Terceiro beijo

2 de setembro de 1993

Draco tinha recém iniciado seu terceiro ano em Hogwarts. Cheio do banquete de boas-vindas, demorou a sentir sono e preferiu matar tempo no salão comunal da Sonserina com seus colegas de casa.

Estavam sentados em um semicírculo. Ele, Goyle, Zabini, Parkinson e Nott, nessa ordem. Mais de uma vez ao longo das quatro horas que passaram conversaram ele percebeu os olhos avelã de Pansy fitando-o profundamente. Tratou de corresponder aos galanteios. Pansy estava mais bonita naquele ano, Draco não pode ignorar suas pernas cobertas por uma fina penugem magicamente descolorida, os cílios curvados graças a Deus sabe o que e os lábios grossos que a menina fazia questão de lamber a cada cinco minutos.

Blaise foi o primeiro a ir para o dormitório, seguido de Goyle poucos minutos depois. Restavam apenas três ali. Pansy parecia se aproximar cada vez mais de Draco. Eventualmente seus dedos se tocaram, fazendo-o engolir em seco.

— Theo — começou baixinho —, por que você não vai dormir?

O garoto riu e fez um meneio negativo com a cabeça: — Relaxa, eu te espero, nem estou tão cansado.

Draco sentiu o dedo indicador de Pansy lhe acariciando o polegar de um modo extremamente erótico para um garoto de treze anos. 

— Na verdade eu prefiro ficar sozinho agora… — Draco resmungou.

— Ah, entendo. Certo então, bom… Vamos, Pam, o Draco parece meio pra baixo — Theo comentou visivelmente preocupado com o amigo que repentinamente parecia aflito, tensionava os músculos e remexia nos cabelos.

— A Pansy fica — Draco disse calmamente. O amigo franziu o cenho, porém não questionou, achou melhor apenas ir para seu dormitório e deixar os dois a sós.

— Finalmente — Pansy riu, cobrindo a mão de Draco com a sua — Você está me iludindo muito, Malfoy…

O garoto esboçou um sorriso, segurou o queixo da garota e puxou-a para perto. Nenhum dos dois disse coisa alguma, apenas aproveitaram o toque gentil dos lábios um do outro. Ele então se surpreendeu ao sentir Parkinson abrindo os lábios contra os seus, imitou-a e então, repentinamente, sentiu a língua dela na sua. Sentiu vontade de afastar-se, mas foi forte o bastante para não fazê-lo. Passou a imitar o que a garota fazia, ou pelo menos tentar, sua língua girava loucamente tentando dar algum prazer para a menina. Sentiu algo batendo. Uma, duas, três vezes. Pansy então e afastou rindo baixinho.

— Você beija bem. Gosto quando bate os dentes nos meus.

Draco assentiu lentamente, sem deixar de encarar Pansy. Beijou-a novamente, dessa vez mais rápido. Sentiu seus dentes se chocando mais quatro vezes, era uma sensação ruim para ele, mas, já que ela gostava, tudo bem, talvez fosse o certo. 

Passaram cinco minutos se beijando. Pansy então disse que ia para seu quarto de um jeito sexy e Draco sentiu vontade de acompanhá-la, porém apenas a admirou sumir pela porta rebolando os quadris e foi para seu próprio quarto.