O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 55
Benjamin


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O Legado, que prometi fortes emoções e muita raiva de um certo personagem.
Sem mais delongas, fiquem com o capitulo de hoje.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.
Beijos e boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/788068/chapter/55

Quando achei que tudo estava perdido, que todos os planos que havia feito ao lado de Melissa não iriam se concretizar, meus ancestrais, meu povo e meus irmãos de bando, me deram uma segunda chance e a honraria da melhor forma possível.

Faria o melhor para todos, especialmente para a garota que amava.

Depois que deixei Mel na porta da casa do meu tio Jacob, corri em direção aos meus irmãos de bando que já estavam impacientes à minha espera, mas deixar meu imprinting estava se tornando cada vez mais difícil para mim.

“Achei que teríamos que arrastá-lo a força, inglês.” -Harry, que possuía a forma de um lobo preto quando se transformava, pensou assim que apareci no seu campo de visão.

“Deixa de ser implicante, Harry. Ben só estava dando atenção para a esposa dele, afinal ela merece, depois de toda angustia que passou nesses três dias.” - meu irmão disse sério e concordei, mesmo sabendo que Harry não havia falado por mal.

“Só estava brincando, além do mais não está sendo fácil pra ninguém, Ethan.” - Harry lembrou meu irmão e logo começamos a ver imagens, de toda a destruição que Leticia havia feito em nossa tribo.

Ver aquelas imagens só me deixou com mais raiva e culpa, pois tudo aquilo tinha acontecido porque confiei na pessoa errada.

“Benjamin, não mostrei isso para que se sentisse culpado, só compartilhei essas imagens para que pudesse ter conhecimento do que lhe espera. Leticia não irá parar por nada, por mais que ela seja a minha irmã e sangue do meu sangue, não posso fechar os olhos para os erros dela, por isso irei apoiar qualquer decisão sua, não importa qual seja.”- Harry pensou sério e seguro e olhei para o meu primo, percebendo o quanto havia sido cego durante todos esses anos.

Não percebendo a pessoa incrível que sempre estave ao meu lado, mas ao em vez disso preferi vê-lo pelos olhos de outra pessoa, que nos manteve afastados por anos.

“Obrigado por seu apoio Harry, mas juro a todos vocês, que vou achar uma solução. Que vou pensar em uma maneira de não entrarmos em conflito com nossos irmãos, já foi derramado sangue Quileute demais e não podemos revidar a raiva de Leticia com mais raiva.” - expliquei em pensamento olhando para os irmãos de bando que haviam me restado.

“Estamos do seu lado, Ben.” -todos pensaram juntos e concordei sorrindo antes de convidá-los em pensamento para corremos pela floresta, pois precisava desesperadamente sentir o vento tocando meus pelos, ouvir o som das minhas patas batendo contra o solo, sensações maravilhosas que me fizeram muita falta.

Corremos juntos um ao lado do outro sem pensar em nada, apenas sendo guiados por nossos instintos que acabaram nos levando em direção à fronteira de La Push, a qual havia cruzado tantas vezes  sem hesitar, mas agora era diferente, pois se fizesse isso poderia colocar em risco não só a minha vida, mas as dos meus irmãos, que estavam me acompanhando naquela corrida, como a dos Quileutes sobreviventes, que estavam refugiados na casa do meu tio Jacob.

E ali sob a luz da lua, pedi força aos meus ancestrais, para que me mostrassem o melhor caminho para que pudesse resolver toda aquela situação, sem que mais ninguém sofresse.

Que pudesse recuperar o lar de todas as pessoas que haviam sido expulsas de suas casas por minha prima, que pudesse devolver a paz para a nossa terra.

“Você vai dar um jeito mano, não se preocupe com isso. Logo poderemos voltar para La Push.” -Ethan pensou atrás de mim e balancei a cabeça concordando antes de virar as costas para a fronteira, voltando a correr com os meus irmãos de bando.

Depois que matei a saudade de correr ao lado deles, decidi que era hora de voltar para casa, pois não queria deixar Mel esperando a noite toda no frio,  então me despedi do meu bando, que preferiu correr mais um pouco, antes de seguir em direção a entrada da casa onde havia deixado minha fêmea.

Mesmo de longe consegui sentir seu cheiro inconfundível de canela e avelã, que me guiava em sua direção como um verdadeiro marujo seguindo o canto da sereia, não me deixando pensar direito no que estava fazendo.

 Quando percebi, já havia passado do local onde deixei minhas roupas correndo o mais rápido que podia em sua direção, mas logo senti outro cheiro perto da minha fêmea, o que não me agradou me fazendo rosnar furioso.

Determinado, corri como se minha vida dependesse disso, disposto a lutar com qualquer um que quisesse tomar minha fêmea de mim, assim que vislumbrei a casa reconheci o outro cheiro que estava perto dela, relaxando automaticamente ao saber que se tratava do meu pai, que não demorou muito do lado de fora, entrando assim que notou a minha aproximação da casa.

Assim que cheguei perto o suficiente me vi obrigado a parar, apesar de estar desesperado para tê-la perto de mim, mas a verdade era que não sabia se ela ainda queria conhecer meu outro lado. Afinal, havíamos tido tão pouco tempo para conversarmos sobre a minha herança materna e não queria que minha fêmea se sentisse pressionada a nada.

Então, simplesmente fiquei ali parando diante da garota que amava, sem desviar meus olhos dos seus, implorando que ela entendesse todas as dúvidas que se passavam dentro de mim através do meu olhar.

Ficamos nos encarando por alguns minutos que me pareceram horas, diante da angustia que estava sentindo em tê-la tão perto e ao mesmo tempo tão longe, e como se tivesse entendido o dilema que se passava dentro de mim, minha fêmea se levantou do degrau que estava sentada e caminhou com cuidado em minha direção, como se tivesse medo de me assustar, completando assim a distância que havia entre nós, enquanto acompanhava tudo com o olhar.

—Oi, estava ansiosa para conhecê-lo pessoalmente. Posso fazer um carinho em você? -ela questionou suave assim que parou na minha frente e balancei a cabeça concordando, sem desviar os olhos dos seus.

Sentir seu carinho em meu pelo, despertou uma sensação incrível por todo o meu corpo fazendo meu coração bater acelerando, tendo como resultado o aumento de todo amor que já sentia por minha fêmea. Era como se meus sentimentos tivessem sido multiplicados e completados, agora que ela conhecia meu outro lado.

Sentir seu cheiro, seu calor e ouvir os batimentos do seu coração, com os meus sentidos de lobo, era uma experiência que jamais esqueceria, pois parecia que estava vendo-a novamente pela primeira vez. Uma experiência tão forte e única, capaz de levar os dois as lágrimas fortalecendo ainda mais o amor que nutríamos um pelo outro.

Depois que saciei a vontade do meu espirito de lobo, por hora, de passar alguns momentos com sua fêmea, decidi voltar ao normal, pois ela já havia passado tempo demais no frio.

Assim que voltei a forma humana, caminhei ansioso em sua direção, pois queria saber se não a havia assustado quando me viu na forma de lobo, mas a reação de Melissa foi melhor do que esperava. Ouvi-la dizendo que amou conhecer meu outro lado, me deixou emocionado e feliz, por saber que ela havia me aceitado integramente, sem divisões.

Notei que apesar de seu constrangimento, por me ver novamente sem roupa, Mel olhava algumas vezes para baixo, mesmo tentando me dar algum tipo de privacidade e perceber isso me tirou a razão. Sem pensar muito bem no que estava fazendo, a convidei para o nosso quarto antes de pegá-la no colo e beijá-la apaixonadamente.

Passei pela sala com Melissa em meu colo sem perceber se havia alguém ali, pois toda minha atenção estava voltada para a minha esposa em meu colo, que correspondia meus beijos da forma mais intensa e apaixonada que conseguia. Entrei no quarto com ela em meu colo, fechando a porta de qualquer jeito com o pé antes de seguir em direção a cama, deitando-a com cuidado como se ela fosse feita de cristal.

—Eu te amo muito, sabia? - questionei acariciando meu nariz com o seu, enquanto apoiava minhas mãos ao lado da sua cabeça, aliviando assim o peso do meu corpo em cima do seu.

—Sabia...E eu também te amo muito, sabia? -Mel questionou me olhando apaixonada e sorri amoroso para ela.

—Sabia...E saber disso, me deixa o homem mais feliz do mundo. - segredei apaixonado e ela sorriu antes de envolver meu pescoço com seus braços, puxando-me para mais um beijo apaixonado.

Sabia muito bem que se continuássemos nos beijando daquela forma, acabaríamos em um caminho sem volta, mas não conseguia pensar direito no que estávamos fazendo, o único pensamento que tinha em mente naquele momento, era o quanto queria amar Melissa.

O quanto queria demonstrar que ela era amada e desejada por mim, desde o primeiro momento em que a vi na minha frente, mas antes que pudéssemos ir além fomos interrompidos por um toque de celular exigente.

—Eu preciso atender. - Mel sussurrou sem ar assim que interrompeu nosso beijo e gemi em desaprovação.

—Por favor, não atende...Lembra da nossa promessa? De nos mantermos fora do radar, quando estivéssemos juntos? -implorei desesperado por sua atenção, tentando fazê-la mudar de ideia.

—Eu lembro amor, mas pelo horário devem ser meus pais ligando e não quero deixa-los preocupados, por não atender ao telefonema deles. -ela explicou enquanto o telefone continuava tocando e concordei, antes de suspirar resignado e sair de cima dela.

— Você tem razão. Vou tomar um banho e trocar de roupa, enquanto você fala com eles. - disse resignado e ela concordou antes de se sentar na cama, pegando seu celular em cima do criado mudo.

—Me desculpe. - Mel disse enquanto me olhava sem graça e beijei sua testa com carinho.

—Não há nada o que perdoar, está tudo bem. -disse suave antes de deixa-la a sós para falar com seus pais ao telefone.

Enquanto tomava banho, conclui que Melissa ter recebido um telefonema dos seus pais, era um sinal de que estávamos indo rápido demais, ou melhor, eu estava.

Eu deveria ser o responsável dessa relação, afinal era mais velho e experiente que ela, não podia me deixar levar por seus carinhos ou pelo desejo que sentia, muito menos pela influência da magia Quileute, que parecia querer me sabotar a cada minuto do meu dia, desde que havia me casado com Melissa.

—Ainda não sei mamãe, precisamos esperar para ver como a situação se resolverá. - ouvi Mel dizer ao telefone assim que desliguei o chuveiro.

—Estamos sentindo a sua falta, querida. Essa casa não é a mesma sem você. -ouvi meu sogro dizer do outro lado da linha.

—Eu sei pai, também sinto muito a falta de vocês, mas não posso deixar o Benjamin sozinho aqui, ele precisa de mim. - ouvi Mel dizer angustiada, por não querer decepcionar nenhum de nós.

—Nós entendemos filha. Vou rezar para que tudo se resolva o mais rápido possível, para que vocês dois voltem para casa. -ouvi Sophia dizer do outro lado da linha antes deles se despedirem e Mel desligar o telefone, em seguida comecei a ouvir um choro baixo.

Sem dizer uma palavra e já devidamente vestido, fui em direção ao quarto e vi a minha esposa chorando baixo, provavelmente tentando esconder tal fato de mim, o que seria impossível, por causa da minha audição supersensível.

Caminhei em sua direção até a cama, me ajoelhei em sua frente e segurei as suas mãos com carinho, deixando-a surpresa por minha aproximação silenciosa.

—Você precisa voltar para Londres, amor. - disse sério olhando em seus olhos e ela me olhou confusa. -Será mais seguro para você.

—Mas você ainda precisa de mim...Ou não precisa? -ela questionou entre lágrimas enquanto me olhava.

Sem dizer uma palavra, me levantei do chão e sentei ao seu lado na cama antes de envolve-la nos meus braços, abraçando-a de lado.

—Eu sempre vou precisar de você, Mel. Você é o meu amor, a minha vida, mas seus pais precisam de você também e prometi a mim mesmo, que jamais a faria escolher entre eles e eu. Por isso peço que volte para casa, amor. Vou ficar mais tranquilo sabendo que está segura com a sua família, longe da fúria da minha prima. -expliquei e ela se separou de mim com lágrimas nos olhos.

—Você não pode me mandar embora, Benjamin. Por favor, nós precisamos ficar juntos. - Mel implorou entre lágrimas. -Não me abandona, por favor.

—Eu jamais vou te abandonar, Mel. Eu te amo, querida...E por te amar tanto, que peço que volte para a Inglaterra, enquanto resolvo tudo. Você já desempenhou o seu papel, agora me deixe, por favor, fazer o meu. Me deixe devolvê-la em segurança para o seus pais...Me deixe, protege-la da Leticia, só assim ficarei mais tranquilo. -implorei desesperado para deixa-la em segurança, mesmo que como consequência, ela tenha que ficar quilômetros longe de mim.

—Tudo bem, mas, por favor, tome cuidado e não demore a voltar pra mim. -Mel pediu entre lágrimas antes de dar um leve beijo no meu pescoço.

—Vou tomar cuidado, amor e sempre voltarei para você, não importa onde esteja. - jurei antes de beijar o alto da sua cabeça, aproveitando o tempo que ainda tínhamos juntos.

Depois que Melissa dormiu, liguei para o piloto do nosso jatinho, que ainda estava hospedado na cidade aguardando a nossa volta, informado que minha namorada iria voltar sozinha e que ele deveria ficar em Londres, pois quando estivéssemos prontos para retornar ligaríamos para avisá-lo.

Assim que amanheceu, escolhi os três lobos mais rápidos do meu bando, para que levassem Melissa em segurança até o aeroporto, voltando apenas quando tivessem certeza de que minha esposa havia embargado em segurança, pois não poderia acompanhá-la porque seria arriscado demais. Se Leticia estivesse por perto, ela poderia sentir meu cheiro e veria averiguar o que estava fazendo na cidade, o que colocaria meu imprinting em risco.

Acompanhei com os olhos e em silêncio, minha esposa se despedir de todos, tanto da minha família e amigos quanto das pessoas que ela havia salvado, antes dela caminhar em minha direção enquanto a esperava ao lado da porta traseira do carro, no qual meus três irmãos de bando já esperavam.

—Bom, acho que isso é um adeus. - Mel disse com os olhos cheios de lágrimas enquanto me olhava.

—Isso não é um adeus, amor. É um até logo.

—Promete? - ela questionou com a voz chorosa e balancei a cabeça concordando, antes de puxá-la para os meus braços.

A abracei com carinho, senti seu cheiro de canela e avelã antes de beijá-la com todo o amor que sentia por ela, sem me importar com as pessoas que estavam em nosso redor.

—Eu prometo Melissa Clearwater, que isso não é um adeus...É um até logo. -jurei assim que nos afastamos para respirar, após o nosso beijo.

—Acho bom, porque vou ficar esperando você me buscar. - ela brincou suave enquanto tentava se fazer de forte.

—Vou buscá-la onde estiver, Mel, lembre-se sempre disso. - disse olhando em seus olhos e ela concordou antes de me dar um beijo suave.

—Vou me lembrar, amor. - ela disse suave assim que nos separamos, afinal ela precisava pegar um voo. -Eu te amo, Benjamin.

—Eu também te amo, Melissa. - disse suave e segurei a sua mão puxando-a para um último beijo, antes de abrir a porta de trás para que ela entrasse, em seguida fechei a porta com cuidado e fui até a janela do banco do passageiro da frente.

—Caleb, Jason e Fred, estou confiando a vocês a minha vida, então, por favor, tomem muito cuidado com ela. A protegem, da mesma forma que vocês me protegem. -implorei olhando nos olhos dos meus irmãos, que concordaram antes de autorizá-los a partirem.

Ver aquele carro, com o meu amor dentro se afastando de mim, quebrou meu coração em mil pedaços, só não cai no chão entre lágrimas porque meu pai me segurou enquanto desabava em dor.

—Filho, está tudo bem. Você fez o certo, querido. - meu pai sussurrou em meu cabelo me abraçando enquanto acariciava as minhas costas e me separei dele, para ver seus olhos castanhos escuros, os quais havia herdado.

—Então, porque meus instintos gritam que tomei a decisão errada? - questionei com dor para o meu pai que me puxou novamente para os seus braços.

—Eles gritam isso filhote, porque não querem que você se separe da Mel. As vezes a decisão mais difícil é a certa a se tomar. -ouvi mamãe dizer ao meu lado antes de fazer um carinho em meus cabelos.

Assim que me acalmei e parei de chorar, voltamos para dentro e fiquei com o celular na mão a espera do telefone dos meus irmãos de bando, confirmando que minha esposa havia embarcado em segurança. Depois de meia hora que eles haviam partido, ainda não havia recebido nenhum telefonema, o que me deixou desesperado.

—Não devia ter mandado a Mel para casa. Devia ter ouvido os meus instintos...Se algo acontecer com ela, não vou suportar a culpa. - disse angustiado enquanto andava de um lado para o outro na sala com meu celular na mão.

—Ben, querido, tenho certeza que não aconteceu nada com a Mel, você sabe que os voos atrasam por inúmeros motivos até os particulares. Logo ela ligará para dar notícias. - minha madrinha disse amorosa ficando na minha frente, interrompendo o meu “andar nervoso”, como tio Jasper costumava classificar.

—Escute a sua madrinha, filho. - meu pai disse suave sentado no sofá ao lado da minha mãe e olhei para a minha madrinha, que sorria com amor para mim antes de me puxar para os seus braços, tentando me reconfortar com seu carinho maternal.

—E tudo que espero, dinda.- segredei em seu cabelo e logo meu celular começou a tocar, aparecendo na tela o nome de Melissa e uma das várias fotos, que havíamos tirado juntos no dia do casamento do seu irmão, a qual havíamos decido colocar a mesma foto para o contato do outro em nossos telefones.

—É a Mel. - disse sorrindo antes de me separar da minha madrinha, que ficou feliz em saber que finalmente minha esposa estava ligando.

—Amor, está tudo bem? Fiquei preocupado com a sua demora, em me dar noticiais. -disse apreensivo  assim que atendi ao telefone.

—Desculpe priminho, mas não é o seu amor. - a voz que reconheceria em qualquer lugar do mundo, disse do outro lado da linha e parei de respirar.

—Leticia, onde está a Melissa? - questionei sério e ela sorriu do outro lado da linha.

—Você tirou o que sempre desejei na vida, então achei justo tirar o que você mais deseja também. - ela disse sorrindo e meu coração errou uma batida enquanto lágrimas caíam dos meus olhos.

—Leticia, por favor, me diga o que fez com a minha esposa. - implorei desesperado e ela suspirou pesarosa enquanto todos que estavam na sala se levantavam assustados, pelo rumo que a nossa conversa estava tomando.

—Sinto muito priminho, mas você é um homem viúvo agora. - ela disse fingindo tristeza e rosnei furioso do outro lado da linha fazendo-a rir. - Você devia ter orgulho da sua falecida esposa, ela foi uma lutadora, mas eu era mais forte que ela.

—Eu...Vou...Te...Matar...Leticia. - sibilei com fúria ao telefone e ela sorriu divertida com a minha dor.

—Vou ficar lhe esperando no local onde o levava para brincar de esconde e esconde, quando era criança e vinha nos visitar, Lembra?

—Lembro. - disse com fúria e ela sorriu feliz.

—Ótimo, nos vemos daqui a meia hora. - ela disse antes de desligar na minha cara.

Joguei o celular em cima do sofá antes de seguir para a porta de entrada, que logo foi bloqueada pela minha família.

—Benjamin, querido, você não pode ir atrás da Leticia. - minha madrinha pediu aflita enquanto me olhava nos olhos.

—Escute a sua madrinha, filho. - meu pai implorou preocupado comigo.

—Não faça nada de que se arrependa depois, filho. - meu padrinho disse igualmente preocupado.

—Vocês ouviram o que ela disse do outro lado da linha? A Leticia matou a minha esposa...Ela tirou o meu amor de mim...E querem que eu seja piedoso? Não mais, agora...Saiam da minha frente. - gritei furioso tremendo dos pés à cabeça enquanto todos me olhavam com preocupação.

—Benjamin, filho...- meu pai começou a dizer e mamãe o interrompeu.

—Deixe-o ir Elliot. - mamãe disse entre lágrimas enquanto todos olhavam chocados para a minha mãe.

—Leah, você não pode permitir que o nosso filho faça uma loucura dessas. - meu pai disse sério olhando para a minha mãe antes de voltar a sua atenção para mim. -Filho, respire fundo e ponha a mão na consciência, não faça nada movido pela dor, se fizer mal a Leticia a culpa irá consumi-lo.

—A culpa não é nada perto da dor que estou sentindo, pai. - gritei entre lágrimas me sentindo ser consumido pela dor, como se estivesse em uma fogueira. -Melissa era o meu imprinting e Leticia sabia disso. Um lobo jamais deve matar o imprinting de outro lobo, é a nossa lei suprema. Agora, ela deve pagar pelo crime que cometeu, não importa se é da família ou não.

—Filho, por favor...Não faça isso. - meu pai implorou entre lágrimas segurando meus braços enquanto me olhava nos olhos. -Me poupe da dor de perder um filho...Não vou suportar isso.

—Pai, me desculpe, mas preciso ir. - disse frio me soltando dele e passando por todos os meus familiares antes de abrir a porta da frente saindo.

Me transformei assim que meus pés tocaram o gramado, logo comecei a correr em direção ao local marcado por Leticia. Sozinho com meus pensamentos, enquanto voava pela floresta atrás da minha vingança, comecei a me lembrar de todos os momentos que vivi com o meu imprinting, desde o momento em que a vi pela primeira vez até a nossa despedida, meia hora a trás, quando a havia mandado para casa achando que estaria em segurança, mas tudo que fiz foi manda-la direto para a morte certa.

 Constatar esse doloroso fato, me fez perder as forças nas patas e cair no chão, voltando a minha forma humana.

Ali deitado no chão, imerso a culpa e a dor por ter perdido meu imprinting, chorei desamparado enquanto gritava enlouquecido em saber, que nunca mais veria meu amor novamente. Que nunca mais, voltaria a ser completo novamente e confirmar isso me fez gritar novamente, enquanto me encolhia feito uma bola, implorando entre meus lamentos de dor que Melissa me perdoasse.

Que me perdoasse, por não ter sido forte o bastante para protegê-la.

Que me perdoasse por não poder busca-la, como havia prometido quando nos despedirmos horas atrás.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não sei vocês, mas já não vejo a hora desses dois pararem de sofrer. Esses coitados ganharam do Elliot e da Leah.
E a Letícia? Cada dia ela me dá mais raiva.

Beijos e até segunda.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Legado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.