Equinócio escrita por Isa Devaylli


Capítulo 2
Presente inesperado


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, sejam bem vindos, estou postando o primeiro cap. hoje, dando inicio a esse livro que estou em processo com muito carinho, espero que gostem.



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Fecho meus olhos absorvendo cada vitamina-D disponibilizada pelo sol, que luta bravamente contra as nuvens pesadas de Forks, o dia está até que bonito, um pouco de azul pinta o céu, e o sol se faz tímido intercalando entre uma nuvem e outra, mas eu absorvo cada raio que podia, agradecida, dias ensolarados em Forks eram raros.  

Deito de costas sobre as flores da clareira e sinto uma brisa me tocar levemente, trazendo junto com ela o cheiro das folhas, terra, flores e um perfume amadeirado que eu reconheceria em qualquer canto do mundo. Sorrio involuntariamente com isso, e me sento somente para fitar o lobo castanho avermelhado na borda da clareira, me observando. Meu sorriso de canto se faz convidativo e então ele caminha até mim a passos lentos e firmes, sua pelagem acompanha seu ritmo que balança suavemente em contato com o sol, parecendo que pequenos pavios de chamas dançam sobre ele. Ao parar na minha frente o lobo me encara por alguns segundos, e logo se deita sobre suas patas, pousando sua cabeça sobre minhas pernas e repousando tranquilo, observo tudo no mais absoluto silêncio, sem piscar os olhos.  

Acaricio seu pelo macio, começando da ponta do focinho e indo até o topo de sua cabeça demoradamente, e o vejo fechar os olhos absorvendo o gesto, meu sorriso cresce novamente, era tão simples e fácil estar com Jake, eu não precisava de muito para agrada-lo e eu amava isso. Coloco a mão sobre sua cabeça e transmito tudo o que estava sentindo, pelo simples fato de estar ali com ele, vejo seu olhar carinhoso sobre mim, então ele fica de bruços, com a barriga para o chão me encarando por um segundo, e logo depois me dá um lambida do queixo até o topo da cabeça.  

— A não Jacob, não acredito que fez isso. – limpo o rosto um pouco brava com a situação, e o lobo a minha frente rola na grama soltando ganidos, claro que rindo de mim. Rolo os olhos - Há. Há. Há. muito engraçado. - não me aguento e rio junto com ele, que se levanta e sai da clareira sumindo do meu campo de visão.  

Sorrio ao vê-lo minutos depois voltando em sua forma humana. Jake vem até mim e faço a boca em uma linha encarando agora sua pele desnuda em contato com o sol era incrível, sua pele castanha se iluminava mais que o sol, fazendo com que o próprio ficasse com inveja dele, quando ele para na minha frente sorri para mim.  Eu não conseguia ficar com raiva de Jake, ultimamente estávamos passando pouco tempo juntos então eu não podia me dar ao luxo.   

 Claro que não estava sendo fácil, algo me induzia a Jake, era muito difícil passar dias sem vê-lo, e eu não sabia se aquilo era bom ou ruim, de uma forma ou de outra eu precisava disso, nem que seja para ver que ele está bem, com Jake também não parecia ser diferente, mesmo cansado demais ele aparecia para me ver, e na maioria das vezes o cansaço o vencia, mesmo sabendo que poderia tomar bronca minha por estar ali cansado depois de um dia de trabalho, as constantes rondas e fardos do ofício. Mas no fundo eu ficava feliz, é reconfortante vê-lo dormindo tranquilo e sereno do meu lado.  

Quando não podia me ver, Jake me ligava, mas não era a mesma coisa. Porem eu não era egoísta, ser o alfa de toda a matilha, agora que Sam está deixando aos poucos seu posto não está sendo fácil, o cansaço era nítido em seu rosto quando ele não dormia para me ver, eu me sentia mal por isso.   

Ficamos na clareira por mais um tempo, em nossa bolha particular, enquanto eu tentava mandar um pouco de vitamina D para dentro do meu corpo, e Jake sempre me atrapalhando para chamar minha atenção, então me pego pensando em tudo que tinha nos levado até ali, meus pais, minha família, Jacob, os lobos, vovô Charlie, e os Volturi. Sete anos após toda aquela loucura, meu desenvolvimento estava completo, eu faria aniversário em dois dias e estava feliz. As coisas estavam enfim se encaixando.  

Me desperto de meus pensamentos com Jake, que pega a flor que recolhi e esconde atrás dele, ergo uma sobrancelha desafiadora.  

—Uma tarde em La Push pelos seus pensamentos. – ele chantageia ainda escondendo a flor de mim. E ergue os braços para que eu não consiga pegar por não dar altura. 

—Golpe baixo Jake, sabe que amo La Push. – digo tentando pegar a flor de volta, ele sorri ainda sentado de frente para mim segurando firme a flor no alto, passo um braço em volta dele e fico de joelhos sobre o chão esticando o outro braço em uma tentativa fracassada de pegar a flor de volta. Então Jake, prevendo o que eu faria se deita me levando junto com ele. Me fazendo cair por cima de seu peito. 

De repente estamos perto demais, minha mão está presa embaixo de Jake e meu rosto está a centímetros do seu, ele avalia meu rosto minimamente com um sorriso de canto nos lábios, e então tira uma mão de suas costas, apenas para tirar uma mexa de meu cabelo da frente do meu rosto. Seus dedos passeiam suavemente pelas maçãs de meu rosto, fazendo caminho até meu queixo, e sinto a ponta de seus dedos queimar por sobre minha pele com seu contato mais quente que o normal.  

— Podemos ficar aqui a tarde toda. – ele fala erguendo uma sobrancelha, soprando seu hálito quente de menta sobre meu rosto. Encaro seus lábios rapidamente, e finjo me recompor, tentando novamente de forma inútil tirar a flor de sua mão, porém a minha nem alcançava. Jake abre um sorriso enorme nos lábios e segura minha mão que está em baixo dele e passa a outra na minha cintura, nos mudando de posição de forma rápida, de reprende ele está sobre mim sustentando todo seu peso e eu estou de costas no chão.  

Dou um grito surpresa com seu ato, e ele dá uma gargalhada me prendendo em seu sorriso, olho cada detalhe de seu rosto e encaro novamente seus lábios entre abertos convidativos para mim. Respiro fundo e tento me recompor.  

—Está bem, você venceu. – digo tentando desviar meus olhos de seus lábios, Jake ri se distraindo, e eu consigo me soltar tirando a flor de sua mão, que já está amassada pela tentativa de recuperação da mesma. Tento me levantar para correr, mas são mãos estão na minha cintura me segurando no ato da fuga. 

Gargalho alto e Jake me tira do chão me jogando sobre seu ombro.  

—Achou que tinha vencido, depois de piscar esses olhinhos para mim. – ele fala brincalhão.  Me debato tentando me soltar de seu aperto inutilmente.  

—Você é um convencido sabia. – digo em suas costas e posso jurar que ele está sorrindo – Me põe no chão Jake. – peço tentando me soltar de novo.  

—Sabe que é inútil, não sabe primavera? – Jake me pergunta debochado e eu suspiro derrotada. Ele gargalha e começa a caminhar comigo para fora da clareira, tento me soltar de novo de seus braços e quando ele enfim sai da clareira, me coloca no chão sorrindo para mim.  

—O passeio acabou madame. – tento arrumar a confusão que está meu cabelo encarando Jacob feio. 

—Você embolou todo meu cabelo Jake. Estou parecendo uma doida. – ele nega. Colocando a flor sobre minha orelha. 

—Está lindo para mim. - diz dando de ombro, mordo o lábio inferior de forma nervosa, envergonhada com seu elogio. Maldita mania que eu tinha herdado de Bella.  

—Melhor nos irmos, meu pai daqui a pouco pai vem atrás da gente, ele está fazendo vista grossa. – Jake suspira. 

— Claro, claro. - conclui voltando a caminhar lado a lado comigo. 

— Mas ele bem que podia dar uma folga, meu aniversário é em dois dias. - ele concorda.  

—É, mas enquanto essa folga não vem, melhor não arriscarmos. - reviro os olhos e concordo, Edward estava agindo de forma estranha ultimamente, limitando meus tempos com Jake e nos vigiando sempre, como se a qualquer momento fossemos fazer alguma coisa errada, eu estava ficando desconfiada e invadida, já não bastava ele estar na minha mente o tempo todo.  

Caminhamos em silêncio pela floresta e eu não me incomodava com aquilo, estar com Jake era incrível e de um tempo para cá, algumas sensações quando estou com ele tem me deixado estranha, eu sentia leves correntes elétricas quando o tocava, não sei mais agir quando ele me elogia, quando me toca com carinho meus dedos formigam e quando ele está prestes a aparecer a ansiedade dobra. Eu estava desconsertada com essas sensações, com medo de admitir para mim mesmo o que aquilo significava.  

Eu queria acreditar que fosse as mudanças que eu tive até um mês atrás referente a minha maturidade, que tinham sido contastes e drásticas, cada vez mais absurdas e com diferenças notáveis. Quando o surto de crescimento começou, a mais ou menos um ano eu estava presa em um corpo de uma menina de quinze pulando drasticamente para uma de dezoito, eu não conseguia usar a mesma roupa no outro dia. Tia Alice tinha amado sempre ir comigo renovar o guarda-roupas e Carlisle estava impressionado, me medindo minuciosamente todos os dias. A novidade é que Nahuel estava de “férias” na nossa casa, sendo cobaia de Carlisle, porque ele queria estudar e tentar entender nossa “espécie”.  E se por sermos de sexo diferentes fazia alguma diferença nossa forma de crescimento, como o fato de ele ser “venenoso” e eu fêmea hibrida não.  

A sorte de Carlisle é que com o tempo fui aprimorando meu dom, e além de irradiar meu poder pelas mãos, eu conseguia projeta-lo para qualquer parte do corpo, ou para uma sala inteira, e também conseguia fazer o reverso, pegar as informações das pessoas, é claro que quando permitido. Ainda não tinha muito controle, mas eu estava treinando muito para isso. Então com isso eu conseguia colher todas as informações de Nahuel e passar para Carlisle.   

A primeira vez que projetei meu dom para uma sala inteira, foi quando eu estava muito impaciente em casa, estava com quatro anos e aparentava ter dez, Jake tinha sumindo porque eu tive uma paixonite por ele e Edward não estava muito feliz com aquilo, tivemos uma briga feia, e ele proibiu Jake de me ver. Então na mesma noite tive um pesadelo horrível, onde eu perdia Jake, e projetei o sonho na cabeça de todos na mansão. Foi incrível e louco ao mesmo tempo, Bella me acordou preocupada e eu só consegui parar de chorar quando vi Jake na minha frente intacto, claro que a paixonite acabou e foi difícil projetar o dom novamente assim, mas com o tempo estou conseguindo. 

O reverso do meu dom, foi com tia Rose eu estava com mais ou menos 5 anos e aparentava ter uns treze ou quatorze, ela me contava sua história e eu imaginava na minha cabeça, e passava para ela a forma como eu via através de meu dom, mas quando fui toca-la eu consegui ver exatamente como aconteceu e o que ela sentiu, tirei a mão de seu rosto na hora um tanto quanto impactada com o que acabara de acontecer, e ela me olhava de forma confusa, sem entender nada. 

Edward estava no meu lado em dois segundo explicando o ocorrido a ela. Todos estavam fascinados, principalmente Carlisle, que me estudou minuciosamente depois disso. Ele informou que era meu dom crescendo junto comigo, que eu já tinha, mas como era criança não tinha domínio e nem sabia que existiam.  Pegar informações das pessoas novamente foi o mais difícil para mim, e ainda está sendo, mas agora eu tenho um pouco de mais controle. 

Eu não consigo pegar informações sem “autorização”, não ainda, a mente da pessoa precisa estar aberta, e não é qualquer toque meu que colhe imagens, ou informações, eu preciso querer. Carlisle falou que quando eu tiver plenos domínios vou poder pegar a história da pessoa sem permissão. Só não sei se isso é uma coisa boa.  

Chegamos a mansão e avisto logo Nahuel sentado nas escadas do hall de entrada, sorrio para ele que vem até mim, de relance vejo Jake fechar a cara, me conciliar com os dois estava sendo uma tarefa fácil, Nahuel não era bem vindo na reserva, e Jacob desde que Nahel chegou nunca colaborou para manter o ambiente harmonioso quando estávamos juntos. Passo pelo meu dom para Jake “colabora, por favor” e ele bufa respirando fundo. 

—Você sumiu hoje cedo. - sorrio.  

—Fui aproveitar o dia, não é todo mundo que tem o privilégio de ter o sol constantemente presente. - concluo seu sorriso se abre.  

—Quando for ao Brasil na minha casa, poderá aproveitar todos os dias. – Jake bufa baixo ao meu lado, mas o ignoro.  

—Verdade, não perderei um minuto. – digo, saindo dele e abraço Nahuel receptiva. Ele demora um pouco no gesto, fazendo Jake ficar impaciente ao nosso lado.  

Depois que Nahuel me solta, ele encara Jake que só balança a cabeça como um cumprimento e entra na mansão me deixando para trás com Nahuel, encaro o mesmo sorrindo e subimos juntos as escadas entrando na mansão lado a lado. Quando alcançamos a sala, vejo Edward sentando com Bella encostada em seu dorso no sofá, Carlisle esta jogando xadrez com Jasper e Emm desce as escadas sorridente com Rose.  

—Oi minha linda. - Tia Rose vem na minha direção me abraçar, mas ela torce o nariz - Credo Nessie você está fedendo, já levou seu cachorro para passear? - provoca Jake, reviro os olhos. Abro a boca para defende-lo, mas ele me interrompe.  

—Rosalie, sabe a diferença entre uma loira e um hambúrguer? - Edward ri. 

—Essa é nova! - Jake pisca para ele.  

—É que a carne de hamburguer não é cem porcento de vaca. - afirma e tio Emm cai na gargalhada. Nego para não rir, e tia Rose encara Jacob e Emm como se fossem mata-los.  

—A qual é Rose, essa foi boa. - Emm fala terminando de descer as escadas indo até ela.  

—Esse cachorro... - nego.  

—Vocês poderiam parar com essas briguinhas por favor! - peço e Jake ergue uma sobrancelha.  

—Ela quem começou. - reviro os olhos. 

—Muito maduro Jake. — falo negando e Emmett me olha debochado.  

—Olha quem fala, a senhorita sou madura e grande, mas ainda tenho só sete anos. – mostro a língua para ele o fazendo gargalhar alto – O cachorro que deve estar feliz com isso. - Emmett solta encarando Jake insinuativo, semicerro os olhos envergonhada. Ele ri ainda mais, e Rose dá um tapa na cabeça dele.  

—Porque não sei de perto do chato do seu tio e vem aqui amor, estou com saudades. – Bella intervêm e sem pestanejam vou na direção dos dois.  

Me sento entre meus pais logo depois e Bella beija meu rosto, com Edward fazendo carinho no meu braço, e vejo uma Alice que até então não tinha visto, vindo saltitante e sorridente na minha direção, ao meu lado Edward nega para ela que bufa e se ajoelha na minha frente.  

—Minha sobrinha mais linda do mundo e favorita. - ergo uma sobrancelha, já sabendo do assunto.  

—Ainda é não, tia Alice! - afirmo a vendo fazer um biquinho triste. Nego sorrindo. 

—Você realmente puxou ao Edward, o que custa Nessie uma festinha de aniversário. - reviro os olhos.  

—E alguma coisa é pequena para você?  - pergunto e vejo Jake rir de relance, no canto oposto do sofá em que estávamos e falar.  

—Só ela que é essa tampinha invocada. – Alice mostra língua para ele e eu dou risadas o acompanhando.   

—Alice ela não vai ceder. - Edward afirma ao meu lado. Concordo cruzando os braços e sorrindo, vejo seu muxoxo e reviro os olhos.  

—Tia Alice, sabe que não gosto de grandes eventos. - ela concorda meio teatral. 

—Você é um misto perfeito de Edward e Bella, e não estou falando no bom sentido. – fala acusatória.  

—Ei, me tira fora dessa. – Bella fala em sua defesa, Alice dá de ombros. 

—Você passou para ela, sua aversão a eventos. – faço careta, ela revira os olhos se levantando e vai para o lado de Tio Jess pesarosa.  

Jake respira fundo, se levanta e me olha erguendo as sobrancelhas, eu já sabia o que aquilo significava. 

—Tenho que ir, preciso colocar ordem na matilha antes de ir para a oficina.  

—Só um minuto Jacob, fiz uma torta para vocês lancharem. – vó Esme diz entrando na sala e sorrindo terno para nós. Ele concorda sorrindo.  

—Claro, claro, acho que tenho uns minutos sobrando. – ele diz sorrindo e eu nego, Jake amava a comida de Esme e não era nenhum mistério que os lobos eram famintos. Ele me olha convidativo e eu o acompanho para fazer companhia para ele, porque comida humana não estava no meu cardápio de comidas favoritas.  

Quando começo a caminhar me lembro de Nahuel.  

—Você vem? -  pergunto prestativa, e vejo a careta de reprovação de Jacob. Nahuel nega. 

—Obrigada Nessie, eu já comi. – concordo e vou atrás de Jacob até a cozinha.  

Quando chegamos paro na frente dele o encarando de forma seria, ele ergue uma sobrancelha. 

—Você nem tenta Jake. – digo reprovando a forma como ele trata Nahuel. Ele dá de ombros.  

—Já falei que não gosto dele. E bem, parece que é reciproco. A forma como ele olha para você me incomoda. – fecho os olhos e suspiro.  

—Nahuel é meu amigo Jake. Não estou entendendo porque te incomodaria. - digo levemente irritada com o tom de Jake e logo o vejo se desarmar. 

—Não é isso, só que não cofio nele. - reviro os olhos. 

—Mas eu confio, e pelo menos ele está tentando. – digo rebatendo – Você também podia tentar sabe. – peço me aproximando, ele suspira e eu envolvo meus braços nele e encaro suas íris negras sorrindo graciosamente – Por mim. – ele nega desviando os olhos dos meus, e suspira.  

—Ok Renesmee, prometo que vou tentar. – ergo uma sobrancelha.   

—Renesmee? Está bravo comigo? – pergunto tentado conter o riso, ele nega massageando meus braços. 

—Estou bravo comigo, por não conseguir dizer não para você quando me pede as coisas dessa forma.  

Sorrio vencida, eu sabia eu Jake não faria muita coisa diferente, mas me sinto vitoriosa por pelo menos ter sua palavra por tentar tratar Nahuel melhor, ele estava ali a pedido de Carlisle para ser estudado porque eu nasci nessa condição, então o mínimo de devíamos a ele era uma boa conduta. Jake nos serve e claro colocando um pedaço maior para ele e eu faço uma careta quando ele serve um pedaço generoso para mim.  

—Jake, eu não estou com fome. - digo empurrando o prato. Ele nega empurrado o prato de volta para mim.  

—Vai comer sim senhora, uma das minhas condições para tratar seu amiguinho bem. - tombo a cabeça desacreditada e nego.  

—Não acredito que você... - ele concorda.  

—Pode apostar que vou. E espero que tenha escutado bem, uma das condições. - suspiro, aquilo estava me custando caro.  

—Tudo bem, contanto que você de um abraço em Nahuel da próxima vez que vê-lo. - digo comendo um pedaço generoso da minha torta e sorrindo para ele. Jake para sua colher na metade do caminho, e me olha levemente desesperado. Seguro o riso e continuo a mastigar, como se fosse a melhor comida do mundo. 

—Não, não, Nessie. - sua voz sobe algumas oitavas, ele pigarreia tentando se recompor e se aproxima de mim para falar baixo - Esse não foi o combinado.  

—Eu também não achei que tivesse um combinado. Mas já que você criou um. - dou de ombros - Jake segura minha mão, e me olha como se quisesse me fazer entender seu desespero pelo olhar. Eu tento não rir, mas é mais forte que eu.  

—Nessie, não dê risada. Não precisa comer. - ele tenta tirar o prato de minha frente. Dou um tapa em sua mão.  

—Deixa minha torta aqui. Vou comer tudo, está uma delícia! Mas não tanto quanto o abraço de Nahuel. - pisco para ele que se emburra e larga o talher - Não vai comer mais? 

 -Perdi a fome! - ele exclama com a voz acida. 

—Esme vai achar que você não gostou. Vai fazer essa desfeita? - ergo a sobrancelha e bufando novamente Jake puxa o prato, e volta a comer entre resmungos - As vezes eu não entendo porque falo algumas coisas com você, lá na matilha ninguém é sagas desse jeito.  

—Você disse alguma coisa Jake? - pergunto comendo minha torta com gosto, e ele só balança a cabeça que não.  

—A torta está boa garotos? - Esme entra na cozinha e pergunta com um sorriso. 

—Está ótima vó. Não é Jake? - o observo concordar como se estivesse comendo algo azedo. Provavelmente está engolindo a irritação junto com a torta. Assim que Esme sai da cozinha eu me levanto com meu prato em mãos e me aproximo de Jake carrancudo - Eu estava brincando. - me afasto e logo começo a correr, enquanto ele processa o que eu disse. Não adianta, rápido ele me apanha, me segurando entre ele e a pia.  

 Não consigo segurar a risada, quando seus braços envolvem minha cintura e ele me vira para encara-lo.  

—Primavera, essas brincadeiras podem parar meu coração. -  ele pega minha mão e coloca sobre seu peito. Ainda sorrindo sinto suas batidas sobre minha palma, elas funcionam em um ritmo tranquilo, quase confortante. 

—Ele parece estar ótimo, dramático. - ele ergue a sobrancelha e continua segurando minha mão sobre seu peito - Você fez a maior cara de enterro, por um simples abraço.  

—Se o abraço fosse em você eu faria outra cara. - fico corada e nego - Abraçar um marmanjo, não está nos meus planos do dia. 

—Mas me chantagear... 

—Você é mais esperta que a minha matilha.  

—Coisa de mulher. - dou de ombros e ele ergue a sobrancelha.  

—Até um mês atrás você era minha baixotinha, brincávamos de boneca juntos. - coro violentamente e lhe dou um tapa no peito. 

—Jake! - protesto brincando com um cisco imaginário que vejo em sua camisa. Ele segura meu rosto e faz encara-lo. 

—Eu amava brincar de boneca com você, de cavalinho, contar histórias, faço tudo isso outra vez se for necessário. - o calor de Jake me envolve mais, é quase inebriante. 

—A matilha sabe que você brincava de bonecas? - tento descontrair. Mas Jake permanece sério. 

—Alguns não entenderiam e eu não tenho a mínima vontade de explicar. - coloco minha mão sobre a de Jake, quando ele faz carinho em meu rosto.  

Tudo parece sumir com o seu olhar preso ao meu. É tão estranho ter a sensação de que estar em seus braços parece ser a minha casa. Pisco algumas vezes ao perceber o que estou pensando, e tento me recompor da melhor forma que consigo.  

—Que bonitinho esses dois “amigos”. - Emmett fala e eu me afasto rápido de Jake - Está corada “baixotinha”? 

—Porque não vai assistir TV tio Emmett. - falo indo buscar o prato de Jake e colocá-lo na pia. Tento fazer tudo isso focada no prato, para não os encarar - Vou contar a tia Rose que você estava escutando minha conversa. - o encaro e ele faz careta. Jake dá risada dele. 

—É brincadeira Nessie. - ele tanta me bajular.  

—Vamos Jake, eu te levo até a porta. - digo andando na frente. 

—Nessie, foi brincadeira tá bom? - Tio Emmett torna a repetir, mas eu continuo andando. 

—O que foi brincadeira? - Rose pergunta. Emmett me olha compadecido, eu sorrio e continuo meu caminho até a porta.  

Quando chego na sala eu abro a porta e me viro para Jake, suas mãos fazem caminho por meus ombros indo até a minha cintura, me puxando para um abraço, sinto que estou mais quente que Jake com seu abraço, e sinto novamente o aconchego passar de Jake para mim. 

Ouço Edward pigarrear e vejo Bella olha-lo de cenho franzido. Jake beija o alto de minha testa.  

—Venho a noite te ver, tá ok? - concordo. E ele sai acenando para minha família. Fico lhe encarando sumir na floresta, até ouvir vovô Carlisle. 

—Nessie, pode subir agora? - me viro para fita-lo no topo da escada com Nahuel ao lado, ambos me esperando.  

Concordo e subo as escadas tranquilamente, para a minha tortura diária, e quando chego perto de Nahuel e Carlisle nos encaminhamos para o seu escritório. Vou para meu cantinho de cobaia, um canto feito na sala de vovô Carlisle  especialmente para me estudar, que para a minha sorte agora dividido com Nahuel, que parecia não se importar nem um pouco com isso. Me encaminho para a fita métrica feita na parede por Esme, e Carlisle começa a tirar minhas medidas. Nahuel está sentado, observando tudo no mais absoluto silêncio, e Carlisle demora no ato, ele não age em velocidade vampiresca, mas também não anotava nada, tudo estava na sua cabeça, ele sabia cada centímetro de mim, desde que nasci. Quando ele enfim termina, suspira. 

—Bem, parece que a maturidade feminina e a masculina também são diferentes para a “espécie" de vocês. – ele fala, fazendo aspas com o dedo para enfatizar nossa condição - Além do veneno é claro! É como se o corpo de Nahuel sentisse necessidade de se desenvolver mais rápido e mais cedo, por isso ele quase não mudou na sua última fase da maturidade, já estava quase completa, como se o veneno o induzisse a isso. - faço a boca em uma linha – E o seu desenvolvimento Nessie, foi mais lento, e à medida que você crescia ele diminuía para um ritmo menos anormal, como se não tivesse tanta precisão ou necessidade, pois o veneno não influência na sua corrente sanguínea, mas quando a fase final da sua maturidade estava chegando, você precisava chegar lá, por isso teve esses surtos de mudança e crescimentos diferente do que era seu habitual padrão. - Nahuel assobia assombrado.  

—E você conseguiu descobrir isso tudo só lendo? - Carlisle ri ternamente para ele.  

—Precisei de tempo e estudei o seu sangue e o da Nessie para ver como reagiam, e o seu é diferente, como se alguma coisa influenciasse os glóbulos brancos, concluo que seja o veneno, mas vocês dois tem a mesma quantidade de cromossomos no corpo 24 pares, compatíveis com o de Jacob, mas o dele também age de uma forma diferente da de vocês. Só que acaba sendo mais próximo do da Nessie, do que do seu.  

Faço a boca em um O ao constatar isso. Nahuel concorda meio abismado, mas isso explicava muita coisa. Carlisle sorri e respira fundo. 

—Bom Nessie, acho que a partir de agora podemos reduzir ou intercalar dias para tomar suas medidas, você realmente não mudou nada já tem um mês e vai fazer aniversário em dois dias, então eu acho que a sua maturidade está completa. Vamos só fazer uns acompanhamentos. – meu sorriso se alarga no rosto, e ele conclui – Se notar alguma diferença ou mudança só me procurar, e continue tentando aprimorar seu dom, para vermos se surge algo novo, ou você toma plenos domínios dele. – concordo e coloco a mão no rosto de Carlisle e o agradeço sorrindo. Seu sorriso terno se faz presente e fico feliz por isso, “já estou liberada Dr. Cullen?” lhe pergunto ainda pelo meu dom. Ele sorri e concorda.  

—Sim, vocês já estão liberados. – beijo seu rosto e me retiro da sala, desço as escadas sentindo Nahuel atrás de mim. 

—Seu avô é muito inteligente. - concordo – Mas achei muito estranho, seu gene ser mais compatível com o do lobo do que com os meus! - afirma e eu franzo o cenho sem entender. 

—Não entendi! Porque, não posso ser compatível com Jake? - ele nega analisando minha expressão.  

—Aí é que está, é compatível até demais. - franzo o cenho e penso sobre isso, mas logo nego tirando aquilo da minha cabeça. 

Fico em silêncio para não responder Nahuel, até porque eu também não tinha uma resposta. Pego meu casaco que esta sobre o sofá, e me viro vendo Edward descer as escadas. 

—Nessie, melhor ir se trocar, Charlie está nos esperando para um almoço. – concordo deixando eles para trás e me encaminhando para o meu quarto.  

Subo para o quarto, e vou até o closet escolher uma roupa, encontro umas antigas minhas que estão para a doação e me lembro da fase mudanças drásticas que sofri a um mês atrás, meu crescimento absurdo me impossibilitava de usar a mesma roupa por mais de um dia, eu tinha deixando de estar da estatura de Bella para ser mais para a de Edward e minhas curvas agora estão mais acentuadas, como as de Rose. Tia Alice se divertia muito com tudo isso, ela não precisava de pretexto para ir ao shopping porque ela já me tinha, e tia Rose não ficava atrás, mas com seu excesso de cuidado ela se compadecia e dava uma freada em Alice quando era preciso.  Mas que bom que tudo tinha acabado, eu já estava a um mês do mesmo jeito. 

—Charlie já está ligando. - Bella fala sentada na minha cama me fazendo pular.  

—Minha nossa mãe, sou metade humana sabia! - levo as mãos no coração e ela ri.  

—Está demorando porquê? - nego  

—Estava lembrando de umas coisas, me distraí. - digo com uma peça de roupa antiga minha na mão, ela concorda sorrindo. 

—Olha só como você cresceu, não é meu bebe mais, está mais linda que uma imortal sabia, sua metade humana faz um belo trabalho. - sorrio com o seu elogio e toco seu rosto. “Não mais linda que você", transmito para a mesma que ri e me abraça.  

—Ainda bem que parou de crescer, já estava quase chegando na altura de Edward. - nego rindo.  

—Achei que ia crescer até a altura de Jake. - ela gargalha.  

—Seu gene de vampira não ia tão longe com isso. - ela fala ironicamente.  

Enquanto conversamos, me lembro de um assunto que eu queria falar com ela e Edward a um tempo e toco no assunto.  

—Mãe, agora que já atingi a maturidade quero entrar para a escola. – digo pegando uma roupa no closet, eu sabia que ela e Edward iriam pestanejar, eles eram muito cuidadosos e eu ainda corria o risco de alguém me associar a eles. 

Saio do closet e vou para perto dela, começo a me trocar e quando termino ainda estou esperando uma resposta sua.  

—Mãe, não vai falar nada? – ela faz uma careta – Olha sei que é arriscado e vocês ficam preocupados, mas eu posso estudar na reserva para minha segurança, ou melhor Port Angeles que assim Nahuel pode ir junto também, para que vocês fiquem mais tranquilos, porque meu pai está com essa implicância com Jake agora.  

—Tá ok, vou conversar com seu pai, vamos verificar, mas acho que não vai ter problema nenhum. – concordo – E meu bem, ele está só com ciúmes de vocês, tenha paciência com ele. - concordo novamente. 

—Obrigada. – beijo seu rosto e ela sai do quarto me deixando sozinha, para que eu termine de me trocar. 

Visto um jeans claro e uma cacharréu azul clara, coloco um tênis e solto meus cabelos que estava preso em um coque. Quando chego no andar de baixo, Bella e Edward já estão me esperando. Saímos nos deparando com o famoso cinza do céu de Forks, que nem parecia que tinha dado sol hoje, as nuvens estão carregadas indicando que uma chuva forte cairá a qualquer momento, entro no carro e Edward dá a partida nos levando até a casa de Charlie.  

O carro para em frente à casa de Charlie, e a porta da casa é aberta pelo mesmo que fica me observando sair do carro, sorrio carinhosamente para ele. 

—Achei que minha neta e filha desnaturadas, não viriam me ver mais. - rio do seu drama e vou até ele sorrindo.  

—Oi vô, também estava com saudades. – digo rindo e o abraço. Seth sai na porta e me puxa para um abraço logo depois. 

—Oi baixinha. Está sumida. – Seth comenta e Charlie concorda com a cabeça, me olhando com uma sobrancelha erguida, como que confirmando o que ele tinha dito. 

—Tá vendo, eu não disse. – nego rindo. 

—Vô, eu vim aqui tem dois dias. – digo e  gargalho junto com Seth, e ele nega. Ele fica envergonhado e muda de assunto. 

—Vamos entrando crianças, porque parece que vai chover. - ele fala com o braço em meus ombros.  

 Ao entrarmos Sue estava lá a nossa espera, e Leah encostada no batente da porta de costas para nós. Como sempre, Sue vem nos receber com um abraço, pouco se importando com a temperatura de meus pais e Leah nos cumprimenta de longe, era nítido seu desconforto, mas ela se esforçava, por Jacob.  Estava explícito que a amizade deles tinha crescido com o tempo, e claro eu não ficava muito satisfeita em ter que dividir Jake, mas eu ainda assim ficava feliz por Leah, ela não permitia muitas pessoas, não dava entrada para muitas pessoas e Jake meio que era uma exceção da regra.  Enquanto Bella e Charlie conversam com Sue, Seth me puxa para o sofá.  

—Olha quem vai ficar mais velha. - Seth ri e pergunta – Você está animada?  

—Alice está querendo dar uma super festa e eu não sou muito afim, mas estou feliz de finalmente não mudar mais. - ele ri novamente. 

—Mas você está muito bonita, Jake não vai ficar muito feliz com vários marmanjos olhando para você! - coro com seu comentário o fazendo rir e Leah bufa baixo demais, mas não para meus ouvidos inumanos.  

Seth dá de ombros e revira os olhos para a irmã.  

—Vai na fogueira amanhã ne? - pergunta feliz demais. Concordo.  

—Vou sim já está tudo confirmado. Mas porque essa felicidade toda? - ele trava, para depois dar de ombros.  

—Você está sumida baixinha, só saudades. - pisco lentamente os olhos.  

—Sei Seth Clewather. - ele abre a boca para contestar, mas Sue nos chama para o almoço. 

Foi um almoço tranquilo, Charlie sempre fazia alguma brincadeira e Edward estava desconfiado demais, eu e Bella não estávamos entendendo muito. Até que Charlie, quando finalmente terminamos, falou que tinha uma grande notícia para nos contar. Sue se levanta, e vai para trás dele, colocando as mãos em seus ombros. E Charlie suspira pesado antes de falar, eu e Bella olhamos para Edward no mesmo momento, pois ele já sabia o que estava por vir. Ele só nega minimamente e encaramos Charlie de novo. 

De onde eu estava pude ver o vinco na testa de Leah de preocupação, e a felicidade na cara de Seth, dando indícios que eles já sabiam de alguma coisa, o que me deixava mais confusa. 

—Fala logo pai. - Bella pede o fazendo rir. Ele suspira e começa.  

—Bom eu venho pensando um tempo depois de você ter ido embora o que iria acontecer comigo, e bom eu arrumei Sue, o que me livrou de incêndios que poderiam ter sido causados pelo meu dom em cozinha, e claro, se tornou minha companheira. - Sue sorri massageando os ombros de Charlie – E agora acho que já passou da hora de oficializar, Sue e eu vamos nos casar. - fala por fim, fito cada rosto na pequena cozinha, ao final da constatação de Charlie, primeiro fito Bella ao meu lado e essa está com uma expressão de surpresa, Edward está com seu familiar sorriso no canto dos lábios, Leah está com uma carranca grudada no rosto, como se não estivesse muito feliz com a notícia e Seth está com um sorriso de orelha a orelha. Também estou feliz por Charlie, abro um sorriso e vou até ele para um abraço.  

—Parabéns vô. - falo beijando seu rosto ele ri um pouco envergonhado. E logo depois abraço Sue – Parabéns Su, vocês merecem ser muito felizes.  - ele concorda pegando na mão de Sue e a olhando ternamente.  

—Poxa! Agora vou ser seu tio, seu irmão e seu cunhado? - Seth fala apontando para nós coçando a cabeça. Rimos da sua pergunta e Leah bufa no canto da cozinha. Seth a ignora e sorri – Acho que posso me acostumar com isso. – conclui com a mão embaixo do queixo e depois emenda - Já pode me chamar de tio Seth, Nessie. - reviro os olhos.  

—Pode tirar o cavalinho da chuva lobinho. – falo dando um leve soco em seu ombro. Este esfrega o local fingindo dor, e ri me puxando para um abraço.  

Bella se levanta e vai até Charlie, o abraça e parabeniza, depois em Sue também. Edward faz o mesmo, e logo depois o assunto casamento é o único tocado na pequena cozinha.  

—Olha, só tenho um pedido para fazer. - Charlie fala fazendo uma careta, vejo de canto de olho Edward conter o riso. Nego, era tão irritante ele poder saber tudo antes de todos. Ele ergue uma sobrancelha para mim, “saia da minha cabeça!” peço e ele olha novamente para Charlie.  

—Pode pedir Charlie. - Bella fala e ele pigarreia.  

—Só não contem para Alice por enquanto, não sei se quero uma super festa. - não me aguento e rio da expressão de dor de Charlie. A aversão de Bella a festas passada para mim, veio de Charlie, o único problema é que ele não negava nada a Alice.  

—Claro pai pode deixar, vamos manter o máximo de segredo possível. - ele suspira e coça a barba crescendo embaixo do queixo. 

—Pelo menos por enquanto. - ele fala por vencido, sabendo que tia Alice ficaria sabendo de uma forma ou de outra. Concordamos, compadecidos, o que ele não sabia é que a partir do momento que tomou a decisão Alice já sabia. Pobre Charlie. 

Ficamos à tarde na casa de Charlie, Seth sempre era uma boa companhia, mas logo ele e Leah saíram juntos, com certeza para alguma ronda ou reunião com os meninos. Bella, Edward e eu ficamos mais um tempo e mais tarde nos despedimos de Charlie. uando nos despedidos uma chuva torrencial caia lá fora, como se nenhum sol tivesse aparecido naquele dia. Vamos para casa com a promessa de manter segredo sobre o casamento, mesmo tendo em mente que Alice já sabe a partir do momento que Charlie tomou a decisão.  

Chegamos à mansão e sinto a leve movimentação lá dentro, estavam todos reunidos na sala, Edward enrijece no banco do motorista e eu e Bella o fitamos preocupada. Ele encara Bella e depois me encara preocupado, e uma corrente de arrepios toma meu corpo.  Alice está na porta no segundo seguindo com Jass em seu flanco, e a família toda começa a sair atrás, Edward sai do carro tendo uma conversa de mente com ela. Eu e Bella saímos do carro para ver o que estava acontecendo.  

—Você não previu? - Edward pergunta, Alice responde em pensamento e ele bufa – O que faremos? - ela responde novamente em pensamento – Estão todos esperando? - ele nega pesaroso, com alguma coisa que leu nos pensamentos dela.  

Bella me puxa para um abraço, e tia Rose vem na minha direção me abraçando desesperadamente. E isso tudo acontecia em segundos, onde uma mente humana não seria capaz de acompanhar.  

—Da para falar o que está acontecendo? - Bella pede chamando a atenção de todos. O silêncio toma conta de nós, e Carlisle quem toma a fala.  

—Nessie recebeu um presente... – franzo o cenho juntamente com Bella e Carlisle conclui pesaroso - Da Itália. - meu corpo todo reage a aquela simples palavra de Carlisle, os Volturi, não podia ser, eles não esqueceram da gente, estava muito bom para ser verdade.  

—Que presente, o que querem com a minha filha? Já não mostramos que ela não é uma imortal? - Bella pergunta beirando o desespero e Edward a abraça.  

—Acho que agora eles querem uma prova, uma chance de ver Nesssie na fase adulta, igual quando você se transformou, eles querem uma garantia! - Jass fala e eu arrepio novamente, eles queriam me ver.  

—Ela não vai! - Bella fala e Rose concorda. Esme olha toda a situação e intervêm. 

—Porque não estramos todos e conversamos lá dentro? - ela pergunta, fazendo todos se encaminhar para a sala.  

Sinto ser puxada levemente, pois estou em choque demais e não consigo sair do lugar, minhas pernas estão presas no chão como se tivessem criado raiz no lugar onde parei, então sinto ser guiada por Bella e Edward que se sentam comigo no sofá.  

—Tá, mas cadê o presente? Como sabem que me querem lá? - minha voz sai por fim, urgente. Carlisle me olha compadecido. 

—Ainda não abrimos querida, mas veio com ma carta, tomamos a liberdade de ler assim que chegou. – suspiro. 

—Cadê o presente? – pergunto, vendo no segundo seguinte tio Emmett sumir da sala, e segundos depois aparecer com uma caixa grande vindo na minha direção, para logo depois deposita-la no meu colo.  

Fito a caixa preta, onde uma fita vermelha sangue em um laço perfeito contrasta com a mesma, suspiro pensando no manto preto e vermelho dos Volturi e todos me olham sem exceção, a carta esta por sobre a caixa logo ao lado do laço, pego o envelope entrego para Edward, porque eu não estava em condições de ler alguma coisa. Ele pega, suspira e abre, a sala está tão silenciosa que o barulho do envelope sendo aberto se faz incomodo aos meus ouvidos e quando ele abre a carta, consigo fitar a caligrafia igualmente perfeita a do envelope, que contém meu nome. 

—Aro escreveu. - Carlisle constata, e estamos chocados – É muito raro ele mesmo fazer as coisas a não ser que queira muito que aquilo aconteça, é um aviso para não contestar. - Bella me abraça mais forte e Edward começa a ler.  

 

 O silêncio reina após Edward finalizar a leitura, e Jake corta o silêncio entrando na sala.  

—Porque está todo mundo com essa cara de enterro? - Jake brinca encarando todos, e quando vê que o assunto é sério encara todos e vem até mim encarando a caixa em meu colo – O que está acontecendo? - fala quando está perto de todos nós. Quero correr para abraça-lo, quero me sentir protegida, mas minhas pernas traidoras não me deixam sair do lugar.  


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? Comentem para eu saber a opinião de vocês..
Bejú, até o proximo cap.

By Isa Devaylli



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