Intermittente escrita por Mandy


Capítulo 6
Capítulo VI




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A sala de jantar da mansão nunca esteve tão silenciosa como naquele fim de madrugada. Desde que Eren insistiu fazer as refeições com os jovens empregados, esse cômodo nunca mais esteve em absoluto silêncio até aquele exato momento.

De qualquer forma, os presentes nesse momento assustadoramente silencioso eram Keith Shadis, Dot Pixis, Erwin Smith e Levi Ackerman.

Pixis estava em pé na ponta da mesa, apoiado com as costas no encosto alto da cadeira enquanto bebia uma garrafa de vinho tinto que pegara da adega localizada nos fundos da cozinha. Estava com os olhos fixos no espelho a sua frente, checando o estado do seu bigode branco. Era surpreendente como um monte de pelos se tornou a prioridade mais importante naquela hora para esse velho homem.

Keith estava sentado na cadeira ao lado de Pixis e de frente para Levi, que também permanecia sentado em seu lugar. O mordomo e o cavaleiro se encaravam silenciosamente, mas os seus olhares frios e inexpressivos já diziam muita coisa. A confiança entre eles não seria mais a mesma de antes e o mordomo parecia ao ponto de pegar o cavaleiro pelo pescoço.

Erwin estava sentado ao lado de Levi, cabisbaixo enquanto segurava um livro de capa marrom com uma aparência envelhecida e gasta. O garoto loiro era dois anos mais velho que o cavaleiro, mas, em comparação da última vez que apareceu na mansão, parecia ter envelhecido mais três anos do que a sua idade verdadeira. Ele já possuía um físico alto em desenvolvimento por natureza e a expressão sem vida em seu rosto o tornava ainda mais velho.

Keith acordou as três empregadas da mansão, deixando os quatro jovens empregados continuarem a dormir. A srª Braus preparou uma refeição leve para Erwin, a srª Springs entregou-lhe uma muda de roupa limpa e a srª Kirstein levou o Armin adormecido para um dos quartos de hóspede. Depois feito tudo isso, as duas primeiras empregadas voltaram para o quarto que dividiam enquanto o grupo na sala de jantar esperava o retorno da srª Kirstein.

Nenhum dos quatro ocupantes na sala de jantar proferiu alguma palavra depois da pergunta do mordomo. Levi não respondera, pois permanecera em silêncio enquanto encarava os dois garotos encolhidos na carroça. Erwin apenas o olhou uma vez antes de voltar os olhos para o vazio, a face sem demonstrar alguma emoção.

Levi continuou encarando Keith de forma inexpressiva e calma, mas a sua mente estava trabalhando ansiosamente. O garoto não parava de pensar no que foi que errou para o sr.Smith ser assassinado, pois não escrevera nada de importante sobre ele no seu relatório. Não se lembrava de nada que pudesse incriminar o tutor de Eren e fazê-lo ser morto. Chegou a pensar que nem tivesse culpa, mas seria difícil de provar alguma coisa para Keith porque a única prova era o relatório que estava nas mãos de Kuchel e logo seria entregue para Kenny. Porém, mesmo que tivesse o relatório consigo, Levi não poderia contar sobre o que escrevera porque estaria burlando uma das regras de seu Clã e, além do mais, o cavaleiro já burlara uma regra anteriormente. Ele não deveria omitir nenhuma informação que tinha conhecimento para os seus superiores, ou seja, para a família principal do Clã Ackerman; a sua família.

Levi mordeu o interior da bochecha, tentando controlar o tremor que sentia no seu interior. O cavaleiro realmente estava com medo. Se ele falhasse em sua missão seria morto por desonrar o Clã Ackerman. Se ele não fosse sincero com Keith, o garoto tinha a impressão de que teria o mesmo destino de todos os assassinos e sequestrados que o mordomo torturara várias e várias vezes.

Se Levi revelar algo sobre o Clã ou voltar para casa, ele vai ser morto.

Se Levi mentir para o mordomo, ele vai ser torturado e morto.

Nenhuma das duas alternativas era esperançosa.

Levi engoliu em seco, ainda mordendo o interior da bochecha, sem ter consciência de que estava se machucando. A ansiedade que sentia era a mesma durante os momentos críticos de seu treinamento, onde mal conseguia concentrar-se direito e agia por impulso. Lembrou-se dessa sensação arrepiadora e inquietante, onde não podia nem respirar por um segundo, pois a Morte sempre caminhava ao seu lado.

Todos se viraram para a entrada da sala de jantar ao escutar o som do par de sapatos de couro com salto grosso revestido de madeira; sapatos típicos das empregadas da mansão. Srª Kirstein apareceu com um rosto enrugado de preocupação e os olhos arregalados de pânico ao voltar-se para Keith e Pixis.

— Armin Arlert não está acordando, senhores. - informou.

O clima na sala de jantar pareceu ficar ainda mais gélido. Keith voltou a encarar friamente Levi, que desviou o olhar para o lado, sentindo-se cada vez mais encurralado.

"O que eu faço?", questionou-se Levi, apertando fortemente as mãos juntas por debaixo da mesa ao ponto dos nós de seus dedos ficarem brancos. "Eu não posso contar sobre o relatório, mas se eu não contar a verdade para esse careca, eu vou ser morto. Mas se eu contar e o meu Clã souber, eu serei caçado e morto assim como a pessoa que eu contei...". O cavaleiro resistiu a vontade de praguejar alto. "Mas que merda fui me envolver!".

Pixis tomou o último gole de vinho e pousou a garrafa na mesa.

— Srª Kirstein, - a mãe de Jean encarou o empregado - por favor, me entregue uma nova garrafa de vinho.

A empregada lançou-lhe um olhar fulminante.

— Sr° Pixis, eu juro que ainda vou botar um portão de ferro em volta das prateleiras de bebidas. - falou ela, irritada - Estou preocupada com o garoto! Ele não está acordando e eu não sei o porquê!

— Foi o sonífero que dei para ele.

Todos os presentes se voltaram surpresos para Erwin. O garoto loiro não ergueu a cabeça.

— Armin ficou assustado porque não estava entendendo nada, então dei uma pílula para ele dizendo que era uma bala. - revelou Erwin num tom de voz distante - Ele vai ficar bem.

Keith pareceu aceitar a explicação do loiro. Levi quase suspirou de alívio diante dessa reação.

— Você drogou o seu primo?! - exclamou Srª Kirstein, indignada.

— Eu não tinha tempo de explicar que o meu pai foi morto. - retrucou Erwin.

O silêncio voltou. A Srª Kirstein acenou em despedida com a cabeça e foi para o quarto, cabisbaixa com as bochechas ficando vermelhas de arrependimento. Pixis voltou-se de frente para o grupo reunido a mesa, exibindo um rosto neutro.

Quando ele abriu a boca, Keith o interrompeu gravemente ao se dirigir para o Cavaleiro Real:

— Você contou algo para aquela mulher.

O olhar de Levi tornou-se sombrio ao encarar o outro.

— "Aquela mulher" se chama Kuchel. - respondeu calmamente, mas gélido - É a minha mãe.

— Mais um motivo para eu suspeitar de você. - rebateu o mordomo - Responda logo antes que se arrependa. O que você contou sobre o sr.Smith para ela?

— Nada. - respondeu Levi, firmemente.

— E nos papéis que ela estava segurando?

Levi mordeu o lábio inferior, sem responder. A face de Keith tornou-se mais assustadora.

— Responda.

Levi o encarou seriamente.

— O que você quer que eu responda? Foi minha culpa que o tutor do Eren foi morto? - retrucou ele sarcasticamente - Eu não contei nada sobre ele. Em primeiro lugar, por que eu ia falar algo sobre o sr° Smith?

Não era uma mentira. Levi não sabia muitas coisas sobre o sr° Smith, apenas tinha a consciência de que ele estava escondendo informações sérias que não poderiam ser reveladas a ninguém.

Pela expressão enigmática de Keith, o cavaleiro estava certo.

— Você tem um ponto... - murmurou o mordomo.

Levi conteve outro suspiro de alívio ao saber que tinha um argumento sólido para se safar das suspeitas e não falhar com a sua missão.

Mas percebeu estar enganado quando o mordomo voltou para a sua expressão fria ao completar a frase:

— ... que seria válido se eu não soubesse de uma certa conversa entre os dois pelo próprio pai do Erwin.

Levi mordeu o lábio inferior novamente. Erwin arregalou minimamente os olhos, abraçando com força o livro entre seus braços.

— Eu não contei nada. - murmurou o cavaleiro, mantendo a voz o mais calma possível - Eu nem tinha entendido direito do que ele estava falando.

— Não importa o que você entendeu. - retrucou Keith firmemente - Importa o que você colocou naquelas folhas.

— Já disse que eu não contei nada. - repetiu Levi.

— Eu não falei "contou". - rebateu o mordomo - Eu falei "colocou" e você colocou alguma coisa sobre o sr° Smith, não minta.

Levi ficou em silêncio. Ele não podia contar nada, nem mesmo contar que tinha escrito apenas que o sr° Smith era o tutor do Eren. Qualquer palavra dita poderia ser usada contra o cavaleiro e era a última coisa que ele precisava naquele momento.

Erwin observava de lado a discussão entre os dois, exibindo nenhuma emoção aparente em sua face levemente robusta, mas os seus olhos azuis voltaram a brilhar minimamente. Ele não abria a boca para perguntar nada, nem mesmo caso tivesse uma dúvida, pois o seu intelecto era rápido e não era algo para subestimar.

O olhar de Keith ficou mais frio, como lascas de gelo tivessem virado lâminas.

— Fale. - ordenou num tom perigosamente calmo - Agora.

Levi não respondeu, pois não havia algo a ser dito. A cada segundo que passava mais acreditava que não tinha culpa, pois começava a raciocinar que havia alguma coisa errada nessa história e, muito provavelmente, seria a sua chance de se safar, mesmo sendo uma chance temporária.

"Mas o que é?!".

Keith bateu as mãos na mesa, levantando-se ao chamar a atenção dos outros.

— Eu me enganei sobre você, criança. - murmurou - Ackermans são todos iguais no final.

Levi encarou Keith, surpreso. "O que ele...?".

— Vou mandar um telégrafo contando toda a situação para aquele cabeça-oca do pai do Eren e pedir o encerramento do acordo com o Clã Ackerman. - falou o mordomo, friamente - Prepare-se para partir amanhã, Levi Ackerman.

Levi empalideceu. Erwin piscou os olhos, franzindo a testa como estivesse confuso sobre algo. Pixis abriu a boca para protestar...

— Eu recuso a sua decisão, Keith!

... e foi interrompido novamente, mas dessa vez por Eren Yeager.

Eren apareceu na sala de jantar e foi para o outro lado de Levi, abrindo os braços na frente do cavaleiro. O olhar no rosto do jovem príncipe era determinado e furioso, deixando bem claro que ninguém iria detê-lo.

— Levi fez nada de errado! - brandou Eren, revoltado - Como o dono dessa mansão, eu não permito que mandem Levi embora!

O cavaleiro arregalou os olhos, incapaz de esconder a surpresa. Erwin também estava surpreso e Pixis exibia um sorriso de divertimento nos lábios. Keith manteve a sua expressão inabalável.

— Eren, - a voz do mordomo soou calma - você não sabe o que está aconte...

— Eu sei, sim. - interrompeu Eren - Você está querendo mandar o Levi embora por uma acusação falsa!

“Eren escutou a conversa inteira?!”, questionou-se Levi, ainda mais surpreso. “Espera... Por que ele está aqui?! Nem é perto da hora que ele acorda!”. O jovem príncipe odiava acordar antes das oito horas.

Keith respirou fundo antes de falar num tom calmo e devagar:

— Tente entender, Eren. Levi é um Ackerman. A morte do srº Smith está ligada ao Clã...

— Ah, é? - interrompeu Eren novamente - E se não tiver nenhuma ligação com os Ackermans?

Keith abriu a boca para responder, mas fechou-a logo em seguida. O jovem príncipe colocou as mãos na cintura e exibiu um sorriso vitorioso.

— Viu?! - exclamou Eren - Você acha que sabe tudo, mas você é quem não sabe de nada! Por isso que você vai ser sempre um careca!

Keith arregalou os olhos completamente indignado. Levi agradeceu o jovem príncipe em silêncio. O cavaleiro finalmente tinha entendido o ponto errado nessa história.

— Tenho que concordar com o Eren. - falou Levi, levantando-se ao encarar o mordomo - Como você pode acusar alguém se não sabe de nada sobre a parte principal? Qual é a sua resposta sobre isso?

O mordomo endureceu a expressão.

— E você está no direito de exigir alguma coisa, Levi Ackerman? - questionou Keith - Até agora você não me respondeu sobre o que você escreveu naquelas folhas para Kuchel Ackerman.

— Já passou pela sua cabeça que eu não posso contar certas coisas sobre o meu Clã? - rebateu Levi calmamente - Acredito que não, pois parece que nem pensou em alguma merda direito.

Eren arregalou os olhos, surpreso, e logo em seguida abriu um sorriso de pura admiração. Pixis e Erwin arregalaram os olhos, olhando do cavaleiro para o mordomo e vice-versa. Sabiam que Keith não tinha uma grande tolerância para insultos desse nível.

— Guarde as suas palavras imprudentes antes que se arrependa seriamente. - rebateu Keith friamente - E não tente fugir da pergunta que eu fiz.

— Eu não estou fugindo. - retrucou Levi - Você é quem está fugindo da pergunta feita pelo dono desse lugar.

— Isso mesmo! - concordou Eren encarando o mordomo - É para me responder, Keith! É uma ordem!

O rosto de Keith tornou-se enfurecido.

— E o que você quer que eu responda, jovem mestre?! - esbravejou o mordomo impacientemente.

Eren apenas voltou a sorrir vitorioso com os braços cruzados, como se tivesse vencido a discussão. Levi sorriu internamente. A sua ansiedade estava abaixando e a sua autoconfiança voltava aos poucos graças a intervenção do jovem príncipe. Os lugares entre ele e Keith foram trocados. Agora era o mordomo que não havia algo a dizer.

Um bater de palmas vindo de Pixis chamou a atenção de todos na sala de jantar. Um sorriso se formou por baixo do seu bigode.

— Bem, - começou o velho empregado com bom humor - eu espero que vocês concordem comigo que esta discussão está indo para lugar algum.

— Se o jovem mestre não tivesse aparecido, - retrucou Keith - tudo isso já teria sido resolvido com a expulsão de Levi Ackerman.

— Levi não vai embora! - protestou Eren, furioso - Eu vou...

O cavaleiro colocou uma mão no ombro dele, fazendo um gesto de negação com a cabeça, o que fez o jovem príncipe se calar. O garoto mais velho encarou seriamente o mordomo.

— “Ackermans são todos iguais no final”. - Levi repetiu as frases ditas pelo outro - O que você quer dizer?

Keith cruzou os braços na frente do peito.

— Exatamente o que eu falei. - respondeu ríspido - São traidores e mentirosos. Avisei para aquela cabeça-oca que era uma má ideia depois do roubo de dez anos atrás, mas ele não quis me ouvir. Aceitou um acordo com esses desgraçados e aqui está você para provar a falta de valor desse Clã.

Levi abriu a boca para revidar, mas foi interrompido por mais um bater de palmas vindo de Pixis. Ele ainda exibia um sorriso tranquilo.

— Keith, - falou ele, virando-se para o mordomo - É melhor deixar o que já aconteceu no passado e...

— Esquecer-se da morte dos nossos companheiros, Pixis? - interrompeu Keith com sarcasmo.

A expressão tranquila e alegre de Pixis tornou-se séria e grave.

— Como eu poderia esquecer? - rebateu ele num sombrio - Eu estava no comando daqueles novos soldados.

Um silêncio tenso estabeleceu-se na sala de jantar. Ao contrário de Eren e Erwin, que estavam mais confusos do que qualquer outra coisa, Levi sabia exatamente do que estava sendo falado assim como sabia quem era o responsável por trás desse roubo. Para o seu Clã, aquele dia era considerado uma vitória, pois trouxera inúmeras riquezas para os Ackermans por causa dos nobres marleyanos.

Antes do roubo, os Ackermans - todos eram adultos já despertados - foram contratados por uma família bastante rica de eldianos chamada Reiss. A missão inicial deles era proteger as riquezas valiosas desses nobres contra possíveis roubos e furtos planejados pelos marleyanos. No final, a missão foi revelada como o assassinato dessa família e também o roubo de suas riquezas para a Realeza Marley, porém os Reiss conseguiram fugir a tempo graças aos soldados eldianos que estavam protegendo a mansão. Todos os soldados lutaram até a morte contra o Clã Ackerman, sendo poucos que saíram vivos, e os Reiss nunca mais foram vistos.

Levi se recordava que poucos Ackermans morreram durante o conflito, mas vários soldados eldianos acabaram mortos ou gravemente feridos. O cavaleiro compreendeu melhor as atitudes de Keith, pois o mordomo temia que a mesma traição fosse repetida.

Levi olhou para Eren, lembrando-se do dia em que o mais novo pedira a sua amizade. O cavaleiro ainda não compreendia por completo o que era ser um amigo, mas possuía um grande senso de lealdade com o jovem príncipe, como se não desejasse traí-lo.

Erwin levantou-se da cadeira, segurando o livro entre os seus braços. Os seus olhos azuis não estavam mais opacos, porém o seu rosto continuava pálido e abalado. Ele olhou para o lado num momento de hesitação, mas logo em seguida encarou todos os presentes na sala de jantar.

— Eu tenho algo para contar a vocês. - falou Erwin com firmeza - Meu pai estava sendo perseguido por alguém com uma capa preta e o rosto coberto pelo capuz. Como estava de noite, meu pai não conseguiu identificar o rosto do assassino. Ele apenas me contou isso antes de me trancar na cozinha junto com Armin e dar uma chance de fugirmos pela porta dos fundos. Meu pai já estava muito ferido quando chegou em casa...

A voz do garoto sumiu. Os seus olhos azuis estavam fixos para baixo, parecendo estar esgotado, e tocou com uma mão o seu próprio rosto onde uma mancha de sangue havia estado antes de ser limpa.

— E eu estava voltando para a mansão quando encontrei Erwin segurando Armin nas costas. - acrescentou Pixis tranquilamente, mas sério - Erwin me contou o que aconteceu e garanti levá-los até aqui em segurança. Se eu estivesse armado, com certeza daria tempo de salvar o sr° Smith.

— Creio que não, senhor Pixis. - falou Erwin ainda olhando para baixo - Meu pai foi golpeado nas costas e estava tossindo sangue. Eu não...

Sua voz novamente falhou e Erwin mordeu o lábio inferior, cabisbaixo. Uma parte sua dizia que não havia mais nada a ser feito para salvá-lo, mas outra parte do garoto nunca admitiria.

Levi voltou a sua atenção para Eren, pois o jovem príncipe desceu um pouco a sua cabeça. A expressão que exibia era melancólica.

— De qualquer forma, - Pixis voltou-se para Keith - as informações são vagas e existem muitas possibilidades. O sr° Smith estava investigando alguns nobres marleyanos e eldianos. Um deles pode muito bem ter contratado um assassino de aluguel qualquer para caçá-lo...

“Assim como estão fazendo com o Eren”, completou Levi para si mesmo. Keith parecia ter pensado na mesma coisa, pois a sua expressão suavizou-se.

— Faz sentido. - falou o mordomo, então apontou para o livro nos braços de Erwin - Esse era um diário escrito por seu pai, certo?

“Diário?”, repetiu Levi para si, interessado. Erwin assentiu com a cabeça, olhando com cansaço para Keith.

— Ele me entregou e pediu para não contar para ninguém que não fosse de confiança. - contou o garoto loiro, esfregando os olhos com uma mão - Ele estava atrás do que alguns nobres estavam escondendo, como a corrupção encoberta pela Realeza Marley, mas a sua investigação está muito longe de ser completa.

“Corrupção...”, pensou Levi, recordando-se da conversa com o sr° Smith. “Foi assim que ele soube dos nobres enviando assassinos e sequestradores por causa de um boato que eles queriam confirmar se era verdade. Provavelmente, eles estão fazendo apostas também...”.

O cavaleiro sentiu um gosto amargo na boca. Um desgosto contra os nobres se formava em seu interior. Eles tratavam a vida de Eren como um jogo.

— Desejo levantar uma hipótese, - falou Pixis tranquilamente - mas antes gostaria de fazer duas perguntas.

— Anda. - ordenou Keith.

— Que horas a senhora Ackerman veio para essa mansão?

— Meia hora antes do jantar. - respondeu o mordomo.

— E onde mora o Clã Ackerman?

A pergunta foi para Levi, que permaneceu em silêncio. Pixis soltou um “Hm...” enquanto sorria para o jovem cavaleiro.

— Acredito que dar uma localização vaga não seja um problema para você, - falou - ou seria mesmo assim?

— Eu não sei. - respondeu Levi depois de pensar um pouco - Eu não posso contar certas coisas sobre o meu Clã.

— Então existem regras... - murmurou Pixis depois de um breve silêncio - Se o seu Clã descobrir que vazou informações, você será punido e a pessoa que sabe de algo morrerá, certo?

O cavaleiro ficou em silêncio por alguns segundos antes de assentir com a cabeça.

— Entendo. - murmurou Pixis - Existe alguma regra sobre você escrever tudo o que sabe para o seu Clã?

O cavaleiro assentiu novamente.

— Você diz que não contou nada de importante sobre o sr° Smith, - continuou Pixis - ou seja, apenas revelou que era o tutor de Eren, certo?

O cavaleiro assentiu mais uma vez.

— E isso não seria uma informação vaga? - questionou Pixis - Eles não podem puní-lo, pois você não aprofundou e deu a entender que sabe pouco sobre o sr. Smith. Se você der uma localização vaga, eles não poderão puní-lo ou nos matar porque nós, eldianos, não saberíamos onde exatamente fica. - fez uma breve pausa - Ou melhor, nós faremos um juramento de não revelar que sabemos algo do seu Clã.

Os olhos azuis cinzentos de Levi brilharam minimamente.

— Em outras palavras, - murmurou o cavaleiro, pensando no que Pixis dissera - você quer que eu burle de novo as regras? Você tem ideia de que eles podem descobrir?

— E por acaso eles sabem que você já burlou uma regra? - questionou Pixis tranquilamente e o cavaleiro manteve-se quieto - Eles não sabem e continuarão a não saber se todos manterem como um segredo, principalmente você, Levi, se quiser continuar fazendo o que deseja.

Pixis voltou se olhar no espelho, tocando numa ponta do seu bigode.

“Nada mau”, pensou Levi, um pouco impressionado. Pixis chegou numa maneira de tirar a informação do jovem Ackerman a partir de uma lógica trapaceira com uma chantagem emocional.

Keith, Pixis e Erwin eram cautelosos e não contariam por protegerem a própria vida. O jovem príncipe ainda era uma criança e falava o que pensava, mas o cavaleiro acreditava que o outro pensaria duas vezes antes de falar algo sério.

Já Levi, Pixis percebeu que o garoto protegeria Eren porque queria, não apenas por causa do seu trabalho. Pixis raciocinou que era mais provável o cavaleiro manter segredo de certas coisas usando o jovem príncipe como chantagem.

“Nada mau mesmo”.

— Além da cidade. - revelou Levi, calmo.

Pixis sorriu para o reflexo do cavaleiro no espelho.

— Daqui até a cidade daria umas seis horas. - calculou o mordomo - Se é além da cidade, então seria mais de seis horas só de ida.

— A probabilidade de que o assassino era um Ackerman é nula. - concluiu Erwin num murmúrio - Uma viagem de ida e volta seria mais que doze horas. Não bate com o horário em que o meu pai foi atacado.                              

— E então, senhor Shadis? - falou Pixis voltando-se ao mordomo com um sorriso mínimo - Tem algo que gostaria de falar?

Não era uma pergunta, mas uma ordem. Keith encarou Levi.

— Se você pensar em trair o Eren...

— Eu não farei isso. - interrompeu Levi rapidamente.

— Ele nunca vai fazer isso! - concordou Eren, irritado com o mordomo - Eu confio no Levi!

— Que seja. - resmungou Keith e respirou fundo - Ainda não estou convencido, mas não há nada o que fazer por agora. Irei avisar sobre a situação para o pai do Eren, mas não pedirei a expulsão de Levi Ackerman.

O mordomo saiu da sala de jantar, deixando um certo príncipe com um grande sorriso no rosto..

Pixis guiou Erwin para o último quarto de hóspede da mansão enquanto Eren e Levi saíam da sala de jantar logo atrás. Quando o empregado e o garoto loiro subiram a escada, o jovem príncipe começou a contar o motivo de ter descido até a sala de jantar:

— Eu acordei quando escutei a Srª Kirstein bater uma porta. Vi que você não estava mais no meu quarto e desci para saber onde você estava, então eu vi que a Srª Kirstein estava indo até a sala de jantar e segui ela. Aí eu vi que você estava encurralado, Levi, por isso esperei pelo momento certo de tirar você de lá.

Então o jovem príncipe parou ao girar para ficar cara-a-cara com o cavaleiro.

— Eu fui útil? - perguntou Eren com olhos inocentes.

Levi piscou os olhos, impressionado com o que Eren contara. Além de mimado, ele sabia aproveitar cada oportunidade.

— Eu... - murmurou o cavaleiro - Acho que sim.

Eren sorriu de orelha a orelha.

— Então estamos quites! - exclamou.

— "Quites"? - repetiu Levi, confuso. Ele não conhecia essa palavra - Como assim?

— Você me salvou na biblioteca e agora, eu salvei você!

Levi não soube o que responder. Estava surpreso, pois não havia parado para pensar mais a fundo na intervenção de Eren naquela hora. Se ele não tivesse aparecido, o garoto de olhos azuis cinzentos teria sido expulso no dia seguinte e, em menos de vinte quatro horas, seria morto por desonrar o Clã Ackerman. Como o jovem príncipe apareceu, o Cavaleiro Real foi salvo.

"Salvo...", pensou Levi. Era uma palavra que soava estranha para ele, mas parecia se encaixar perfeitamente sobre o que sentira naquele momento. Por um segundo pensara que não havia mais opções e, no outro, um novo caminho tinha sido revelado para ele; uma salvação.

Os primeiros raios solares da manhã de verão iluminaram o salão de entrada da mansão, fazendo o sorriso inocente de Eren parecer mais radiante. Uma leve sensação calorosa surgiu no interior do cavaleiro, fazendo-o estender uma mão e afagar a cabeça do jovem príncipe.

— Sim, Eren. - murmurou Levi com uma voz cansada - Você me salvou.

Eren estava surpreso demais para reagir de imediato. Quando Levi recuou um passo e voltou-se em direção da escada, o jovem príncipe segurou o braço do outro com a intenção de pará-lo.

— Por que você tem que seguir as regras do seu Clã? - questionou ele.

Levi suspirou, soltando calmamente a mão de Eren do seu braço, mas o jovem príncipe não permitiu.

— Porque eu tenho um dever. - respondeu o cavaleiro, desistindo de soltar-se - Apenas isso.

— E se você não cumprir, você vai ser morto, não é? - falou Eren com os olhos brilhando de preocupação - Isso não está certo. Por que tem que ser assim?

Levi não tinha parado para pensar profundamente sobre o sistema de seu Clã até aquela madrugada, durante a discussão na sala de jantar. Ele já começava a perceber as falhas, como era fácil de burlar as regras desde que não fosse descoberto. Também começou a perceber as correntes que amarravam inconscientemente o cavaleiro ao Clã Ackerman, mas eram correntes que não podiam ser quebradas.

O sangue Ackerman é sempre mais forte.

Levi franziu as sobrancelhas tentando ignorar as pontadas de dor de cabeça. Eren soltou o braço do cavaleiro.

— Você não pode contar, não é? - murmurou o príncipe, cabisbaixo - Nem mesmo para mim?

Ergueu os olhos verdes entristecidos.

— Não confia em mim? Eu prometo que não conto para ninguém...

Eu confio no Levi!

A expressão no rosto do cavaleiro suavizou-se.

— Um dia eu contarei tudo para você.

Eren inclinou a cabeça para o lado, surpreso.

— Mesmo? - indagou o príncipe.

— Mesmo. - respondeu o cavaleiro.

— Promete?

— Prometo.

Eren sorriu radiante.

*

— Não!

Eren correu e abriu os braços na frente da porta do quarto de Levi, impedindo a passagem de Keith. O mordomo apareceu no corredor no meso instante em que o jovem príncipe saíra do seu qaurto

— Eu não estou brincando. - falou Keith duramente - Saia da frente, Eren.

— Não! - brandou o príncipe novamente - Você não irá mais perturbar o Levi!

— Eu preciso falar com ele. - retrucou Keith

— Levi está dormindo!

Keith apenas encarou o garoto de olhos verdes antes de ir embora, as mãos juntas atrás das costas. Eren cruzou os braços, irritado, mas logo mudou de postura ao olhar a quarta porta do corredor, que estava entreaberta. O jovem príncipe conseguia ver a figura de Armin por baixo de uma colcha, soltando soluços baixos.

A memória de uma semana após a morte de Carla passou pela mente do jovem príncipe. Armin estava ao seu lado, ajoelhado no chão do jardim em silêncio, numa maneira de consolar Eren, que também estava ajoelhado. Haviam acabado de jogar as cinzas e o príncipe andou silenciosamente pelos jardins à procura de um momento totalmente sozinho, mas não teve o que queria porque o loiro viera amigavelmente até ele. Eren não teve vontade de expulsá-lo por mais que quisesse, mas depois ficou grato com a presença de alguém.

Eren tinha uma boa amizade com Armin por terem a mesma idade e alguns assuntos em comum, porém, toda vez que olhava para o loiro, o moreno lembrava-se daqueles dias de luto e se tornava introvertido.

Eren balançou a cabeça, afastando os seus pensamentos. Abriu a porta do quarto de Armin e fechou-a, ficando com as costas encostadas na madeira. Depois de mais alguns soluços, o garoto loiro levantou a colcha da cabeça e encarou o outro com os olhos azuis cheios de lágrimas.

— Eren?

Armin fungou e esfregou o nariz com as mãos, logo em seguida forçando um sorriso alegre.

— O que você está fazendo aqui? - perguntou.

Eren não respondeu. Andou até o loiro e sentou-se na cama ao seu lado, olhando para o chão a sua frente. Armin piscou os olhos, inclinando levemente a cabeça para o lado.

— Você ainda quer conhecer o mundo? - perguntou Eren.

Armin assentiu com a cabeça. O garoto loiro sempre falava na vontade de conhecer as terras e os mares além do Reino Marley, assim como os seus pais, que viajavam muito por causa do trabalho.

— Então, - murmurou Eren - quer começar pela cidade?

Armim arregalou os olhos com surpresa. Ele nunca visitara a cidade, pois seus pais viajavam bastante e ficava com o seu tio, srº Smith, numa casa no meio da floresta que não ficava muito longe da mansão do Eren.

— E-Espera, Eren! - gaguejou Armin, nervoso- V-Você não pode sair da mansão!

O loiro sabia que o moreno era um príncipe bastardo.

Eren torceu o nariz.

— Eu sei. - resmungou - Estou falando mais para frente.

— Q-Quando? - questionou Armin, ainda gaguejando.

— Eu estava pensando quando tiver uns doze anos, - respondeu Eren, olhando para cima de forma pensativa - então Levi teria perto dos dezesseis anos. Segundo a lei, ele estaria responsável por mim, então eu poderia... - o moreno olhou para o loiro - O que foi?

Armin exibia uma expressão séria em seu rosto manchado de lágrimas, mas os seus olhos azuis como o oceano estavam secos.

— Você vai usar o seu guarda-costas para sair da mansão?

Eren arregalou os olhos.

— Claro que não! - protestou indignado - Eu nunca usaria um amigo! Eu só...

A sua voz sumiu. Eren revirou os olhos para o lado, fazendo uma careta engraçada ao cair a ficha sobre o seu plano. Armin reprimiu uma risada.

— Eren, você tem que pensar bem antes de fazer alguma coisa.

— Mas eu penso! - retrucou Eren, irritado - De vez em quando, mas ainda penso!

— Enfim, - murmurou Armin, mudando de assunto - você sabe onde está o Erwin?

A irritação no rosto de Eren foi substituída por uma expressão atônita, mas logo depois um sorriso formou em seus lábios

— Ele está dormindo. - respondeu - Você dois podem ficar na minha mansão pelo tempo que quiserem.

Um sorriso mínimo se formou nos lábios de Armin.

— Obrigado. - agradeceu puxando a colcha mais perto de si - Eu vou ficar.

Então, os dois permaneceram em silêncio igual a anos atrás nos jardins da mansão.

*

Erwin não dormira ao longo do dia por mais que estivesse exausto. A sua mente não estava em paz. O garoto loiro ficou olhando para o teto enquanto mergulhava em seus pensamentos, segurando o diário de seu pai ao peito com os braços.

O quarto estava com as janelas fechadas, impedindo que o garoto loiro tivesse noção do tempo. A roupa de cama estava levemente amassada, mas ainda permanecia arrumada. O armário estava fechado como se não tivesse sido tocado e a mesa ocupada por uma bandeja vazia.

Erwin deitou na cama logo quando entrou no quarto de hóspede e releu o diário. A cada página que revirava, as memórias de quando viu o seu pai ensaguentado no peito voltavam diante de seus olhos azuis como se fosse um filme. Ainda não conseguia acreditar no que acontecera por mais que as lembranças do ocorrido fossem claras. A princípio não conseguiu compreender o motivo do srº Smith ser alvo dos nobres logo agora, porém quanto mais relia as linhas escritas no diário mais evidente ficava.

Erwin levantou-se da cama, pegando o lençol com uma mão e segurando o diário com outra, e saiu do quarto, deparando-se com a noite afora da janela. Não via nenhum empregado estava passando pelo corredor, então desceu a escada e seguiu em direção da cozinha. O cômodo não estava iluminado por velas, mas estava visível graças a luz natural da lua. A adega nos fundos da cozinha parecia escondida na escuridão enquanto uma porta na lateral recebia destaque pela luz refletida no cadeado.

Erwin estendeu o lençol numa bancada e deixou o livro ao lado. Dirigiu-se para os cestos em cima da bancada da frente e pegou algumas frutas e hortaliças. Colocou os alimentos e o diário em cima do lençol e pegou as duas pontas do tecido, formando um saco ao fazer um nó. Pegou o saco improvisado e passou por cima de um ombro, voltando-se para a saída da cozinha.

Quando estava para colocar um pé no salão de entrada, Erwin voltou-se rapidamente para a porta trancada por um cadeado. Engoliu em seco, sentindo um calafrio percorrer pelas suas costas. Já estivera várias vezes na cozinha quando visitava Eren com o seu pai e a sua intuição gritava para ficar longe daquela parte da parede, porém não resistia a vontade de dar uma olhada e questionar o que estaria por trás daquela porta.

Erwin decidiu escutar mais uma vez a sua intuição. Seguiu para fora da cozinha e foi em direção da porta de entrada da mansão, girou a maçaneta e foi recebido pela brisa fria da noite. Apertou com força as pontas do saco improvisado e andou até a estrada de terra.

Erwin parou subitamente no meio do caminho.

— Eu sei que você está aí, Levi Ackerman.

Levi surgiu por trás de um dos arbustos do jardim, aparecendo atrás de Erwin, que virou-se para o cavaleiro.

— A sua intuição é assustadora. - comentou Levi com as mãos nos bolsos do sobretudo preto. O seu rosto era inexpressivo e os seus olhos azuis cinzentos brilhavam com frieza - Por um momento, eu achei que tinha me achado na cozinha.

Erwin sorriu minimamente.

— Talvez eu tenha percebido que você estava lá, mas eu não sei dizer com certeza. - disse ele, tranquilo - O que fazia na cozinha?

— Não é da sua conta, - respondeu Levi com uma calma fria - mas com certeza eu não estava furtando a mansão.

Os seus olhos azuis cinzentos foram para o saco improvisado. Erwin apenas deu de ombros, mas não falou nada. Caminhou novamente para a estranha, mas foi forçado a parar quando Levi parou diante dele, impedindo a sua passagem.

— Por quê? - questionou Levi, franzindo as sobrancelhas numa expressão fria e indecifrável - Keith falou que você e Armin podem ficar na mansão. Eren também falou a mesma coisa.

— Você não entenderia. - retrucou Erwin, apertando mais uma vez o lençol, sentindo o peso do diário em suas costas - Eu não posso ficar aqui. Eu tenho que descobrir a verdade.

— A verdade? - repetiu Levi, soando um pouco intrigado - Tem a ver com o diário do seu pai?

Erwin hesitou por um momento, mas assentiu com cabeça.

— Eu preciso saber mais a fundo o que o meu pai estava procurando. - revelou ele com um tom leve de amargura na voz - Afinal, ele foi morto por esse motivo.

Levi revirou os olhos para o lado, um pouco cabisbaixo.

— Não foi culpa sua. - falou Erwin tranquilamente - Eu tenho certeza disso. Minha intuição diz para confiar em você.

O cavaleiro franziu a testa, voltando a sua atenção para o loiro, mas ficou em silêncio. O garoto loiro suavizou a expressão ao exibir um sorriso.

— Eu não vou me arrepender das minhas decisões por mais arriscadas que sejam. - falou ele - Também espero que não se arrependa das suas.

Dito isso, Erwin passou pelo cavaleiro e caminho para a estrada, seguindo em direção de um destino que nem ele mesmo sabia qual era.

Levi não olhou para o garoto loiro. Já havia tomado a sua decisão há muito tempo e a discussão durante a madrugada serviu como um reforço sobre o que decidira. Agora, apenas restava ao cavaleiro seguir em frente sem arrependimentos.

Levi voltou para a mansão.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado e se quiser comentar algo, fique a vontade para deixar um comentário :)



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