Para Antares escrita por Dreamy Impossible


Capítulo 5
A Punição


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa!
Mil perdões pela demora em postar.

Minha universidade optou em dar aulas EAD para não atrasar o calendário. Dessa forma, para compensar as falhas das aulas virtuais, eles estão enfiando matéria, lista, trabalhos e atividades valendo nota na nossa alma. Infelizmente, nessas duas semanas, eu acumulei muita coisa e estava com prazos apertadíssimos. Tive que dar prioridade para essas coisas e deixei a fanfic de lado. HOJE, FINALMENTE, tive um tempinho para escrever porque cancelaram a aula de agora a tarde.


Espero que gostem desse capítulo!
Boa leitura!



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Naquele ano, 1969, aconteceram três coisas marcantes.

 O professor Tsuchigomori estava sentado dentro da sala de aula. Ele tinha um livro didático aberto em uma lista de exercícios e uma folha de caderno ao lado com algumas anotações escritas. Provavelmente estava selecionando as questões da prova semestral.

A primeira é: homem foi à lua

Ele retira o óculos e apertar seu local de apoio no nariz enquanto fecha os olhos. Aparentava estar um pouco cansado. Talvez preocupado. Ele alonga o pescoço antes de colocar o óculos de volta. Nesse instante, um aluno aparece na porta. 

— Boa tarde, sensei! Obrigado pelo conselho de ontem, me ajudou muito! 

A segunda é: Uma garota esquisita aparece e deixa um bilhete misterioso dentro de um livro.

— Fico feliz por ajudar, agora, não se esqueça de estudar para as provas.

— Pode deixar.

 O professor sorri e volta atenção para o livro. Sim, essa era a melhor parte de ser professor. Ajudar seus irritantes - e também queridos - estudantes em suas vidas imbecis de jovens. Por mais que dissesse o contrário, ele jamais abandonaria ser cargo como professor. 

E também, jamais se arrependeria de ter ajudado alguém. 

Ele sente algo afiado furar levemente suas costas. Isso o faz parar imediatamente. Em seu rosto, o sorriso permanecia e não havia expressão de surpresa. Ele apenas respirou fundo antes de dizer algo.

— Honroso Número Sete, em que posso ajudá-lo hoje? 

 Logo atrás dele, estava um par de olhos sombrios e uma faca de cozinha empunhada. Eles estavam sozinhos na sala de aula e já fazia mais ou menos cinquenta minutos que Nene havia saído. 

— Tsuchigomori-sensei… pode começar explicando o que fez com minha assistente. 

Por último, a terceiro é: A morte de Amane Yugi.

— Hm… não deveria ser tão possessivo assim, Amane, isso tudo é medo de perder o controle?

Ele sente sua camisa rasgando e um arranhão superficial se formar em suas costas.Hanako estava sério sobre aquilo e sem paciência para piadas. 

Yashiro havia sumido do seu ponto de vista. E ele iria encontrá-la de qualquer forma. 

[...]

— Ah...a..h… escapei…! 

 Ofegante e cansada, Yashiro agora se encontrava dentro do banheiro feminino. Após fugir da biblioteca e entrar na minha primeira porta aberta que encontrou, ela precisava recuperar o fôlego. 

A garota levanta a cabeça e começa a encarar o espelho. Agora só preciso usar a ampulheta do professor e voltar para a biblioteca do presente. E depois….depois encontrar… Enquanto pensava, sentiu suas bochechas esquentarem e viu seu reflexo ficar mais corado. Só de cogitar em encontrar Hanako depois de toda a informação que conseguiu, sentia que seu coração sairia pela boca. Ela coloca a mão no peito e aperta o tecido. Então você gostava de mim esse tempo todo, Hanako? Eu… eu nunca poderia imaginar… sempre achei que apenas estava me zuando ou sendo o pervertido chato de sempre. 

Ela fecha os olhos e repassa em sua mente todos os acontecimentos das últimas semanas. E logo depois, dos últimos meses. Ele sempre foi tão gentil e protetor comigo… Yako já havia me dito algo sobre ele me tratar diferente… até mesmo Aoi que nem o conhece já havia cogitado que o tal garoto que eu conheci gostava de mim.

— Mas Nene-chan, você também gosta dele, não é? 

A voz de Aoi surge em sua mente e paralisa a garota meio peixe. Não...ele nem é meu tipo… eu...eu não gosto do Hanako-kun…

— Mas então porque você parece tão feliz quando vai encontrá-lo? 

 A voz da amiga ressurge. Ela era bem insistente quando queria. Nene não tinha ideia do porquê estava se lembrando daquela discussão que teve com a melhor amiga após uma festa do pijama. Yashiro tenta bater no rosto para se concentrar quando recebe o golpe final.

— Por que tentou beijar o Amane-kun enquanto pensava no Hanako?

Ela ficou com o rosto completamente vermelho e agachou cobrindo-o. Saia da minha cabeça, voz da Aoi, eu nem ao menos contei pra ela ainda sobre isso! Não me perturbe! Eu... eu… eu não tentei b...beijar o Amane… eu só… só…

Aos poucos, mesmo contrariada, Yashiro começa a admitir para si mesma. No momento que soube sobre os sentimentos do fantasma, mesmo que tentasse… mesmo que se esforçasse muito… não conseguia controlar a felicidade. Até mesmo em seu diário pessoal ela já havia escrito vários poemas sobre como ficava eufórica com uma demonstração de afeto do garoto. Ela no fundo sempre soube que não estava arriscando sua segurança apenas para fazer companhia para um Mistério solitário. Estava se arriscando para ficar próxima de alguém que ela gostava. Alguém que ela não poderia gostar.

Hanako-kun… por quê eu te conheci depois de morto…? O que eu faço nessa situação…? 

 Seus olhos se enchem de lágrimas. Ela se sentia um tanto abalada ao recobrar a consciência de sua situação. Apaixonada por um fantasma. Era interessante e fofo os livros sobre essa temática, mas viver a situação pessoalmente era muito mais angustiante. 

Ela ouve algumas vozes de aproximando e se levanta. Ela olha para todos os lados e se vê sem escapatória. E então, ela segura ampulheta pendurada em seu pescoço e aperta.

Ampulheta-san, eu preciso voltar agora! Por favor, crie uma porta para a biblioteca, rápido!

E de repente, Yashiro percebe o chão sumir debaixo de seus pés. Ela olha para baixo e por uma fração de segundo percebe que um buraco havia aparecido e começa a gritar enquanto cai em queda livre. 

— Yuki-chan, você ouviu um grito vindo do banheiro?

— Sim...assustador! Deve ser a Hanako-san fazendo alguma vítima! 

— Ahh! Vamos embora!

[...]

 As roupas subiam violentamente junto com as madeixas cinzas e algumas lágrimas de Nene. A queda parecida não ter fim, ela gritava apavorada enquanto segurava a ampulheta. Hanako-kun, salve-me! Me ajude, Hanako! Em sua mente ela implorava por ajuda. 

Até que ela sente uma bola fantasmagórica  envolvê-la em espiral e diminuir a velocidade da queda. Ela se acalma e olha para baixo percebendo que chegava em um local com luz que incomodava os olhos. Ela os tampou para se proteger daquele incômodo e apenas voltou a abri-los quando sentiu ser segurada no colo de alguém. 

Era Hanako. O espírito flutuava com ela no colo e lentamente ia descendo até tocar o chão. Yashiro olhava fixamente para o rosto sério do colega. Eram os mesmos cabelos negros bagunçados, o mesmo chapéu, os mesmo olhos e o mesmo papel branco de selo em sua bochecha. Ela estava de volta a biblioteca. 

Em silêncio ela é colocada no chão. Ela sussurra um agradecimento enquanto firmava os pés do chão familiar. Evitando contato visual, vira de costas e respira fundo. Estava nervosa, tanto pela queda repentina, quanto por encontrar o Sétimo Mistério. Ela olha ao seu redor buscando o rosto de Tsuchigomori para devolver a ampulheta mas não o encontra. 

— Tsuchigomori não está aqui. Ele está em uma sala de aula no andar de baixo.

— A...ah.. então...acho que vou até ele. 

Ela diz tropeçando nas palavras e caminhando rapidamente até a porta de saída. Assim que ela puxa a porta minimamente para abri-la, ela vê a mão de Hanako empurrando com força tornando-a fechar. Ela sente um arrepio na espinha por perceber que o garoto estava bem atrás de si impedindo sua passagem com um braço segurando a porta. Se ela virasse de frente, eles dariam um de cara com o outro, como em uma prensada na parede clássica de mangá shoujo. 

— Yashiro. Não vai me dizer nada?

A voz do fantasma soou bem perto de seu ouvido. Era um pouco rouca e autoritária, fazendo Nene tremer um pouco. Talvez por medo ou por estar tão perto dele. Ela fecha os olhos com força e tenta pensar em uma resposta no meio daquela confusão de pensamentos.

— D...desculpa por sair sem avisar. 

Ela ouve um suspiro atrás de si que faz alguns fios de seu cabelo balançar um pouco. Ela encolhe os ombros e percebe que estava sem saída.

— Você imobilizou meu familiar Hakujoudai, usou os poderes dos outros Mistérios, saiu sozinha para um Limite perigoso e agora cai dentro dessa biblioteca e precisa ser salva por mim. Você...tem noção do que fez? Do quão perigoso é fazer todas essas coisas?

Yashiro finalmente toma coragem de virar de frente para Hanako e encara o terrível par de olhos âmbar. Uma expressão fechada e um olhar intenso com um misto de irritação e preocupação. 

— Mas…deu tudo certo! Eu estou bem e não corri nenhum perigo…

— Me referi do quão perigoso é me irritar, Yashiro.

Ela engole a seco. Ele vai me transformar em sashimi… ai meu deus, tenho certeza! Eles se encaram por mais alguns instantes até que Hanako desvia o olhar e suspira com tristeza. Aquilo incomodou a garota. Ela abriu a boca pra dizer algo, mas é interrompida.

— Eu já sei que aquela aranha velha e a raposa estão metidos nisso. Vou me entender com eles mais tarde.

— Não! Eles não tem culpa de nada, eu quem insisti pra eles me ajudarem! Não faça nada com eles. 

— Você não está em posição de dar opinião em algo, Daikon-san.

Yashiro fecha a expressão. Ela sabia que existiam muitos riscos e mesmo assim foi, mesmo com as advertências de seu professor. E as de Yako. Não era justo puni-los por aquilo. 

— Isso só aconteceu porque você começou agir estranho, Hanako-kun!

Ela afirma incisivamente dando um passo para frente diminuindo ainda mais a distância entre eles. Hanako levanta uma das sobrancelhas por causa da ousadia da garota. Eles se encaravam intensamente.

— ...Eu não estava agindo estranho.

— Estava sim!

— Não estava. 

 Yashiro cruza os braços irritada. Ela ainda estava confusa sobre seus sentimentos, mas ela conhecia bem seu amigo. Ele guardava tudo para si e nunca dividia nada. E jamais admitiria que estava agindo estranho perto dela. Nem sobre aquilo e nem sobre nada.

— De toda forma… você foi imprudente e poderia ter mexido no equilíbrio dos humanos e os sobrenaturais. Isso é grave e eu poderia até mesmo entregá-la para a sereia como punição.

— Você…! Você quem sabe, mas nem ao menos se perguntou onde eu fui e o que eu descobri?!

 Aquela declaração chocou Hanako que arregalou os olhos e logo em seguida desviou o olhar franzindo o cenho.Ele retira a mão da porta e dá alguns passos para trás.

— Soube que você foi procurar respostas do meu...passado. Eu… eu não quero saber o que descobriu e nós não vamos falar sobre isso.  

— Hanako-kun! Nós precisamos…

— Não. Você se meteu onde não foi chamada. Yashiro, está suspensa das atividades como minha assistente. E proibida de interagir com quaisquer sobrenaturais. E isso inclui o Tsuchigomori. 

— O quê…?! Não, ele é meu professor! E...isso significa que não vai mais falar comigo, Hanako-kun?

Hanako a olha por alguns instantes, como se estivesse contrariado com o que ele mesmo havia decretado. Depois, ele apenas vira de costas e limpa a garganta.

— Se tem algo pra devolver a aquela aranha, deixe aqui na biblioteca. Eu mesmo devolvo. 

Surpresa e triste com aquela nova discussão, Yashiro retira do pescoço a ampulheta e deixa em cima de uma das mesinhas que estavam ali perto. Seus olhos se enchem de lágrimas novamente. Ela não queria ir embora, queria conversar. Mas ao mesmo tempo, não sabia o que conversar e sobre como responder aquelas coisas. Ela não se arrependia, mas não queria que o professor e Yako fossem punidos por sua causa. 

— Tsuchigomori-sensei e a Yako não tem culpa de nada. Eles me repreenderam e depois foram corajosos de me ajudar mesmo sabendo que você ficaria bravo. Ao invés de… de puni-los… 

Ela percebia que Hanako estava indiferente a sua petição. Ele permanecia de costas, sem dizer nada. Ela então, toma coragem e fala algo que realmente gostaria.

— Ao invés de puni-los... deveriam pedir ajuda deles para criar coragem de admitir que foi você quem escreveu aquele poema pra mim!

Aquilo fez o garoto fantasma encara-la imediatamente com o rosto incrédulo. Como você...soube, Yashiro...? Ele estica a mão e faz menção de ir até ela, mas a garota abre a porta e sai correndo. Ele fica indeciso sobre ir atrás dela ou deixa-la ir. Se perguntava se era melhor conversar sobre aquilo ou apenas ignorar.

E ele deixou. Permaneceu em seu lugar e não foi a lugar algum.

[...]

— Ahh! Casalzinho irritante! Hunf, parece que vou ter que entrar em cena para eles pararem com esse chove e não molha.

Sentado esplendidamente em seu trono recém criado, Sousuke, o Honroso Terceiro Mistério, observava a cena anterior por um espelho segurado por algumas braços. Como um dos Mistérios, agora também tinha o passatempo de observar os humanos e suas interações. E sim, ele estava acompanhando todo o desenvolvimento de Nene e Hanako e estava ficando irritado com aquilo. 

— Meus queridos fãs e servos aqui do Infernos dos Espelhos, que apelidei de “braços muito loucos”, tragam Yashiro Nene aqui! Quero conversar com ela e inspirá-la com minha fofura. Vão!


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem até aqui e aguardarem tanto tempo ♥
Estamos em reta final, provavelmente termino a fic no próximo capítulo (eu acho kkkkkk)
Obrigada por ler e comentar, vou tentar não demorar e postar no sábado.
Beijinhos meus amores!!!!



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