Cullen sister escrita por Angel Carol Platt Cullen
Capítulo 10: Flashback – Novembro de 1911
Columbus, Ohio
Já era começo da noite quando Carlisle trocou de turno com o médico do hospital local:
— Boa noite Dr. Whitte – cumprimenta o colega ao chegar.
— Boa noite Dr. Cullen. Já está na hora?! Às vezes o tempo parece voar aqui – responde o outro homem surpreso.
— Está quase, eu que cheguei um pouco antes. Se quiser pode ir jantar – ele pode ouvir o estômago do médico humano roncando. Lembra que foi caçar hoje a tarde antes de vir e não está com sede e sabe como é essa desagradável sensação.
— Oh não, eu estou bem, não se preocupe - mente.
— Pode ir sem culpa. Somos dois cavalheiros, ninguém precisa saber o que fazemos.
— Já que insiste Dr. Cullen, bom trabalho e até amanhã. Você está ansioso – diz o homem mais velho.
— Até amanhã. Eu tenho um bom pressentimento sobre esta noite.
— O senhor realmente gosta muito do que faz, nunca o ouvi reclamar.
— Não é do meu feitio e isso não ajuda em nada, só atrapalha. Para mudar alguma coisa não é necessário reclamar é só ter atitude. Eu amo a medicina como minha vida e escolhi ajudar as pessoas. Isso é muito gratificante para mim, ver o sorriso no rosto dos pacientes não tem preço, não há dinheiro no mundo que pague.
— É verdade. Boa noite – diz o outro homem ao sair.
Não fazia muito tempo que o crepúsculo acabou quando chega um pai e uma mãe desesperados trazendo sua única filha que quebrou a perna ao cair de uma árvore.
— Depressa! Depressa! Me dê ela aqui – pede um homem para outro. – Chame o Dr., mulher, rápido.
Carlisle se levanta da escrivaninha e vai até a frente da casa hospital:
— Boa noite, em que poso ajudar? – pergunta embora já saiba do que se trata. – Sou o Dr. Cullen e trabalho no turno da noite aqui.
— Boa noite doutor, minha filha caiu de uma árvore e quebrou a perna – responde o Sr. Platt.
— Eu disse para ela não fazer mais isso! – censura a mãe.
Agora não adianta mais encontrar culpado, o que foi feito está feito. Adolescentes são assim, porém Carlisle estava admirado ao ver a moça não gritar nem chorar mesmo sofrendo uma dor horrível. Ela parecia uma jovem diferente de todas que ele já conheceu durante toda sua longa existência. Antes que percebesse a personalidade dela o cativou.
— Coloque-a na maca por favor, por aqui – gesticula com a mão para o seguirem.
É uma fratura exposta, vai precisar imobilizar com gesso.
A garota geme levemente quando o pai a coloca deitada:
— Aguente só mais um pouco filha e você estará nova em folha – percebe-se como ele é afetuoso com ela.
— Podem ir agora, tem chá lá na recepção se quiserem.
O casal sai e Carlisle se aproxima da cama onde está a paciente:
— Sou o Dr. Cullen – se apresenta novamente. - Se me permite, qual é seu nome, querida?
— Eu me chamo Esme Anne Platt.
— Posso chamá-la de Esme ou prefere Srta. Platt?
— Eu gosto de Esme.
— Como aconteceu isso com você Esme?
— Eu gosto de subir em árvores e estava numa quando meu pai me chamou. Eu tinha adormecido lá em cima, como já fiz outras vezes e deu certo, mas dessa vez eu cai por causa do susto ao ouvir meu nome.
— Entendo. Isso vai doer mais um pouco para por no lugar e depois imobilizar com gesso.
— Tudo bem vou aguentar. Doeu para quebrar, dói para arrumar.
— Vou aplicar anestesia em você Esme, não se preocupe.
— Oh não!
— Você não gosta de injeção, tem medo de agulhas?
— Um pouco.
— Prefere sentir a dor novamente?
— Não, acho que a picadinha da agulha é menos dolorida.
— Isso é verdade, sábia decisão. Foi uma fratura feia que você teve. Deveria estar bem alto, estimo que mais de quinze metros de altura.
— Acho que sim. Me desculpe doutor – ela fica acanhada e abaixa o rosto.
— Tudo bem, eu gosto do que faço.
— Eu não gostei nada de quebrar a perna, não quero cair de tão alto de novo. Não foi legal.
— É verdade. Você não merece passar pela dor outra vez por isso vou anestesiar sua perna.
— Obrigada Dr - ela agradece com emoção na voz. Do fundo do coração.
— Por nada Esme - Carlisle retribui o olhar e sorri para ela criando confiança. Algo sempre tão automático para ele e necessário na relação médico-paciente mas que parece diferente agora. ele pensa que pode estar cuidando da futura esposa. Que pensamento indecente!, se autocensura.
Ele prepara a seringa e depois injeta na perna quebrada da garota, pouco acima da fratura.
— Vou voltar a andar Dr.? – Esme questiona preocupada.
— Claro que sim, daqui a alguns meses você estará escalando árvores mais uma vez. Dessa vez segure firme no galho para não cair!
— Acho que não vou mais subir, não quero vir ao pronto-socorro outra vez, o chão é mais seguro. Não quero lhe dar mais trabalho.
— Não se preocupe com isso Esme, foi um prazer conhecê-la. Mesmo nessas circunstâncias.
— Prazer foi meu também.
— Não deixe um tombo fazê-la desistir do que gosta.
— Obrigada pelo incentivo doutor. Você, quer dizer, o senhor, foi o único que realmente me ouviu sem me julgar antes como se eu fosse uma adolescente rebelde. Eles não sabem que eu não planejava ter caído e me envergonho muito.
— Eu sei disso, ninguém quer se machucar intencionalmente. A não ser que tenha algum problema mental... Pronto sua perna já está engessada. Vou chamar seus pais. Fique aqui.
— Haha, eu não posso ir a lugar nenhum desse jeito – ela aponta para a perna imobilizada.
Carlisle sorri com o humor da jovem humana.
— Vou ensiná-la a andar com muletas, ou prefere uma cadeira de rodas?
— Tanto faz.
Ele sai da sala e vai até a entrada onde os pais aguardam ansiosos:
— Sr e Sra. Platt, podem vir comigo.
Os dois levantam ao mesmo tempo como se tivessem ensaiado ao ouvir o médico.
— Como ela está? – pede o pai.
— Muito bem, já coloquei o gesso. Ela é muito corajosa, o Sr. tem uma filha bem esperta - diz olhando para o homem.
— Obrigado. Quanto lhe devo?
— Oh, não precisa se preocupar com isso agora. Acerte depois quando vier tirar – na verdade ele planeja pagar todas as despesas do próprio bolso. Para que ter tanto dinheiro se não puder ajudar ninguém? Não há melhor forma de empregá-lo. Será o dinheiro mais bem gasto.
— E quando será isso?
— Daqui a seis meses. Me acompanhem – Carlisle conduz o casal para reencontrarem a filha:
— Não faça isso de novo Esme! – é a primeira coisa que a mãe diz à filha como se fosse uma ordem, pegando o rosto dela entre as mãos.
— Nada de árvores mais mãe, eu prometo que nunca mais vou subir em uma. Para mim chega.
— Que bom, já falei para você que isso não é coisa de mocinha. Só depois de ter caído para entender isso, minha maluquinha – diz carinhosamente. As duas se abraçam de forma desajeitada.
— Muito obrigado mesmo doutor – o homem aperta a mão do médico e percebe como ela é fria, mas atribui isso ao fato de ele ter acabado de lavar as mãos depois de engessar a perna da filha.
Os três voltam para casa. Esme na cadeira de rodas empurrada pela mãe e o pai levando as muletas. Amanhã uma enfermeira vai até a fazenda ensiná-la a andar com elas.
...XXX...
Na manhã seguinte Carlisle chega em casa assoviando e Carole percebe que alguma coisa diferente aconteceu com o irmão:
— Você está contente o que aconteceu? Viu um passarinho verde?
— Não foi nada disso.
— Então o que foi?
— Conheci a mais linda menina do mundo.
— Você está apaixonado Carlisle.
— Não sei, pode ser. Nenhuma jovem humana se compara a ela. Esme seria uma vampira maravilhosa.
Talvez ela aceitaria mesmo se soubesse de toda a verdade.
— Você não pode fazer isso, ela tem uma vida inteira pela frente.
Ele não pode fazer tudo que quer, mesmo que tenha como.
— É verdade, seria muito egoísta da minha parte. Vamos embora.
— Mas acabamos de chegar, não faz nem seis meses.
— Preciso evitar a tentação.
— Lamento muito meu irmão, mas essa é nossa sina. Estamos condenados a viver longe daqueles que gostamos.
— Nem sempre. - eles dois são prova disso. - Eu sei que nosso mundo é completamente diferente do humano e só podemos conviver por pouco tempo – a não ser que eles se tornem vampiros também, pois nós não podemos voltar a ser humanos, pensa Carlisle.
Ele planeja voltar a Columbus dali a dez anos para vê-la e se Esme estiver feliz vai deixá-la para sempre e nunca mais interferir em sua vida. Vai deixá-la em paz mesmo tendo que sacrificar-se, ele vai encontrar outra companheira no futuro.
Mas o que ele não sabe ainda é que só Esme é que nasceu para ser sua parceira.
...XXX...
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