Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 32
Capítulo 31 — Desconfianças


Notas iniciais do capítulo

Bom dia para todos, tudo bem com vocês? Espero que sim ^-^
Cá estou com mais um capítulo saindo do forno, espero que gostem bastante ♥
Veremos as consequências do ataque do Cristal Maldito no castelo… Ou, melhor: A-T-A-Q-U-E-S, hehe
Boa leitura e até as Notas Finais *-*



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♠ Iris Legraund ♠

 

... Os dias que se sucederam após as palavras de Pomona Sprout foram, definitivamente, céleres e tumultuados. Diversos eventos desenrolaram-se naquele meio tempo.

Iris nunca se esqueceria da expressão consternada do velho diretor Dippet quando todos se reuniram dentro do castelo e foram dando de cara, uma a uma, com as "obras-de-artes" causadas pelo Cristal Maldito...

Ou, como os professores insistiam em chamar: pela "coisa".

Entretanto, ninguém mais acreditava naquela conversa fiada. Alguns alunos até possuíam um verdadeiro cérebro de anta (muitos deles, na verdade), mas até o mais tapado deles sabia muito bem o quê eram aquelas formas de cristais ametistas de cor brilhante e bem rara espalhados pelo interior do castelo.

Como bem havia dito a segundanista Pomona Sprout, vários locais (além daquela sacada de onde Andy Stimers se jogara num gesto suicida) haviam sido cristalizados. Diferente da outra vez, que fora apenas no corredor, algumas salas inteiras ficaram encobertas pelos cristais.

... Começando pela estufa n° 4 do prof. Beery.

O local, sendo revestido de vidro transparente, permitia que todos admirassem como encontrava-se seu interior no momento atual — Em uma frase melhor considerando a estética: "uma pintura cristalizada".

O piso, paredes, teto, sacos de panos com sementes, vasos com variados tipos de plantas, mudas para serem feitas, utensílios de jardinagem... Tudo virara cristal. Nada havia sobrado para contar a história.

O lado bom é que apenas uma das estufas havia sido afetada...

... Entretanto, o lado ruim é que a maior parte das plantas cultivadas lá eram especificamente para antídotos e remédios, o que deixou a Madame Clirony deveras preocupada na hora de fazer uma mistura cicatrizante para os alunos que haviam se ferido nos terrenos.

A única coisa que deixou Iris, de certa forma, aliviada, foi o fato de a estufa atingida não ter sido a que abrigava os adoráveis Tronquilhos que o prof. Dumbledore havia mostrado para eles uma vez em sua primeira aula de Transfiguração. Teria sido bem triste se aquelas criaturinhas tivessem sido pegas pelo Cristal...

Ademais, nada naquele mundo, nem mesmo a melhor peça de teatro do ano, poderia tirar o prof. Beery de sua profunda (e dramática) depressão.

O homem não parava de se lamentar, enxugando o rosto com intermináveis paninhos carmins enquanto bebia mais intermináveis copos de uma bebida chamada hidromel.

— Oh, lástima, lástima!... — ele lamuriava. — Eram tão jovens para terem um fim trágico desses... Eu possuía planos estupendos para se fazer com elas... Oh, minhas amadas Ervas de Anis, Cactus Sonnius, Epirradeiras Dracônicas, Verrugueiras, Acantos, Beijos-de-Moças... Ah, tinham tanto para viver!

De acordo com os relatos de alguns alunos mais velhos, um banheiro também havia sido cristalizado, porém, na parte externa do corredor onde ele se localizava, tornando o acesso impossibilitado. O banheiro pertencia aos monitores e ficava no 5° andar do castelo.

Infelizmente (ou nem tanto assim), um monitor da Sonserina estava lá dentro justamente no momento da explosão.

O garoto havia ficado preso lá dentro por não conseguir forçar a fechadura que havia sido cristalizada. Ele tivera que esperar algumas horas até que alguém desse conta de seu sumiço (o quinto andar não era lá muito movimentado...), e, se não fosse por um dos quadros que fazia a patrulha à tarde e conseguiu escutar os gritos de socorro, ele poderia ter ficado trancado lá até o dia seguinte. Coube ao prof. Lukar pegá-lo de vassoura por umas das janelas da construção.

Era-se nítido o quanto os professores e o diretor Dippet estavam de mãos atadas e sem saber o que fazer.

O número de vezes em que se via os professores cochichando uns com os outros no corredores eram cada vez maiores. O diretor Dippet parecia estar envelhecendo dia após dia com a preocupação, uma nova ruga surgindo a cada jantar no entorno de seus aflitos olhos.

A maioria dos alunos que foram para Ala-Hospitalar ficaram bons no mesmo dia, considerando que tinham apenas alguns arranhões e machucados leves — nada que a Curandeira-Chefe não pudesse dar conta.

Até mesmo Andy Stimers, que havia batido forte com a cabeça, recebeu alta perto do jantar, usando ataduras na perna e na nuca, mancando levemente. Somente seu psicológico parecia estar ainda um tanto abalado; o garoto tinha ataques de susto toda vez que alguém fazia o feitiço Lumus perto dele, o que o levava a achar que a claridade repentina pudesse pertencer ao Cristal Maldito (até mesmo o brilho dos fantasmas o assustava).

Iris, diferente dos demais, não se juntava às risadas dos colegas toda vez que Andy dava um "gritinho de menininha" quando uma alma-penada passava por perto (normalmente o Barão Sangrento ou a Mulher Cinzenta). Ela tinha tanto pavor quanto ele, senão mais.

Griselda Milles, por outro lado, não tivera tanta sorte assim.

Pelo que disseram, a garota tivera muitos tendões e nervos afetados pelos estilhaços que penetraram-lhe o corpo. Um simples feitiço de cicatrização não funcionou em seu caso. Sua capacidade motora estava meio confusa, não permitindo que a garota se movesse direito. Ela ainda teria que permanecer na Ala-Hospitalar por algumas semanas.

Minerva McGonagall, integrante do time e artilheira como Griselda, informou com uma expressão bem séria e tensa que a capitã não estaria apta a participar do jogo da Grifinória contra a Corvinal, que ocorreria no próximo sábado.

Aquela notícia gerou um enorme tumulto na Sala Comunal da Grifinória.

— Como vamos vencer agora!? — Nathan Warris dera um soco no próprio joelho. — Maldição! A Milles é a nossa melhor jogadora!

— Sabemos que a situação é complicada, mas não percam a confiança no time. — Minerva franziu o cenho. — Temos ótimos batedores e um goleiro que não deixa nem uma mosca passar pelos aros. — ela indicou Kenneth Thompson e Thomas Lewis, assim como o goleiro Haley Franklin. — Além disso, vocês tem a mim, a artilheira mais rápida de Hogwarts. — ergueu o queixo. — A única coisa que teremos que fazer é arrumar um bom substituto para a capitã.

— É isso aí! — Kenneth Thompson bateu palmas. — Não borrem as calças antes do tempo, bebês! Vamos acabar com aquele bando de sabichões!

Iris, assim como os outros, escolheu acreditar que aquilo seria verdade. Seria melhor manter um pouco de esperança pra variar a sucessão de más notícias que andavam recebendo ultimamente.

Agora, com seus movimentos cada vez mais limitados dentro do castelo por conta das novas zonas de restrições nas áreas afetadas, os alunos estavam parcialmente emburrados por terem de tomar caminhos mais longos para irem às aulas — assim como também ressentidos com a atitude dos professores em não revelar nada a eles sobre o pedaço do Cristal escondido no castelo.

... Mas nenhuma raiva e lamento eram maiores do que o do zelador Rancorous.

Iris desconfiava que todos os quatro cantos do castelo escutaram quando o zelador saíra berrando até a sala do diretor Dippet com passos furiosos e indignados.

Ao que parecia, ele notificou em intensa revolta que sua sala nas Masmorras (conhecida como "Zona de Tortura" no vocabulário dos alunos) havia sido completamente cristalizada também.

Todos ficaram surpresos, pois haviam sido feitas revistas extensas em todos os andares — principalmente depois do acontecimento embaraçoso no banheiro dos monitores envolvendo o pobre garoto sonserino.

Contudo, o zelador relatara que não tinha reparado em nada anormal nas redondezas de sua sala até tentar abri-la e ver que não era possível fazer tal coisa, por estar emperrada.

Ele disse que olhou pelo buraco da fechadura e viu tudo num completo "roxo-brilhante" dizendo que era um absurdo e uma vergonha ter sua sala perfeita possuindo, agora, cores tão "infantis e femininas" (isso sendo que o maior problema era que a sala não podia sequer ser aberta).

Ao que parecia, Rancorous polia seus instrumentos e ferramentas quatro vezes ao dia (relíquias de suas antigas torturas), e, se não fizesse aquilo logo, elas perderiam a "essência" das histórias gloriosas contidas nelas.

Foi preciso muita paciência e palavras-chaves do prof. Dumbledore para convencê-lo de que nada daquilo seria possível fazer, e que o zelador teria de esperar um tempo até ter sua sala de volta.

O professor ainda tentou animar o homem, dizendo que o lado bom é que suas relíquias ficariam "petrificadas" durante todo o tempo, ou seja, suas "essências-históricas" não se perderiam, por estarem igualmente paradas e contidas no interior do cristal.

Aquilo finalmente pareceu convencer o zelador, mas isso não queria dizer que seu estado de espírito havia se suavizado — ele estava mais frio e mais ameaçador que nunca. Ninguém tinha coragem de mexer no calo dele durante os primeiros períodos.

... E, no meio disso tudo, Iris sentia-se estranha e preocupada; com uma parcela de ansiedade adentrando seu interior de vez em quando...

Mas ansiedade com o quê? De alguma forma, surpreendentemente, ela sabia que não era por causa do ataque do Cristal Maldito em si, que, novamente, escondera-se após a explosão de cristalizações. Claro, esse ponto a deixava um pouco aflita sim, mas acreditava que o diretor e, principalmente, o prof. Dumbledore, iriam cuidar de todos eles.

Em vez de perder-se em divagações pessimistas, criando ilusões e imagens do Cristal Maldito lhe atacando (como todos pareciam estar fazendo), havia um única coisa que voltava sempre na mente da ruiva — mais especificamente uma certa conversa que ouvira no Corujal...

Sinceramente, não sabia o motivo de estar tão encucada com aquilo.

Aquele episódio já havia acontecido há meses, afinal. O mais natural seria ela deixar o assunto pra lá, como a própria Northrop havia aconselhado...

Mas algo lhe dizia que havia muito mais por trás das palavras ditas pelos sonserinos naquela ocasião...

"Alguém não deve estar nada feliz com isso...".

"... Dá para ver de longe o desagrado dele...".

As palavras de August Lestrange e Victor Black perpassaram novamente por sua cabeça, como uma vitrola defeituosa, que ia repetindo-se sem parar, vez após vez...

De quem eles falavam, afinal? Iris não era nenhuma boba em cair nos argumentos pouco satisfatórios de Louisa. Era óbvio que eles conversavam sobre o Cristal Maldito, o assunto começou naquilo, poxa!

E logo em seguida, eles citaram esse tal de "ele"...

Toda vez que pensava nessa pessoa misteriosa, o estômago de Iris embrulhava, vindo uma sensação ruim em seu corpo, como um mau presságio. Parecia ser uma impressão de que estivessem em um perigo maior do que imaginavam, e que o pedaço do Cristal não era a única ameaça pairando sobre suas cabeças...

Será que todas essas desconfianças e indagações eram frutos de suas noites em claro lendo os livros de detetives de Edgar Allan Poe¹?

Romance policial era o gênero preferido de Iris. Investigações, assassinatos, sequestros... Era um assunto que lhe interessava deveras, e frequentemente (quando estava entediada) imaginava-se dentro de um cenário parecido. Era um pouco esquisito que uma garota da idade dela gostasse dessas coisas, principalmente possuindo um pai e uma avó completamente antiquados...

... De toda forma, ela não achou que o fundo de suas dúvidas poderiam basear-se somente em comparações com crimes e mistérios fictícios...

Algo estava errado. E ela tinha que descobrir o que era, ou não conseguiria ter paz. Já fazia dias que não dormia direito, sendo perturbada por esses pensamentos que iam e vinham sem parar em sua mente.

Precisava falar com alguém.

Embora sua mente se desagradasse com a primeira opção que lhe ocorrera (contudo, sendo a mais coerente), Iris estava decidida a tentar tirar tudo à limpo.

Os sonserinos poderiam ser uns idiotas na maior parte do tempo, mas naquele momento em particular, em que conversavam no Corujal, eles pareciam saber muito bem do que estavam falando...

E certamente não eram míseras "trivialidades".

Suspirou, levantando-se da mesa após terminar seu desjejum. Saiu do Salão Principal com passos firmes e decididos. Um único objetivo estava fincado em sua mente:

Procurar Louisa Northrop e discutir aquele assunto por definitivo.

 

[...]

 

— Ei, Northrop.

Louisa levantou a cabeça. Desviou a atenção do livro que lia para focar-se em Iris, que pôs-se a apertar o passo até onde a garota estava.

Como sempre, não havia sido uma tarefa difícil encontrá-la.

Geralmente, Louisa preferia mergulhar em alguma leitura longe de todo o rebuliço do castelo. Encontravam-se na Ponte Coberta, uma estrutura rochosa e recoberta por tijolos pretos com gramíneas e mucosidades em suas ligações. No momento, encontrava-se sem nenhuma alma viva...

... Bem, com exceção das duas garotas.

Louisa estava sentada em uma pequena mureta de pedra. Antes que Iris pudesse estranhar o fato de "uma madame estar se sujando ao assentar-se sobre uma superfície cheia de terra e poeira trazida pelos ventos", visualizou um fino lençol que a Northrop usara para se acomodar, evitando, assim, encostar suas vestes na mureta.

Iris não ficou nada surpresa diante disso.

A Northrop, então, fechou o livro "100 Ingredientes Formidáveis para Preparar uma Poção Perfeita" e voltou os belos olhos safiras e expressivos em sua direção.

— Legraund? — ela pareceu um pouco surpresa. — O que deseja?

Iris, que prometeu para si mesma que não iria enrolar, respirou fundo, já visando colocar "as cartas na mesa", assim como seu pai costumava dizer.

— As coisas estão começando a ficar perigosas, não acha? — olhou-a de maneira como quem dissesse "Tenho certeza de que sabe bem do que estou falando".

Louisa não conseguiu evitar fazer uma pequena careta incomodada, antes de tentar disfarçar, pigarreando.

— Hum, acho que sim. Todos viram as cristalizações, não?

— E você não acha que deveríamos, portanto, fazer alguma coisa? — perguntou, sentindo o interior querer se alterar um pouco. Se ela se fizesse de desentendida mais uma vez...

E, como bem temia, Louisa apenas encarou-lhe com fingido ar de quem não sabia aonde ela queria chegar com aquilo.

— Fazer alguma coisa? — ela repetiu. Em seguida, balançou a cabeça. — E como sugere que façamos algo? Sabemos o que está acontecendo tanto quanto qualquer um aqui...

— Não, não; sabemos muito bem que possuímos conhecimentos a mais sobre todos esses fatos embaralhados. — frisou.

Louisa percorreu o olhar brevemente pelos terrenos, ficando claramente frustrada e desanimada.

Ela respirou fundo.

— Olhe, se está se referindo ao que escutamos naquele dia...

— Bem observado, Northrop, é exatamente sobre isso que vim falar com você.

Aproximou-se um passo dela.

"Louisa — a chamou pelo primeiro nome, embora não fosse acostumada a fazer tal coisa. Contudo, o momento requeria seriedade. —, você sabe melhor do que eu que... — mordeu o lábio, decidindo soltar tudo de uma vez: — Que simplesmente não podemos esquecer de tudo aquilo que ouvimos! — alegou, denunciando a incredulidade que vinha sentindo pela forçada ignorância que a menina transpassava desde aquela tarde no Corujal. — Posso ver nos seus olhos que está tão confusa quanto eu, não podemos deixar essas descobertas de lado apenas por motivos pessoais e...

— Pessoais? — Louisa levantou as sobrancelhas, como se a única confusa ali fosse Iris. — É isso o que acha? — ela não pareceu nem um pouco contente, falando agora com mais firmeza. — Não estou evitando entrar nessa história por conta de motivos pessoais, Legraund. O que eu evito é me meter em assuntos que não apresentam nenhum problema aparente, esta é minha posição. — ela retrucou com certa frieza. — E como já falei antes, aquilo que escutamos não possui nenhuma relação com essas cristalizações, é tudo fantasia da sua mente. Não existe esse "ele" e nem ninguém. Por que não vê isso, Legraund?

Após dizer isso, Louisa levantou-se um pouco aborrecida, pegando o lençol e colocando o livro embaixo do braço, já preparando-se para ir embora.

Iris ficou estupefata.

Por que ela estava mentindo daquele jeito? Dava-se para notar de longe que as palavras de Louisa não eram verídicas nem mesmo para ela própria! Qual era o problema daquela garota?

— Por que eu não vejo? E por que você faz isso? Por que finge não se importar, Northrop? — Louisa balançou a cabeça, já seguindo para a saída da ponte, fazendo Iris ir em seu encalço. — Por que não me responde, Louisa? Sabe que estou certa, você sabe! Pare de andar e fale comigo!... — ao ver que suas perguntas ficariam claramente sem resposta, o sangue ferveu em sua cabeça. — Já falei pra parar, droga! — puxou-a bruscamente pelo braço, fazendo o livro desabar no chão e uma Louisa bastante surpresa lhe encarar sem reação alguma por seu ato grosseiro.

Não demorou muito para que Louisa ficasse bastante incomodada, franzindo o cenho nervosamente.

— Por que insiste tanto?... Já falei que sua atitude é completamente precipitada, pare com isso...

— Não, pare com isso você! — retorquiu aborrecida. — Precisamos descobrir sobre o que aqueles garotos estavam falando, principalmente sobre aquele "ele", Louisa! Por que sente tanta dificuldade em compreender isso?

Seu corpo ia assumindo uma aura de extrema irritação, odiando Louisa a cada segundo que passava...

... No entanto, de repente, isso mudou.

Enquanto mirava a expressão claramente hesitante e vacilante de Louisa, que a esboçava toda vez que era abordada por aquele assunto, uma ideia (nem um pouco agradável) começou a tomar forma em sua mente...

— A não ser que... — Iris desfez a expressão raivosa, assumindo outra de "compreendimento-muito—azedo". — Que você já saiba de alguma coisa.

O rosto de Louisa ficou, de imediato, espantado por conta da evidente insinuação da ruiva.

— O quê?... — ela balbuciou, os olhos em seguida demonstrando claro sinal de que a exaltação estava prestes a explodir a qualquer momento em seu interior. — O que quis dizer com isso? — ela tentava controlar a respiração, que com certeza queria ficar irada.

Iris não se intimidou.

— Oras, estou apenas dizendo que faria sentido você estar tentando "acobertar" seus colegas. Todos vocês tratam-se de uma "grande família", afinal. Ou estou errada?

Silêncio.

... A Northrop ficou, definitivamente, bem enfurecida depois dessa.

O corpo dela tremia em intensa danação, os olhos contendo um brilho quase assassino fixados diretamente sobre o rosto de Iris, como se fossem duas adagas azuis feitas de diamantes prontas para aplicar o ataque.

Agora sim, Iris poderia dizer que sentira-se um pouco atemorizada e acuada.

Deu um passo para trás, já preparando-se caso tivesse de puxar a varinha. Sentiu seus dedos roçarem no cabo amadeirado, prontos para fecharem-se sobre ele.

Felizmente (ou nem tanto assim), a Northrop só explodiu mesmo:

— COMO TEM CORAGEM DE INSINUAR UM COISA DESSAS? — ela gritou, fora de si. — VOCÊ NÃO ENTENDE NADA, ABSOLUTAMENTE NADA, LEGRAUND! JÁ NÃO BASTA TODO MUNDO ACHAR QUE PODE COMENTAR À VONTADE QUALQUER COISA SOBRE MIM, E AGORA VOCÊ ME VEM COM ESSA? NÃO ACEITAREI QUE FALE UMA COISA DESSAS NA MINHA FRENTE, POR QUE TODOS VOCÊS SIMPLESMENTE NÃO ME DEIXAM EM PAZ??!!

Iris estava chocada. Jamais vira alguém tão nervosa, ainda mais se tratando da tão tranquila e reservada Northrop.

Talvez tivesse ido um pouco longe demais...

— A-acalme-se, Louisa! — balbuciou nervosa. — Desculpe, eu não queria ofender...

Louisa sacudiu a cabeça em extrema cólera, pegando o livro do chão.

— Então veja os fatos antes de falar qualquer coisa! — e, dizendo isso, saiu em passos endurecidos, tomando um rumo desconhecido para Iris.

— Caramba... — Iris limpou o suor da testa após alguns minutos sozinha. — Quem diria que Louisa era tão estressada? Eu só falei que...

Mordeu o lábio inferior, hesitante. Ela tinha feito um comentário acusatório contra a outra, não dava para mentir nesse ponto.

... Contudo, Iris ainda não podia-se chamar de "monstro-insensível-e-julgador-de-pessoas". Pelo menos não ainda. Havia sido justamente o jeito de Louisa que lhe incentivou a ter aquelas suposições nada legais...

... Suposições essas que ainda possuíam bastante dúvidas no ar, pra falar a verdade.

— Bem, mas não sou mesmo de desistir! — Iris foi saindo do local, recobrando o foco depois daquela tremenda briga. Não arredaria o pé agora, isso nunca foi do feitio dos Legraund.

"Amanhã com certeza ela vai estar mais calma, e aí falarei com ela outra vez...".

Sim, seria isso.

Sendo assim, guardando essa "missão" dentro da cabeça, Iris fez o caminho de volta ao castelo.


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Notas finais do capítulo

♥ Curiosidades ♥

Edgar Allan Poe¹ — Edgar Allan Poe (1809-1849) foi um autor, poeta, editor e crítico literário estadunidense, integrante do movimento romântico em seu país. Ele ficou conhecido por suas histórias que envolvem o mistério e o macabro, e se tornou um dos primeiros escritores norte-americanos de contos; geralmente considerado o inventor do gênero, também recebendo crédito por sua contribuição ao emergente gênero de ficção cientifica.

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E então, o que acharam???? O Cristal deu um belo trato em Hogwarts, isso é certo kkkk Os mais atingidos foram o prof. Beery e suas amadas planta, e o zelador Rancorous com suas amadas armas de tortura ^-^ Cada louco com seu gosto.

E parece que o Cristal malandrinho voltou a se esconder… Onde essa droga está, afinal? Esse é um mistério bem intrigante…

Iris e suas aspiração à Sherlock ainda estão de pé: essa garota não vai descansar até descobrir alguma coisa… ^-^

E essa briga no final do capítulo? Louisa e Iris, de fato, não se bicam nem um pouco… Eita meninas birrentas!

O próximo capítulo será BEM divertido e cheio de ação; digamos que todos irão aos “ares”, se é que me entendem, hehe.

Bem, acho que é só isso, até Sábado que vem, galera. E não esqueçam de deixar suas impressões do capítulo, viu? Lembrem-se sempre dos três “J”: “Jamais ofenda, jamais copie, jamais seja um leitor fantasma”. Xi, esses três são P-É-S-S-I-M-O-S!

Antes de ir, vou aproveitar aqui para perguntar: Ju, você tá recebendo minhas mensagens? Faz tempo que você não dá sinal de vida, estou ficando preocupada se aconteceu algo contigo ou se é problema da plataforma, slá. Tá tudo certo? Responda logo, viu? ♥

Até mais, gente *-*

Malfeito, feito. Nox.



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