A Primeira Ressaca... escrita por Carol McGarrett


Capítulo 1
Um Plano maluco e uma Festa Ruim


Notas iniciais do capítulo

Essa fic está dividida em três partes.
E sim, as duas voltaram, mais doidas do que nunca!

Espero que gostem! E boa leitura em tempos de quarentena!



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Você tá aí, maluca?

Dá para parar de me chamar de maluca!

Mas é vc mesma que fala que mora em um manicômio, Liz.

Deveria te ignorar...

Preciso de alguém para desabafar!

Deixa eu ver... Chris voltou para a Califórnia, e te deixou aqui sozinha...

Com coisa que o Sean está muito perto!

Vai me atacar agora?

Foi você quem começou!

Se vc for começar a chorar pode procurar outra pessoa que eu não quero mais sofrimento para o meu lado.

Olha quem tá reclamando agora! Sean tb está do outro lado do país.

Tchau!

Ih... ela ficou brava!

Cala a boca.

Teoricamente estou calada, estou digitando, gênia!

Elena, pode parar.

Eu preciso de alguém para conversar ou o meu final de ano letivo será um desastre!

Como pode ser um desastre se vc já sabe o que vai fazer da vida E já sabe onde vai estudar, Elena? Se liga, Srta. Yale.

Estou indo para Yale...

Pq a sua mãe estudou lá e vc quer igualar as coisas aí dentro da sua casa... eu já ouvi isso umas DEZ MIL vezes nos últimos três meses!

E vc nem pôde escolher, Ruiva maluca!

Errado. Eu tinha a vontade de ir para Oxford na Inglaterra, ou Sorbonne na França, MAS AÍ O MEU PAI tinha que dar um ataque de pelanca e me proibir de sair do país para estudar  E TINHA QUE SE JUNTAR COM O MEU NAMORADO E COM TODA A EQUIPE para poder falar um monte de coisa na minha cabeça E ME CHANTAGEAR DE FORMA IRREMEDIÁVEL. No final, para que não terminasse eclodindo a terceira guerra mundial no Hospício Shepard-Gibbs, eu escolhi que iria para Harvard e só. Por isso eu não gastei uma fortuna em inscrições e fiquei com lesão na mão por ficar preenchendo a papelada de ingresso.

Tudo bem... vc venceu.

Então, o que você quer, Elena?

O que vamos fazer no nosso último sábado antes daquele baile na Casa Branca?

Você já foi liberada pelo juiz depois do “Eu troquei os pedais do meu carro caro acidentalmente?”

Sim. Semana passada.

Ótimo. Não sei... tem aquela festa...

A tal da rave que nós duas sabemos que nossos pais e mães e tios e tias JAMAIS nos deixarão ir?

E o que que custa tentar, Elena?

Somos menores!

Eu conheço uma pessoa que faz umas carteiras de identidades falsas bem convincentes... ela tem anos de experiência nisso!

NÃO!! MIL VEZES NÃO!

Que isso, Elena! Só se vive uma vez!

Desde quando vc é suicida?

Eu não sou suicida, só sou realista. Talvez essa será a nossa única oportunidade.

E como vamos explicar as nossas ausências para nossos pais?

Fácil. A Emily vai, podemos falar que vamos dormir na casa dela. Aposto que o Fornell não vai nem ligar!

E se não der certo...

Castigo na certa...

Vc é louca, Liz!

Posso pedir para a Abby fazer as carteiras?

Pode. Eu vou me arrepender disso, mas pode.

Não conte para ninguém, nem para o Chris!

Sean vai saber?

É claro que não! Ele tá na Califórnia! Me prometeu que nem para o lado ele está olhando, mas eu não sei não! Tem algo pesando a minha testa!

Exagerada... geralmente sou eu quem exagero nas coisas.

Meu namorado está usando um uniforme, na Califórnia, em uma base repleta de filhas de outros militares. Elas estão lá, bronzeadas e de shorts e eu estou aqui, do outro lado do país, branca igual a um papel, usando o moletom do meu pai que eu roubei dele e não devolvi. Tenho meus direitos!

Ok.. eu já vou indo, acho melhor vc tomar um calmante... a semana de prova acabou contigo.

Como é que é? Vc me mandou tomar um calmante?

....

Elena?

....

Elena!

....

Eu vou te matar sua... sua... volta aqui que eu não terminei de brigar com vc!

—-----------------------

Eu não acredito que ela fez isso! Ela está deliberadamente me ignorando. Manda mensagem querendo ajuda porque o namorado voltou para a faculdade lá no raio que os parta e depois me ignora.

Ah, se eu já tivesse podendo por o meu treinamento de atiradora em prática! Eu ia atirar em um monte de gente... ah eu ia....

— Tá tudo bem aí em cima, filha?

Epa... acho que eu estou falando alto... achei que estava brigando só na minha cabeça.

— Tá sim, mãe.

— Tem certeza? Você tá andando de um lado para o outro e murmurando igual ao seu pai...

— Só desestressando, sabe como é? As provas acabaram! Agora só falta o Provão daqui a quinze dias! – Cheguei na porta para responder à ruiva número 1 da casa.

Mamãe me olhou seriamente. Parece que gostou da minha explicação.

— Quando sai os resultados?

— Terça que vem.

— E como você acha que foi?

— Muito bem em quase todas. Mas tem sempre aquela que tem que me deixar preocupada, né?

— Física ou Química?

— Química. O Tim me ajudou com a física.

— Acha que deu para passar?

— Sim, mas não posso garantir uma média A... aquilo lá não é de Deus não, mãe!

Já estava na sala de TV ao lado dela. Minha mãe tinha decidido dar um tempo no trabalho. Andava meio estressada demais, ainda mais depois que papai foi baleado em uma perseguição, assim, ela tirou dois meses de licença. E, sem ter o que fazer dentro de casa – Noemi a santa milagreira, não deixava ela fazer nada, dizia que a Señora tinha que descansar – mamãe tinha dois passatempos, me interrogar sobre tudo o que eu estava fazendo – estudar, meu namorado está em Pendleton – e atazanar a vida de papai toda santa vez que ele desce para o porão.

Meu pai já não aguenta mais a minha mãe falando na cabeça dele e disse que era bem capaz de provocar a terceira guerra mundial, mesmo que cibernética e nem que para isso ele precisasse aprender a mexer em computadores igual ao Tim, se isso fizesse mamãe parar de perturbá-lo. E como ele ainda não tinha chegado – eu tinha a pequena impressão de que ele andava fazendo hora no Estaleiro, porém nunca disse nada – mamãe me olhava por cima de seus óculos de leitura vermelhos, querendo saber da minha vida, querendo saber TUDO.

— Não tem mais nada acontecendo?

— As meninas querem fazer uma festa do pijama de despedida – comecei a arquitetar o meu plano para a festa. – no próximo sábado. Posso ir?

— Não vejo porquê não. Festas do pijama são inofensivas.

Tive que me manter composta. Isso iria ser fácil demais.

— Então, eu agradeço!

— Não há de que, filha. – Mamãe me respondeu e se voltou para o seu livro. Ela agora deu para ler todas as obras de Shakespeare na ordem em que foram lançadas, e estava adorando comentar como Romeu e Julieta não eram o casal perfeito que todo mundo achava que era, e que havia outros livros tão bons quanto Hamlet. Particularmente eu preferia as tragédias dos Reis, Richard II, Henrique IV parte I e II, Henrique V e Richard III, ainda mais depois daquela série que a BBC fez, The Hollow Crown, porém mamãe adora comentar os mínimos detalhes de Hamlet, Otelo, Macbeth, Rei Lear... assim, eu tive que acabar por ler todas as obras também. Quem gostou foi meu pai, que tinha uns minutos de paz enquanto mamãe eu tagarelávamos sobre os livros.

Fiquei na sala fazendo companhia para ela enquanto pensava em como eu ia chantagear a Abby para fazer duas carteiras de identidades falsas.

—---------------------

Abby, preciso de vc?

O que foi Mini-Diretora da CIA?

Preciso de duas carteiras de identidades falsas para a rave que vai ter sábado. você pode fazer para mim?

Se vc está me pedindo isso, significa que nem a Jenny e nem o Gibbs sabe que vc vai a essa festa.

Exato.

Eu não vou fazer isso...

Abby! Por favor! É só para a festa!

Lizzy...

Por favorzinho?

Tudo bem... quem é a outra pessoa?

Adivinha?

Vc e a Elena? Isso não vai prestar! Esqueceram de quem vcs são filhas?

Vamos sobreviver, só queremos ir por conta de dois dj’s que vão tocar. Calvin Harris, Daft Punk e Steve Aoki... o line up tá muito bom!

Tudo bem... eu vou fazer, porém, se algo der errado, ou se algum dos super protetores que vcs têm descobrirem, eu não tenho nada a ver com isso.

Tudo bem, minha boca está selada. Não vou contar nada! E Abbs?

Fala, Mini-Chefe.

Fico te devendo essa. Vc tem dois meses de CAF-POW ilimitado às minhas custas!

Achei um pagamento justo!

Sabia que acharia! Tenho que ir pq papai chegou. Me avise quando tudo estiver pronto!

Aviso sim. Dê um abraço na Raposa Prateada e na Jenny por mim.

Eu dou sim. Bjs

Bjs.

E essa parte estava concluída. Elena já tinha comprado os ingressos, agora era só decidir o que iria vestir!

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Três dias depois da Liz ter plantado aquela ideia louca na minha cabeça, estávamos em um café esperando por Abby.

— E se ela vir com mais alguém?

— Ela não vai vir com ninguém, Elena!

— Você sabe que nossos pais têm olhos e ouvidos por toda a cidade, né?

— É por isso que eu liguei para a Abby e pedi para ela um livro de química emprestado E marquei de tomar um café com ela. Ainda temos a prova geral para ser feita, e pedir o livro para Abby foi uma jogada e tanto, ela me empresta, eu estudo para tirar a maior nota possível nesse provão e nossas novas identidades estarão nos sendo entregues sem ninguém ver. – Liz me explicou tranquila até demais enquanto tomava um pouco do chocolate quente que ela havia pedido.

Olhei em volta, certa de que pelo menos uma pessoa dentro daquela cafeteria me reconheceria e falaria para meus pais o meu paradeiro.

Estava tão paranoica que nem vi Abby chegar. Sim. Eu perdi uma gótica saltitante com sombrinha de renda e botas plataformas parar bem na minha frente. Só percebi que era ela quando ela me abraçou tão apertado que eu achei que nunca mais respiraria.

— Oi Abby! – Liz disse toda animada.

— Oi meninas! E aí, como estão se sentindo há dez dias de saírem do ensino médio?

— Com medo! – Respondi.

— Ainda não posso opinar! – Liz retrucou. – Preciso de uma boa nota no provão, e é por isso que te pedi esse livro de química.

— Então aqui está! – Abby entregou com um floreio, e era incrível como as duas estavam atuando como se nada mais estivesse em jogo.

Depois da troca, Abby ficou por mais trinta minutos, depois se despediu e foi embora de volta ao NCIS.

— Pronta para ver a sua nova identidade? – Liz me perguntou enquanto íamos para o carro. Milagrosamente a Sra. Gibbs tinha emprestado o carro para a filha, mesmo depois que a gata da família ter despedaçado o banco traseiro.

— Não sei... aqui ainda tem câmeras...

— Céus, Elena! Seu pai não fez igual ao Mycroft Holmes seguindo o John, ele não colocou cada câmera dessa cidade seguindo você! Além do mais, eu parei o carro debaixo de uma árvore, não há câmera que consiga uma imagem nítida dali. – Ela apontou para o Jaguar da mãe dela.

Entramos no carro, e Liz deu a partida, agindo normalmente para não chamar a atenção de ninguém.

— Anda logo, eu quero ver! – Ela pediu enquanto manobrava o carro para que pudéssemos sair do estacionamento.

Tive que procurar pela eternidade, até que encontrei, dentro de um envelope, bem escondido, estavam as duas.

— E?

— Bem, aqui estão! – Tirei as carteiras com um floreio e a primeira coisa que vi foram as fotos, Abby tinha pegado uma foto de cada uma, provavelmente de alguma rede social em que estávamos e transformado a foto para que ficasse igual a de documento.

Estava feliz com isso... a coisa estava toda muito profissional, até que vi os nomes.

Elena De La Vega e Elizabeth Windsor!

— Mas que .... – Comecei.

— O que tem de errado? – Liz perguntou enquanto acelerava pela rua para escapar do trânsito pesado, dirigindo muito parecida com o pai dela.

— Os nomes! Não são os nossos!

— É claro que não! Qualquer pessoa nessa cidade reconhecerá nossos sobrenomes, Elena. O que ela colocou?

— De La Vega para mim e Windsor para você!

E Liz caiu na gargalhada. Ainda bem que o carro estava parado no sinal, porque era bem provável que ela batesse o carro por ter se esquecido de dirigir.

— Não tô vendo a graça.

— Como não? Acho que Abbs está andando muito com o Tony!

— Continuo boiando!

— Céus! Que cultura de filmes e séries limitada que você tem, Elena! De La Vega, é o sobrenome real do Zorro. E Windsor, bem... é a monarquia inglesa né? E The Crown tá na moda...

Não acreditei naquilo, será que Abby realmente achava que eu iria enganar alguém com um sobrenome hispânico?

— Isso não vai dar certo!

— É claro que vai! Você acha que alguém vai te chamar de Señorita De La Vega, na porta de uma rave? Ou vai perceber que tenho o mesmo nome da Rainha da Inglaterra?

Peguei a minha identidade falsa e a escondi no fundo da minha bolsa. Liz já estava estacionando na porta da minha casa.

— Até Sábado, Señorita De La Vega! – Ela riu da minha cara.

— E por acaso você quer que te chame de Vossa Alteza?

— Não aceito menos do que isso!

— Se formos presa eu jogo toda a culpa em você.

— Desde que Abby fique de fora... - Liz me respondeu arrancando o carro.

Se eu conseguisse esconder isso dos meus pais até sábado, eu já seria uma vitoriosa!

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E antes que eu piscasse, o sábado chegou. Arrumei todas as minhas coisas e tive que arrumar outro álibi. Dessa vez foi mais fácil, Penélope nos ajudou nessa e se ofereceu para, além de nos dar cobertura caso viéssemos a precisar, guardar nossa bolsinha de viagem, assim, ao invés de irmos para a casa da Emily, rumamos para o apartamento da Garcia para nos arrumarmos e irmos de Uber para a festa.

Chamei o Uber e poucos minutos depois estávamos paradas na fila de entrada. Dei uma olhada ao redor, a grande maioria das pessoas ali eram da nossa idade, até que reconheci alguém...

— Corre para o outro lado! – Puxei Elena para bem longe da fila.

— Por quê?

— O Tim tá aqui, junto com a Delilah!

— Você só pode estar brincando!

— Não estou, olhe ali, na outra fila!

Elena deu uma olhada para onde eu indiquei e ficou paralisada.

— É agora que a vaca vai pro brejo.

— Que nada. Ele está aqui para poder curtir, espero que tanto ele quanto a Delilah fiquem tão bêbados que nem vão lembrar que possam ter nos visto aqui.

— Assim espero.

Nossa fila começou a andar, a cada passo que eu dava, meu estômago se contraía, eu estava morrendo de medo de ser descoberta, ser presa e ainda parar na capa dos tabloides sensacionalistas com a manchete de que “Filha da Diretora da CIA e de Agente Federal é presa por uso de Documento Falso”.

— Você vai na frente. – Elena falou. Claramente sendo uma covarde, porque se pegassem a minha falsificação, ela poderia fugir.

Faltando duas pessoas, eu levantei a cabeça e respirei fundo. Me lembrei do ensinamento de Tony: “Para que as outras pessoas acreditem na mentira, você tem que acreditar nela primeiro”. Dei uma olhada para a outra fila, Tim já tinha entrado, menos mal.

— Próxima! – Chamou a segurança para a revista.

Andei calmamente e parei na frente dela. Ela revistou minha bolsa e bolsos do short, pediu minha identidade e ingresso.

— Pode entrar. – Me liberou.

A lá estava eu, pronta para a festa. Por um momento meu coração se apertou, Sean não fazia ideia de onde eu estava, mas eu também não sabia o que ele estava fazendo...

Elena entrou logo em seguida, com um sorriso no rosto e dizendo que até ali tinha sido fácil.

Às quatro da tarde a festa começou, o primeiro DJ subiu no palco e assim que comecei a reconhecer as músicas, comecei a me animar, acontece que a festa não é lá isso tudo e achei tumultuado demais...

Elena também não gostou muito, e do nada falou que ia procurar um lugar onde vendesse água.

Fiquei onde estava, uns dois rapazes chegaram perto de mim, já altos de bebida ou outra coisa. Logo sai de perto dizendo que tinha namorado, e que ele logo apareceria. E eu realmente quis isso. Sean estava fazendo falta. Estava completamente arrependida de ter vindo... Elena demorou horrores e quando voltou não tinha uma garrafa de água nas mãos, tinha um copo com algo verde.

— Que isso?

— Bebe, é bem docinho.

— Eu não...

— Qual é, Liz, a gente tem que fazer alguma coisa... isso aqui tá horrível e temos que fazer valer o preço do ingresso.

Ela tinha razão. Peguei o copo e tomei um gole, apesar da cor ser feia pra caramba, era gostoso, extremamente doce.

— Até que é bom.

— Não disse?

Eu virei o restante em uma golada.

— Onde tem mais?

— Ali na frente. – Ela me respondeu.

— Quero mais.

E nós duas saímos para perto da barraca.

— Qual é o nome? – Perguntei.

Fada Verde.

— Será que tem álcool?

— Não sei... – Elena deu de ombros.

E nós duas deixamos a festa de lado e ficamos ao lado da barraca. E sinceramente... eu não sei quantos mais eu bebi...

—-----------------

A festa estava uma porcaria. Eu estava com saudades do Chris, odiando as músicas e já com vontade de ir embora. Em nenhum lugar tinha água. Vi vodka, energético, gim... de tudo, menos água. Tentei a sorte na barraca de drinks, tinha ali escrito que tinha sem álcool. Fui nessa e pedi um fada verde. Adorei. Era docinho. Bebi em segundos e comprei outros dois. Ia levar um para Liz.

E depois que ela experimentou nós decidimos que a festa estava ruim demais para ficar de pé sendo cantada por cada rapaz que passava, assim, ficamos perto da barraca e decidimos que às onze da noite iriamos chamar o Uber para voltar para a casa da Tia Pen.

— O que será que o Sean está fazendo agora? – Liz perguntou sua voz bem enrolada.

— Não sei... e o Chris?

— Não faço ideia... eu queria que o Sean estivesse aqui. – Ela falou. – Quantas horas?

Peguei meu celular para conferir.

— São 23:30.

— Já deve ser um horário aceitável para ir para casa, né Elena?

— Eu acho que sim.

— Vou pedir o Uber. E se você não se importa, vou sair dessa coisa, essa música está me dando dor de cabeça.

Liz foi para a porta, pegando o celular e solicitando o carro.

Dei uma olhada em volta, um bando de gente pulava no ritmo de uma música que só fazia a minha cabeça doer e meu estômago embrulhar.

— Será que você pode me esperar! Eu não tô conseguindo andar direito!

— Você veio de salto? Porque eu tô de tênis. Tá imundo, mas ainda é um converse...

— Eu tô de tênis. É que tá ruim para andar. Você não para quieta. Tá cada hora de um lado.

— Larga de ser lenta, Elena! Eu já chamei o Uber, chega em dez minutos.

Nós nos escoramos no portão principal, ainda tinha gente entrando e nós duas só queríamos ir para casa.

— Temos que ir para a casa da PG e de lá eu vou para casa... preciso de um remédio para enxaqueca. – Liz falou.

— Essa é uma boa ideia! – Confirmei. – Falta quanto para o carro chegar?

— Dois minutos.

— Qual é o modelo?

— Um Ford Focus.

— Que cor?

— Acho que azul escuro ou preto. A placa é DTC7852.

— Beleza. Acho que é aquele lá. – Apontei.

Olhamos para a cara do motorista.

— É impressão minha ou aquele cara tem a maior cara de serial killer que mata as passageiras e as desova em uma mata fechada? – Perguntei para Liz.

— Ah, ele tem... vamos fingir que não somos nós quem ele veio pegar... – Liz me puxou pelo braço saindo da porta do local.

O carro parou, o motorista nos procurou e logo em seguida arrancou o carro.

— Você sabe que vai ter que pagar por conta desse cancelamento, não sabe?

— Elena, o que são quinze dólares se aquele cara poderia nos matar?

— E como vamos fazer para ir embora. Esse lugar é longe pra cacete e eu não tô passando bem!

— Eu vou ligar para a única pessoa que pode me salvar agora!

— E seria?

— O Agente Muito Especial Anthony DiNozzo!

— Eu vou ligar para o Tio D!

Saquei o celular e custei a desbloquear a tela, tinha algo de muito errado com os aparelhos, porque Liz também custou achar o nome do Tony na lista dela.

Depois de uma eternidade conseguimos completar a ligação.


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Notas finais do capítulo

E sim... Eu também sei citar Shakespeare! E super recomendo as três séries mencionadas aqui! Sherlock, The Crown e The Hollow Crown!
Daqui a pouco eu volto com as consequências...
obrigada por ler!
Até o próximo capítulo!



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