Cullen sister escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 2
Capítulo 2: Ataque




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Capítulo 2

Março de 1663

O pastor Cullen já estava ficando velho demais para as perseguições e por isso encarregou o filho mais velho das incursões de captura de criaturas suspeitas de serem das trevas. Ele acreditava na existência do mal e pensava ser sua tarefa livrar o mundo desses seres malignos, servos do demônio.

A princípio Carlisle era uma decepção: não era rápido para denunciar e ver algo que não existia. Porém em uma noite de vigilância ele percebeu um movimento estranho na rua deserta de Londres e decidiu investigar. Viu pessoas saírem de um buraco que era utilizado como bueiro para escoar a água da chuva. Pareciam seres humanos, mas logo que surgiam das profundezas da Terra levantavam e corriam tão rápido que desapareciam aparentemente diante dos seus olhos como numa miragem.

Carlisle sabia que nenhum ser humano iria morar no esgoto devido a proliferação de doenças na sujeira. Ele pensou em sair atrás das criaturas, mas estava sozinho e sabia instintivamente algo lhe dizia, que não deveria, não seria o bastante. Resolveu então reunir um grupo e ficar ali de tocaia na noite seguinte.

...XXX...

 

A espera foi longa, algumas pessoas já estavam cansadas:

— Não há nada aqui, vou embora – disse Clement bocejando.

— Você tem certeza que os viu aqui? – pergunta Thomas para Carlisle.

— Sim, ontem eu os vi saírem – diz pensativo. – Mas não sei se vão sair hoje...

— Então vamos ter de ficar aqui várias noites? – pergunta Joe.

— Talvez, sim – responde Carlisle. – Acreditem em mim.

— Você não estava bêbado? – questiona Clement.

— O pastor jamais pôs uma gota de álcool na boca – defende Thomas.

— Obrigado Tom – agradece Carlisle.

— Vamos esperar – diz Jeremy.

...XXX...

 

Era madrugada quando perceberam que algo estava se mexendo. Ouviam o som que parecia muito mais alto rompendo a silenciosa noite. Logo a tampa foi levantada e arremessada para longe. Uma criatura que parecia um homem gritou algo para os outros em latim o que parecia um aviso. Ele saiu correndo e Carlisle foi atrás dele. Se ele não estivesse enfraquecido jamais teria sido alcançado.

Ao perceber que estava sendo perseguido a criatura virou e agarrou o jovem pastor. Mesmo com sede o mostro era muito mais forte do que ele, irresistível. Quando o monstro afundou seus dentes em seu pescoço para mordê-lo Carlisle entendeu que a criatura era um vampiro. Pensava que iria morrer ali, agora, mas inesperadamente o monstro o largou, pois os outros vinham atrás dele. Ele poderia facilmente lidar com os homens, mas preferiu fugir.

Antes de partir, Carlisle viu que o vampiro atacou dois outros homens – Thomas e Joe – e fugiu levando Clement. Deus tenha piedade dele, mas sabe que não há muita esperança. Tomara que ele seja morto e não sinta essa dor horrível que ele está passando agora.

Ele não se importava se estivesse mesmo morrendo, pois sempre pareceu que era o que o pai queria. Sentia que sua vida não valia nada, o pai sempre o desprezou ao invés de ficar feliz que pelo menos o filho não morreu ao nascer. Os dois juntos poderiam ter se amparado pela dor da perda da mãe e esposa, Caroline Cullen. Há pouco tempo ele soube o nome da mãe porque a madrasta lhe contou. Aliás Emila demonstrou tanto amor por ele que os dois simpatizaram imediatamente. Foi o único exemplo de amor maternal que ele teve na vida. Não sabe como conseguiu sobreviver por tanto tempo sem afeto.

— Carlisle, você está bem ? – era Jimmy.

A única resposta foi um gemido.

— O que aconteceu?

— Vai embora Jimmy... por favor... Eu não sei o que está acontecendo comigo!...

— Você acha que vai se tornar um deles?

— Eu estou morrendo... acho.

— Posso fazer alguma coisa por você?

— Avise minha família.

— Pode deixar.

Após alguns instantes ele viu um armazém com as portas abertas e se escondeu ali mesmo, se arrastou para debaixo de batatas podres enquanto esperava passar a dor excruciante. Agora ele sabe o que Jesus sofreu durante a crucificação. Mas Ele era umsuper-humano, Carlisle não. agora sabe a dor do trabalho de parto, nunca menozprezou as mulheres por isso e nunca o fará. gerar vida provoca dor. O que será que está acontecendo, meu Deus?

...XXX...

 

Na manhã seguinte a Sra. Cullen atende a porta. É Jeremmy que veio contar a notícia:

— Ah oi Jeremmy – diz Emila ao reconhecer o vizinho e amigo do marido. – Quer conversar com Abraham?

— Sim, pode chamá-lo para mim, por favor - diz tentando disfarçar.

— Claro, entre. Fique a vontade – ela indica o sofá. – Sente-se enquanto vou chamá-lo.

Logo o pastor vem:

— Oi Jeremmy, alguma notícia de meu filho? - ele parece preocupado, mas não muito. Na verdade quer mandar ele para outro serviço.

— É exatamente sobre Carlisle que eu quero conversar.

— O que aconteceu?

Ele nunca se preocupou com o filho, mas Carlisle nunca passou um dia fora de casa sem dizer onde estava.

— Lamento muito, mas eu acho que seu filho está morto.

— Como?

— Ontem nós saímos em perseguição você sabe; dessa vez acho, ou melhor, tenho certeza que era um vampiro de verdade.

— Deus do céu! Então existem mesmo.

— Pensei que você soubesse. Parecia tão seguro ao afirmar...

— Não, pensava que eram lendas. Um monstro assim não podia existir. Deus não permitiria... – Na verdade, o que ele iria dizer é que se soubesse não iria colocar o filho em risco. Ele nunca demonstrou mas sempre foi grato a Deus por ao menos ter deixado Carlisle. Levou Caroline mas deixou o filho deles. Ele foi piedoso.

— Mais uma vez, sinto muito – Jeremmy era amigo de Carlisle e tinha quase a mesma idade, os dois cresceram juntos, como se fossem irmãos.

— Obrigado.

Emila trazia uma bandeja com café e biscoitos para os dois homens, e ele vê:

— Obrigada Sra. Cullen, mas vim só dar um recado.

— Qual, posso saber?

o pastor olha para ele pedindo para não contar, mas ele fala mesmo assim:

— Carlisle está morto.

— Oh! – ela desmaia.

Emila gostava muito do enteado, porque ele ajudava com a filha; ela deixa cair a bandeja que trazia nas mãos e Jimmy segura antes que A sra. Cullen caia no chão.

— Senhora Cullen, acorde – ele implora colocando-a no sofá.

— Deixe comigo, pode ir – diz o pastor.

O rapaz vai embora e logo Emila volta a si balbuciando desolada:

— Carlisle, não! Oh, Carlisle, meu querido. Carlisle... ele agora se tornou um anjo no céu. Carlisle, eu o amava tanto!

...XXX...


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