Corações Perdidos escrita por Choi


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem a demora, mas eu estava empacada com a capa e não queria postar um novo capítulo sem antes mudar ela hahahhaha
Mas agora, está tudo certo, espero que gostem
E boa leitura!



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Acho que comecei a delirar de fome e na verdade estou sonhando com algum universo paralelo. Me belisquei, vi em algum filme que isso funciona, mas a única coisa que senti foi dor, e o mundo continuou igual ao meu redor. Não estava na minha cama. Me belisquei de novo, apenas para ter certeza.

Ok, Carlisle e Esme estão mesmo na minha casa, na minha frente, me pedindo para morar com eles. Aparentemente.Não descartei a ideia de estar em um sonho ou universo paralelo.

— Humm – Me ajeitei no sofá, passando as mãos pelos cabelos – O que vocês querem dizer com isso? Beberam demais hoje, né? Eu nunca achei que vocês fossem disso, mas tenho uma receita infalível para trazer defunto a vida. Serio mesmo! – Me levantei, disposta a preparar o suco milagroso, mas Carlisle me pegou pelo pulso e fez eu me sentar novamente.

Ele cheirava normalmente, nada de álcool. Talvez agora eu estivesse um pouco mais convencida de que isso tudo era real. Se eu sonhasse com Carlisle, gostaria que fosse um Carlisle não tão engomadinho assim. Certeza que minha mente faria dele um hippie que só sabe falar palavrão. Seria divertido!

— Não estamos bêbados, Bella, estamos bem sérios, na verdade. Estamos te convidando para morar conosco, fazer uma faculdade, ter um futuro, entende? O que acha?

— Pense nisso como um investimento, Bella – Esme me sorriu pela primeira vez – Carlisle acha que você tem um futuro brilhante e eu confio nele.

— E você acha isso baseado em quê? Na minha habilidade fenomenal de usar sarcasmo?

Carlisle resolveu ignorar minha ironia, o que eu lamentei, foi uma ótima piada, na minha opinião.

— Bella, você nunca desejou mais? – Me perguntou com o cenho franzido – Mais do que isso que você tem? Uma vida melhor, um diploma, uma carreira.

— Não, nunca desejei – Fui sincera, o espantando – Aprendi muito nova que quanto mais você sonha, mais você se decepciona. Sonhos são apenas isso: sonhos.

— Bom, o que acha de começar a sonhar agora? Estamos te dando uma oportunidade. Me importo com você, Bella – Carlisle foi sincero, me surpreendendo.

Sua voz era profunda, como se me implorasse alguma coisa. Eu não sabia se confiava nele, afinal nunca confiei em ninguém, nunca precisei de ninguém. O que realmente significaria aceitar a ajuda deles? Os Cullen era uma família rica, que haviam crescido em meio ao dinheiro e conforto, duas coisas que eu nunca provei. A diferença entre nossos mundos era muito grande.

— Bella – Esme se levantou e veio se sentar do meu lado, segurou minhas mãos entre as suas, e respirou fundo antes de continuar –, eu sei que sua vida deve ter sido muito difícil, mas essa oportunidade não bate na porta duas vezes. Eu aceitei apoiar Carlisle nisso, e prometo te ajudar no que for preciso. Carlisle não quer te deixar aqui, e eu entendo ele, você é jovem e tem tanto para viver, não é justo se esconder em um bar fazendo... o que você faz.

— E como vocês planejam explicar isso para a família de vocês? Eles não vão aceitar vocês simplesmente levarem uma estranha para casa – Perguntei, realmente preocupada com aquilo.

Já disse, odeio discórdia e drama familiar. Algo em mim me dizia que aceitando aquilo, eu iria entrar em um drama muito grande.

— Carlisle e eu vamos resolver isso – Esme balançou a mão, como se isso fosse um mero detalhe.

— E então, Bella? O que nos diz? – Carlisle perguntou, esperançoso.

Ponderei minhas opções: continuar aqui e me foder, ou ir com eles e me foder. Bom, pelo menos na casa deles vai ter comida a vontade, certo? Esse me parece um bom motivo para aceitar essa loucura toda.

— Ok, eu vou – Revirei os olhos, derrotada.

Carlisle sorriu e veio até mim, me abraçando. Fiquei sem reação por um momento, até abraça-lo de volta. Carlisle estava me amolecendo. Eu costumava odiar abraços e demonstrações de afeto, droga!

— Não vai se arrepender, Bella – Disse Carlisle.

Ele se afastou e Esme se aproximou.

— Precisa de ajuda para arrumar suas coisas? Partiremos essa tarde.

— Hum... não – Respondi, desconfortável.

Era tão estranho ter alguém sorrindo daquela forma para mim. Esme parecia realmente interessada em me ajudar, e isso me causou arrepios.

Eles foram embora prometendo que duas da tarde voltariam para irmos. Fui para o quarto e comecei a colocar minhas poucas roupas em uma bolsa, levemente desacreditada de que eles realmente viriam.

A bolsa velha possuía dois conjuntos de moletom, três shorts jeans, quatro camisetas, dois tênis, algumas lingeries e meus documentos. Em uma gaveta, estavam as roupas curtas e transparentes que eu usava para trabalhar, assim como as duas sandálias prateadas que possuíam saltos exagerados. Eu levava ou não? Resolvi que não deixaria ali, então coloquei-as em outra bolsa; depois daria um fim aquilo.

Tomei um banho e vesti a mesma roupa que eu estava. Dessa vez consegui tirar toda a maquiagem, revelando perfeitamente o machucado em meu olho, a pele estava levemente esverdeada e roxa em alguns pontos, e ainda doía. Calcei um tênis e amarrei meus cabelos em um rabo de cavalo desgrenhado.

Me sentei no sofá que dava visão para porta. Minhas pernas não paravam de balançar e eu roía minhas unhas. Claramente estava nervosa. Acendi um cigarro e tentei me acalmar.

Eu não acreditava que Carlisle e Esme realmente voltariam, mas uma parte mim esperava que sim, uma parte que ainda se permitia sonhar.

Olhei o relógio. Uma e quarenta e cinco. Pulei de susto quando bateram na porta. Respirei fundo e escondi as mãos soadas dentro do bolso do moletom, só então indo abrir a porta.

E novamente, ali estava Carlisle e Esme, quinze minutos adiantados, uau.

Carlisle fez questão de levar minhas bolsas para o carro, e me revelou que a viagem seria feita de carro, o que eu agradeci, não estava disposta a enfrentar um avião.

— Precisa passar em algum lugar antes de irmos, Bella? – Carlisle me perguntou.

— No bar. Eles estão me devendo.

Ele assentiu e dirigiu até lá. Felizmente, Zafrina estava lá quando eu entrei. Ela estranhou quando me viu, e eu expliquei que estava indo embora e que precisava do dinheiro. Ela ficou surpresa, mas me apoiou e disse que eu estava certíssima em fugir. Fiz uma careta, eu não estava fugindo, nunca fui covarde; estava indo atrás de uma segunda chance, aparentemente.

Zafrina não se opôs a me pagar, e rapidamente acertamos as contas sem nenhuma burocracia envolvida. Não é como se aquele bar fosse o lugar mais legal da cidade.

Voltei para o carro menos de uma hora depois. Carlisle e Esme não apareciam incomodados pela demora.

Me encolhi no banco, observando a cidade passar rapidamente por nós. Caramba, eu estava mesmo fazendo isso! Como tudo tinha mudado desde que Carlisle apareceu.

— Quanto tempo demora até a casa de vocês? – Perguntei, curiosa e incomodada com o silêncio.

— Seis horas, mais ou menos – Carlisle respondeu.

Esme não era muito de falar, ou estava incomodada com a minha presença. Talvez não tenha apoiado tanto assim Carlisle na decisão dele de me trazer, mas resolvi não pensar muito sobre isso.

Tirei os tênis e ergui as pernas, encostei minha cabeça no vidro e me deixei levar pelo sono. Tínhamos longas seis horas até nosso destino.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? E da capa nova?
Espero vocês nos comentários
Beijos