O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 8
Melissa


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O Legado, esperam que estejam gostando da história, e leitores fantasmas apareçam, adoro conhecer pessoas novas.
Se vocês não perceberam, atualizei a opção de notas da fic, no qual adicionei a playlist, o dreamcast e a minha comunidade no face, que sempre está cheia de novidades sobre as minhas fics.
Sem mais delongas aproveitem o capitulo de hoje, beijos.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.



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Mal havia conseguido dormir depois que tomei a minha decisão ontem à noite, assim que estava pronta desci para tomar café da manhã.

—Está tudo bem Mel? - minha mãe questionou me estudando com o olhar.

—Estou mãe, porque? -questionei me servindo de um pouco de suco antes de me sentar para tomar café, em seguida mandei uma mensagem para Theo, avisando que estava a sua espera.

—Por nada. O Theo vem buscar você? - ela questionou desviando do assunto enquanto cortava uma fatia de bolo para ela.

—Vem, ele só está terminando de tomar café. -assegurei assim que terminei de ler a mensagem que meu irmão me enviou antes de passar geleia em minha torrada.

Assim que terminei de tomar café, subi correndo para escovar os dentes antes do meu irmão chegar, em seguida me despedi de minha mãe antes de entrar no carro de Theo.

—Ben me ligou ontem à noite, perguntando sobre o seu contrato de admissão e as punições de uma possível quebra. - Theo disse me tirando dos meus devaneios e virei para vê-lo.- Está pensando em pedir demissão?

—Considerei essa opção depois de ontem, e ele me garantiu que não sofreria qualquer processo se me demitisse. Mas decidi continuar. - disse e meu irmão respirou aliviado antes de voltar a dirigir após o sinal abrir e sua reação me fez rir.

—Porque você parece tão aliviado com a minha decisão de não pedir demissão? - questionei curiosa e Theo respirou fundo antes de falar.

—Porque fiquei em uma posição difícil ontem. Fiquei dividido entre ser o seu irmão ou o advogado do conglomerado Thompson.

—E qual é a diferença entre os dois?

—Como seu irmão, quero te proteger de qualquer coisa, mas como advogado do conglomerado Thompson, tive que alertar meu cliente sobre a fortuna que iria perder com uma quebra de contrato, mas Benjamin não quis nem saber do meu aconselhamento e me pediu para que redigisse pessoalmente um documento que a isentasse de qualquer penalidade.

—Ele fez isso? - questionei surpresa e meu irmão concordou.

—Sim, o que é estranho. Sei o quanto Benjamin é justo, mas fazer um documento desses sem a autorização do concelho administrativo daria uma grande dor de cabeça a ele, talvez até uma possível advertência.

—Pensei que como dono dos laboratórios, ele teria algum tipo de autonomia sobre a administração. - disse confusa e meu irmão negou.

—Benjamin não possui todas as ações do conglomerado Thompson. O acionista majoritário é o doutor Elliot Thompson, pai dele, pois é o único herdeiro do fundador da empresa. Ele dividiu as maiores ações entre os filhos e cada um ficou responsável por alguma parte da empresa. Ária ficou com a administração do conglomerado, Benjamin pela rede de laboratórios e distribuição de medicamentos gratuitos e Ethan ficará responsável pela rede de hospitais, assim que seu pai se aposentar daqui há alguns meses. -meu irmão explicou enquanto nos aproximávamos do prédio do conglomerado Thompson.

—Entendo, mas achei que como administrador dos laboratórios, ele teria algum tipo de independência para decidir algo. - disse preocupada, afinal não queria que Benjamin se prejudicasse por minha causa.

— Não. Qualquer decisão só é tomada depois da reunião do concelho, na qual o doutor Thompson e os acionistas ficam a par de tudo o que acontece no conglomerado Thompson, a decisão final sempre será dele, mesmo depois que se aposentar.

—Então, pelo que entendi, Benjamin se arriscou muito ao pedir esse contrato para você? - questionei assim que meu irmão estacionou na sua vaga.

—Muito, o concelho pode entender como um desrespeito a autoridade deles, resultando em um possível processo administrativo para nós dois. - ele disse e me olhou por um tempo, como se estivesse procurando algo em meu olhar, e o fato de saber que meu irmão também poderia se prejudicar só me deixou pior.

—Prometo que não vou prejudicar nenhum de vocês. - jurei olhando nos olhos do meu irmão.

—Não me preocupo com isso Melissa, tudo que quero é que você esteja em paz com a sua decisão. Você está em paz com ela? - meu irmão questionou sério enquanto me olhava nos olhos e percebi a seriedade na sua voz.

—Sim. - disse séria e ele concordou antes de sairmos do seu carro e irmos em direção a empresa.

Cumprimentamos a todos pelo caminho até chegarmos ao elevador onde nos separaríamos, pois o elevador que me levaria ao andar dos laboratórios era totalmente diferente do que meu irmão usava para chegar até o andar do setor de direito.

—Te vejo mais tarde, tenha um bom dia. - meu irmão disse carinhoso antes de beijar a minha testa e pegar o seu elevador.

Respirei fundo e peguei o meu elevador, mas antes que o mesmo pudesse se fechar completamente vi Cíntia correndo na minha direção e apertei o botão que o impediu de subir.

—Obrigada Mel, você salvou o meu dia. - ela disse sem ar assim que entrou no elevador tentando equilibrar a bolsa em seu braço enquanto tentava colocar seus saltos.

—De nada. Dormiu de mais hoje? - questionei assim que o elevador se fechou e começou a se movimentar.

—A bolsa da minha irmã mais velha estourou ontem à noite e fiquei com as crianças enquanto ela estava no hospital. E foi uma noite longa, as crianças só dormiram depois que falaram com a mãe por vídeo chamada e conheceram o irmãozinho. - Cíntia disse enquanto tentava se equilibrar em um pé só para colocar seus sapatos e me ofereci para segurar a sua bolsa.

—Quantos sobrinhos você tem? - questionei e ela sorriu só de lembrar deles assim que terminou de colocar seus sapatos.

—Agora tenho três. Os gêmeos de oito anos, Pandora e Alex e o recém-nascido Ian. - ela disse sorrindo enquanto tirava seu celular da bolsa e me mostrava fotos das crianças. - Você tem sobrinhos?

—Só um, o Hunter, ele tem três anos e é filho do meu irmão mais velho. - disse suave antes de pegar meu celular e mostrar uma foto do meu sobrinho para ela.

—Olhe só para nós? Mostrando fotos dos nossos sobrinhos, como duas tias corujas. - Cíntia disse e foi impossível não concordar com ela enquanto o elevador parava em nosso andar. - Talvez, possamos marcar um dia para levar as crianças ao parque, o que acha?

—Eu adoraria.

—Ótimo, podemos combinar tudo no horário do almoço. -ela disse sorrindo e parou de andar o que me deixou confusa.

Sem entender, olhei para a frente e vi Benjamin com uma xicara nas mãos enquanto olhava algo em um tablet, pela reação de Cíntia não deveria ser comum ver o seu chefe por ali naquele horário.

—Bom dia senhoritas. - ele nos cumprimentou sorrindo assim que percebeu a nossa presença. - Cíntia, achei que tivesse entendido quando disse que havia lhe dado o dia de folga hoje.

—Achei que estivesse brincando. Foi por isso que madrugou hoje? - ela questionou enquanto nos aproximávamos de onde ele estava.

— Não, só queria adiantar algumas coisas antes da reunião do concelho. E seu sobrinho, nasceu bem? E a sua irmã, como está? -Benjamin questionou realmente interessado na família de Cíntia.

—Graças a Deus eles estão bem.

—Fico feliz. E da próxima vez que lhe dê o dia de folga, faça o favor de aproveitá-lo senhorita Lopes. - Benjamin disse sorrindo e Cíntia concordou suave antes dele se concentrar em mim.

Assim que sua atenção se voltou para mim, senti meu corpo inteiro se arrepiar como se estivesse andando na neve sem proteção. O que era estranho, pois nunca havia sentindo tais sensações por outra pessoa. Já havia me interessado por outros rapazes, mas minhas paixonites nunca evoluíram para nada, pois os homens da minha família faziam questão de amedrontar qualquer possível pretendente.

—Acho que temos um assunto para resolver Mel, se poder me acompanhar. - Benjamim pediu indicando sua sala e concordei antes de segui-lo.

Nos sentamos sem dizer uma palavra no sofá que havia ali, o mesmo sofá no qual quase nos beijamos ontem, o que fez meu coração acelerar com a lembrança.

—Depois da nossa conversa ontem, tomei a liberdade de conversar com meu pai sobre o seu possível desejo de se demitir, e ele me autorizou a ligar para o nosso advogado e pedir que redigisse o seu documento de demissão, livre de qualquer penalidade por quebra de contrato. - Benjamin disse pegando a pasta azul marinho com o logo da empresa antes de entrega-la a mim. - Leve o tempo que precisar para lê-lo, veja se está tudo certo antes de assiná-lo.

—Isso quer dizer que você está me demitindo? - questionei desviando os olhos da pasta para vê-lo e senti meus olhos arderem por causa das lágrimas que estava segurando.

—Na realidade não sei Melissa. - ele disse realmente sem saber o que estava fazendo. - Não quero que fique aqui por causa de um contrato idiota, quero que fique porque é o seu desejo. Sei o quanto é capacitada para o cargo, e o quanto pode contribuir com o crescimento dos laboratórios Thompson.

— A sua irmã me disse que você não queria um assistente. A minha demissão deveria ser comemorada por você, mas ao em vez disso, está tentando me convencer do contrário. Porque está fazendo isso? -questionei curiosa, afinal tinha o direito de saber o porque meu chefe estava arriscando o seu cargo para me dar a chance de sair da empresa sem sofrer qualquer consequência, mesmo já tendo tomado a minha decisão.

—Tudo que posso dizer é que pensei melhor e preciso de ajuda. Odeio admitir isso, mas não posso fazer tudo sozinho, e se estiver disposta a me ajudar, podemos rasgar agora mesmo esse documento. O que me diz? - Benjamin questionou enquanto me olhava nos olhos.

—Que quero trabalhar aqui, mas seria muito abuso dizer que só aceito com uma condição? - questionei olhando em seus olhos castanhos escuros e ele sorriu surpreso, até eu estava admirada pela minha ousadia.

—Qual seria a sua condição, senhorita Hastings? - ele questionou e respirei fundo antes de falar.

—A minha condição é de que o único tipo de relacionamento que existirá entre nós será o estritamente profissional, afinal, não aceitei esse emprego para ser um caso de final de expediente do meu chefe que está cansado da monotonia do escritório. - disse estranhamente calma o que me surpreendeu, porque praticamente disse que meu chefe estava me contratando por segundas intenções e me arrependi imediatamente do que disse.

Afinal, era só olhar para o homem em minha frente.

Benjamin com certeza não precisava recorrer a subterfúgios para conseguir uma companhia feminina, as mulheres deveriam cair aos seus pés, talvez até os homens. E pela sua cara tive a certeza que meu comentário, me renderia uma demissão por justa causa, um processo por calunia e ainda uma má fã no mercado farmacêutico o que prejudicaria a minha carreira, mas sabia que devia deixar as coisas bem claras entre nós.

—Acho que estou meio confuso...- Benjamin disse depois de um tempo em silêncio, que quase me enlouqueceu à espera da sua resposta. -Não sei se fico ofendido por você achar que estou insistindo que fique porque tenho segundas intenções, ou fico com raiva de você, por não acreditar que alguém a queira pelo seu talento e todo trabalho que possa oferecer a uma empresa.

Naquele momento me senti a pior pessoa do mundo por pensar algo horrível sobre ele, mas o que poderia fazer, afinal ele havia tentado me beijar ontem.

—Me desculpe. - disse envergonhada por minhas palavras. - É que achei que você tivesse segundas intenções comigo depois do que houve ontem...

—Depois de quase ter lhe beijado ontem. - ele disse me interrompendo e concordei.

—Aquilo foi um erro Melissa. Não sei o que me motivou a fazer isso, mas prometo que não irá se repetir. A única coisa que quero de você é que seja uma ótima funcionária e me ajude a administrar os laboratórios. - ele disse sincero o que me deixou aliviada, mas uma parte minha ficou decepcionada com a sua falta de interesse em mim, o que me deixou confusa.

Afinal, não estava sentindo nada por Benjamin Thompson?

Ou será que estava?

—Então, estamos de acordo senhorita Hastings? - ele questionou me tirando do meu dilema pessoal e pisquei confusa antes de sussurrar que estava.

—Ótimo, pode fazer as honras se quiser. - Benjamin disse indicando a pasta com os documentos da minha demissão.

—Com prazer. - disse sorrindo antes de tirar a documentação da pasta e rasga-la na sua frente.

Depois que terminei de rasgar minha demissão, me sentindo vitoriosa com esse ato, Benjamin ligou para Cíntia, pedindo que a mesma entrasse na sala trazendo consigo o tablet e o celular da empresa, assim como os contatos do meu chefe e de outras pessoas envolvidas com a produção dos medicamentos.

Cíntia me explicou pacientemente em que momento e quando poderia entrar em contato com cada pessoa da lista, e como os aparelhos tecnológicos me auxiliariam em gerir ou informar os chefes responsáveis pelo setor de produção.

—Se acontecer algum problema na produção, os chefes do setor entrarão em contato com você antes de ligarem para o Ben, se você não conseguir resolver a situação ou precisar de uma autorização senha do farmacêutico chefe, ligue para...- ela começou a explicar com a lista de números nas mãos, mas Benjamin a interrompeu.

—Dê meu número pessoal a ela Cintia, por favor. - ele pediu sentado em sua mesa sem desviar os olhos dos documentos que assinava.

—Tem certeza disso? - ela questionou confusa, e entendi que esse não deveria ser um procedimento usual.

—Tenho, pretendo colocar minhas férias em dia assim que Melissa estiver habituada com toda a rotina e administração dos laboratórios. E quando fizer isso, vou desligar todos os dispositivos corporativos.

—Tudo bem. Quem diria que iria viver para ouvi-lo dizendo que vai tirar férias. - ela disse enquanto anotava de caneta o celular pessoal do nosso chefe no topo da lista de números. - Acho que nem lembro a ultima vez que você tirou férias.

—Na verdade nunca tirei férias, só alguns dias de folga. O ultimo foi a uns dois anos, quando levei a Sylvia para comemorar o aniversário dela em Paris. Lembra? -ele disse enquanto assinava o documento que havia acabado de ler e senti um estranho aperto no peito quando ele mencionou o nome de outra mulher.

—Lembro, mas na verdade três dias, não podem ser considerados férias ou folga, Ben. Até eu tenho mais férias que você. - Cíntia comentou e foi impossível não rir com o seu comentário. -Você entendeu tudo, Mel? Se tiver, alguma duvida posso lhe explicar de novo.

—Não se preocupe, entendi tudo sim. Se tiver alguma duvida não deixarei de lhe perguntar.

—Ótimo, posso leva-la até a sua sala, pois tenho que entregar alguns documentos no laboratório. - ela disse e concordei antes de vê-la se aproximar de Benjamin que assinou o ultimo documento antes de entrega-lo a ela.

—Melissa, espere um minuto. - Benjamin disse me impedindo de acompanhar Cíntia para fora da sala. -Me esqueci de lhe devolver algo.

Confusa, vi meu chefe caminhar em minha direção antes de parar em minha frente, deixando um espaço aceitável entre nós em seguida tirou algo do bolso do seu paletó, colocando-o em meu pescoço. Atordoada desviei os olhos dos dele e olhei para a echarpe cor de rosa que estava no meu pescoço, a mesma que havia ganhado da minha avó, a qual havia perdido no dia da minha entrevista de emprego, que segundo ela, havia se perdido para procurar

o meu amor verdadeiro e só voltaria quando encontrasse.

Trazendo consigo o homem mais corajoso de todos, um verdadeiro lobo.

—Está tudo bem Mel? - Benjamin questionou assim que consegui me recuperar da surpresa.

—Sim... Obrigada por devolvê-la.- disse ainda sem acreditar que meu chefe havia achado minha echarpe.

—De nada. Você a deixou cair no dia da entrevista e lembrei que a vi na sua bolsa, então guardei para devolvê-la depois. - ele disse suave e concordei ainda atordoada pelas lembranças das palavras da minha avó.

—Acho melhor ir para a minha sala, tenho muita coisa para fazer. - disse querendo fugir daquela sala o mais rápido possível.

—Claro, no horário da reunião do concelho Cíntia lhe informará para que me acompanhe, quero apresenta-la a eles. - Benjamin disse e concordei antes de sair da sua sala.

Caminhei em direção a minha sala em silêncio, assim que entrei nela senti o cheiro característico de álcool e nada mais, o que me surpreendeu. Ele havia realmente cumprido a sua promessa de manter a minha sala segura de qualquer cheiro forte e flores, me sentei no sofá que havia ali e tirei a echarpe que ainda estava em meu pescoço desde que havia sido colocada lá por Benjamin, encarando o tecido em minhas mãos peguei o meu celular e liguei para alguém que ficaria radiante com o aparecimento da echarpe magica.


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