Relatos de um garoto machucado escrita por Otomizinha


Capítulo 2
Minha nova xícara




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2 Capitulo 

14 de Junho

Minha nova xícara 


 

9 dias depois 

 

Meu psicólogo tinha passado tarefas básicas para que eu fizesse, para retomar o que eu gostava, pegou aspectos que parei de fazer por causa do Bakugou, meio que me obrigou a fazer tudo, mas ele dizia que não estava fazendo isso, que podia fazer aos poucos, sem nenhuma pressão, porque isso ia me fazer bem, pois mal lembrava do que gostava de fazer, então só me falou para ir passear em algum lugar que fazia algum tempo que não ia.

 

Fiquei bastante feliz com essa proposta dele, pois queria me conhecer mais, quem era Midoriya Izuku? Eu não sabia em exato, eu tinha a palavra incrível na mente, mas com toda certeza, não me resumia a só isso, estava tão ansioso para me descobrir, pois sou a melhor pessoa para me fazer bem nesse momento, precisava da minha ajuda compreensão e entusiasmo.

 

Coloquei uma roupa preta qualquer, porque eu só tinha isso no guarda roupa, me perguntei quando comecei a gostar dessa cor, me acostumei tanto com o fato do Katsuki gostar de me ver nessa cor, que peguei como identidade minha, tanto que nem ao menos sentir vontade de usar outra. 

 

Me lembrei que tinha uma avenida cheia de lojas perto da minha casa, que parei de frequentar na época, porque não comprava mais nada vendido ali, pois só tinha mais lojas femininas, fazia tanto tempo que não tinha essa liberdade de só olhar, não precisava nem comprar nada. Fiquei andando devagar para observar atentamente, acabei por ficar entretido com isso, mas de repente meus olhos brilharam, acabei por ver o estabelecimento dos meus sonhos, onde vendia xícaras de vários jeitos, me lembrei que já tinha visto algo ali que gostei muito, me perguntei se poderia ter a que tanto gostei, cheguei mais perto olhando a vitrine e acabei por ver o que queria, a caneca dos meus sonhos, o que veio a minha mente, que gostava de coisas mais chamativas, não algo simples, mas sim como aquele objeto, da cor rosa e com vários unicórnios.

 

Escutei uma voz me chamando, era uma atendente que estava em frente a loja, deve ter por visto minha imagem tão entretida, que deduziu que queria entrar no estabelecimento. Então não a deixo na expectativa e sigo diretamente em sua direção, não ia perder a grande oportunidade de comprar aquela xícara, dessa vez não tinha ninguém para julgar o meu gosto chamativo, pois tenho meu sonhado livre arbítrio.

 

— Você parecia tão interessado, que não pude me segurar, para te chamar a conhecer a loja.

 

— É que eu não pude acreditar que ainda vendem aquela xícara.

 

Apontei para o objetivo na vitrine, logo a atendente deu um sorriso tão singelo.

 

— Realmente, é uma edição antiga, que decidimos continuar a vender, pois é muito famosa, não é só você que se interessou.

 

— Acho que tive sorte dela ser tão prestigiada! Eu vou querer ficar com ela.

 

A moça vai até a prateleira onde pegar um caixa, que continha a caneca, vai até o caixa em seguida, onde me encontro em frente, peguei minha carteira vendo se realmente tinha trago meu cartão e ali estava ele.

 

— Custa 25,90, qual a forma de pagamento?

 

— Vou pagar no cartão de débito, aceita?

 

— Sim!

 

Ela pega o cartão da minha mão colocando na máquina, não queria demonstrar minha total felicidade, mas pareceu que ela notou, principalmente pelo seu comentário a seguir: 

 

— Eu acho que essa caneca combinou com você, espero que realmente goste, parece ter um gosto tão delicado.

 

Quanto tempo eu não ouvia isso, ela simplesmente fez um comentário da minha personalidade, um positivo, não poderia estar mais feliz, um sorriso brotou em meu rosto novamente, finalmente eu tinha ganhado um traço, pois conseguir visualizar perfeitamente que isso era pra mim, que mesmo sendo um simples objeto, fazia parte de mim e me constituía, eu era delicado, esse fato que o Bakugou tanto odiava se apagou, mas eu não ia mais esconder de ninguém, e daí se eu sou delicado?

 

— Obrigado Moça! Eu espero gostar também, com certeza voltarei para ver mais...

 

— Volte sempre senhor.

 

A garota me entrega a sacola após eu pagar pela caneca, saio da loja com um grande sorriso, eu abraçava a sacola de um jeito que a qualquer momento eu podia quebrar a xícara, mas o que importava de verdade que eu podia ter a cobrado, pois fazia parte do que eu era, um menino que amava xícaras rosas.

 

Quando chego em casa percebo que em minha memória vem imediatamente uma lembrança ruim, tudo vem a tona do porquê de eu não ter comprado a xícara antes, esses pensamentos sempre vinham nos meus melhores momentos.

 

3 meses antes 

 

Eu tinha acabado de chegar em casa, eu tinha visto uma loja tão linda na avenida aqui perto de casa, tinha várias xícaras lindas, mas uma em especial conquistou minha atenção, peguei meu celular todo empolgado para mostrar ao Bakugou a foto que eu tirei dela, minha mente só ficava falando que ele iria me apoiar tanto que podia até mesmo me dar de presente.

 

Entretanto nem tudo é o que pensamos, relacionamentos assim não é uma mar de rosas e colocar expectativas em cima das pessoas era a pior decisão que tomei, queria que ele mudasse, que fosse o namorado dos meus sonhos, mas fez exatamente tudo que eu menos esperava.

 

— Você realmente acha que isso combina com você? Isso parece coisa de garota Izuku.

 

— Bakugou eu gostei da caneca, você podia até me dar de presente.

 

— Até parece que eu ia te dar uma caneca de unicórnio, você é uma criança por acaso?

 

Fiquei cabisbaixo na hora, ele percebeu e voltou a falar algo para aliviar o fato dele ter sido um babaca comigo.

 

— Eu posso comprar uma caneca normal para você, não é o bastante?

 

— Pode ser…

 

9 dias depois 

 

A xícara estava na minha mão, meus olhos estavam encharcados, talvez ele tivesse razão, era muito infantil e feminino, porque eu comprei isso mesmo, eu segurava tão forte a caneca, que queria a jogar no chão, não tinha problema a quebrar, tudo ia embora se eu a jogasse, era só fazer isso de uma vez. Todos temos nosso momentos de fraqueza, mas do fundo do meu coração, não queria ter mais.

 

— Eu acho que essa caneca combinou muito com o senhor, espero que realmente goste, parece ter um gosto tão delicado.

 

Aquele simples pensamento me fez colocar a xícara novamente no armário, a garota tinha razão, combinava comigo, eu não posso deixar esses pensamentos negativos me afetaram, eu não sou mais aquele garoto que se importava com a opinião do namorado.


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