5 Anos escrita por Tatá


Capítulo 16
Rápido Demais


Notas iniciais do capítulo

Saindo direto do forno pra vocês.
Boa leitura :)



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Morgan andou novamente dias depois, e quando Pepper mandou o vídeo para os pais, os mesmos fingiram surpresa. Aquele foi mais um de vários acontecimentos importantes que ocorreram ao longo da vida da pequena Stark; junto com a primeira vez que engatinhou, os primeiros dentes e a primeira palavra, que logo foi seguida de outra e outra, até que a menina foi capaz de dizer frases completas. Mas foi aí que uma tal palavra ficou bem popular:

— Não! — a pequena gritou e saiu correndo. Tony então suspirou e olhou na direção da esposa, que tomava café calmamente.

— Nem olhe para mim; você se meteu nessa confusão ao avisá-la. — Pepper não tirou os olhos de sua xícara ao dizer. Mas não conseguiu largar o marido sozinho na missão, então terminou de beber, deu a última garfada em sua omelete e se levantou. — Ok…

— Você prepara o inimigo e eu ataco?

— Claro.

— Lá vamos nós, time pais! — Tony ergueu a mão para um hi-five e a mulher o fez sorrindo.

Eles andaram silenciosamente até o quarto de Morgan, e se prepararam para o ataque. Tony ficou no lado de fora, ao lado da porta e Pepper entrou sozinha.

— Morgan? — ela verificou o banheiro, sabendo que a menina estava embaixo da cama. —  Morgan! Como pode ser? Ela sumiu! Ei, vocês viram a Morgan por aí? — perguntou aos brinquedos. — Será que ela está aqui? — revirou as roupas no closet. — Ou aqui? — abriu o baú de brinquedos. — Ou será que está… aqui! — ela se abaixou ao lado da cama, bem a tempo da menina sair correndo de lá.  — Temos uma fugitiva! — a mulher gritou, e assim que Morgan passou pela porta, foi capturada pelo pai.

— Nããão! — ela tentou sair dos braços de Tony, falhando miseravelmente.

— Pegamos a delinquente! — ele brincou, e trocou mais um hi-five com a esposa.

— Nãããõ!

— Conhece as regras, mocinha! — Pepper disse, voltando ao banheiro.

— Não!

— Então você quer viver como porcos? Na lama e comendo lixo? — Tony perguntou calmamente, acariciando o rosto da filha, que deixou a cara zangada de lado para fazer bico.

— Não...

— Então vamos tomar um banho quente e te deixar cheirosa, ok?

— Não!

— Sim! Preparar para a decolagem em três! Dois! Um! Decolando! — ele ergueu a menina e a levou até o banheiro, fazendo o som de um jato. Chegando lá, encontrou Pepper já preparando a banheira. Então botou Morgan no chão e a ajudou a tirar as roupas. — Precisa fazer alguma coisa antes de entrar na banheira? Número 1? Número 2? Hum?

— Não… 

— Se precisar é só falar, ok?

— Okay…

— Olha só! Ela sabe falar algo além de “não”! — Tony bagunçou o cabelo da filha, que riu. Então botou a menina na água com cuidado.

— Patinho! — ela pegou o pato de borracha na borda da banheira.

— E adivinha quem mais está aqui! — Tony pegou o boneco que ele mesmo havia comprado para ela. — O Homem de Ferro! — ele a entregou o boneco. — Não me olhe assim; não estragando nossa filha. Só estou mostrando que ela tem o pai mais descolado do mundo. 

— Você está totalmente estragando a nossa filha. — Pepper riu. — Muito bem, Homem de Ferro! Vamos molhar esse cabelo…  — ela pegou o balde de brinquedo de Morgan e o encheu d’água. Pouco tempo depois, a menina estava de banho tomado e teve autorização para brincar um pouco, enquanto sua mãe pegava roupas limpas.

— Muito bem, hora de sair! — Tony disse ao pegar a toalha. 

— Nãããõ! — Morgan reclamou.

— Você vai ter que sair daí, ou vai ficar enrugada igual uma velhinha. Vamos lá. — ele a tirou da banheira e a cobriu com a toalha. — Está jovem demais para toda essa rebeldia. Ainda faltam pelo menos onze anos, ouviu? onze anos! — disse enquanto caminhava para fora do banheiro. Então viu que Pepper havia deixado duas opções de vestido em cima da cama e perguntou à Morgan qual ela queria. 

— Não! — ela disse quando o pai ergueu o vestido azul. 

— Mas você disse que queria esse! Ok, última chance: azul ou amarelo? — o homem ergueu as duas opções, e a menina os analisou por um tempo, antes de dar o veredito.

— Amarelo.

— Decisão final? Muito bem. — ele guardou o outro vestido e a ajudou a se vestir.

— Encontrei! — Pepper entrou no quarto com uma caneta permanente.

— Ótimo! Vamos lá? — Tony perguntou à filha, que sorriu e correu até a porta do banheiro, encostando no batente.

— Pés totalmente no chão, mocinha. Não vale trapacear. — sua mãe disse ao perceber que a menina estava na ponta dos pés. — Amor, você poderia…? 

— Claro. — ele pegou a caneta.

— Fica paradinha... — Pepper ajudou a filha a manter a postura, e Tony riscou o batente onde marcava sua altura. — Muito bem! — ela liberou a menina, que se afastou para ver onde o pai havia riscado. — Olhe só como você está alta! — a mulher apontou para a marcação, onde Tony escrevia “2 anos”. — Meu bebê está crescendo tão rápido... — abraçou a filha e depositou um beijo em sua bochecha rosada. 

— Sua vez! — Morgan empurrou a mãe na direção da porta.

— Oh! Tudo bem! — a mulher se encostou no batente.

— Quer fazer? — Tony perguntou, oferecendo a caneta à filha, que a aceitou. Então ele a pegou no colo e Morgan riscou o batente com cuidado.

— Muito bem! — Tony escreveu “Mamãe” perto do risco. 

— Agora o papai! 

— Vez do papai! — ele entregou a menina e a caneta à Pepper, antes de se posicionar.

— Fica paradinho! — a menina pediu com um tom mandão.

— Sim, senhorita. — Tony imediatamente obedeceu a ordem, como um soldado. Então a menina fez mais um risco no batente e sua mãe escreveu “Papai” ao lado.

— Muito bem, hora de se arrumar! Seus avós já devem estar chegando. Querido, sua camisa está suja. — Pepper botou Morgan no chão e foi atrás de sapatos para a mesma.

— Merda. — Tony falou sem pensar, ao ver que de fato a camisa estava suja de talco. Então se deu conta do que havia acabado de falar e se assustou, só se acalmando ao ver que Morgan havia corrido atrás da mãe e não o escutou. Ele suspirou aliviado, saindo do quarto.

Eles encontraram os pais de Pepper no aeroporto, e juntos foram até um zoológico para crianças no Central Park, onde logo se reuniram com Rhodes e Happy. Para garantir a privacidade de Morgan e os Potts, que quase nunca eram vistos nas mídias, os Starks alugaram o lugar inteiro. Então por toda uma manhã, a família e seus amigos puderam conhecer o local e os animais que viviam por lá. Morgan teve a oportunidade de acariciar coelhos, alimentar cabras e conhecer outras alpacas (essa informação ela prometeu que contaria a Gerald quando voltassem para casa). Em seguida foram para um restaurante apropriado para crianças, onde almoçaram e cantaram parabéns com um belo bolo decorado com animais, como a aniversariante havia pedido.

— Mamãe, posso brincar? — a pequena pediu, assim que sua mãe limpou sua boca suja de bolo.

— Claro! Eu vou com você.

— Deixa que eu vou; termine seu bolo. — o senhor Potts se levantou.

— Obrigada, pai… — a mulher sorriu, e observou a filha e o pai se afastarem até a área de recreação.

— Essa criança vai ser mimada demais. — Rhodes comentou ao perceber que todos, incluindo ele, observavam Morgan subindo no pequeno escorregador.

— Já é. — disse a senhora Potts, voltando a olhar para sua fatia de bolo. — E então, como vai a fase?

— Ela ainda diz “não” o tempo todo…

— Isso não é uma fase, isso é só uma prova que ela é sua filha. — Tony interrompeu a esposa, e recebeu um olhar mortal. Rhodes e Happy riram.

— Mas não é nada que um pouco de diálogo não resolva. — Pepper concluiu.

— Ela ainda é um anjo. — seu marido completou.

— Espera, que fase é essa? — Rhodes não entendeu.

— Os terríveis dois anos. — Happy respondeu, agindo como o perito em revistas para pais de primeira viagem que ele era. — É quando a criança começa a se dar conta que é um ser independente e exige tomar as próprias decisões, que geralmente são o oposto das dos pais. Então vem a birra.

— É como uma adolescente num corpo de bebê. — Tony resumiu, cortando mais uma fatia de bolo. 

— Parece complicado. — Rhodes olhou para Morgan, que usava giz de quadro para desenhar na parede com o avô. — Não consigo imaginar aquele anjo fazendo algo assim. 

— Vamos torcer para que ela tenha puxado isso da Pepper também. — Tony disse, antes de levar um pedaço de bolo até a boca. — Por enquanto está tudo certo. A birra só é existente em uma situação.

— Que é normal para qualquer criança. — sua esposa completou. 

— Que situação?

— Banhos. — o casal disse em uníssono. E no fim daquele dia, os dois tiveram que encarar aquela batalha mais uma vez.



— Olha só que criança cheirosa! — Pepper cheirou o pescoço da filha, que gargalhou. — Deixa que eu assumo daqui. Você esquenta o leite?

— Claro. Passando a bola para a mamãe… — Tony entregou Morgan e saiu do quarto.

— Qual pijama você vai querer usar hoje: o verde ou o lilás?

— Verde. — a pequena apontou para o macacão com várias ovelhinhas.

— Ótima escolha! — a mulher pôs a fralda e vestiu a menina com agilidade, enquanto conversava com ela. — Olhe só quantas ovelhas! Pode me dizer quantas tem? — ela perguntou, e Morgan cutucou algumas, antes de responder.

— Dez!

— Dez? Isso tudo? 

— Aham!

— São muitas ovelhas! Será que dá para contar todas antes de dormir? Vamos ver… um, dois, três… — Pepper fechou os olhos e fingiu roncar, fazendo a filha rir. Então abriu os olhos e riu com ela, antes de beijá-la na bochecha. — Ok! Hora de dormir! — ela disse animada e esperou que a filha deitasse na cama, para então ajudá-la a pôr o cobertor. — E então, o que achou do seu aniversário? Foi legal?

— Foi muito legal! — a pequena se animou.

— E qual foi a parte que você mais gostou?

— Dos animais… e dos doces!

— E você gostou que o tio Happy, tio Rhodes e a vovó e o vovô passaram o dia com a gente?

— Saudade vovó e vovô…

— Eles vão voltar logo, pro aniversário do papai... — Pepper fez carinho na bochecha da filha. — Aliás, por onde anda o seu pai? — ela olhou em direção à porta, estranhando a demora para esquentar um pouco de leite.

— Mamãe?

— Sim, meu amor? — toda a atenção da mulher voltou-se imediatamente para a criança.

— Lê uma história?  — Morgan pediu com o olhar que nenhum dos pais conseguia resistir.

— Que tal se lermos um dos livros que o vovô e a vovó te deram de aniversário?

— Sim! — a pequena sorriu, e sua mãe foi até a estante cheia de livros infantis.

— Foi aqui que pediram um belo copo de leite? — Tony perguntou ao voltar para o quarto. — Leite quente para a madame…

— Obrigada, papai... — a menina aceitou o copo com bico e logo tratou de começar a beber. 

— Vejamos… Esse parece interessante… — Pepper pegou um dos novos livros e se deitou na cama. Tony então também se deitou e fez carinho na filha enquanto liam a história juntos; até que a pequena pegou no sono. Mas mesmo depois disso, nenhum dos dois teve coragem de levantar.

— Ela está crescendo tão rápido… — Pepper sussurrou, afastando uma mecha de cabelo que caía sobre o rostinho de Morgan.

— Rápido demais. — Tony completou, no mesmo tom. — Estou com medo de piscar e ela estar com 16 anos e pedindo um carro. — ele brincou, e os dois riram. — Eu sinto… que nunca vou ser capaz de te agradecer o suficiente por ter me dado essa enorme honra que é ser pai. Especialmente de alguém como a Morgan. — ele disse sério.

— Eu sinto o mesmo sobre você… — Pepper sussurrou, o olhando no fundo dos olhos. — Eu te amo demais…

— Eu também te amo. E te beijaria agora, mas tem uma pessoa tentando dormir entre a gente. — Tony a fez sorrir de novo. Então se levantou com cuidado, para não acordar Morgan. — Vamos lá. Vamos abrir uma garrafa de vinho e comer um pouco de bolo. — ele sugeriu. Então os dois depositaram beijos na testa da filha e fecharam a porta do quarto em silêncio.


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Notas finais do capítulo

Sei lá, meu coração ta quentinho.
O que acharam?



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