5 Anos escrita por Tatá


Capítulo 17
Consulta


Notas iniciais do capítulo

Galera de humanas talvez precise ler esse capítulo com uma aba do navegador aberta, mas juro que não tem nenhum monstro de sete cabeças.
Boa leitura :)



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— Então é assim todo dia?

— Todo dia. — Tony direcionou uma sequência de golpes no saco de pancadas. — Semana passada ela negou minha ajuda para vestir a camiseta e depois que botou errado ficou me olhando como cachorro com fome até eu consertar.

— Ela é uma graça. — Rhodes riu, segurando o saco de pancadas.

— Ela é. — Stark sorriu babão. — E também muito forte e independente, igual a mãe.

— Oh, com certeza. Ela vai ser uma nova Pepper, mas com seu cabelo.

— Esse é o objetivo. — Tony deu mais alguns golpes. Então parou para beber água e a atenção dos dois foi para a tv, que exibia um plantão de notícias falando de mais uma sequência de assassinatos que haviam recentemente ocorrido. As vítimas da vez eram traficantes de pessoas na Espanha. Os dois homens sabiam que o responsável pelas mortes era Clint Barton.

— Ainda não acredito que ele esteja fazendo isso. — Rhodes comentou.

— Como está a Nat? — foi a única coisa que Tony disse, após beber sua água.

— Desolada. Mas tem fé que vai encontrá-lo e fazê-lo parar de matar toda essa gente. 

— E os outros? — era a primeira vez em muito tempo que o homem perguntava sobre os  Vingadores.

— Também procurando por Barton e um jeito de reverter toda essa merda. Nébula, o guaxinim e a novata seguem prestando ajuda no espaço. — Rhodes respondeu olhando para a tv; até que se lembrou de algo. — Lembra de como o Banner estava no seu casamento?

— Como poderia esquecer. — Tony fez uma careta, voltando ao treino.

— Agora está totalmente verde; mas de algum jeito, ainda é o Banner. As pessoas estão o chamando de professor Hulk.

— Eu soube. — ele socou o saco de pancadas. — Alguma notícia do Thor?

— Não desde que se isolou na Noruega. 

— Noruega. — eles ouviram uma voz fina repetir a palavra e olharam para o lado. Morgan encarava os dois com suas pequenas luvas de boxe, diante de um joão-bobo. A pequena sorria sapeca.

— Então ela estava prestando atenção esse tempo todo. — Rhodes então percebeu o que havia dito, menos de um minuto atrás. — Você acha que ela me ouviu dizendo…

— Vamos torcer para que não. — Stark respondeu, antes de caminhar até a filha. — Hora do lanche, papagaio! Se comer direitinho, te levo para conhecer a Noruega. — ele a pegou no colo e juntos saíram da academia.



Enquanto Tony preparava o lanche de Morgan, Rhodes passeou pela sala, observando atentamente os livros nas prateleiras. Em meio a eles, encontrou vários de física, filosofia e matemática; mais especificamente sobre a teoria da relatividade, pesquisas sobre o paradoxo do avô, a conjectura de proteção cronológica, determinismo, o princípio de autoconsistência de Novikov e a teoria do caos.

— Eu sei o que está fazendo! — Tony disse alto, servindo pedaços de bolo de banana com aveia, frutas fatiadas e suco de uva para a filha. — Pode dizer aos seus amigos do pentágono que eu não banco mais o cientista maluco.

— Mas aparentemente não te impede de pesquisar sobre.

— Um pouco de leitura não faz mal a ninguém. — Tony pendurou a toalha de prato no ombro e começou a lavar a louça.

— Tio Rhodey… — Morgan puxou a jaqueta do homem parado ao lado dela.

— Sim?

— Toma. — ela o entregou um mirtilo.

— Obrigado, princesa. — ele imediatamente comeu a fruta, antes de voltar a falar com Tony. — E o que você acha?

— Basicamente uma teoria anula a outra e no final não temos nada, porque ninguém jamais conseguiu de fato viajar no tempo.

— E?

— E é isto. Não sabemos como fazer, nem as consequências. — Tony parou de lavar a louça e encarou o amigo enquanto secava as mãos. — Quero dizer; vamos supor que você consiga viajar no tempo. Não sabemos se, ao fazer isso, você seguirá nesta linha do tempo, o que parece fazer mais sentido, mas, de novo, teorias; ou se vai criar uma realidade alternativa. E se conseguir voltar para este momento, nesta linha temporal, ainda tem o paradoxo de Langevin para se levar em conta. O que não falta são chances de vocês arruinarem tudo. Mais do que já está arruinado. — ele acrescentou a última parte ao se sentar ao lado de Morgan e começar a cortar uma fatia de bolo para si. — Se quiser lanchar, senta e come. Não vou servir marmanjo. — disse. Então o amigo imediatamente se juntou aos dois.

...

— Então precisamos descobrir não só como viajar no tempo, mas também como resolver a questão do paradoxo de Langevin. E então encontrar um jeito de trazer todos de volta, sem perder os que estão aqui.

— E não estragar tudo. — Tony disse ao devolver um livro de física à prateleira, após uma breve aula sobre o que sabia sobre viagem no tempo.

— Falando assim, até parece fácil.

— Se fosse fácil e existisse a garantia de que nada aqui seria alterado, eu já teria feito há muito tempo. — Stark se sentou ao lado de Morgan, que desenhava na mesa da sala. — Mas não vou arriscar tudo o que tenho aqui, Rhodey. Não posso. — ele encostou o rosto no topo da cabeça da filha e lá depositou um beijo delicado. — O que está desenhando, hm?

— Um arco-íris. — a pequena respondeu, trocando de giz de cera.

— Uau, que arco-íris mais lindo! E o que é isso?

— Batata frita.

— Está chovendo batata frita?

— Sim… — a menina disse concentrada.

— Igual no filme! Uau! — o homem então olhou para o amigo. — Nós assistimos “Tá Chovendo Hambúrguer” ontem a noite. — explicou. Então todos ouviram a porta da frente se abrir, seguida pela voz de Pepper:

— Amor, cheguei!

— Mamãe! — Morgan largou o giz de cera e correu para a sala.

— E… acabou o amor pelo papai. — Tony comentou e Rhodes riu. Segundos depois a sra. Stark apareceu no campo de visão dos dois, com a filha no colo.

— É mesmo? Deixa eu ver esses músculos! Uau! Como meu bebê é forte! 

— Ela está falando do boxe? Tiramos várias fotos para você. Ela estava simplesmente adorável com aquelas luvinhas.

— Extremamente adorável. — Rhodes concordou.

— E segue tendo a família mais babona do planeta. Oi Rhodey… — ela cumprimentou o homem. — Há quanto tempo você não vem aqui em casa! Quer ficar para o jantar? 

— Oh, na verdade eu vim apenas para uma consulta... — o homem desviou o olhar quando Pepper e Tony trocaram um beijo.

— Consulta? Como nos velhos tempos?

— Aham. — Tony se esticou na cadeira.

— Por favor, digam que não traumatizaram minha filha com cenas de guerra. — a mulher pediu, lançando um olhar mortal para os dois homens.

— Oh sim, com certeza. Ela estava tão assustada. — Tony brincou e Pepper rolou os olhos.

— Mamãe, olha! — Morgan apontou para seu desenho.

— Que lindo, meu amor...

— É um arco-íris… e batata frita.

— Uma chuva de batata frita. — Tony explicou.

— Oh! Como no filme! — a mulher entendeu a referência. — Genial! Que tal botarmos no mural, junto com os outros?

— Ok! Hm… Mamãe?

— Sim, meu bem?

— Banheiro.

— Finalmente! Uma bomba para a mamãe! — Tony celebrou.

— Então vamos lá! Depois tomamos um banho quente e você me conta o que mais aprontaram hoje, ok? — Pepper disse, já caminhando em direção às escadas. — Rhodes, o convite ainda está de pé! Vamos ter camarão! — disse alto, antes de sumir de vista.

— Sabe que não pode dizer não, certo?  —Tony perguntou, se levantando e começando a mexer na mesa interativa.

— Eu sei. Tudo bem...eu fico. — Rhodes puxou uma cadeira e se sentou.

— Ótimo! Agora podemos falar sobre...isso.

Então a sala ficou cheia de hologramas. Haviam documentos e relatórios secretos de serviços de inteligência, militar e laboratórios privados de várias partes do mundo, falando sobre o mesmo assunto: Pesquisas sobre viagem no tempo.

— A maioria ainda está na fase inicial, mas algumas… — Stark apontou para um vídeo de uma câmera de segurança de um laboratório europeu que possuía um acelerador de partículas. — Estão bem avançadas. — ele se calou quando o vídeo exibiu o acelerador sendo acionado e o voluntário queimar e ser dizimado imediatamente. 

— Mas que diabos!? — Rhodes se chocou com o acontecimento.

— Se serve de consolo, ele provavelmente não sentiu nada. — Tony disse. 

— Eles não deveriam fazer vários testes antes, para garantir a segurança?

— Oh sim, com certeza. Eu pesquisei sobre esse caso e descobri que os cientistas desse laboratório conseguiram desenvolver uma molécula que talvez fosse capaz de tornar a viagem possível e esse cara, desesperado, resolveu arriscar e testar por si mesmo no meio da noite. Como podemos ver, não deu certo.

— Perdeu a família toda? — Rhodes supôs.

— Até o hamster de estimação. — Tony completou. — Meu ponto é: as pessoas não podem sair se arriscando, e a todo mundo, com essas pesquisas. 

— Deveria existir uma regulamentação. Teríamos que criar um acordo mundial.  — Rhodes então percebeu o que o olhar do amigo queria dizer. — Tá sugerindo criar um acordo mundial?

— É claro que não! — Tony disse, e Rhodes sentiu alívio. — Tô sugerindo que você sugira criar um acordo mundial.

— Tony, eu não sei… Na última vez que criamos um acordo mundial, as coisas não saíram muito bem…

— Nós perdemos metade de todas as formas de vida do universo. Seria interessante não sermos extintos de vez. Só dizendo. — Tony deu de ombros.

— E por que você não faz isso?

— Porque eu tô aposentado. E porque toda vez que faço qualquer coisa, pessoas tentam me matar ou explodem a minha casa. 

— Só explodiram sua casa uma vez.

— Desculpe, quantas vezes já explodiram sua casa mesmo? — o homem se fingiu de ofendido.

— E foi culpa sua! Ninguém mandou dar seu endereço ao vivo na televisão!

— A questão é! — Tony interrompeu a discussão. — Não posso fazer isso. Eu tenho duas pessoas lá em cima que são tudo para mim, e não posso arriscar perdê-las. — ele se sentou e soltou um suspiro. — Mas é preciso fazer alguma coisa, antes que alguém tome uma atitude impulsiva e acabe matando todos nós.

— Certo. — Rhodes cedeu. — Vou entrar em contato com meu pessoal e ver o que podemos fazer. 

— Valeu, cara.

— Disponha. — eles ficaram em silêncio por alguns segundos. — E como vocês estão lidando com os bolsistas da fundação Setembro? Com certeza pelo menos um deles está pesquisando sobre isso.

— Oh, vários estão. E é claro que estamos monitorando cada um deles. Mas é mais fácil, já que eles têm um contrato com a gente. 

— Então têm que seguir suas regras.

— Exatamente. — Tony apontou para o amigo, antes de se levantar. — Me acompanha numa dose de uísque?

— Pensei que nunca fosse perguntar. — ele respondeu, se levantando de imediato.



Mais tarde, após o delicioso jantar, se despedir de Rhodes e botar Morgan para dormir, Tony dedicou um tempo para continuar seu monitoramento das pesquisas em busca de soluções para o estalo de Thanos que estavam sendo realizadas mundo afora. Ele passou horas a fio assistindo vídeos de testes, lendo documentos e verificando os nomes de cada um dos responsáveis pelas pesquisas, em uma tentativa de identificar algum eventual problema. Afinal, podia ser que nem todos estivessem buscando uma tecnologia com boas intenções. Não seria a primeira vez.

— Está ficando tarde… acho que vou subir. — Pepper disse ao fechar seu livro e se levantar do sofá.

— Aham. Cinco minutos e eu subo. — Tony disse, sem tirar os olhos dos hologramas.

— Nunca são cinco minutos... — a mulher disse sorrindo, devolvendo o livro à prateleira. — Devíamos criar um limite de horas de trabalho diárias para você, igual fazemos com Morgan e a televisão. — brincou.

— Eu aprovo a ideia, se valer para você também. — o homem esticou o braço quando a mulher ia passar por ele. Ela então segurou em sua mão e se permitiu ser puxada até sentar em seu colo. 

— Acho justo… — Pepper o olhou nos olhos ao dizer. Suas mãos já acariciando a nuca do homem e o deixando arrepiado. Então aproximou seu rosto devagar e deu-lhe um beijo demorado e delicado. — Podemos começar a pôr em prática agora? 

— Hm… Por que?

— Porque eu gostaria de marcar uma consulta com você... — a mulher disse, com a boca no pescoço dele.

— Que tipo de consulta? — ele perguntou, acariciando a lateral das coxas dela.

— Por que não vamos lá para cima e eu te mostro? — ela perguntou sensualmente no ouvido do homem, deixando-o sem ar.

— Sexta-Feira, salva e fecha tudo. Tenho um compromisso importante agora. — foi tudo que Tony conseguiu dizer, antes de sua boca ficar ocupada.

 


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Notas finais do capítulo

Finalzinho soft pra aquecer nossos corações.
Gostaram?



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