Habitar escrita por Way Borges


Capítulo 6
Capítulo VI - Os reis de Asgard


Notas iniciais do capítulo

Oiê gente, olha eu aqui mostrando que to viva. Sentiram saudades de mim?
To começando a entrar no ritmo de escrita, ja ja volto a normalidade, então tenham mais um pouco de paciência comigo, tudo bem??
Não vou falar muita coisa, tó com sono, mas quis postar hoje.
Boa leitura e espero que gostem do cap



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Thor andou ao lado dos amigos até os limites da fazenda de seu irmão, que os acompanhava de perto, mas ele sabia que era para ter a certeza que iriam embora. Seu coração estava pesado, algo dizia que essa não era uma boa escolha, mesmo sendo a coisa certa a se fazer no momento. Loki estava mesmo disposto a matar qualquer outro asgardiano que invadisse suas terras, e Thor não compreendia os motivos para tanto ódio pelos seus compatriotas.

Quando a luz da Bifrost caiu sobre eles acabando com o contato visual que tinha com o Loki, o deus do trovão sentiu como se estivesse novamente perdendo seu irmão e isso doeu; a dor foi como a que sentiu seiscentos anos atrás.

Seus amigos e esposa estavam felizes em, finalmente, estarem em casa e conversavam alegremente com Heimdall, mas Thor não tinha ânimo para conversas, só queria resolver tudo com seu pai, contar o que descobriu para ele não enviar mais homens para Midgard e voltar para o Loki e sobrinhos. O trovejante estava disposto a ser um bom irmão mais velho e um tio melhor ainda, por isso, saiu rápido da cúpula da Bifrost e voou na direção do palácio, deixando os que ficaram para trás preocupados.

O castelo de Valaskjálf, a morada dos deuses, estava parcialmente escuro devido o tardar da hora, apenas alguns sentinelas vigiavam os corredores silenciosos, que assistiam preocupados o caminhar derrotado de seu príncipe, o Grande Herói de Asgard. Thor parecia carregar o peso dos nove mundos nas costas. Na verdade, o que ele carregava são centenas de anos de culpa. Pode não parecer, mas eles eram mais pesados que todos os reinos.

A noite foi um tormento para Thor, demorou a dormir e quando finalmente conseguiu, seu sono foi repleto de pesadelos com seu irmão. Ele tentava, corria desesperadamente e chegava perto, mas não conseguia alcançar Loki. O seu subconsciente também o fez recordar como um sonho de uma das muitas brigas que teve com o irmão, nesse dia Thor estava particularmente mais irritado que o normal com uma das pegadinhas que Loki fez com os guardas, isso o fez dizer coisas impensadas para o mais novo.

Os olhos magoados do mais novo o fez despertar sobressaltado, assustando Sif, seu coração batia forte no peito, as lágrimas vieram em seu olhos azuis tempestuosos, a culpa fez seu estômago revirar trazendo-lhe o gosto de bile à boca.

— O que foi, Thor? O que está acontecendo? – a deusa guerreira questiona ao notar como o marido se encontrava abalado.

— Eu disse que ninguém o queria, que ninguém gostava dele... – sussurrou dolorido quase colocando para fora o que tinha comido no jantar.

— Disse a quem? – Sif interrogou confusa.

— Loki! Eu falei coisas tão cruéis! Ele era apenas uma criança, e eu falei que ninguém o queria por perto.

— Thor, o seu irmão sabia ser muito inconveniente – comentou lembrando-se de como o esposo tinha que carregar o pirralho chato para todos os lados.

— Ele era uma criança e queria atenção, por isso fazia àquelas coisas. Loki só queria que o enxergassem – o deus trovejante retrucou entre dentes recordando das palavras do irmão.

— Bom, ele tinha uma maneira muito estranha de pedir por atenção – Sif acrescentou.

— Era a única maneira que ele conhecia – Thor avisou, levantando-se da cama.

As palavras de Sif deixaram o deus trovejante irritado e iria acabar falando coisas que não devia, por isso saiu do quarto ignorando os seus chamados. Caminhou lentamente pelos corredores escuros, sentindo-se uma mistura de culpa, raiva e indignação, lembrando-se que depois daquele dia, os olhos de Loki perderam o brilho infantil, ingênuo e alegre que tanto amava; as brincadeiras não acabaram, mas a frequência diminuiu drasticamente. Os sorrisos verdadeiros se foram; a frágil cumplicidade que possuíam se quebrou. O caçula se fechou de uma maneira que ninguém conseguia mais alcançá-lo. A culpa por Loki tornar-se recluso, dentro da própria casa, era dele; foram suas grosserias e violência que afastaram Loki. Com certeza, poderia ter sido um irmão melhor!

Sem perceber acabou andando até a sacada mais alta do castelo, onde passava horas conversando e sorrindo com Loki, quando ainda eram amigos. Thor sorriu se recordando que também teve momentos felizes ao lado de seu irmãozinho, quando brincavam e compartilhavam pequenos segredos. Durou tão pouco e foi há tanto tempo, mas foram momentos que existiram. Passou o resto da noite olhando as estrelas e sentindo o vento gélido da noite bater em seu rosto, sua cabeça não parava de ser bombardeada com as lembranças de seus erros deixando seu coração inquieto.

Voltou para seu quarto quando o dia clareou e o encontrou vazio, após sua rotina matinal, seguiu sem muita disposição para o salão onde seria servido o café da manhã, tinha certeza que estaria cheio de gente – devido ao seu retorno –, e nunca odiou tanto o fato de seu pai transformar uma simples refeição em um evento. Choramingou quando viu que suas suspeitas estavam certas, sentiu-se tentado a dar meia-volta, mas precisava falar com Odin antes de poder voltar a Midgard.

— Venha, meu filho, junte-se a nós! – Odin o chamou, com um tom de voz elevado, atraindo a atenção de todos no salão para si.

Thor sorriu sem humor observando Frigga ao lado de seu pai, ela iria enlouquecer quando soubesse que encontrou com Loki; que ele é viúvo e tem filhos... Era isso que o deus do trovão esperava dela, ele assistiu o sofrimento da mão durante séculos pela falta de notícias de Loki, já Odin era um terreno misterioso. O velho rei demorou muito para mandar uma tropa de Einherjar atrás de Loki, e qualquer pista que poderiam achar ou esfriou ou se perdeu; diferente de Frigga que chorou por dias, Odin não demonstrou nenhuma emoção. Sua mãe lhe confidenciou que seu pai estava sofrendo do jeito dele, mas Thor não conseguiu aceitar essa explicação para a aparente apatia diante do sumiço do irmão.

O deus do trovão juntou-se aos pais e amigos, cumprimentou a todos como de costume, mas com uma falsa alegria que não passou despercebida por sua mãe, sentou à mesa junto com Sif, ao lado direito de Odin e de frente para Frigga.

— Então, meu amor, como foi em Midgard? Conseguiu descobrir quem é a criança que se parece com Loki? Seus amigos não falaram nada, disseram que apenas você poderia explicar o que aconteceu – sua mãe interrogou depois que todos se acomodaram em seus lugares, a curiosidade e aflição estavam presentes em sua voz.

— Deixe-o comer primeiro, Frigga – Odin interveio. Ele não queria admitir que também estava ansioso por respostas e esperava que fossem boas noticias, mas também estava preocupado. O garoto poderia ser a reencarnação de Loki, e se isso fosse verdade, seria a prova máxima que tinha falhado em proteger seu filho; falhado como pai.

— O que eu tenho para falar com vocês é importante, por isso, peço que o assunto seja tratado apenas entre nós – Thor se pronunciou ignorando as palavras do rei.

— É algo tão sério para você não poder compartilhar com todos? – Frigga indagou apreensiva, ela estava pensando o pior.

A rainha de Asgard ansiava por notícias do filho que não via há mais de seis séculos, ela não entendia os motivos que o levaram a fugir sem ao menos deixar um bilhete de despedida. Frigga se perguntava onde tinha falhado como mãe, encheu Loki de carinhos e cuidados desde o dia que Odin o trouxe de Joutunhiem. A rainha também se ressentia de seu marido por ter protelado tanto nas buscas, ela avisou que as pistas iriam esfriar e se perder, que Loki era mais capaz do que parecia, mas o grande Pai de Todos não lhe deu ouvidos. Se ele tivesse lhe escutado, hoje ela estaria com o seu “bebê” nos braços.

O velho rei não acreditava que seu filho fosse tão longe, ele achava que logo voltaria arrependido para a segurança dos muros do grande palácio de Asgard. Odin nunca deu muito crédito ao filho e suas habilidades sociais, e acreditava piamente que devido ao comportamento recluso do mais novo, seu jeito malandro, malicioso e mentiroso, Loki não saberia viver sem sua proteção. Para o rei, o filho era um embuste, mas se passaram seiscentos anos desde a última vez que o viram, e dizer que isso foi um golpe no ego, e no coração do rei de Asgard, era pouco para descrever. O que o Pai de Todos não sabia – ou não via – era que: se ele e as pessoas que cercavam Loki lhe tivessem dado uma chance, poderiam ter percebido que ele era bem sociável e extremamente agradável. O rei de Asgard também se sentia traído por ter criado o filho do rei dos Jotuns, Laufey, e ele retribuir fugindo.

Foram esses os motivos que o fizeram procrastinar o envio de um esquadrão de Einherjar no encalço de Loki. Hoje, ele admite para si mesmo que isso foi um erro. Se tivesse ouvido sua esposa e agido mais rápido, teria a poupado de muitas lágrimas e do sabor amargo da saudade.

Sim, diferente do que muitos pensavam, o grande rei de Asgard sentia saudades de Loki. Era impossível não sentir falta daquele bebezinho de sorrisos fáceis que crescera sobre sua proteção, não era insensível a esse ponto, mas o orgulho não o deixava demonstrar como a saudade o corroía, todos os dias. Não era como Frigga, que ainda chorava o sumiço do caçula, mas Loki também era o seu filho e sentia saudades.

Quando Odin recordava-se que na última vez que esteve com o mais novo foi para puni-lo por tê-lo desrespeitado, se arrependia por não ter levado em conta que, na ocasião, Loki estava bêbado e que se estivesse em seu perfeito estado de juízo, ele jamais agiria daquela maneira. Não deveria ter ordenado que costurassem seus lábios, mas as palavras exaltadas do filho o incomodaram, ao ponto de fazer seu estômago embrulhar, porque Odin não conseguia entender como Loki duvidava que ele o amava. Afinal, ele era o seu pai, então era mais do que lógico que o amava.

Não era mentira quando Odin falava que amou Loki no instante que o tomou em seus braços, mas o receio do que aquele pequeno e indefeso bebê pudesse se tornar um problema para Asgard, e seu povo, o fez privá-lo desse amor. O castigava severamente, mas era na esperança de que Loki não se transformasse em um monstro, como o pai biológico.

Seu orgulho também o fez se afastar de Loki. O bebê deixado para morrer em um templo de gelo, filho do Gigante de Gelo Laufey de Jotunheim, o seu inimigo, era o mais capacitado para governar Asgard do que o primogênito. Loki era dotado de uma inteligência ímpar, conhecedor de todas as Leis, astuto, estrategista e manipulador, seria um excelente rei! Tão diferente de Thor que, mesmo tento um coração grande e uma imensurável capacidade de perdoar, era arrogante, prepotente, infantil e totalmente inepto para usar à coroa. Odin teve como comprovar isso quando seu sono veio mais cedo fazendo com que herdeiro do trono governasse. Isso resultou em uma quase guerra com Alfheim – a casa dos elfos brancos –, e Svartalfheim – o lar dos anões.

Em sua empáfia, o Pai de Todos diminuiu Loki, menosprezou os seus talentos, sua visão da realidade e exigiu dele um nível de perfeição inalcançável, em contra partida, exaltou os feitos do deus trovejante, ignorou completamente as falhas em sua personalidade e a sua total falta de tato diplomático, na esperança de mostrar aos asgardianos que ele seria o rei perfeito.

— Sim- Não! Mais ou menos... É complicado – o deus do trovão choramingou, deixando todos confusos.

— Seja mais claro, meu filho – Odin ordenou disfarçando sua curiosidade.

Thor respirou fundo, ele estava estranhamente nervoso, não era nada demais, mas ele temia o que essa notícia poderia causar à corte, o reaparecimento do segundo filho da coroa reorganizaria todo o poder na monarquia asgardiana, mas quem mais lhe preocupava era o seu pai. O deus do trovão temia com o que o rei iria fazer com a informação, o deus trovejante conseguiu notar que sua ida a Midgard em busca de uma nova pista de Loki não o agradou, o deus gostaria de pensar que o pai apenas estava tentando não criar falsas esperanças. Afinal, a família já tinha se acostumado com a ideia de que o caçula estava morto, mas o comportamento do velho rei era muito suspeito.

Mas o maior medo de Thor, era que Odin ordenasse a volta imediata de Loki e mandasse um esquadrão de Einherjar ao seu encalce, pois, não tinha duvidas que o irmão iria sumir novamente ou matar quem tentasse se aproximar dele e de seus filhos. O deus trovejante não queria transformar seu irmão em um criminoso ou perdê-lo outra vez, por isso sentiu sua cabeça doer só de pensar na confusão que será ao falar a verdade. Porém, não sabe mentir para seus pais, e eles sempre mandariam asgardianos em seu encalço quando fosse para Midgard.

No momento, tudo o que Thor desejava era que seus pais o deixassem cuidar disso. Loki não voltaria para casa à força, seria preciso ir com calma ou ele atacaria como uma fera acuada. O mais novo precisaria ser convencido a voltar e isso só seria possível com calma, e apesar de não ser seu forte, Thor sabia que ele seria o mais adequado para esta tarefa, pois Loki confiava nele.

— Encontrei o menino, mas ele não era o Loki – o trovejante informou, e pôde ver a tristeza se apossar nos olhos claros de sua mãe. Suspirou fundo antes de dar continuidade na história. – Era o filho mais novo dele.

Devido a revelação a sala ficou no mais absoluto silêncio, expressões de choque no rosto de todos os convidados sentados à mesa, se a situação não fosse um tanto quanto delicada, teria feito Thor rir até sua barriga doer.

— Como assim, filho? – Odin questionou, ainda mais apreensivo, isso deixou o deus do trovão confuso.

— A criança que encontrei era o filho do Loki.

Thor repetiu com firmeza para demonstrar o quanto suas palavras eram verídicas, franzindo o cenho quando seus pais trocaram olhares. A reação dos dois ao saber que têm um neto foi extremamente confusa, e muito diferente do que o deus imaginou que seria, principalmente, por parte de sua mãe, o trovejante achou que ela, no mínimo, iria chorar emocionada ao saber que era avó.

— Você... Você encontrou o Loki? – Frigga questionou, receosa.

— Claro que sim, mãe! – o deus do trovão afirmou, convicto, e viu pelo canto dos olhos Sif fazer uma careta desgostosa. Certamente descontente por ter sido derrotada com facilidade. – Nós também conversamos bastante.

— É melhor conversamos em outro lugar – o Pai de Todos avisou, levantando-se.

Thor ficou grato pelo pai atender o seu pedido para que esse assunto ficasse apenas entre eles. Ele encarou a mãe que se levantava, pedindo desculpas por terem que se retirar, em seguida ela seguiu o mesmo caminho que o rei de Asgard, o trovejante seguiu os reis sem tocar no café da manhã. Os três caminharam em silêncio até uma sala reservada a apenas aos dois monarcas, Odin sentou-se na maior poltrona e a esposa ao seu lado, em outra poltrona mais delicada, Thor permaneceu em pé até que seu pai lhe permitiu sentar-se em uma das cadeiras acolchoadas dispostas no cômodo. Um silêncio constrangedor caiu sobre os três.

— Conte o que aconteceu – Odin ordenou. Thor coçou o queixo, e se remexeu na cadeira procurando as palavras certas para iniciar a conversa.

— Bom, eu fui investigar a criança que parece com o Loki, e aquele ponto cego que o Heimdall falou. Quando cheguei lá, meio que fui atacado pelo Loki. – Não tinha uma maneira mais suave para descrever o que aconteceu.

— O Loki atacou você?! – Frigga perguntou, abismada, interrompendo a narrativa do deus do trovão.

— Mais ou menos! Ele achou que fosse um intruso e, tecnicamente, eu era um intruso, mas ele me atacou porque cheguei por trás, estava escuro e tudo mais. Ele não fez por querer, simplesmente achou que fosse um inimigo, mas isso não é importante. Na verdade, é importante, porém, não é... Acontece que depois que o Loki me atacou, ele me reconheceu e me levou para dentro de sua casa, cuidou o ferimento e quando estávamos conversando, um grito no andar superior fez com que ele saísse correndo e eu fui atrás, lá eu vi o menino que Heimdall havia visto e mais outro. Depois que o Loki acalmou os meninos, eu perguntei quem eram e ele me falou que eram seus filhos.

— Você disse meninos, o Loki tem mais de um filho? – a rainha questionou ansiosa, e um pouco confusa com os fatos contados pelo filho.

— Sim, ele tem dois meninos, mas o mais velho é apenas da esposa – Thor explicou com um sorriso besta nos lábios, os filhos do seu irmãozinho eram umas graças.

— E a mãe das crianças, quem é? – dessa vez, foi Odin quem questionou.

— Não cheguei a conhecê-la, ela morreu no parto do Narfi – o deus do trovão falou com um toque de melancolia, foi impossível não se lembrar dos olhos tristes do irmão ao falar da mulher. Contudo, também sentiu orgulho, ele transformou a dor em força para cuidar dos filhos.

— Narfi? Esse é o nome dele? Ele parece um menino normal? – Frigga indagou, apreensiva.

A rainha temia que a criança tivesse nascido com a pele azul e os olhos vermelhos iguais do Loki quando bebê. Ela pedia as Norms que o menino tivesse a atual aparência de Loki, graças a sua genética parcialmente humana.

— Sim, ele é uma criança normal – Thor respondeu com o cenho franzido achando estranha a pergunta da mãe. Ele ficou ainda mais confuso com o nítido alívio que ela demonstrou com a resposta.

— Por que não os trouxe com você? – Odin indagou.

Mas o velho rei não estava apenas ansioso para ter Loki por perto, ele queria saber que tipo de homem o mais novo tinha se tornado, porque não confiava no julgamento de caráter de Thor quando suas emoções estavam envolvidas. Odin também queria manter o neto sobre sua vigilância, não se importava com a criança humana, mas o caçula de Loki era meio jotun e isso poderia significar problemas.

— Loki não quis voltar...

— Como ele não quis voltar? Asgard é a casa dele! – o Pai de Todos interrompeu a explicação de Thor de maneira exagerada.

— Meu irmão tem uma vida em Midgard, meu pai, ele não quis voltar porque tem obrigações. – A maneira exasperada que o pai indagou deixou o trovejante confuso, ele nunca tinha ficado assim quando o assunto era o sumiço do Loki.

— Obrigações? Aquele moleque também tem obrigações aqui, com o povo de Asgard! – Odin falou irritado e um tanto desdenhoso, mas não era isso que Thor queria ouvir. Odin deveria querer que Loki voltasse porque eles eram uma família e não por causa de deveres com à coroa. Fechou os punhos para controlar a raiva que crescia dentro de si, respirou fundo e encarou os pais com uma seriedade poucas vezes vista pelos mais velhos.

— Loki está disposto a abdicar de seus títulos para ser deixado em paz – essa informação deixou os reis chocados –, mas eu posso tentar reverte essa situação. Posso convencê-lo a voltar, apenas peço que me deixe voltar, apenas eu, sem nenhum asgardiano nos vigiando.

— Não, nem pensar! – Sem pensar duas vezes, o velho rei negou chocando os outros dois na sala. Ele temia que Loki tivesse sido dominado por sua natureza jotun, e armado contra seu filho porque, para o Pai de Todos, essa história dele abdicar da coroa não podia ser verdade. Ninguém em sã consciência faria tal coisa.

— O quê? Mas por que não, meu pai? – Thor questionou de cenho franzido deixando Odin sem ter uma boa explicação para dar, ele não podia dizer para a esposa e filho o que pensava, pois, pegaria mal e teria que dizer os motivos de sua pouca fé em Loki.

— Você não precisa saber os meus motivos. Eu não quero que você tente convencê-lo a voltar, apenas o traga e pronto! – as palavras de Odin soaram em um tom de ordem, mas o deus do trovão não estava disposto a acatar sem uma explicação coerente.

— Eu não vou trazer Loki à força! – Thor avisou decidido.

— Ninguém vai forçar o meu filho a fazer algo que ele não quer – a rainha falou decidida, levantando-se de sua poltrona.

Ela sabia que o comportamento de seu marido era movido por orgulho, o rei sempre acreditou que Loki seria um monstro como o pai biológico; contudo, o caçula se mostrou alguém totalmente diferente, e o Pai de Todos não queria admitir que estava errado quanto a isso. Mas ela não iria permitir que seu filho mais novo pagasse pelo orgulho descabido de Odin, e não iria perdê-lo de novo.

— Frigga! – o Pai de Todos falou, exasperado.

— Odin! – a rainha repreendeu o marido com severidade, voltando-se para o filho mais velho. – Eu vou trazer meu filho de volta.


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Notas finais do capítulo

E ai meu povo lindo, como vocês acham que esse encontro de mãe e filho será?
Quero agradecer a @CecySazs por me ajudar com o cap.
Deixem seus comentários para sua querida autora e votem na historia
bjus xuxus



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