Habitar escrita por Way Borges


Capítulo 4
Capítulo IV - Tudo por eles


Notas iniciais do capítulo

Olá meus xuxus lindos, como vocês estão? Muita saudades de mim e dessa historia fofa (com um toque de drama)???
Nem demorei muito, né? Estão prontos para mais um capítulo?
Não vou falar muito, então boa leitura amores.



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Cobriu a cabeça com o edredom para fugir da claridade que incomodava seus olhos, o despertador iria tocar a qualquer minuto, mas a preguiça que assolava seu corpo lhe fazia querer ficar na cama macia e quentinha. Espreguiçou-se no colchão e deu uma rápida olhada no relógio na mesa de cabeceira, iria dormir mais um pouco quando um clique em sua cabeça o fez sentar na cama atordoado. Voltou a olhar para o aparelho ao seu lado que marcava as horas, seu queixo quase foi ao chão, Loki não conseguia acreditar que passavam das nove da manhã.

Levantou-se tropeçando nos lençóis enquanto se perguntava como tinha dormido tanto, correu para o quarto dos filhos para saber se eles estavam bem, mas não os encontrou deitados em suas camas, isso fez seu coração bater enlouquecido e todos os sinais de alerta em sua cabeça soassem. Usou sua magia para se teletransportar para o andar inferior na esperança de encontrar seus meninos brincando na sala ou comendo alguma besteira na cozinha; porém, o único que encontrou foi Thor mexendo em algo na pia.

Sua cabeça começou a criar milhares de cenários negativos, todos envolvendo Odin maltratando seus meninos assim como fazia com ele quando criança e tudo por culpa do deus trovejante. A raiva inflou no seu peito o cegando, conjurou uma adaga e aproveitou o fato de seu irmão estar de guarda baixa para lhe prensar contra o balcão segurando a lâmina próximo ao seu pescoço.

— Onde estão os meus filhos? – Loki questionou entre dentes.

— Calma, irmão! Está tudo bem, os meninos estão na escola – Thor avisou surpreso com a reação do caçula.

— Não minta para mim – bradou apertando a lâmina fria com mais força, fazendo que um corte fino se abrisse na pele dourada do deus do trovão e um filete de sangue escorresse. – Diga onde estão os meus filhos? Não irei perguntar outra vez.

— Eu não estou mentindo, irmão, eles estão na escola. Pode perguntar a mulher que cuida deles, foi ela que os arrumou e alimentou – Thor explicou incomodado com o aço frio em seu pescoço.

Loki soltou o irmão e se teletransportou para frente da casa de Lana. Bateu na porta se amaldiçoando por ter feito um feitiço de proteção para impedir que alguém a invadisse usando magia. Suas mãos tremiam, seu coração batia forte no peito ao ponto de doer em suas costelas, sua cabeça estava a mil por hora. Tinha certeza que enlouqueceria se algo tivesse acontecido com seus meninos, jurou para si mesmo que se Odin estivesse envolvido nisso, voltaria para Asgard e começaria o Ragnarok.

As batidas violentas na porta fizeram Lana sair correndo para atendê-la, como uma ex-espiã treinada por uma super organização secreta conhecida como S.H.I.E.L.D. (Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão), ela abriu a porta cautelosamente empunhando a pistola Glock g25 380 que ficava escondida numa mesa perto da entrada. Afinal, a única pessoa que batia em sua porta era Loki e ele não usava essa violência. Na verdade, ele era um lorde em todas as ocasiões, então a situação atípica a deixou mais desconfiada que o normal. Relaxou momentaneamente ao avistar o deus mago na sua frente, mas a expressão preocupada no rosto de seu amigo a fez ficar em alerta novamente.

— Lana, onde estão os meus filhos? – o filho caçula de Odin questionou energeticamente segurando a mulher pelos braços.

— Os dois foram para à escola – a ex-agente avisou fazendo Loki relaxar instantaneamente e soltá-la. – Mas o que houve? – indagou confusa, porém, sua mente clareou quando avistou o brutamonte loiro que estava hospedado na casa de seu amigo. – O grandalhão ali disse que você tinha pedido que eu arrumasse as crianças e as mandasse para a escola, porque você andava muito cansado e desejava dormir mais um pouco.

— Ele fez o quê? – questionou sombrio virando-se para encarar o irmão que lhe sorria sem graça e confuso, Thor não entendia os motivos do mais novo agir dessa maneira.

Loki respirou fundo recuperando um pouco do seu autocontrole em seguida assumindo uma expressão facial neutra, suas mãos já não tremiam, seu olhar se tornou mais frio que o gelo glacial o que preocupou Lana. Ela temia quando seu amigo abandonava o seu lado gentil e bondoso para se tornar um sociopata sádico. Tão diferente do homem que conheceu durante sua primeira missão há cerca de quinze anos. O jovem deus asgardiano era a sua missão, mas as coisas não saíram como planejado e acabou devendo a ele sua vida, seu marido e sua filha.

Nunca conheceu alguém com tanto autocontrole quanto Loki, poderia contar nos dedos às vezes que o viu com a pele azul, olhos vermelhos sangue e totalmente descontrolado. As poucas vezes que isso aconteceu foram quando alguém que ele amava estava em perigo ou sendo ameaçada por algum vilão.

A última vez que o viu agir sem razão foi quando sequestraram a Mary grávida, ela ainda tentava esquecer a maneira bestial como ele matou as pessoas envolvidas no sequestro, com muito sacrifício o Hulk conseguiu pará-lo. Lana também não conseguia esquecer a tristeza nos olhos claros quando os médicos anunciaram a morte de Mary. Aquele momento foi arrebatador demais para todos os Vingadores, a esposa de Loki era querida por todos e a cena dele no hospital, chorando agarrado ao Peter, ainda perturbava seus sonhos e não duvidava que o mesmo acontecia com os maiores heróis da Terra.

Sem dizer uma palavra, o deus mago caminhou lentamente até seu irmão que o encarava surpreso com a mudança e um tanto quanto assustado com o ar ameaçador que o circulava, apenas Lana tinha a visão da adaga conjurada na sua mão direita, mesmo assim se assustou ao assistir Loki cravar a lamina no abdômen de seu hóspede loiro, que se curvou levemente para frente devido ao golpe.

— Nunca mais faça algo que envolva meus filhos sem me avisar com antecedência – sua voz soava fria e controlada ao pé do ouvido de Thor. – Você me entendeu? – questionou girando a lâmina para causar mais dor.

— Sim – murmurou dolorido.

— Ótimo – afirmou se afastando e fazendo a adaga desaparecer.

Loki saiu andando em direção a própria casa sem dizer uma palavra, somente notou que ainda trajava seu pijama e que os seus pés estavam descalços quando passou pela porta fechando-a com força.

A raiva queimava em suas veias, poderia matar quem entrasse na sua frente, subiu as escadas pulando alguns degraus, praticamente correndo até o banheiro dentro de seu quarto entrando debaixo do chuveiro com suas roupas. Respirou fundo sentindo a água fria cair sobre sua cabeça, estava começando a achar que não fora uma boa escolha permitir que Thor fizesse parte de suas vidas. Fechou os olhos com força quando a ideia de perder Peter e Narfi se fez presente em sua mente, não podia perder seus meninos e tinha muito medo do que aconteceria consigo se isso um dia acontecesse.

Na casa ao lado, Lana começava a suturar a ferida aberta que Loki tinha feito no abdômen de Thor, que encarava o nada confuso com tudo o que aconteceu; já ela se culpava por ter acreditado no papo do brutamonte loiro sangrando em sua cozinha. Lá no fundo algo lhe dizia que tinha alguma coisa errada; desde que Mary morreu, e eles se mudaram para a fazenda, que Loki fazia o café da manhã dos garotos e os mandava para a escola. Não importava o quão cansativo tivesse sido o dia anterior, ele sempre levantava com o cantar do galo para preparar tudo para seus pequenos.

Assim que terminou de suturar o deus do trovão, Lana endireitou-se na cadeira pronta para brigar por causa da mentira, mas ao perceber a postura derrotada do brutamonte loiro, desistiu. Os ombros caídos, os olhos perdidos, uma visão patética na opinião dela.

— Não se martirize – Lana chamou a atenção do trovejante para si. – Loki perde a linha quando os meninos estão envolvidos. Ele é capaz de tudo para mantê-los seguro, até mesmo matar, não importa quem seja.

— Só queria ajudar! O Loki parecia tão cansado, eu pensei que não lhe faria mal dormir mais um pouco. Por isso pedi que me ajudasse com as crianças, mas jamais imaginei que ele fosse ter essa reação – Thor confessou fazendo-a suspirar.

— A questão não é essa. Veja bem, eu sei que a reação dele foi exagerada, mas tente entender o lado dele, aqueles meninos são a vida do Loki. A vida dele gira em torno do Peter e do Narfi. Tudo o que faz, tudo o que ele é, absolutamente tudo é por eles, somente por eles. Ele precisar acordar e ter os meninos ao alcance de suas mãos, ou diante de seus olhos para saber que estão bem. Se algo acontecer àqueles meninos, eu tenho medo do que pode acontecer com a sanidade do Loki.

— Eu... Eu... Eu não... – o deus do trovão não sabia o que falar.

— Eu sei que suas intenções foram boas, também concordo que Loki está precisando de um descanso, mas você agiu da forma errada. Deveria ter dito a ele o que iria fazer, quando ele acordou e não viu seus meninos, deve ter pensado que aconteceu o pior – Lana explicou como se tivesse falando com uma criança pequena e não um homem feito que mais parecia um armário de tão grande. Colocando-se no lugar de seu irmão o máximo que pôde, Thor notou que também teria uma reação um tanto quanto violenta.

— Acho que devo desculpas a ele e também tenho que me explicar o que aconteceu – avisou reflexivo.

— Seria uma boa ideia – afirmou com um sorriso gentil.

Sem mais o que dizer, Thor deixou a casa de Lana sentindo os pontos doerem a cada passo que dava, para seu descontentamento, dessa vez o seu irmão não teria a gentileza de ajudá-lo a se curar então tinha que aguentar aquele pequeno incômodo. O ferimento não era significativo; afinal, era um guerreiro, já passara por momentos piores e já tivera ferimentos maiores. Porém, receber os cuidados de Loki fora como estar em casa com seu irmãozinho correndo atrás de si com os olhos cheios de admiração, contudo, tinha que se lembrar que o seu irmão não era mais aquele menino magricela que corria com ele pelos corredores do palácio e que tramava planos mirabolantes para roubar doces da cozinha.

Thor não conhecia o tipo de homem que ele tinha se tornado e se continuasse fazendo besteira, talvez não conseguisse conhecer. Era a segunda vez que ele lhe esfaqueava em apenas três dias e se Lana estiver correta, Loki não tem medo de matar e não pensaria duas vezes de fazer isso com ele, se isso significasse proteger seus filhos – a dor dos pontos sendo repuxados enquanto caminhava era a prova disso.

Caminhou devagar para não desfazer o trabalho feito por Lana, parou por alguns instantes na frente da porta, suspirou buscando sabedoria já que não queria falar algo que o atrapalhasse, entrou na casa atento a qualquer som e movimento, não sabia qual o estado de humor do irmão então era melhor se precaver. Como dizem os terráqueos, o seguro morreu de velhice.

Encontrou o irmão sentado em uma das cadeiras da mesa, o cheiro de sabonete estava no ambiente, usando apenas um roupão verde, os cabelos estavam molhados, em suas mãos um xicara de café esfriava e seus olhos miravam o nada. O deus do trovão sentou-se em uma cadeira a frente de Loki, o que fez os orbes esverdeados focarem no azul turbulento de seus olhos. Ficaram em silêncio por alguns minutos, em uma batalha silenciosa e torturante, ambos tinham muita coisa para falar, mas as palavras simplesmente não saíam.

— Desculpe – Thor rompeu o silêncio. – Eu não deveria ter agido pelas suas costas, apenas queria que você dormisse e descansasse bastante.

— Eu sei e também te devo um pedido de desculpas, a minha reação foi exagerada, mas não ver os meus filhos... Eu... Eu apenas pensei no pior – Loki admitiu comprovando o que Lana comentou.

— Não tenho filhos, então não posso dizer que compreendo o que você sentiu quando não viu os meninos – o deus trovejante acrescentou surpreendendo o mais novo.

— Sério? Pois eu achei que você já tivesse uma prole maior que a própria Asgard – comentou ácido lembrando-se da quantidade de mulheres que o irmão se deitava quando mais jovem.

— Por que está dizendo isso? Não é possível alguém ter tantos filhos – o trovejante comentou confuso fazendo Loki revirar os olhos para a burrice do mais velho.

— Pelo o que vejo a sua inteligência continua a mesma, no nível de uma ameba – acrescentou com um sorriso debochado.

— Você está me chamando de burro? – questionou com o cenho franzido.

— Imagina! Eu nunca faria uma coisa dessas – Loki respondeu sarcasticamente deixando Thor ainda mais confuso.

Vendo a clara confusão no rosto do irmão, o deus mago começou a gargalhar como há muito tempo não fazia, o deus do trovão também sorriu mesmo sem entender o motivo. Ambos estavam felizes por estarem sorrindo na presença um do outro, não conseguiam se lembrar da última vez que isso aconteceu.

Quando conseguiram se controlar, ambos ficaram presos em seus próprios pensamentos. O deus do trovão estava contente de partilhar com o mais novo esse pequeno momento cômico, mesmo não sabendo o que aconteceu para a crise de riso repentina, entretanto, não conseguia se importar com isso, não sorria assim há muito tempo. Já Loki só conseguia pensar em como o deus do trovão vai odiá-lo quando souber de sua verdadeira natureza. Ele era um jotun, a raça que Thor jurou que exterminaria quando fosse rei, e não poderia mudar isso. O feitiço de Odin apenas disfarçou o que realmente era, mas não mudou sua genética, tanto que seu filho nasceu com a pele azul e os olhos vermelhos sangue, se não fosse a magia teria continuado como jotun e isso também o fazia temer pela vida de Narfi.

Descobrir que era um gigante de gelo foi um choque. Afinal, cresceu sendo ensinado que os jotuns são criaturas irracionais e violentas, também doeu descomunalmente. Nenhum dos castigos infligidos por Odin teve um efeito tão devastador do que descobrir a verdade sobre seu nascimento.

Apesar de todo o estresse que passou ao acordar e do “incidente” com a adaga, fora um bom momento esses poucos minutos de conversa com seu irmão. Apesar de tudo o que aconteceu na infância e adolescência dos dois, do laço fraternal quase inexistente, Thor foi o que teve de mais parecido com um amigo. Mas essa convivência não durará muito, o deus do trovão uma hora terá que retornar para Asgard e Loki não quer nenhum tipo de contato com as pessoas da cidade dourada.

Embora tenha se irritado por ter seu despertador desativado, resolveu se dar um dia de folga, tem trabalhado sem parar desde que mudou com os filhos para àquela cidadezinha no interior do Kansas, porque os meninos precisavam de estabilidade e de um lugar seguro e tranquilo para crescerem. Mesmo amando New York e tudo por lá (trabalhar para a S.H.I.E.L.D., irritar o Stark, deixar o Steve envergonhado ou confuso, jogar xadrez com a Natasha, discutir física quântica com Bruce, fazer pegadinhas com o Clint, fazer parte dos Vingadores), Loki desejava manter Peter e Narfi longe dos perigos que sua vida na cidade proporcionava.

Os dois irmãos passaram o resto da manhã juntos, conversando, sorrindo, se conhecendo novamente, sendo os irmãos que nunca foram. Seus filhos ficaram felizes quando chegaram em casa e encontraram o pai conversando com o seu amigo grandão, não era sempre que isso acontecia. Loki não era um pai ausente, longe disso, ele sempre estava presente em todos os eventos escolares, preparava o jantar, sempre os colocava na cama e contava uma história de ninar, mas trabalhava demais e não tirava um tempo para cuidar de si mesmo.

As horas passaram rápidas demais, quando menos esperavam o dia estava se findando e Loki tinha que admitir para si mesmo que foram horas maravilhosas. Não conseguia se lembrar da última vez que tirou um dia para simplesmente ficar à toa com os filhos. Os quatro jantaram em harmonia depois brincaram até Peter e Narfi caírem no sono de tão cansados; colocá-los na cama foi fácil com a ajuda. Ambos os deuses se jogaram no sofá, Thor não imaginava que brincar com duas crianças fosse tão cansativo, parecia que tinha passado o dia treinando.

— Como você consegue fazer isso todos os dias? – o deus do trovão questionou a Loki.

— Hábito – o mais jovem respondeu simplista.

— Você faz parecer tão simples criar uma criança – Thor argumentou fazendo o irmão rir anasalado.

— Criar um filho é o trabalho mais difícil que existe; boa parte do tempo eu tenho medo de não estar sendo o suficiente; sempre me preocupo se o que estou fazendo é o melhor para eles. Mas quando eu os vejo sorrir, sinto que todo o meu esforço está sendo recompensado, que estou fazendo a coisa certa. Eu amo os meus meninos, adoro ser pai e faria de tudo para protegê-los – o deus mago falou com toda sinceridade de seu coração, seus lábios eram ornados por um belo sorriso, o que deixou o mais velho admirado.

— Por que você não quer voltar para Asgard? – questionou curioso depois de um tempo em silêncio.

— Não quero meus filhos perto de Odin, muito menos sofrendo as pressões que vem com um título de nobreza. Não quero que eles cresçam e se tornem como a gente.

— Admita que crescer como príncipe não foi tão ruim assim – o deu do trovão pediu.

— Para você que não foi tão castigado quanto eu, e olha que, muitas vezes, você merecia. Também tem o fato de que os asgardianos nunca acolheram um humano, ou um mestiço. Resumindo, não quero voltar para Asgard e não quero nenhum asgardiano por perto – Loki explicou depois de um tempo em silêncio pensando como os aesir iriam tratar seus filhos.

Thor tinha que admitir que fez muita besteira, algumas foram tão terríveis que chegou a pensar que seu pai lhe baniria de Asgard, mas no máximo ficou alguns dias confinado em seu quarto. Porém, Loki sofreu vários castigos físicos quando morava no castelo, muitas vezes injustamente.

Também tinha que admitir que Odin não dava tempo e oportunidade para Loki se explicar, seu pai confiava cegamente em si e muitas vezes usou indevidamente essa confiança colocando a culpa de seus erros em outras pessoas. Perdeu as contas de quantas vezes fez isso com seu irmãozinho e depois foi para o mais longe possível para fingir que não sabia que ele estava sendo punido por sua culpa.

Amava seu irmão, mas odiava o fato dele querer ser um mago e não um guerreiro como ele; odiava o fato dele ser mais inteligente mesmo com pouca idade e isso o fazia ser o centro das atenções dos mais velhos, queria tanto ser rei que fez tudo para ser um candidato perfeito para à coroa.

Com certeza era o pior irmão mais velho da história dos nove reinos. Estava envergonhado de suas ações e de suas palavras.

— Você tem tanta raiva assim de nós asgardianos? – Thor questionou sem saber o que dizer.

— Não de todos – avisou olhando para o trovejante.

— Eu queria ter filhos, mas a Sif nunca conseguiu engravidar – o filho mais velho de Odin comentou mudando de assunto, mas sentindo seu peito inflar de uma felicidade por seu irmão não o odiar. Também queria expor uma das suas maiores frustrações, queria muito ser pai.

— Ainda não acredito que você casou com ela – Loki comentou lembrando-se de horas mais cedo quando o irmão lhe contou que tinha casado com a deusa guerreira, mas pensando bem eles eram muito próximos, não deveria ser surpresa para ele.

— Sif é uma boa companheira, linda, forte, decidida e eu a amo – o trovejante falou, mas não convenceu a Loki. Parecia que o mais velho estava listando os motivos pelos quais deveria amar a esposa, era quase como se estivesse tentando se convencer que a amava.

As palavras de Thor fizeram o deus mago lembrar-se de Mary, sua esposa era a melhor mulher que conheceu em seus séculos de vida. A amava como nunca amou ninguém, queria tanto tê-la de volta. Queria ter o poder de voltar no tempo para impedir que a sequestrassem.

A gravidez dela era de risco desde o começo e não era surpresa devido à natureza “alienígena” de Loki, por isso que ainda se culpa por não ter ficado em casa, mas nunca imaginou que algo de tão grave aconteceria, já que tinha deixado agentes da S.H.I.E.L.D. para cuidar da segurança de Mary.

Loki não se lembrava muito de como foi a busca pela esposa, apenas recordava com extrema clareza de ter sido avisado do sequestro durante uma missão no Panamá; de ter voltado para New York em tempo recorde (como a distância era muito grande, não tinha como usar um feitiço teletransportador); de ter se sentido aliviado por Peter estar em segurança na casa dos tios, e o mais puro ódio por saber que as pessoas que estavam com sua esposa eram agentes da HIDRA em completo desespero, já que estavam sendo caçados e presos (ou mortos) por ele e uma equipe; depois disso tudo era um borrão vermelho com cheiro ferroso, em seguida veio à dor da perda. Todo o estresse criado pelo sequestro adiantou o parto, que já seria complicado em uma situação normal, depois do acontecido ficou pior e, infelizmente, Mary não resistiu.

O deus balançou a cabeça para afastar as lembranças, sentia tanta saudade de Mary, entretanto, tinha que continuar por seus meninos. Havia feito uma promessa e não a descumpriria, mas afugentar as lembranças não o impediu de sorrir triste com uma pontada de nostalgia.

Mesmo querendo que o irmão encontrasse um amor verdadeiro, o deus mago não poderia perder a chance de fazer uma brincadeira, mas quando abriu a boca para fazer uma piadinha com o jeito não tão apaixonado do irmão, sentiu uma de suas armadilhas mágicas sendo ativada. Se pôs de pé em alerta, o que deixou o deus do trovão confuso e um tanto preocupado.

— O que aconteceu? – Thor questionou se levantando do sofá.

— Alguém invadiu minhas terras – Loki avisou com seriedade.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam meu povo lindo? E o coração de vocês? Deixem seus comentários pra tia saber e favoritem a historia.
Quero agradecer para a CecySazs, essa fofa me ajudou a corrigir o capítulo.
Bjus xuxus.



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