Atravessando a tela escrita por Saaimee


Capítulo 1
Parte I


Notas iniciais do capítulo

3ª fic do projeto!
Boa leitura!



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Era outra manhã comum na estação de trem. Pessoas, com suas bolsas em bancos, liam as notícias no celular, outras faziam apresentações de seus talentos em busca de alguns trocados e havia aquelas que esperavam impacientes próximas da linha amarela sem ver nada ao redor.

O rapaz de calça jeans e blusa vermelha xadrez, olhava os documentos que tinha acabado de imprimir. Checava atentamente qualquer erro que pudesse ter cometido na noite anterior enquanto buscava desesperadamente terminar o trabalho. Sabia que se encontrasse algum problema, não teria tempo de arrumar, porém queria garantir uma desculpa quando entregasse ao professor.

Seus olhos castanhos se desviaram, cansados, procurando por rostos ao redor na tentativa de acalmar sua ansiedade. Notou, não muito distante dele, um homem parado fitando intensamente o trilho do metrô. Percebeu, também, que seus pés quase ultrapassando a linha de segurança.

Em sua mente, perguntas carregadas de negatividade começaram a surgir. Sua cabeça caiu para o lado, ponderando a situação enquanto observava melhor o físico do rapaz.

— O cabelo dele é igual do Naoki...

Não conseguia ver seu rosto, mas via o moicano roxo, que descia com uma cauda por sua nuca, e as roupas pretas desajeitadas no corpo como se tivesse se vestido com pressa antes de sair de casa.

Em meio a comparações, viu o homem dar um passo à frente como se estivesse enfeitiçado pelos trilhos. Os olhos do moreno se estreitaram, se questionando o que aquela pessoa pensava em fazer e seu coração congelou imaginando o pior.

Em desespero, olhou ao redor procurando por mais alguém que também estivesse vendo aquilo, mas não encontrou ninguém. Todos estavam ocupados com seus próprios problemas nas telas de celulares.

— Não é problema meu... Não é problema meu – percebendo que também tinha coisas para lidar, repetiu, desviando o olhar de volta para seus papéis. — Eu já tô ocupado demais aqui.

Batendo o pé no chão nervosamente, fitou as letras no papel branco sem conseguir entender qualquer uma das palavras. Se forçou para manter os olhos presos ali, mas não conseguiu. Sua cabeça se ergueu lentamente, procurando o homem, o vendo ainda parado na mesma posição.

— Merda... – Estalando a língua, apertou os documentos e caminhou em sua direção com passos firmes. — Licença, moço. Tá tudo bem? – Sua voz parecia irritada o suficiente para afastar qualquer um que a ouvisse, mas, nessa situação, conseguiu atrair os olhos do homem.

Ele se virou, devagar parando de frente para o jovem. Seu rosto parecia calmo, entretanto seus olhos se arregalaram assim que se viram.

— Você?!

— Você?!

Suas vozes altas gritaram ao mesmo tempo em pânico e, logo em seguida, o silêncio os tomou.

O som das conversas ao redor, as músicas misturadas e os anúncios na estação, era tudo o que ouviam enquanto seus se encaravam tão surpresos que seus coração começaram a gritar.

O rapaz de cabelo roxo era realmente quem pensava ser e o rapaz de cabelo castanho curto, ajeitado e irritante também era quem o outro costumava ver todos os dias na tela de seu celular.

— Que porra tá fazendo aqui? – O roxo perguntou, ainda sem mudar a expressão assustada. Não conseguia acreditar em seus olhos.

— Eu? Eu ia te perguntar isso!

— Que? Eu moro aqui.

— Que- – O moreno se interrompeu. A expressão assustada se tornou confusa e o silêncio o fez perguntas. — O que? Mas você não disse que era da Inglaterra?

A questão fez o rosto do maior se contorcer sem entender nem a pergunta, nem a seriedade no rosto do rapaz. Até que sua ficha caiu, se lembrando de quando conversaram pela primeira vez no chat de um jogo qualquer.

— Ah. Verdade… Eu menti – um sorriso culpado cruzou seus lábios vendo o rapaz o encarando descrente. — Eu não sabia quem vocês eram, como eu ia confiar? – Questionou jogando os braços para cima. A conversa estava se tornando agitada, atraindo alguns olhares incomodados com seu volume. — Mas eu também não sabia que você era da mesma cidade que eu. Que porra...

— Eu-

Sua fala foi interrompida pelo anúncio na estação, avisando que o próximo trem estava se aproximando. Os olhos do rapaz fitaram o nada, atraindo a atenção de Naoki.

— Thony?

— Porra... – Arrumando os papéis na bolsa, resmungou. — Eu tenho que ir.

— Pra onde?

— Faculdade.

Correndo sem saber o que estava fazendo, Thony se foi em direção a fila, deixando o outro para trás sem nem dizer tchau.

Naoki o assistiu. Viu o transporte chegar e o rapaz entrando no meio da multidão. Ouviu os avisos e a porta se fechar. Mais uma vez, sua ficha finalmente caiu.

Passando uma mão pelo cabelo, viu o transporte passando por ele e então percebeu que aquilo era real. O rosto em seu celular o julgando todos os dias enquanto se xingavam estava ali. E agora tinha acabado de sumir.

— Porra.

Em disparada, correu em direção a entrada da estação, atropelando pessoas, sem dar atenção a seus gritos aborrecidos. Sabia onde o rapaz estudava, já tinham falado sobre isso antes. Precisava ver ele de novo.

Sentado em um banco solitário no meio do campus, Naoki suspirava, sentindo-se idiota por ter corrido daquele jeito.

Tinha conseguido driblar a segurança e, apesar de sua aparência desleixada, ele não chamava muita atenção por entre os estudantes. Ainda assim, se sentia péssimo por estar ali.

Não era inteligente como aquele bando de jovens andando com livros e falando línguas que ele nem entendia. Também não tinha dinheiro para se exibir com três celulares como outros faziam. Estava ali com suas roupas velhas, cheias de rasgos e bolinhas, o cabelo bagunçado e o rosto preocupado. Ninguém o olhava, mas ele sabia que aquele não era seu lugar.

— Tem a porra de um evento acontecendo agora e eu tô aqui – reclamando, chutou o chão sentindo a ansiedade tomar conta de seu peito.

Seu rosto se levantou procurando por luz, na tentativa de se acalmar, e encontrou, não tão distante dali, o jovem de camisa vermelha caminhando apressando com livros na mão e a bolsa batendo na cintura.

Um sorriso surgiu sem que Naoki percebesse e logo estava correndo em sua direção.

— Ei! – Gritou no meio do caminho.

Thony parou, olhou para trás e seus olhos se arregalaram assim que o viu. Não esperava o ver ali. De jeito nenhum.

— ...que porra você tá fazendo aqui?

— Eu... Eu não sei – respondeu olhando para os lados, percebendo finalmente que não sabia o porquê tinha corrido sem parar e feito tudo o que fez só para vê-lo. — Eu queria conversar mais...

A resposta soou como uma pergunta inquieta de um jovem perdido. Thony o olhou em silêncio. Agora, parado a sua frente, Naoki parecia um cão que tinha acabado de ser jogado na rua depois de passar anos em uma casa vazia. Era estranho para ele pensar assim sabendo da vida abandonada que o jovem tinha.

Seus ombros caíram derrotados e um longo suspirou escapou de seus lábios. Sua mão correu para o bolso da calça, pegando o celular para ver a hora.

— Foi mal. Eu tenho que trabalhar – sua voz soou mais decepcionada do que seu rosto mostrava.

— Sério?

— É – respondeu, guardando o celular e vendo o olhar tristonho a sua frente.

Era claro que Thony não podia simplesmente ficar ali para conversar, tinha contas para pagar! Porém, não podia negar a vontade que sentiu de jogar tudo para o lado e se sentar em um banco qualquer com o rapaz.

Não era como se ele realmente quisesse falar com Naoki. Afinal, tudo o que faziam quando estavam online era discutir e se atacar, mas vê-lo ali na sua frente, vendo de verdade, o fez querer ficar mais um pouco.

— ...que horas você sai? – Tímido, incerto se deveria perguntar, Naoki falou coçando a nuca.

Thony não deveria dizer.

— ...às 5.

Mas disse mesmo assim.

— Ok...

Um silêncio ligeiramente constrangedor caiu sobre eles. Seus olhos se prenderam um no outro sem saber o que estavam fazendo ou o porquê estavam agindo assim.

Tantas vezes, tarde da noite quando o grupo todo estava online, eles conversaram sobre se conhecer na realidade. Faziam planos de viagens sem qualquer base sólida, imaginavam reações e até viam um futuro impossível onde estariam morando um ao lado do outro. Mas, agora, parado frente a frente, nada daquilo aconteceu. Estavam em pânico com a euforia de sentimentos tomando conta de seus corpos.

— Eu vou te dar o endereço. Não precisa me seguir – tossindo, Thony quebrou o silêncio.

— Valeu.

O moreno se aproximou, pegando uma caneta fácil na bolsa e abriu o caderno. Naoki o viu parar poucos centímetros a sua frente sem olhar para ele. Era bem menor, devia ter 1,70. Seu cabelo parecia macio e até pôde sentir o cheiro do perfume fraco em seu corpo. Era igual na foto de perfil, mas a sensação era diferente.

— Aqui – Thony olhou para cima, entregando o papel e percebeu o rosto pálido de olhos arregalados e lábios abertos o olhando surpreso. Notou como era alto, o 1,80 que disse no grupo outro dia era verdade.

Naoki pegou o papel e leu a letra redonda do rapaz, admirado com sua delicadeza antes de notar que o local não era tão distante dali. Thony acenou com a cabeça e começou a andar em direção a saída, deixando o jovem para trás, ainda absorto na realidade.

Naoki tinha voltado para casa, cuidado de alguns assuntos em seus jogos e tentado se ajeitar o melhor que pôde antes de poder ir até o endereço no papel.

Não era muito longe de onde morava, levou só alguns minutos para chegar lá... Correndo.

Com as mãos no bolso, caminhou pela rua, vendo da janela as pessoas sentadas em cadeiras com roupas bonitas, tirando fotos de suas bebidas, e outras com laptops digitando algo enquanto ajeitavam gravatas. Por fim, Thony, parado no balcão com um sorriso gentil que Naoki nunca tinha visto antes.

Suas sobrancelhas se ergueram e então notou seu reflexo no vidro. Sua cabeça virou para o lado e um suspiro cortou seus lábios. Devagar seus pés se arrastaram, chutando pedregulhos em direção a um beco em frente aquela loja.

Se sentando sem se importar com a sujeira da rua, ele suspirou novamente.

— Merda... – apertando as mãos, notou seus dedos trêmulos. — Eu tô nervoso de novo... Merda.

Não demorou muito para o relógio marcar 5h10 e Thony finalmente sair daquele local com sua roupa simples de sempre.

 

Esfregando uma mão na outra, sem nem sentir frio, parou em frente do estabelecimento, olhando para todos os lados em busca do rosto familiar. Não conseguia o encontrar até que, por curiosidade, olhou no beco a frente e viu o cabelo roxo iluminado fracamente pela luz do poste.

Seus lábios se abriram, mas não houveram palavras para descrever o que sentiu. Novamente, lembrou do cão abandonado.

Balançando a cabeça, atravessou a rua com cuidado, parando ao seu lado, sem atrair seus olhos ocupados demais olhando as próprias mãos.

— Ei – chamou em tom calmo. Naoki ergueu a cabeça.

— Oh... ei – se levantando rapidamente, respondeu, tentando limpar a roupa.

— O que tá fazendo aqui?

— Nada. Esperando – falou, desajeitado como sempre, fazendo o outro balançar a cabeça.

— Algum lugar que quer ir?

— Ah... – olhou ao redor procurando por respostas rápidas enquanto Thony o observava. — Foi mal. Eu não conheço muitos lugares... Não sou de sair.

— Eu sei.

Arrumando a franja, respondeu dando alguns passos para o lado, fazendo o outro o seguir como um cão perdido.

— Vem comigo.

Sem dar tempo para questionamentos, o moreno começou a andar. Naoki deu alguns pulos largos para alcança-lo e logo estavam andando lado a lado, em silêncio, constrangidos e nervosos.

Era a primeira vez que se viam na vida real, era a primeira vez que sentiam que eram reais. Estava estampado em seus rostos que a única coisa que pensaram o dia todo foi um no outro, buscando meios de se acalmar e parecer menos idiota.

Mais alguns minutos de silêncio e finalmente chegaram a uma lanchonete no final da rua. O local era iluminado por luzes de neon brilhando um nome curto no telhado. Não parecia muito grande e estava vazio o suficiente para ser confortável.

O empurrão na porta fez o sininho chamar a atenção das garçonetes.

— Oi, Thony!

Uma das moças chamou sorridente. O rapaz olhou em sua direção, acenando com um sorriso, já se conheciam há tempos.

Naoki andava atrás dele, encolhido como se quisesse se esconder, porém observava tudo. Tinha visto o olhar contente no rosto dela e a voz gentil de Thony deixar escapar um riso. Por um instante, se sentiu sozinho.

O rapaz os guiou até uma mesa no canto, ao lado da janela, e colocando a bolsa no banco, se sentou. Naoki sentou no banco da frente, ainda com os ombros tensos.

A mesma moça de antes se aproximou, parando ao lado da mesa com um bloco de notas e uma caneta nas mãos.

— Você... Não vai estudar hoje? – Olhando a mesa vazia e o rosto inquieto de Naoki, perguntou.

— Não, Grace. Jantar mesmo.

— Que bom. O mesmo da última vez?

— Sim e pode trazer dois pratos.

— Pode deixar.

Naoki não olhou para ela, preferiu ficar fitando os pôsteres nas paredes, mas ouviu a conversa. Thony provavelmente visitava a lanchonete todas as noites quando saía do trabalho para terminar as coisas da faculdade.

Seus olhos se desviaram em direção ao jovem a sua frente que olhava para o corredor despreocupado. Thony era a pessoa que mais controlava o grupo quando as coisas esquentavam. Sempre pareceu ótimo em tomar as rédeas das conversas e nunca deixava o chat vazio. Então não deveria ser surpresa que na vida real ele se mostrasse tão social.

— Você não comeu ainda, né?

A voz assustou o maior que pulou da cadeira, desviando o olhar para a janela. Thony não entendeu a reação e menos ainda o avermelhado nas bochechas dele.

— Não...

— Nem almoçou?

— Ah... Eu fiz um sanduíche – falou mostrando um sorriso orgulhoso.

— Com as coisas que os ratos trouxeram?

— Que? Ah, não, caralho – falou ao se lembrar das piadas tontas que faziam no chat quando inventaram a história sobre Naoki treinar os ratos que invadiam sua casa para roubar comida. Vendo Thony rir, ele desviou o olhar. — Cala boca.

Thony olhou para o rapaz. Era estranho insultar ele de frente e ainda mais estranho ver o jeito acanhado longe do PC. Nos chats, Naoki era o segundo que mais falava — depois de Sis — e sempre achava um jeito de irritar todos e convence-los a jogar alguma partida com ele. Mas, ali, ele parecia um rapaz amedrontado que não se sentia parte de nada.

— Aqui, meninos – a jovem voltou com as bandejas, colocando os pratos na mesa. — Boa janta pra vocês.

— Valeu, Grace.

— Que- – Naoki viu o prato cheio e se virou para Thony. — Não precisa disso. Não tem que me mostrar piedade.

— Cala a boca, Naoki. Eu tô com fome e nervoso pra caralho de ter te encontrado – confessou, pegando os garfos sem olhar no rosto do outro. — Eu não sei o que fazer ou o que dizer então só come comigo e fica quieto.

Era a primeira vez que Thony tinha falado tanto desde que se viram naquela manhã e era a primeira vez que tinha notado que o rapaz estava tenso assim como ele. Era diferente do rapaz composto e inteligente do whatsapp.

Sem escolha, o maior pegou os talheres e deu uma chance a comida. Estava morrendo de fome mesmo.

Comiam rápido sem saber o que falar. Depois comiam devagar sentindo o estômago ser preenchido pela ansiedade. Abriam a boca para dizer algo, mas a fechavam com um bocado de comida os calando.

— Que inferno – Naoki reclamou com a boca cheia. — A gente se fala faz mais de um ano e agora não tem nada pra falar.

— Eu não esperava isso também – Thony respondeu, engolindo com dificuldade. — Isso é tudo demais pra mim.

— Pois é.

— Você é real e isso tá me enlouquecendo.

— Claro que eu sou real! Minhas contas podem ser falsas, mas eu sou real.

O jeito nervoso acabou os fazendo rir no final da conversa. Não conseguiram falar muito, mas puderam aproveitar um pouco mais a companhia um do outro e saber que realmente estavam ali.

 

Depois de pagar a conta, Thony os guiou para fora dali. O ar fresco da noite os acolheu aliviando o calor intenso em seus peitos preocupados.

— A gente nem conversou.

— É...

— Acha que... A gente devia tentar se falar amanhã de novo? – Thony perguntou sem jeito e Naoki se virou para ele quase desesperado.

— Sim!

— Ok…

Novamente, o silêncio constrangedor os pegou. Deram alguns passos saindo da frente da lanchonete quando Thony se lembrou de algo.

— O que você tava fazendo na estação hoje?

— Hm?

— Quando eu te chamei.

— Ah… Eu tinha perdido uma moeda.

A resposta foi dada tão casualmente que fez Thony parar de andar para o encarar incrédulo.

— E tava pensando se eu deveria pular ali e pegar ela.

A conclusão fez ainda menos sentido fazendo Thony piscar com os olhos arregalados.

— No final acabei esquecendo da moeda – concluiu, coçando a cabeça, se lembrando do momento em que saiu correndo.

— Meu Deus, Naoki, é sério isso?

— Ia ser rápido – respondeu, sem entender o rosto preocupado que o olhava. — Eu não ia morrer ali... Eu acho...

— Meu Deus, você é muito burro.

— Cala a boca!

Naoki parecia emburrado com o insulto, mas Thony não teve culpa. Aquela falta de bom senso do rapaz era preocupante e o fez questionar como ainda estava vivo todo esse tempo morando sozinho.

— Ah... – Naoki resmungou, agora se mostrando envergonhado, desviando a atenção de Thony — Valeu pela comida. Eu vou te pagar.

— Não. Tá tranquilo.

— Eu posso te pagar-

Thony o interrompeu levantando uma das mãos. Um sorriso gentil cruzou seus lábios. O silêncio se instalou, mas dessa vez não pareceu constrangedor.

— Essa é... É a primeira vez desde muito tempo – começou a falar e logo desviou o rosto envergonhado — que eu posso comer junto com alguém.

A confissão fez o maior se surpreender. Seus lábios se abriram e seus olhos se prenderam no rapaz. Ele também era sozinho.

— Então... Obrigado.

Naoki sorriu. E tomado pela coragem deu um passo à frente.

— Posso te encontrar na estação amanhã?

— Claro.

— No mesmo horário que hoje?

— Pode ser.

— Ok.

— Então... – Sem jeito, Thony falou sentindo que já estava tarde e deveriam voltar para suas casas.

— É... Até amanhã?

— É… Tchau – dando um passo para o lado, falou vendo o outro se afastar ainda o encarando.

Naoki sorriu e se virou correndo no meio da noite escura para só Deus sabe onde. Thony o assistiu e então suspirou sem saber se esse dia tinha realmente acontecido ou não.


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Notas finais do capítulo

Eu amo meus filhos T.T

Obrigada por ler.



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