O amor tem oito letras escrita por Sonnenreigen


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Essa fic era pra ser postada dia 14/02 mas eu não consegui concluí-la a tempo. Aproveitei a quarentena e concluí. Esses dias não estão sendo fáceis e sei que esse ship é odiado por muitos fãs, então se você não gosta nem se dê o trabalho de ler e muito menos de comentar.

Gostaria de dedicar essa fanfic à artista da fanart: Diakais, cuja artes me inspiram muito e esta então me inspirou 100% por essa fanfic.

Então é isso, boa leitura.



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Naquele fim de tarde, Mime estava sentado na poltrona junto à lareira enquanto pensava se deveria fazer alguma surpresa para Alberich naquele dia dos namorados. Já havia se passado 1 ano que eles estavam juntos e Mime sabia que Alberich não gostava muito de comemorar datas.

A fim de pensar melhor, Mime decidiu não ensaiar nenhuma canção naquela tarde para apenas pensar no que faria para Alberich. Durante todo aquele ano juntos, ele pôde ouvir algumas fofocas sobre o quão estranho eles eram enquanto um casal, uma vez que Alberich era bastante mental e um verdadeiro homem de negócios enquanto que ele era apenas um bardo, que ganhava a vida entretendo as pessoas.

Mime até entendias as reações das fofocas. Alberich não era apenas especial para ele, mas sim para todos de Asgard. Ele era uma das bases da economia asgardiana e um dos homens mais inteligentes que já viveu no reino. Era comum o bardo se sentir inseguro quanto a essa diferença entre ele e seu amado, porém naquela tarde sua insegurança era maior.

No decorrer do ano, ainda que estivessem quase que morando juntos, eles ainda não haviam de fato colocado rótulos no relacionamento, esclarecendo se eles eram ou não namorados. E isso também era um combustível para a insegurança de Mime se tornar ainda maior.

Mime decidiu deitar-se na poltrona, colocando a prancheta com o papel e a caneta na mesinha ao seu lado. Suspirou pesadamente e passou a observar o fogo da lareira. A lenha estalava vez ou outra e o fogo, ainda que alto, faziam com que as sombras do anoitecer que já se fazia presente lá fora dançassem pela sala do músico.

Ele não sabia se era porque o primeiro beijo deles foi debaixo de um lampião a gás num dos festivais asgardianos do fogo ou se as chamas lembravam Alberich, mas Mime se sentia conectado aos seus sentimentos por Megrez apenas ao observar o fogo.

Hipnotizado pelas chamas, Mime começou a refletir sobre as diversas coisas que havia aprendido sobre Alberich durante aquele ano juntos:

Como Alberich trabalhava duro em suas fábricas de energia e ametistas. E como ele é cuidadoso em seu trabalho. Não faz muito tempo desde que descobriram o valor de suas joias e o interesse pelo seu trabalho só aumentou, porém, mesmo podendo produzir em grande escala, ele fazia questão de cada peça ser única.

Como Alberich era dedicado à sabedoria! Todas as noites, após eles tomarem uma xícara de chá, ele se dirigia até próximo da lareira e estudava sobre diversos temas, sem se esquecer da história asgardiana e da leitura acerca de Odin. Caso qualquer pessoa quisesse saber sobre qualquer coisa sobre a história e valores asgardianos, não havia ninguém melhor que o Alberich para explicar. Quer dizer, havia a Hilda. Mas até mesmo ela, não possuía essa paixão e orgulho com que Alberich falava de Asgard.

Alberich não era o melhor cozinheiro, mas sabia fazer o melhor chá que um ser humano poderia provar nessa vida. Mime não sabia exatamente o que ele fazia, mas o chá de Alberich era extremamente divino.

A altivez e elegância de Megrez era algo que existia naturalmente. Cerca de duas semanas atrás, ele estava doente e eu Mime havia o obrigado a ficar em casa, dando uma pausa nos negócios, o que ele detestou profundamente e só não reclamou porque a dor de garganta foi tamanha que ele nem pôde falar muito. Foram quatro dias em que ele ficou de pijama o dia inteiro e mesmo doente, ele mantinha o porte altivo.

 A frieza que Mime julgava que ele tinha de sobra era apenas algo superficial. Quando estavam sozinhos, Alberich era extremamente carente e amoroso. Uma das coisas que Mime mais gostava dos fins de tarde, era quando Alberich chegava do trabalho e pedia que ele o abraçasse no sofá e brincasse com seus cabelos enquanto falava sobre como foram os seus dias.

Quando não está trabalhando ou lendo, Alberich gostava de estar em contato com a natureza, principalmente fazendo caminhadas noturnas, quando está bem frio. E por mais que gostasse de conforto, Alberich adorava acampar no inverno.

Mesmo que ele não tenha dito diretamente, o músico percebeu que Albe ficava desconfortável quando alguns fãs mais animados vinham falar com ele. Mime até achava graça nesses ciúmes do amado, porque não existia nenhum homem que pudesse se comparasse a ele e consequentemente não existia ninguém que Mime possa sequer gostar um terço do que ele amava Alberich.

Sim, para Mime o amor tem 8 letras e ele se chama Alberich.

***

Naquela semana estava sendo comemorado o Valentine’s Day e basicamente todas as tavernas de Asgard estava celebrando o amor. Aliás, Asgard inteira celebrava o amor. Quando estava sozinho, Mime odiava esse aspecto de Asgard com todas as suas forças, mas agora ele tinha Alberich. Ainda que não oficialmente e agora ele gostava de toda aquela decoração e celebração.

Benetnasch retornou a pensar sobre eles não serem oficialmente um casal e até temeu que Alberich pudesse estar com outra pessoa mais importante que ele. Entretanto, Mime havia esquecido o quão ocupado Alberich estava com os pedidos das Ametistas naquele dia dos namorados.

E se normalmente Alberich não gostava de datas celebrativas, trabalhar dobrado por conta de uma o fazia gostar menos.

A lua já brilhava alto no céu sem nuvens de Asgard e o fogo na lareira de Mime já dava os primeiros sinais que poderia se apagar a qualquer momento. O músico dormia encolhido no sofá, extremamente alheio da hora. Provavelmente ele dormiria naquela posição até o amanhecer, mas uma figura, enrolada numa pesada capa o acordaria.

Após ouvir batidas fortes na sua porta, Mime acordou-se assustado e cambaleou até a parede para pegar o lampião a gás e ir abrir a porta. Assim que o fez, ele deu de cara com Alberich.

— Albe, é você? — Mime disse, bocejando.

— Eu tenho uma pergunta muito mais importante: Por que você veio dormir na sua casa hoje? — Ele disse olhando para dentro do cômodo. — Cheguei em casa e você não estava lá. Até cheguei a me deitar na cama e te procurar... Alguma coisa aconteceu?

— Não, apenas dormi. Tudo bem contigo? Vamos entrar... — Mime disse, bocejando novamente.

— Já te disse que odeio o dia dos namorados? E esse então... Acabei de fazer a última remessa das ametistas, porém um cliente pediu um novo design em cima da hora e terei que lapidá-las novamente... Estou tão cansado, tão cansado... Que não creio que estou quase odiando minhas ametistas. — Alberich disse, entrando na moradia simples de Mime.

O músico após fechar a porta, pôde ver a figura cansada em frente a ele. Mesmo com olheiras sob seus olhos que o deixavam com aparência cansada e denunciavam que ele não dormia bem há algum tempo, Alberich continuava majestoso.

Megrez sentou-se na poltrona que Mime havia adormecido e passou a observar o fogo esmaecendo lentamente.

— Nossa, Mime. Que frio faz aqui! — Ele disse indo até próximo à janela a fim de pegar um pouco da lenha que estava guardada ali.

Assim que alimentou o fogo, Alberich sentou-se no sofá e deu um longo suspiro, sendo observado por Mime. O bardo adoraria perguntar se os motivos do outro odiar tanto o dia dos namorados eram apenas devido ao trabalho ou se era também por sua causa, por ele estar mais meloso que o habitual naqueles dias. Temendo a resposta, Mime permaneceu calado.

Sentindo a falta do outro acariciando seus cabelos, Alberich girou a cabeça e encarando Mime, ele estendeu a mão e chamou-o com dois dedos. Após sentar-se, Megrez enroscou-se no colo dele e teve seus cabelos acariciados. Estava quase dormindo quando Mime disse baixinho:

— Eu te amo, Alberich. — Este sorriu discretamente e cansado, caiu no sono pesadamente.

***

Mais uma vez, Alberich se viu acordando na cama de Mime. Após se espreguiçar, ele foi até a cozinha a fim de implicar um pouco com o outro e dizer que ele não era criança ou princesa pra ser carregado para a cama. Porém, Benetnasch não estava na cozinha e nem nos outros cômodos. Antes que Alberich pudesse se perguntar onde seu amado estava, ele ouviu oito badaladas tocando na torre do relógio de Asgard, anunciando que seu horário de trabalho em breve iria começar.

Após passar em casa para tomar um banho, colocar roupas novas e pegar algumas ferramentas, Alberich se dirigiu até a fábrica. Trabalhou por horas a fio até perceber que seu estômago reclamava, afinal não havia ingerido nada naquele dia. Com isso, Megrez foi  até o refeitório e comeu um pouco. Enquanto estava lá, pôde ouvir a conversa de um de seus funcionários.

“Desde o início da semana percebi minha esposa mais fria, como se não ligasse pra mim, eu estava bem triste e igualmente frio com ela, mas aquilo foi apenas uma estratégia dela para me surpreender. Hoje de manhã ela me presenteou com um café da manhã e me disse o quanto me amava. Estou feliz até agora! As vezes a gente precisa mesmo de ouvir o quanto a gente é amado pra ficar feliz.”

 Ouvir aquilo fez com que Alberich tivesse uma epifania! Desde que começara a trabalhar nos pedidos de dia dos namorados, ele havia focado sua atenção quase que 100% ao trabalho, deixando Mime praticamente sozinho.

Alberich havia ouvido, – ou seria lido? - anos atrás, que a vida vale apenas quando o amor nos toca. E mais do que nunca ele estava ciente de que seus dias, após estar com Mime, tinham mais vida, portanto, deixou a fábrica imediatamente e colocou em prática um rápido plano para surpreender o namorado.  

O nobre foi até a sua mansão e pediu que todos os funcionários tirassem o dia de folga, o que os deixou bastante felizes. Entretanto, antes de liberar Johan, ele pediu que o jovem encontrasse Mime e dissesse que Alberich o estava esperando para um jantar na sua casa, às 7.

Mime, que estava irritado pelo descaso de Alberich e mais ainda pela suas dúvidas em relação ao que o outro sentia e se ele deveria ou não presentear o amado, ficou surpreso ao ser encontrado por Johan, quando ele estava praticamente escondido em uma das salas do teatro de Asgard, trabalhando em uma composição, cuja inspiração era o verde dos olhos de Alberich.

O bardo concordou em encontrar com o amado, porém assim que caiu por si, ele percebeu que não tinha sequer preparado um presente à altura de Megrez. Porém, como ele, um simples bardo poderia presentear um homem que tinha tudo que queria?

Além disso, Mime não sabia se seria adequado presentear uma pessoa que odiava o dia dos namorados, por isso, decidiu passar numa loja e comprar uma caixa de chocolates, pelo menos poderia dizer que seria a sobremesa do tal jantar.

Ás 18:30 Alberich sentou-se, satisfeito pelo jantar que havia feito, assim como com a roupa que trajava. O nobre elegante vestia-se de calça e camisa social e questionava-se se colocaria o terno ou não, porém o que mais lhe atormentava naquele momento era o presente para Mime: Não queria dar ametistas porque sabia que era muito óbvio.

Gastou dez minutos pensando até que achou uma boa solução. Em seguida,  Alberich foi até o escritório, pegou um papel e a caneta tinteiro, escreveu algumas frases e correu até o jardim de inverno a fim de colher algumas rosas vermelhas.

Quando passava pela sala de jantar, Alberich viu o seu reflexo num espelho enorme que ocupava uma parede.

Ele, que odiava a obviedade das coisas, trajava uma roupa óbvia, levava presentes óbvios na data mais óbvia do amor. Mas, ele deduziu que aquilo era importante para Mime e se era importante, aquilo não era óbvio.

Era primordial.

Alberich colocou as flores e a carta em cima da mesa e correu até seu quarto a fim de pegar o terno. Assim que chegou ao andar inferior, ouviu batidas na porta. Era Mime.

— Boa noite, Alberich.

— Boa noite, Mime. — Ele disse, caminhando até o outro e ficando na ponta dos pés para beijar-lhe docemente os lábios. — Preparei um jantar para nós.

— Você? Preparou comida?

— Sim.

— E desde quando você sabe cozinhar?

— Desde hoje. Vem, vamos entrar!

Mime sorriu, duvidando das habilidades culinárias de Alberich e entrou. Após colocar o casaco na área reservada pra isso, Mime acompanhou o seu amado, se acomodando na cadeira ao lado direito da cabeça da mesa, onde Alberich sempre sentava.

Megrez começou servindo hidromel para Mime, já que essa era a sua bebida favorita. Em seguida, ele foi até a cozinha e trouxe a entrada.

Sodd. Sopa favorita de Mime, feita com carne de carneiro, cenoura e batatas.

 — Foi você que fez?

— Óbvio que sim!

— Sério, Alberich? E com quem você aprendeu a cozinhar?

— Segredo de chef não se compartilha. A sodd tá boa?

— Está divina, meu amor.

Após comerem, Alberich anunciou que traria o prato principal.

— Seu favorito: Filé de salmão defumado, marinado previamente, servido com molho, batatas e vegetais.

Mime deixou um sorriso escapar. Não acreditava que Alberich tinha cozinhado seus pratos favoritos. O amado deveria ter algum livro escondido em sua biblioteca que havia o ensinado.

— Não vai me dizer mesmo onde você aprendeu a cozinhar?

— Não. Talvez um dia. — Alberich sorriu, grato por Mime gostar de pratos tão tradicionais e simples.

Após comerem, Alberich declarou:

— Só não deu tempo de fazer a sobremesa...

— Isso não é problema. Já volto — Mime disse, caminhando até onde deixara seu casaco sob os olhares atentos de Megrez. — Eu trouxe chocolates. Seus favoritos.

Alberich sorriu e degustou os chocolates, não demorou muito para que eles terminassem a degustação no quarto do nobre entre beijos enquanto deixavam as roupas pelo caminho.

Megrez estava quase adormecendo nos braços de Mime quando lembrou-se das flores e da carta. Em um supetão, ele se levantou e foi até a mesinha do quarto e pegou as flores.

 — Feliz dia dos namorados, Mime. Por favor, abra a carta.

— Alberich... Por que você não me disse que queria celebrar o dia dos namorados? Você não odiava esse dia? — Mime questionou segurando a carta nas mãos e uma lágrima que insistia em querer cair.

— Odiava, mas eu te amo. E eu sei que você tem algum apreço por essa data.

A lágrima que Mime insistentemente tentava segura, rolou pelo seu rosto, assim como muitas outras que vieram quando este abriu e leu a carta:

“Mime, eu sei que eu não sou a pessoa mais romântica do mundo, mas eu te amo. Você foi a melhor coisa que me aconteceu e eu sei que esse dia é especial para você. Espero que tenha gostado do jantar, mas eu tenho uma pergunta pra te fazer.”

Alberich.

— Qual a pergunta?

— Você quer namorar comigo? Quer dizer, nós já namoramos, então pergunto se você quer me assumir como seu namorado.

— O quê? Claro que sim, Alberich. Eu tenho sorte de te ter.

— Sorte quem tem sou eu. Agora vem cá que eu preciso do meu carinho pra dormir...

Ambos sorriram e Mime passou a acariciar o cabelo de Alberich, que prontamente adormeceu. E mais uma vez, a noite fria de Asgard se tornava menos gélida porque dois corações apaixonados encontravam abrigo no amor que sentia um pelo outro.

FIM


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