O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 44
Melissa


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O Legado com a continuação do jantar com a família Hastings, e se preparem por que o capitulo de hoje promete muita emoção.
Sem mais delongas, fiquem com o capitulo de hoje.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.
Beijos e boa leitura.



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—Isso é um lobo de pelúcia? - meu namorado questionou surpreso olhando uma foto preto e branco minha de quando tinha dois anos e estava abraçada ao meu lobo de pelúcia, enquanto ainda me perguntava o porquê da minha avó carregar um álbum de fotografias com meu nome dentro da bolsa.

— A abelhinha amava tanto a história do Mogli, que vivia dizendo que só se casaria com um lobinho. Por isso meu falecido marido Ian, que Deus o tenha em bom lugar, mandou fazer um lobo de pelúcia para ela, talvez assim desistisse dessa história. - vovó explicou enquanto ainda morria de vergonha por meu namorado ouvir sobre as minhas histórias constrangedoras da infância, naquele momento soube como Benjamin se sentiu quando sua mãe fez o mesmo quando conheci a sua família.

—E ela parou? - Ben questionou interessado no desenrolar da história.

—Não. Mel permaneceu a infância toda falando isso, mas quando cresceu acho que esqueceu, porém ela ainda tem o lobo de pelúcia. Não é verdade querida? - minha mãe questionou e todos viraram para me ver.

—Sim... Simplesmente não poderia joga-lo fora, afinal foi o último presente que o vovô me deu antes de morrer. - disse saudosa, pois quando meu avô se foi era muito pequena e mal me lembrava de como ele era, a lembrança mais nítida que tinha dele foi no dia em que me deu meu lobo de pelúcia. Me lembro da felicidade que senti, quando abri a grande caixa de presentes e meu lobinho estava dentro.

—Você pode, por favor, me mostrá-lo algum dia? - Benjamin pediu com os olhos castanhos escuros brilhando de ansiedade pela minha resposta.

—Você quer mesmo vê-lo? - questionei surpresa por seu pedido, afinal não devia ser comum o namorado querer conhecer o brinquedo de infância da namorada.

—Claro que quero amor. - ele disse sincero e olhei nos seus olhos antes de concordar, o que lhe deixou feliz.

—Posso mostra-lo depois do jantar, que tal?

—Pra mim está perfeito Mel. -ele disse animado e sorri antes do meu irmão mais velho e sua família passar pela porta da frente.

—Bom agora que todos chegaram, acho que já podemos jantar. O que acham? - mamãe questionou entrando na sala e concordamos antes de irmos para a sala de jantar.

—Benjamin, você sabe cozinhar? - Daniel questionou de repente, enquanto nos servíamos do delicioso filé de frango ao molho de laranja que mamãe havia preparado para o jantar.

—Sim, aprendi com os meus pais, os dois cozinham muito bem, tirando meu pai que é péssimo em sobremesas. Eles queriam que seus filhos fossem independentes e soubessem se virar em qualquer situação. - meu namorado disse antes de comer um pedaço do filé de frango e gemer satisfeito o que fez todos rirem. - Sophia, isso está incrível, você precisa me dar a receita desse prato.

—Claro querido, não se preocupe, depois do jantar lhe dou a receita.

—Obrigado, mas Daniel, porque perguntou se sei cozinhar? - Ben questionou confuso e gemi envergonhada já sabendo o que meu irmão iria falar.

—Porque a Mel é péssima na cozinha. - meu irmão confessou e corei envergonhada.

—Isso não é verdade. - me defendi e todos negaram me deixando ainda mais sem graça.

—Melissa, você colocou fogo na cozinha enquanto tentava fazer uma torrada...Como é que alguém coloca fogo na cozinha fazendo uma torrada? - Theo questionou relembrando meu momento constrangedor de interação com a cozinha, fazendo todos rirem.

—Se você tiver amor a sua vida, não a coloque para cozinhar. E se algum dia ela inventar de que vai preparar algo para você, fuja porque ela quer te envenenar. - Daniel segredou brincando fazendo todos rirem enquanto olhava feio para os meus irmãos.

Deus, tinha como essa noite piorar?

Primeiro a minha avó, contando histórias embaraçosas sobre a minha infância e não satisfeita, ainda mostrou um álbum inteiro de fotos de quando era pequena para o meu namorado. Depois vinham meus irmãos, falando mal dos meus dotes culinários, ou a falta deles, para o meu namorado. Mas parecia que saber disso não deixou Benjamin assustado ou preocupado, ele parecia estar se divertindo com toda a situação.

—Não se preocupem, a Melissa não vai precisar cozinhar, vai ser um prazer fazer isso todos os dias pra ela. - Benjamin disse olhando nos meus olhos enquanto corava, porque neles haviam bem mais que uma promessa de cozinhar todos os dias pra mim.

—Como se a abelhinha fosse doida de deixá-lo o tempo todo na cozinha. - vovó comentou maliciosa e corei sem graça enquanto ela piscava para nós.

—Mamãe. - meu pai repreendeu a minha avó que revirou os olhos.

—Por acaso falei alguma mentira? - ela questionou inocente enquanto olhava para todos que logo começaram a sorrir do jeito da minha avó.

Assim que terminamos o jantar, graças a Deus sem mais nenhum momento constrangedor protagonizado pela minha avó, Becca e Theo ajudaram mamãe a recolher as louças usadas, Rafaela e eu até tentamos ajuda-la, mas mamãe recusou dizendo que o jantar de hoje era para nós e devíamos aproveitar a nossa noite.

—E para a sobremesa, temos o famoso bolo de cenoura com cobertura de chocolate do “Café Elba.” - mamãe disse colocando o lindo bolo em cima da mesa, enquanto meu irmão colocava os pratos de sobremesa e os talheres.

—Espero que goste, porque na minha opinião o “Café Elba” faz as melhores sobremesas e chocolate quente do mundo. - disse empolgada olhando para Benjamin que riu concordando enquanto minha mãe começava a cortar o bolo.

—A minha mãe vai ficar feliz em saber que a nora dela é fã das suas sobremesas. - ele disse e pisquei confusa sem entender do que ele estava falando. - Bolo de cenoura com cobertura de chocolate é o preferido do meu pai, minha mãe faz questão de fazê-lo todos os dias para ele no café da manhã.

—Qual é a relação da Leah com o “Café Elba”? -mamãe questionou confusa, fazendo a pergunta que todos tínhamos em mente enquanto começava a nos servir.

—Minha mãe é dona da marca “Café Elba”. - Benjamin disse e pisquei surpresa por essa informação.

Sabia que Benjamin tinha uma condição financeira confortável, além de possuir seu salário que era muito bom assim como o meu, ele ainda tinha as ações do conglomerado Thompson, que seu pai havia colocado em seu nome assim como havia feito com os outros filhos. Mas saber que ele também era herdeiro de outra marca de sucesso como o “Café Elba”, me deu a real dimensão do quanto a família Thompson era rica e isso me deixou surpresa. Afinal, Benjamin e todos da sua família, eram pessoas simples que não ostentavam toda a fortuna que possuíam.

—Espera, você é herdeiro do Conglomerado Thompson e da marca “Café Elba”? Cara, você deve ser multimilionário, com certeza nem precisava trabalhar. -Daniel disse chocado com a informação que meu namorado havia compartilhado conosco.

—O Conglomerado assim como a marca “Café Elba” pertencem aos meus pais, eles deram aos filhos ações generosas, mas não somos donos dos negócios. E sim, poderia viver confortavelmente apenas com os rendimentos das ações que possuo, sem me preocupar com a minha situação financeira por um longo tempo, mas amo trabalhar...Meus pais sempre trabalharam e nos transmitiram o valor e o significado do mesmo. Tudo que eles têm hoje, foi a custo de muito trabalho e dedicação, nunca quis ser conhecido apenas como o “herdeiro dos impérios”, como era chamado no instituto em que estudei durante minha infância e adolescência, sempre quis ser conhecido pelo meu próprio trabalho, sem ficar a sombra dos meus pais. - Benjamin nos explicou e todos lhe olharam surpresos e admirados por sua atitude.

—E você conseguiu amor, se tornou um profissional respeitado e conhecido no nosso meio, tenho certeza que seus pais devem estar muito orgulhosos de você, por tudo que conquistou. -disse colocando a minha mão esquerda em cima da sua, tentando lhe confortar de alguma forma, afinal não devia ter sido fácil passar uma parte da sua vida sendo conhecido apenas como o “herdeiro dos impérios”, que seus pais construíram à custa de muito trabalho.

—Minha filha, tem razão meu rapaz, seu pensamento só mostra o quanto seus pais lhe deram uma excelente educação, não só por todo conhecimento intelectual mais principalmente pelos valores morais e éticos, que lhes transmitiram. Por isso não vejo rapaz melhor para namorar a minha filha do que você. - meu pai disse enquanto olhava nos olhos de Benjamin que sorriu agradecido pela confiança que ele estava depositando nele.

Depois que terminamos de comer a sobremesa, Benjamin foi até o seu carro buscar algo antes de leva-lo até meu quarto, para que pudesse ver meu lobo de pelúcia, como havia lhe prometido no jantar.

—Mel, essa varanda é incrível...Olha essa vista. - Benjamin disse surpreso assim que pedi que ele abria a porta de vidro que havia no meu quarto que dava acesso a minha varanda.

Como passava muito tempo dentro do meu quarto estudando, mamãe decidiu criar um pequeno cantinho do “relaxamento” na varanda que possuía, para que pudesse descansar da minha maratona de trabalho e realmente amava aquele lugar. Havia um pequeno sofá redondo, feito com fibras sintéticas repleto de almofadas e vários jarros de plantas ornamentais que não davam flores, já a vista dava para uma pequena área cercada de árvores, protegida pelos moradores do meu bairro, servido para nós como um local de lazer.

—A sua vista é bem melhor que a do meu quarto.

—Sério? Achei que você teria uma vista incrível.

—Não mesmo, sou o filho do meio então a vista do portão de entrada é minha, Ária ficou com a vista do jardim e Ethan com a área verde que fica ao redor da nossa casa. Eles tiveram mais sorte que eu em questão de vista. -Benjamin disse colocando uma caixa de veludo preto em cima do sofá antes de se sentar e suspirar maravilhado com a vista, já que as luzes da rua permitiam vislumbrar uma parte das árvores. -Ver o nascer do sol aqui deve ser lindo.

—É sim, já vi vários aqui enquanto virava a noite trabalhando. Minha mãe fez esse pequeno cantinho do “relaxamento” pra mim, porque segundo ela, vivia muito tempo trancada estudando e precisava de um lugar calmo e bonito para relaxar. -expliquei e ele sorriu como se não acreditasse que alguma hora pudesse relaxar.

—E você já relaxou alguma vez aqui? - ele questionou curioso e neguei o que lhe fez rir.

—Acho que não sou muito boa em relaxar. Você foi testemunha viva que esses três dias que passei longe do trabalho quase enlouqueci e te deixei doido no processo. - disse me lembrando de todas as vezes em que liguei para Benjamin durante esses três dias que passei de licença, para saber se poderia ajudar em algo, mesmo que de casa.

—Você não me deixou doido amor, gostei de falar com você em cada uma das ligações.

—Eu também, mas acho que você não deve ter sido produtivo durante esses três dias, não é verdade?

—Não mesmo. - ele segredou e sorrimos antes dele me olhar encostada no portal que dava acesso a minha varanda.

—Senta aqui do meu lado amor, você está tão longe de mim. - Benjamin pediu carente e fui para o seu lado sem protestar.

Assim que sentei ao seu lado Benjamin se aproximou de mim e acariciou a ponta do meu nariz com o seu, o que me fez rir antes dele me beijar com carinho, sem pressa de acabar o momento.

—Estava morrendo de vontade de te beijar a noite toda. - segredei com a sua testa colada à minha e ele sorriu antes de me beijar novamente.

—Eu também meu anjo...Jantar com a sua família é maravilhoso, mas ficar a noite toda sem te beijar é uma tortura. - Benjamin segredou e concordei antes de envolver seu pescoço com meus braços e beijá-lo novamente até que fosse necessário respirarmos.

—Acho que você tem algo para me mostrar, lembra? - Benjamin questionou e gemi frustrada por ter que parar de beijá-lo.

—Não podemos simplesmente esquecer meu lobo de pelúcia? -implorei olhando em seus olhos.

—Você me prometeu, lembra?

—Tudo bem, o que não fazemos pelo homem que amamos? - questionei para o céu teatralmente e Benjamin sorriu antes de me levantar do sofá em que estávamos e ir até o meu quarto, onde meu lobo de pelúcia estava guardado, mas especificamente dentro do meu guarda roupa.

Caminhei de volta para a varanda, com o meu lobo de pelúcia escondido atrás das minhas costas, enquanto rezava para que Benjamin não risse de mim por ainda manter algo tão infantil comigo, mas não podia jogar fora algo que meu avô me deu com tanto carinho.

—Por favor, não ria de mim e nem me achei infantil por manter o lobinho comigo...Foi o último presente do meu avô e não posso me desfazer dele.- implorei para o meu namorado na porta da varanda, ainda escondendo meu lobo de pelúcia nas costas.

—Melissa, minha linda, prometo que não vou rir de você e muito menos achá-la infantil, por guardar um presente do seu avô, tudo que quero é conhecer o seu lobinho. Isso se você ainda me permitir. - ele pediu sincero e concordei antes de respirar fundo e tirar meu lobo de pelúcia das costas enquanto caminha de volta para o lado de Benjamin, que pareceu surpreso ao ver meu brinquedo de infância.

E o seu silêncio enquanto olhava meu lobo de pelúcia incrédulo, me deixou nervosa.

—Sabia que não devia mostra-lo a você, nem sei porque concordei com isso. - disse sem graça prestes a me levantar e sumir com o meu lobo de pelúcia, mas Benjamin interrompeu minha saída segurando o meu braço antes de olhar em seus olhos.

—Porque seu lobo de pelúcia tem o pelo vermelho e os olhos castanho escuros, Melissa? - ele questionou confuso enquanto olhava nos meus olhos a espera de uma resposta.


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Notas finais do capítulo

Imagem do capitulo:
cantinho do “relaxamento” da Mel:
https://www.facebook.com/photo?fbid=2437313603225479&set=gm.2156155977863189



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