Entrelinhas escrita por Priy Taisho


Capítulo 3
Capítulo 2 - Convite


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Adorei o retorno que a fic está tendo, muito, muito obrigada mesmo!
Perdão pela demora, os últimos dias foram uma loucura.
Espero que gostem,
Boa leitura!



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Capítulo 2 - Convite

 

“Então eu poderia tomar o caminho de volta, mas seus olhos vão me levar de volta pra casa. E se você me conhece, como eu te conheço...Você deve me amar. – Friends (Ed Sheeran).”

 

O restaurante era movimentado durante o horário do almoço e eles tiveram de esperar até que o hoster anunciasse a disponibilidade de uma mesa.

O local era um dos favoritos de Sakura, um pouco distante do escritório e por isso, eles tiveram de ir de no carro de Sasuke, mas a demora compensava toda a experiência que o local proporcionava.

A decoração era rústica, com mesas de madeira, iluminadas por pequenas luminárias amareladas que espalhavam-se por todo o teto e pequenos arranjos com flores brancas e amarelas estavam espalhados por todo o local.

— Obrigado. – Sasuke agradeceu quando foram devidamente acomodados em uma mesa próxima da parede de vidro. – Então, o que me conta de novo? – Perguntou enquanto puxava o cardápio de maneira despretensiosa.

A Haruno, por sua vez, franziu as sobrancelhas enquanto tentava decifrar o que estava estranho no amigo.

Sasuke tinha erguido as mangas da camisa até os cotovelos e aberto um dos botões, o cabelo negro não parecia diferente, nem existiam sinais atípicos em seu rosto – além da sombra de cansaço pelas noites de insônia que ele passara nos últimos dias. O cansaço era ainda mais presente em seus olhos escuros, que vasculhavam o cardápio com atenção, aparentemente alheio à pequena investigação de Sakura.

A garota colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e puxou o cardápio, apenas para desviar os olhos do Uchiha por um momento.

Todas as vezes em que ia ao restaurante, Sakura analisava o cardápio com atenção, na expectativa de encontrar algo que despertasse o seu desejo. Havia absolutamente de tudo, desde frutos do mar (aos quais ela não era muito fã) a pratos estrangeiros com nomes que ela não conseguia pronunciar.

Olhou para o amigo mais uma vez e notou que ele erguia o braço para chamar a atenção de um dos garçons para realizar o pedido.

— Ainda não me decidi. – Avisou enquanto folheava as páginas.

— Você vai pedir o mesmo de sempre. – Sasuke ergueu os ombros ao dar a resposta. – Não sei porque têm o trabalho de olhar o cardápio.

— Quero pedir algo diferente hoje. – Sakura resmungou voltando a olhar para o cardápio, mas no fundo, ela sabia que Sasuke estava certo. Ao final de tudo, ela pediria a massas recheadas com queijo, cobertas por molho branco e uma coca gelada.  - Mas como você chamou o garçom antes que eu pudesse me decidir, vou ter que ficar com o de sempre.

— Não me culpe por ser indecisa, Haruno. - Sasuke falou com um sorrisinho nos lábios. - As opções estão bem na sua frente, basta escolher. 

— Ah, fica quieto.

Sasuke riu da expressão frustrada que ela possuía e fez os pedidos para o garçom com propriedade, frisando a importância da salada de tomates que ele tanto gostava. 

— Por que está me olhando assim? - Questionou voltando seus olhos escuros na direção de Sakura. Ele havia percebido a desconfiança nos orbes esmeraldinos, mas esperava que ela falasse sem que ele precisasse perguntar. 

— O que você está aprontando?

A mulher avaliou Sasuke atentamente. Ele aparentava indiferença, usando até mesmo uma de suas expressões ultrajantes de tédio. 

— Não estou fazendo nada.

— Eu te conheço. - Sakura falou em um tom acusador. - Tem alguma coisa que você não me disse ainda. - Ela fizera questão de frisar a palavra e como esperado, Sasuke não havia reagido. 

— Não estou aprontando nada. - A resposta tinha sido enfática. 

— Você não pode me enganar. 

Sasuke a observou em silêncio e pouco tempo depois, passou a mexer no celular com concentração. 

Embora Sakura achasse que ele estava a ignorando descaradamente, ela manteve o olhar firme sobre o amigo. Sabia que não podia intimidá-lo e que também não era rápida o suficiente para puxar o celular das mãos dele e embarcar em uma corrida desenfreada até o banheiro feminino. 

Então, ela apenas aguardou, cruzando as mãos sob o queixo como o próprio Sasuke costumava fazer quando prestava atenção em algo.

Alguns segundos depois, ele estendeu o celular para ela, incentivando-a a ler o texto na imagem que ele havia aberto.

 

Sakura releu o conteúdo do convite, ao menos, duas vezes. Era estranho pensar que todas as pessoas com quem eles haviam estudado se reuniriam no antigo colégio. Ela, por sua vez, não se aproximava do colégio há muito tempo e tinha certeza de que Sasuke também não.

— Por que eu não recebi um desses? – Ela perguntou amargurada. – Por que você recebeu e eu não recebi? Tantos anos depois e você ainda é perseguido por essa sua popularidade surreal?

— Eu não recebi nenhum convite. Ainda. – Sasuke respondeu enquanto revirava os olhos. – Naruto quem recebeu, olhe o que está escrito no final da foto.

— Konoha High School?

— Leia de novo. – Ele pediu e ela o fez, mas a expressão confusa de Sakura denunciou que ela ainda não havia visto o que ele queria mostrar. - Hinata Hyuga. – Acrescentou com impaciência. – Não te lembra nada?

Antes que Sakura pudesse responde-lo, o garçom retornou à mesa com os pedidos. Enquanto os pratos eram acomodados e as bebidas servidas, o moreno constatou que o olhar surpreso da garota era o suficiente para que ele soubesse que ela havia notado o que ele queria dizer.

— A garota pela qual Naruto era apaixonado. – Sakura falou no momento em que ficaram sozinhos novamente. – Acho que ela também gostava dele, apesar de evitar todos os encontros possíveis com ele.

— Ela era tímida e Naruto um atrapalhado. – Sasuke falou enquanto pegava os talheres que estavam dispostos sobre a mesa. – Não me surpreende saber disso. – Ele comentou enquanto cortava um pedaço de carne. – A questão aqui é que nós vamos ter que ir.

— O que? – A voz de Sakura saltara algumas oitavas e o Uchiha limitou-se a encará-la com repreensão ao notar que algumas pessoas tinham voltado suas atenções para a mesa deles. – O convite é lindo, mas não me interesso por eventos nostálgicos, Sasuke.

— Muito menos eu. – Sasuke respondeu. – Mas Naruto me mandou pelo menos trinta mensagens, enfatizando sobre como eu devo apoiá-lo nisso, além de dizer que fará da minha vida um inferno até que eu aceite. Eu não tenho tempo pra ignora-lo, exige muito esforço.

— Você é um amigo extremamente cruel. – A Haruno falou sentida por Naruto. No fundo, ela sabia que Sasuke havia concordado com isso por pura e exclusivamente pela amizade deles, mas jamais admitiria e por isso, mantinha a ideia de que estava sendo forçado. – E como Naruto recebeu isso?

— Por mensagem.

— De quem?

— Não faço a menor ideia.

— E por que eu tenho que ir?

— Porque eu não vou sozinho. – Ele disse antes de tomar um gole de seu suco. –E você também estudou lá, vai aproveitar a experiência tanto quanto eu.

— Não, obrigada.

— Te dou carona pra casa todos os dias. – A proposta tinha sido rápida e certeira. Sasuke sabia o quanto Sakura reclamava do metrô no horário de pico para voltar para casa. – Mas se eu precisar ficar até mais tarde no escritório, vai ter que me esperar. – A condição fez com que ela estreitasse os olhos.

— Então você vai ter que me buscar.

— Em dias alternados.

— Feito. – Ela estendeu a mão para ele apertar. – Começando amanhã.

— Certo. – Sasuke concordou. – Agora comece a comer, temos que voltar para o escritório.

Para Sakura, o período da tarde passava absolutamente devagar, principalmente quando ela precisava ouvir os devaneios de sua chefe por mais de duas horas seguidas, anotando todas as possíveis ideias que ela pudesse ter.

— Preciso de um relatório com o comparativo de todas as edições do ano passado. – Kurenai falou enquanto puxava o telefone do gancho. – Com os seguintes pilares: Capas, volume de cópias distribuídas, valor de distribuição e quanto gastamos para produzir cada uma.

— Lançamos uma edição por semana, não é melhor separarmos as edições com mais sucesso de cada mês? – A Haruno sugeriu enquanto anotava tudo no caderno. Eram 52 duas edições anuais, sem contar nos exemplares especiais que a revista tendia a fazer uma vez ou outra.

Kurenai a observou com intensidade, ainda com o telefone pressionado contra o ouvido, embora não tivesse discado nenhum número.

— Tem razão, inclua isso no relatório também, Sakura. – A mulher falou dando um breve sorriso, o qual Sakura retribuiu com a maior simpatia que pode. A chefe não tinha entendido sua proposta e além disso, a própria Sakura tinha adicionado mais trabalho para si. Merda. – Os documentos de Gaara estão ali sobre o balcão, leve para ele, por favor. Não pretendo atender mais ninguém, acho que vou para casa. – Ela avisou antes de discar alguns números. – Obrigada Sakura, por hoje é só.

Só.

Sakura tinha conseguido trabalho o suficiente para ocupa-la até a próxima semana e ela não fazia ideia de por onde começar. A perspectiva era ótima.

Ao final do dia, a única coisa que a Haruno conseguia pensar era em sua cama e uma xícara quentinha de chá antes que ela adormecesse. Por sorte, Sasuke havia cumprido sua palavra e apesar de terem pego um pouco de transito, logo ela estava em casa.

— Quer subir? – Perguntou pouco antes de sair do carro. – Podemos pedir alguma coisa pro jantar.

— Hoje eu não posso. – Sasuke recusou após um suspiro. – Vou jantar na casa dos meus pais, meu irmão voltou de viagem ontem. Quer ir? – Eles trocaram olhares por um momento e ela deu um sorriso consternado, antes de abraça-lo em uma quase despedida silenciosa.

Sakura tinha um cheiro doce e ele parecia ficar ainda mais evidente em seu cabelo, para Sasuke aquele aroma ficaria terrível em qualquer pessoa que não fosse ela. O perfume tinha sido feito para a Haruno, sem sombra de dúvidas.

— Ah não, obrigada. – Sakura agradeceu enquanto saia do carro. – Só quero tomar um banho quente e tirar esses sapatos, estão acabando comigo.

— Achei que eram seus favoritos.

— Não às sete da noite. – Ela deu um sorriso cansado e ele riu. – Boa noite, Sasuke. – A rosada acenou enquanto caminhava para dentro do prédio. Ela tinha os ombros encolhidos, a bolsa pendurada em uma das mãos e os pés arrastavam os saltos contra o piso auditivamente.

Sasuke observou-a enquanto ela cumprimentava o porteiro, até o momento em que ela sumiu para longe de suas vistas.

— Boa noite, Sakura. – Murmurou pouco antes de partir.


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Notas finais do capítulo

Continua... Mereço reviews? Me digam o que acham!
Até a próxima, beijão!



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