Em meio ao Caos escrita por Val Rodrigues


Capítulo 1
Capítulo Um


Notas iniciais do capítulo

Chegando com o primeiro capitulo. E o coração a mil em expectativa.



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— Estou com saudades do papai. Lavinia resmungou abraçando a mãe. _ Quando vamos voltar para casa?
— Não seja boba Lavínia. Como se fosse fazer diferença. Mesmo em casa, o papai vivia fora. Theodoro respondeu.
— Theodoro, não fale assim com a sua irmã. Isabella o reprendeu.
— Só falei a verdade. Ele respondeu e calou-se com o olhar serio que sua mãe o lançou. Antes um garoto dócil e gentil, agora vivia revoltado, o que a preocupava alem da conta.
Isabella suspirou aconchegando a pequena em seus braços. A hora de dormir era sempre a mais dificil.
— Ainda não podemos voltar princesa. Mas amanhã, eu prometo que ligaremos para o seu pai via chamada de video. Esta bem?
Ela balançou a cabeça concordando.
— Agora é hora de dormir. Falou e os dois concordaram.
..........................

Isabella levantou tentando fazer o menor barulho possivel. Tinha sido dificil para que dormissem e queria que eles continuassem assim ate a manhã seguinte.
Com cuidado, caminhou até a cozinha enchendo um copo com agua e suspirou encostando no balcão.
Desde que chegaram, sentia-se preocupada e ansiosa, tornando as dores de cabeça constante.
Suspirou levando as mãos as têmporas e massageando o local dolorido. Ainda tinha duvidas se fizera o certo ao aceitar a a ideia do marido. Ex-marido. Se corrigiu mentalmente.

Flash back
— Você acordou cedo. Edward falou entrando na cozinha. _ Bom dia. Disse a analisando e recebeu o silencio em troca. _ Ainda esta brava? Perguntou devagar e ela o olhou. Os olhos vermelhos e levemente inchados, resultado de uma noite em claro e em lagrimas.
— Vamos nos divorciar. Sua voz soou quebrada.
— O que?
— Eu disse "vamos nos divorciar". Repetiu um pouco mais alto e levou a xicara a boca tentando desfazer o nó que se instalara em sua garganta.
— Eu vou compensar você, marque outro dia. Ele disse servindo-se de uma xicara de café tambem.
— Não. Falou e Edward parou o movimento interrompendo o processo.
— Não exagere. Eu já me desculpei por esquecer do nosso jantar de aniversario de casamento. Ja me expliquei, tive muito...
— Eu sei. Você teve muito trabalho. Completou usando as mesmas palavras que ele usou na noite anterior.
— Isso. Você me entendeu. Ele disse voltando a colocar o café na xicara. _ Que tal irmos hoje a noite?
— Não da. A reserva tem que ser feita com varios dias de antecedência, falei isso para você ontem. Falou e ele suspirou puxando uma cadeira e sentando-se.
— É verdade. Vamos em outro lugar então. Sugeriu verificando suas mensagens no celular. _ Preciso ir, me mande o local da reserva depois. Levantou pegando o sobretudo e a pasta que deixara no sofá da sala.
Parou de repente, voltando-se para a cozinha, sendo surpreendido pelo estrondo na parede. Isabella respirava pesada e rapidamente, a xicara segundos antes em suas mãos, agora jazia espatifada no chão, o café espalhado entre os cacos.
Edward olhou da cena para ela, e refez o caminho com o olhar, o cerebro processando a informação.
— Ficou maluca?
— Sim. Você me enlouqueceu. Devolveu com acidez.
— Isabella...
— Eu quero o divorcio. Não vou mais aceitar ser tratada com frieza e indiferença. Não quero mais conviver com alguem tão sem consideração como você.
Ele a olhou atonito.
Nos seus anos de casamento, tiveram varias discussões, o que parecia aumentar no ultimo ano, mas ate então tratava como uma fase que logo se resolveria. Ele conseguiria se organizar no trabalho e ter mais tempo com a familia, coisa que sua esposa tanto cobrava, e consequentemente, as discussões cessariam e tudo ficaria bem.
— Você esta nervosa, conversamos mais tarde quando estiver raciocinando. Disse e saiu batendo a porta atras de si.

 

Apertando o copo em mãos, Isabella deixou as lagrimas escorrem por seu rosto, exatamente como fizera meses atras, quando ele lhe deu as costas e lhe deixou sozinha parada em meio a cozinha, a mão avermelhada e ardida pelo contato do cafe quente com a pele. Um choro contido, que logo se transformou em pranto e ela precisou segurar-se para não desabar.
— Isabella, o que aconteceu? Sua mãe surgiu preocupada na cozinha e ela levou a mão livre ao rosto tentando secar as lagrimas.
— Nada mãe. Não foi nada. Tentou negar sem sucesso.
— Como nada? Você esta tremendo. O que foi? Han? Esta passando mal? A mãe alarmou-se e só então, Isabella percebeu que tremia, os dedos brancos de tanto apertar a borda da pia. _ Venha, sente-se aqui. A mãe pediu acomodando-a no sofá. _ Você esta me deixando preocupada. O que aconteceu?
— As crianças, elas... estão com saudade do pai. Tentou explicar. _ E eu... As palavras morreram, em meio as lagrimas.
— Tudo bem. A mãe começou afagando seu ombro. _ Esta tudo bem. Repetiu abraçando-a. O gesto a fez desabar e ela chorou tudo o que estava preso a sua garganta enquanto sua mãe repetia que tudo estava bem.
.......................

— Beba um pouco. É chá de camomila. Muito bom para acalmar os ânimos. Sua mãe falou colocando a xicara a sua frente.
— Obrigada mãe. Ela disse um pouco mais calma. _ Desculpa eu desabar assim. Eu... Parou, sem saber como explicar.
— Você é assim. Decidida, tem a personalidade forte. Mas não precisa ser forte o tempo todo, guardar tudo para si. Eu sabia que algo estava errado, você resolver vir aqui, do nada, no meio do semestre. Pode desabafar, pode contar comigo, com sua familia, Bella. Estamos aqui e sempre estaremos com você.
— Obrigada. Repetiu tocada.
— Agora que esta mais calma, me diga, qual é o problema? É o Edward? Vocês estão bem?
Isabella deu um longo suspiro antes de começar a explicar.
— Eu não sei por onde começar, mãe.
— O começo é sempre bom. A mãe ponderou e ela deu um pequeno sorriso, que logo sumiu de seu rosto.
— Edward e eu, estamos nos divorciando. Ela falou de uma só vez.
— E por que isso?
— É complicado mãe. Explicou notando a surpresa nos olhos da mãe.
— Vocês dois pareciam se amar tanto. A mãe lamentou.
— Acho não o suficiente. Encolheu os ombros.
— As crianças ja sabem?
— Ainda não. Edward costumava passar longos plantões no Hospital, o que acabou afetando a convivência com os filhos, esta ausência apenas aumentou um pouco.
— O que não quer dizer que eles não sintam que tem algo errado. As crianças sentem quando algo não esta bem e meus netos são inteligentes.
— Eu sei. Mas ainda não encontrei o momento certo para contar a eles. Theodoro anda tão arredio, tenho medo que ele fique revoltado comigo e com o pai. Suspirou cansada.
Renne a abraçou e Isabella se sentiu reconfortada, como ha muito não sentia.
— Aproveite este tempo aqui. Vai ser bom para vocês. Longe um do outro, quem sabe? Pode ser bom refletir, repensar. A mãe aconselhou.
— É. Mas não foi por isso que eu vim. Mãe, tem mais uma coisa que eu preciso. O motivo pelo qual viemos.
— O que é?
— Tem algo acontecendo. Um virus misterioso que esta circulando pela Cidade. Ele não tem tratamento e parece que esta levando pessoas a morte rapidamente. Parece que é muito serio.
— Meu Deus Bella. Que perigo.
— Eu sei, e o Edward esta bem no meio disso tudo. Estou preocupada mãe, apavorada, na verdade. Ele insistiu para que a gente viesse, mas... Deu de ombros, confusa.
Estava brava com ele, ao mesmo tempo em que se preocupava demais.
Percebendo o conflito interior da filha, Renne tocou seu ombro delicadamente.
— Minha menina, você cresceu, se mudou e deixou para tras muitas coisas, mas a mais importante delas foi a fé.
— Mãe...
— Não vou brigar com você Bella. Sei que é uma mulher adulta e responsavel por suas ações. Mas, se esta com medo que aconteça algo ao seu marido, é hora de entregar suas preocupações a Deus. Vamos orar e pedir que Deus o proteja e o livre.
Isabella balançou a cabeça concordando.
— Obrigada.
— Não vá dormir tarde. Você precisa descansar. A mãe aconselhou levantando-se e ela acenou concordando. _ Boa noite Bella.
— Boa noite mãe. Murmurou.
...........................

— Alo. Murmurou sonolenta, bocejando. Custara a pegar no sono na noite anterior.
— Oi, sou eu. A voz soou do outro lado e foi o suficiente para desperta-la por completo. _ Estava dormindo? Eu sei que é cedo, mas queria saber de vocês antes de começar o plantão.
— Esta tudo bem. Theodoro e Lavinia ainda estão dormindo. Um sorriso triste surgiu nos labios dele.
— Isabella...
— As crianças querem falar com você. Prometi fazer uma video chamada hoje. O cortou.
— Esta bem. Concordou. _ Me avise antes e eu dou um jeito. Até mais tarde...
— Edward... Chamou.
— Sim.
— Alguma novidade?
— Até agora, tudo o que surgiu foram casos isolados, mas não significa que o perigo passou. Acredite, Bella, isso ainda vai piorar muito antes de melhorar.
— Esta bem. Vamos ficar mais alguns dias, se nada mudar, voltaremos.
— Certo. Ate mais tarde.
— Até. Repetiu desligando.


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Notas finais do capítulo

E entao??? O que acharam? Vale a pena continuar?



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