Martinez
A ideia de Ryan está com aquele cara me aflige. Deixo meus amigos por um segundo e vou até a sala. Escuto a voz de Ryan alterada e rapidamente abro a porta, me deparando com o mesmo furiosamente com a mão fechada em um soco.
— Ryan, não! - Grito correndo até ele e segurando seu braço. Ele me olha rapidamente e volta para o homem.
— Ele disse que ia te foder. - Grita e eu olho abismada para o homem em nossa frente. — Filho da puta!
— E gozar também. - Dean debocha e não sei como reagir. — Seu namorado terá que ser suspenso.
Volto a olhar para Ryan. — Ryan, ele não vale a pena. - Digo tentando convencê-lo. — Vamos sair daqui, por favor.
— Você não liga para o que ele disse? - Grita puxando seu braço de mim. — Não se importa com o que ele pensa de você?
— Eu estou pouco me fodendo para ele. - Grito de volta. — Ele pode pensar e dizer o que quiser, eu estou contigo, lembra? - Me aproximo tentando acalmá-lo.
— Por enquanto!
— Cala a porra da boca! - Grito. — Ryan, vem comigo. - Imploro e Ryan nega com a cabeça, bufando alto, pegando suas coisas e saindo da sala. — O que merda você é? - Grito para o homem.
— O que você quiser.
— Cara, você nem me conhece. - Ele se aproxima e eu dou um passo para trás. — O que te dá o direito de pensar e falar coisas sobre mim?
— A cada dia que conheço, mas tesão você me dá. - Continua se aproximando e eu bato minhas costas na parede. — Você cheira ao proibido. - Coloca suas mãos em cada lado da minha cabeça.
— Eu jamais terei nada contigo.
— Eu quero, eu posso, eu consigo. - Ele resmunga sorrindo e se afastando de mim. — Não te forçarei nada, você mesma vai implorar por isso. - Informa enquanto o encaro sem entender nada. —Até mais tarde! - Finaliza pegando suas coisas e saindo da sala.
***
— Querida, está pronta? - Minha mãe pergunta adentrando meu quarto. Olho-a sem reação e ela ergue os braços. — Perdão, não bati na porta. - Sorrio. — O que faz deitada?
— Eu não vou descer. - Resmungo.
— Mais seu pai irá receber um convidado importante. - Protesta. — E ele até me disse que é seu professor.
— Por isso mesmo. - Suspiro. — Já tenho que aguentá-lo na escola, agora em casa também. Além de que, o convidado é do meu pai para uma reunião.
— Mais faremos um jantar. - Rebate.
— Mãe...
— Seu pai virá aqui e não será tão calmo contigo. - Reviro os olhos. — Tome um banho e coloque um vestido bonito. - Diz saindo do quarto e fechando a porta. Merda!
Levanto da cama e caminho para o banheiro. Tomo um banho rápido e volto para o quarto. Um vestido bonito, não é?! Mordo a língua enquanto pego um vestido tomara que caia branco que marca bem meu corpo e meu busto. Olho-me no espelho e gosto do que vejo. Calço um salto e faço uma maquiagem básica, caprichando no batom vermelho. Penteio os cabelos, deixando-os soltos.
— Preparada para matar. - Brinco sozinha e passo perfume. De uma certa forme, me sinto nervosa com a presença dele aqui. Respiro fundo e saio do quarto.
Descendo as escadas, escuto vozes conversando e rindo. Mordo o lábio assim que os olhos maliciosos chegam até mim. Ele veste um terno preto e uma gravata grafite. Está sexy! Termino de descer as escadas e ele se aproxima de mim, oferecendo-me sua mão. Meus pais me olham quase que ordenando e eu pego a mesma por educação.
— Está magnifica. - Resmunga levando minha mão até a boca e depositando um beijo na mesma.
— Obrigada.
Puxo a mão disfarçadamente e caminho até meus pais. — Agora podemos jantar. - Meu pai diz sorrindo e todos assentem.
***
— Seu pai está bastante animado com essa sociedade. - Minha mãe cochicha ao meu lado enquanto observamos os dois homens conversando um pouco afastados. — Ele disse que Dean o fará ganhar muito dinheiro.
— Hum...
Tenho que aguentá-lo o dia todo na escola, agora na minha casa e ele ainda teve o despeito de se sentar ao meu lado na mesa de jantar. O homem me olha e pisca rapidamente. Desvio o olhar.
— Querida, me ajuda a achar aquele vinho antigo? - Meu pai pede a minha mãe. — Quero que Dean prove um pouco. - Ela assente indo com ele em direção ao deposito da casa. Oportunidade perfeita para o homem se aproximar de mim.
— Seu pai gostou de me ter por perto. - Informa e eu reviro os olhos. — Estou convidado para voltar.
— Ele sabe o que você fala da filha dele? - Debocho e ele ri. — Garanto que se ele souber, você sairá escorraçado daqui.
— Jura?
— Sim.
— Então porque ele ficou a noite toda te jogando para cima de mim? - Arregalo os olhos e ele faz beicinho. — Ele acredita que a filha precisa de um homem forte ao lado.
Franzo a testa. — E esse homem seria você?
— Já te disse. - Se aproxima. — Posso ser o que você quiser que eu seja. - Meu coração pula. Perto demais!
— Preciso de uma água. - Digo desviando de seu corpo. — Com licença! - Finalizo caminhando até a cozinha. Ele me segue.
— Você não bebe?
— Não.
— Interessante.
— Porque?
— Jurava que você bebia.
— Prefiro fazer o que tenho de fazer, sóbria. - Solto sem pensar nas consequências das minhas palavras. Ele sorri malicioso e se aproxima de mim.
— Pode me mostrar um pouco disso? - Coloca sua taça de champanhe encima do balcão e coloca suas duas mãos em minha cintura. Ofego e isso é o suficiente para que ele me suspenda e me coloque sentada sobre o balcão. — Você está me deixando louco. - Adentra o meio das minhas pernas. Mordo o lábio.
— Eu...
— Achei. - A voz de meu pai soa e eu rapidamente o empurro, descendo do balcão e indo até a geladeira para pegar água. O homem ri.
***
Meu pai nunca foi de beber ao ponto de ficar bêbado, apenas quando era com alguém que ele confiasse de olhos fechados. E por incrível que pareça, ele confia tanto no Dean que agora está caído de bêbado no sofá.
— Eu o levo para o quarto. - Dean diz pegando meu pai pelo ombro. — Só me mostre o caminho.
Minha mãe assente, envergonhada e guia-o pelo corredor. — Muito obrigada! - Minha mãe diz voltando acompanhada do homem. — E nos perdoe.
— Tudo bem! - Dean responde. — Ele só está feliz com nossa sociedade e eu também estou. - Me olha.
— Eu vou ajudá-lo. Justine, você acompanha o Sr. Cooper! - Minha mãe ordena e eu assinto. — Mais uma vez, nos desculpe!
— Fique tranquila. Boa noite! - Dean diz educadamente. Ela assente e volta para o quarto. Respiro fundo atraindo o olhar do homem. — Damas primeiro. - Brinca apontando para porta de saída.
Caminho para fora da casa enquanto ele me segue. — Você está bem para dirigir? - Puxo assunto.
— Está preocupada comigo?
— Não. Só quis ser educada.
— Eu estou bem para muitas coisas. - Sinto a malicia em sua voz e giro para olhá-lo. Ele nunca desmancha esse sorriso? Puta merda!
— Você é sempre assim com todas? - Pergunto curiosa e ele dá de ombros. — Persistente, malicioso e pegajoso.
— Nem todas me atraem. - Responde.
— Olha, seja lá o que você se atraiu em mim... - Ele dá um passo em minha direção. — Desista. Não vai funcionar comigo.
— Tem certeza? - Provoca se aproximando mais. — Porque parece que está funcionando perfeitamente bem. - Nego. — Então porque está prendendo a respiração? - Arregalo os olhos e sem me dar tempo de pensar, ele pega meu pulso e me puxa de encontro ao seu corpo. — Há suor em seu decote, sua boca está apertada e sua testa quase faz uma ruga de tão tensa que está.
— Pare de me analisar. - Resmungo.
— O que prefere que eu faça? - Ele lambe o lábio e minhas pernas fraquejam. — Eu quero tocá-la, beijá-la, possui-la. - Completa envolvendo minha cintura com o braço, apertando-me mais em seu corpo. — Seu corpo já me pertence. - Fecho os olhos, cedendo ao desejo. Seu cheiro é tão bom e eu sinto sua respiração em meu rosto. De repente, sinto suas mãos abandonarem meu corpo e abro os olhos. — Eu te disse. - Se afasta me deixando confusa. — Você vai implorar por isso. - Entra no carro me deixando completamente sem reação.
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