Ce Que Je Sème escrita por Sensei Arê


Capítulo 1
1º: J'avoue, Je Maudis Tout Ceux Qui S'aiment!


Notas iniciais do capítulo

Tudo bem, meus lindos, minhas lindas, mes lindes?!

Pra quem não sabe, titia vem apresentar à vocês um novo desafio proposto por uma das minhas amigas maravilhosas, a Morgy! O desafio se chama "AM-FM - Alessandra e Morgana - Fanficando Muito" e consiste em escrever algumas histórias AllHina com base em músicas que a gente separou especialmente pra cada casal, cada um terá duas músicas. Não temos limite de palavras, nosso único foco é desenvolver um fic que seja parte com a música escolhida pro dia.

O casal de hoje é o ItaHina, e a música de hoje é a "7 Years", do Lukas Graham. Link: https://www.youtube.com/watch?v=jTWlGPMx1mo

Espero que todos tenham uma boa leitura!
Nos vemos nas notas finais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/787685/chapter/1

Era um mundo muito grande,

Mas pensávamos que éramos maiores.

Empurrando uns aos outros até o limite,

Estávamos aprendendo mais rápido!

— Hoje eu vou cantar uma música com uma pequena dedicatória... Uma música para uma pessoa que já fez parte importante da minha vida, mas que precisa aprender a queimar como um cigarro...

Ele sorria para o público enquanto cantava com sua voz arrastada e rouca. Era quase como um amante sussurrando no ouvido de suas fãs, muito embora suas palavras fossem ferinas.

Sasuke Uchiha tinha um magnetismo impressionante. Em pouco tempo, sua carreira como cantor decolou de tal forma que ficava fácil compará-lo a James Dean, muito embora o seu estilo fosse uma bela mistura de Axel Rose e Johnny Rotten.

O mar de rostos lhe sorria imensamente, venerando-o como um deus. E ele era um deus! Nada lhe era negado, nada lhe importava o suficiente. Nem mesmo a garota do cinzeiro, sua musa inspiradora para aquela música de despedida.

Ela o olhava aterrorizada, não acreditava como Sasuke tivera coragem de escrever aquela música e dedicá-la a ela. Ele a retratava como fútil, uma tola inocente que se deixa levar... E naquele momento, ela se sentia sim como uma tola que se deixara levar pela promessa de amor que esperava dele.

Hinata Hyuuga, a menina da casa ao lado, a companheira de banda de garagem, a mulher de olhar sonhador, a única que amou de verdade. Pelo menos, era o que ela achava até então...

Sasuke sempre foi um mentiroso. Ele mentia para conseguir o que queria, mesmo que isso custasse a felicidade de outra pessoa. Ele mentiu sobre o futuro deles, e agora, Hinata sabia que ele só foi em busca do seu foco egoísta... A fama!

E assim, com os olhos cheios de lágrimas, ela entendeu que o moreno não precisava mais dela ao seu lado. Aquilo era uma despedida... E, para ele, tinha de ser em grande estilo.

~*~*~*~

Aos 11 fumando erva

E bebendo um licor que queimava,

Nunca fomos ricos, então saímos

Para fazer algum dinheiro...

A voz de Sasuke ainda retumbava em sua mente, como um disco quebrado em uma sala que só faz ecos. Era impossível não sentir os olhos enchendo-se de lágrimas a cada vez que lembrava do maldito streaming que o fizera famoso e corrompido.

E agora, aquilo que era uma certeza em sua vida, tornou-se o vazio.

Antes de toda aquela loucura, Hinata se desfez de tudo o que era “seu” por amor. Sua família, sua carreira como professora de música e o lugar em que crescera. Trocara tudo o que era certo pelo inverso, chegando ao ponto derradeiro de ser feita de chacota em rede nacional durante aquela turnê com Sasuke e sua banda.

Não havia uma só pessoa que se opusesse àquele desfecho. Nem o pessoal da banda, ou os ascensoristas, nem mesmo o agente do Uchiha. Ninguém realmente se importou ao vê-la chorar ou tentou apartar a briga que se desenrolou depois, onde alguns objetos de decoração tonaram-se irreconhecíveis após a ira momentânea de Sasuke.

Mas havia um certo alguém que sempre seria seu anjo da guarda., e era justamente por isso que quando saíra do hotel em que estava com Sasuke, não pensou muito antes de ligar para ele. Ao saber que o irmão mais novo tinha abandonando-a às traças, Itachi Uchiha não teve a menor hesitação em lhe ajudar. Comprou a passagem dela de volta para casa e lhe prometeu um lugar para ficar o quanto quisesse.

Desde pequena, quando fugia da frieza de sua casa para procurar refúgio com os Uchiha, era Itachi quem a recepcionava com um sorriso calmo e amigo, lhe estendendo o carinho e cuidado que tinha por Sasuke. Sempre assimilara o cheiro de seu irmão postiço com lar.

Saindo do avião que a trouxe de volta à sua cidade natal e com sua mala arrastando pelo piso do aeroporto, a Hyuuga caminhou apressada em direção aos táxis. Pelo menos tinha um lugar para ficar uma noite ou um ombro amigo para chorar o quanto precisasse. Itachi sempre fora sua salvação e vê-lo ali fez com que finalmente se sentisse “em casa”.

Hinata correu ao encontro do moreno alto, deixando qualquer traço de sua timidez de lado ao se jogar nos braços dele para apertá-lo em um longo abraço. Depois de tantos meses fora e de toda humilhação que passara, ele era um bálsamo. Espremendo o rosto contra o peito forte, aspirou fundo sentindo a fragrância dele.

— Ita-kun!

— Hime... Eu senti tanto a sua falta! — Ele era sincero em suas palavras, mesmo sabendo que ela não teria o mesmo gosto em ouvir isso dele como seria pelo seu irmão. — Você precisa comer... Está mais magra do que quando era uma menininha!

—  Você fez tanta falta... Sasuke não é o mesmo sem você por perto – Hinata sussurrou aquilo que tinha no coração a meses: do momento em que Itachi se despedira deles, o Uchiha mais novo mudara, tornara-se cruel e distante.

— Não me preocupo com quem não precisa de proteção... — Itachi a respondeu, com a voz ficando séria por instinto — E muito menos com quem fere o que me é mais precioso.

Hinata assentiu em silêncio, duvidando que qualquer coisa ficaria bem enquanto Sasuke estivesse longe. Ele a magoara ao expulsa-la de sua vida, mas tinha esperança de que sentiria sua falta e a procuraria pedindo perdão.

— Vamos para casa, prepararei algo para você e aí conversaremos sobre tudo o que quiser, que tal? — Soltando um suspiro resignado, Itachi continuou abraçado a ela, mas tomou a mala de suas mãos e começou a se encaminhar para casa.

~*~*~*~

Uma vez quando eu tinha 11 anos,

Meu pai me disse: Vá,

Arranjar uma esposa ou você vai ser solitário!

Uma vez quando eu tinha 11 anos...

Sentada na cama com as pernas cruzadas sustentando a vasilha com diversos sabores de bombons, Hinata assistia a entrevista de Sasuke para uma jovem e linda apresentadora. Ele flertava descaradamente, cheio de dentes para a mulher que o ouvia atentamente. Em defesa da mulher, Hinata percebia que o sorriso branco da apresentadora era mais educado que atraído. O que não diminuía em nada o aperto no coração da Hyuuga.

Estavam separados a uma semana; sete dias de nenhum telefonema, e-mail ou mensagem em algum perfil da Internet. Nada. Não esperava um pedido de desculpas, em anos de convivência nunca o ouvira pedir algo do tipo, mas um sinal de que se preocupava com seu destino, em que lugar estava e com quem era esperado.

Jogou mais um bombom na boca, mastigando com ressentimento quando ele soltou mais um comentário galante sobre a beleza da apresentadora. Isso era permitido? Ele estava ali para divulgar seu novo álbum e não paquerar!

Seus olhos viraram dois poços de água quando a apresentadora questionou se tinha alguém em sua vida, esperando após os shows.

“- Ah, eu tenho muitos “alguéns”...— Sasuke respondeu a mulher, com um sorriso que era quase obsceno – “Sou uma alma livre.”

O homem que amava ria, sem consciência da dor que infligia. Imaginava que seu lado da cama não esfriara após sua partida. Uma mulher, ou várias, sem grandes sonhos e expectativas a substituíra em poucos minutos, não duvidava. E era isso, somado ao término e o silêncio que a fazia chorar nesse momento.

Em seu estado de torpor, a jovem Hyuuga escondeu o rosto com as mãos e nem ao menos ouviu quando Itachi bateu em sua porta, trazendo consigo um balde gigante de pipoca. O Uchiha mais velho olhou para o irmão sorridente na tela de plasma e sentiu o sangue ferver... Como ele podia tê-la abandonado?

Aproximando-se sem dizer nada, o moreno deixou o balde ao lado da jovem chorosa e pegou o controle remoto, mudando de canal sem pedir permissão.

— Eu vi pela programação da TV a cabo, que vai passar “Lágrimas do Sol”, no canal Premium... — Ele disse, passando pelos canais, como se nada estivesse acontecendo. — E como eu sei que esse é único filme de guerra que você gosta, achei que era uma boa oportunidade de revê-lo! — Depois ele se virou para ela, com um sorriso doce. — Eu tomei a liberdade de preparar a pipoca com manteiga temperada... Espero que tenha sobrado algum chocolate pra mim!

Hinata o encarou num misto de vergonha e agradecimento, sabendo que Itachi nunca a humilharia por continuar a chorar pelo ex-namorado. Sem conseguir dizer nada, a morena apenas assentiu com um sorriso trêmulo e abriu espaço para ele ficar ao seu lado.

Itachi se sentou ao seu lado, abraçando-a pelos ombros, enquanto pegava um punhado da pipoca e comia. Ele não disse nada quando sentiu ela virando o rosto para escondê-lo em seu peito, manchando sua camiseta branca com as lágrimas que ainda a fustigavam... Muito embora o seu coração também estivesse sangrando por saber que ela sofria, e não havia nada que pudesse fazer, se não esperar... E esperar...

— Eu fui chamado para tocar num bar, no final de semana... — Ele comentou, passando a mão pelos cabelos dela. — Você gostaria de vir comigo?

Eu sempre tive esse sonho,

Como meu pai antes de mim...

Então comecei a escrever canções,

Comecei a escrever histórias;

Hinata ergueu o rosto marcado, olhando-o surpresa pelo convite. Nunca se imaginou cantando novamente ao lado de Itachi. Ela havia se acostumado em ficar nas sombras de Sasuke, sempre olhando dos bastidores ou da plateia, mas nunca mais ao seu lado.

Cantar era uma das poucas coisas que amava na vida, quase tanto quanto o ex-namorado. A possibilidade de voltar a fazer algo por si só, usando o talento que havia adquirido, a deixou quente e esperançosa.

— Te-tem certeza... — Ela começou, um tanto incerta. — De que qu-quer que eu vá? Faz... Faz tanto tempo...

— Cantar não é algo que se desaprende, Hina. — Itachi a respondeu, passando a mão para limpar as lágrimas do rosto dela. — A música faz parte de você, assim como você faz parte de algo maior... — E então ele lhe deu um beijo sobre a franja. — Eu ficaria honrado em ter você cantando comigo outra vez, minha pequena... Mas apenas se quiser.

Hinata o olhou, completamente agradecida por ter alguém como Itachi em seu caminho. Ele era a força que ela precisava, e sabia que o seu irmão postiço estaria ao seu lado, independentemente de qualquer coisa.

— B-bem... Não custa te-tentar, não é? — Ela o respondeu, vendo o mais caloroso dos sorriso se espalhando pela face adorada.

~*~*~*~

Algo sobre a glória sempre pareceu me entediar,

Porque só os que eu realmente amo,

Irão realmente me conhecer.

Sasuke tateou o criado mudo atrás do celular, buscando aquele número que há muito tempo não ligava – e nem nunca imaginou voltar a ligar nos últimos anos. Três toques... Foram apenas três toques...

— Alô... — Ouviu a voz rouca do irmão do outro lado da linha — Alô? — o mais velho perguntou, depois de alguns segundos sem resposta.

— Oi... Itachi... — Sasuke o cumprimentou com voz pastosa e baixa, culpa da bebida e da vergonha. Apesar da impossibilidade, era como se estivesse frente a frente ao irmão, vendo a decepção refletida nos olhos parecidos com os seus.

— Sasuke? — Perguntou o mais velho, como quem não acreditava em quem estava ouvindo. — O que foi? Está tudo bem?

— Nada faz sentido... — O mais novo fechou os olhos, uma tentativa de clarear a mente e achar as palavras certas, após anos sem contato. — Eu... Preciso dela... — Ele ouviu o irmão suspirar. Quase podia vê-lo massageando as têmporas, como fazia antigamente quando estava irritado.

— Não, Sasuke... Você não precisa. — Sasuke o ouviu responder. — Se precisasse mesmo dela, ou de mim, teria vindo antes. Você não teria composto aquelas músicas e nem ao menos tinha nos retirado da sua vida como fez há tanto tempo. — A voz de Itachi era branda, muito embora suas palavras fossem sérias. — Ela está conseguindo viver, Sasuke...

— Mas eu não!! — Sasuke o interrompeu, zangando e entorpecido pela arrogância — Quero voltar agora. — Ele se levantou cambaleante, pegou a foto, colocando-a no bolso da jaqueta, e andou até a porta. — Ela me ama, tem que me aceitar de volta. — Falou mais pra si mesmo do que para o irmão. Arrependia-se de telefonar, Itachi não queria ajudar como imaginara.

— Sim, seu imbecil, é claro que ela te ama! — Itachi rebateu do outro lado, tão irritado quanto o mais novo — Mas quem você acha que vai ficar destruída quando você sumir de novo? Quanto tempo você pretende ficar dessa vez até quebrar o coração dela novamente? — Ele perguntou, com a voz carregada de sarcasmo. Então, ele ouviu outro suspiro, esse mais pesaroso do que o outro. — Nós queremos você de volta, Sasuke... Mas não do jeito que está agora. — A voz voltou a ser mansa — Você precisa se cuidar...

De tudo que o irmão dissera Sasuke só captou que Hinata o amava. Esquecido do irmão na linha guardou o celular, saiu cambaleando do apartamento e entrou no elevador, direto para o estacionamento. Quando as portas abriram no andar desejado, ansioso correu até a vaga reservada para seu Bugatti preto.

— Voltarei... — Ele balbuciou, vendo a morena sorrindo, os braços estendidos para recebê-lo — Voltarei para casa, Hinata, e tudo ficará bem.

Acelerou. O destino era casa, era o pedido tardio de desculpas, eram os braços da jovem que o amava. As luzes a sua frente passavam velozes, o som do trânsito, os acordes estridentes de buzinas, se perdia em sua ansiedade, o pé afundava cada vez mais no acelerador.

~*~*~*~

Uma vez quando eu tinha 20 anos,

Minha história foi contada.

Antes de o sol da manhã, quando a vida era solitária.

Uma vez quando eu tinha 20 anos...

Os meses tinham se passado, tornaram-se anos num piscar de olhos.

Com os pés livres dos sapatos que usava no trabalho, Hinata caminhou devagar pela areia da praia, sentindo a carícia da brisa de fim de tarde em sua face. O sol a ponto de sumir no horizonte, em junção a água do mar, com o céu em tons de púrpura e vermelho era uma das poucas coisas que a fazia sorrir de verdade.

Aquela parte isolada da praia, escondida por grandes pedras, só era conhecida por duas pessoas além dela, os dois irmãos Uchiha. Tinham encontrado durante as costumeiras corridas na infância. Sasuke reivindicara o lugar como seu e exigira que guardassem segredo. Quando começaram a namorar passavam longas horas ali fazendo planos para o futuro.

“Eu vou conquistar o mundo, você vai ver só! E quando eu tiver tudo sob os meus pés, você vai ficar ao meu lado, como a minha mulher!”

As palavras corajosas que a encantaram na adolescência ainda eram sopradas pelos ventos do passado. Os planos de Sasuke envolviam conquistar o mundo, os dela era fazer parte do mundo dele. E durante anos era isso que fizera.

Aprendera a tocar vários instrumentos, suplicara para o pai inscrevê-la em aulas de canto, participara da banda juvenil do namorado e o seguira em sua primeira turnê apesar de odiar a música de divulgação e os amigos que ele fizera durante a carreira.

Mesmo depois dele expulsá-la de sua vida, durante anos Hinata acompanhara os passos dele através de revistas, entrevistas e internet, acalentando no coração a esperança de que ele voltaria por ela. De início até estar na praia particular deles tinha sido por essa vã espera.

No entanto, demorou apenas dois anos longe para perceber que a vida continuava sem ele, que podia ser feliz e amar apesar de tudo que ele lhe fizera. E o culpado dessa descoberta era a pessoa que estivera ao seu lado em todas as vezes que precisou... Itachi, o irmão mais velho de Sasuke, que a tratava como irmã caçula.

Depois daquela apresentação com Itachi no bar, a morena conseguiu um trabalho fixo como garçonete. Ela era respeitada por todos, e cantava aos finais de semana com Itachi e seus amigos de banda. Depois de tanto tempo vivendo de restos, a Hyuuga finalmente estava conseguindo se reerguer pelo próprio esforço, junto com a ajuda do Uchiha mais velho.

Os dois ainda moravam juntos, dividindo o mesmo apartamento no interior do Texas. Itachi havia conseguido outro trabalho como professor de música de uma escola infantil, e ela se dividia entre trabalhar no bar e também cuidar da casa deles. Quem via, cogitava a possibilidade dos dois serem um casal feliz e apaixonado... E era esse o sentimento que rondava o coração da jovem morena.

Em breve terei 60 anos...

Acharei que o mundo é frio?

Ou terei muitas crianças para me aquecer?

Em breve terei 60 anos...

Ele a observava de longe, sentado no topo de algumas rochas ao longo da praia. O moreno sorria ao vê-la sorrir, mas o seu coração batia triste a cada vez que se lembrava que o sorriso dela era por conta do irmão mais novo.

E era por isso que ele escrevia aquela música. Sasuke sempre seria o príncipe encantado de Hinata. O príncipe que virou monstro, mas que ainda era buscado com amor e esperança.

Sasuke nunca desapareceria do coração de Hinata, e ela nunca o veria mais do que um amigo. Mesmo nesses anos em que os dois viveram próximos novamente, ele nunca conseguiu encantá-la como Sasuke fazia... Por isso, por mais que lhe doesse o coração, Itachi continuava ao lado dela. Amparando-a em cada queda, erguendo-a a cada recaída.

E assim, nada parecia mudar... Até o seu maldito celular tocar outra vez. Vendo o número desconhecido, o moreno ergueu uma das sobrancelhas antes de atender a chamada:

— Alô?

— Alô, falo com Itachi Uchiha? — Perguntou a voz desconhecida do outro lado da linha.

— Sim, é ele... — Respondeu o moreno, ficando desconfiado. - Com quem estou falando, e em que posso ajudar?

— Meu nome é Orochumaru, e eu sou o novo agente do seu irmão caçula. — O homem se identificou, com a voz grossa. — Itachi, eu sinto muito, mas o seu irmão sofreu um acidente... Precisamos que você venha até o hospital em Vegas, porque ele está entre a vida e a morte.

As palavras foram tomando forma a medida em que eram escutadas pelo Uchiha mais velho. E a última visão que ele teve antes de desligar o celular era a de Hinata perdendo o sorriso.

Hinata ouviu passos se aproximarem e parou de contemplar o céu, agora imenso na escuridão estrelada, para olhar na direção de Itachi. Sorrindo, levantou-se para recepcioná-lo, mas percebeu que algo estava errado ao notar a expressão tensa do Uchiha.

Itachi encarou a morena, sem saber direito como contar a ela o que houve. Aquela notícia colocaria toda a recuperação de Hinata a prova, e principalmente o seu coração.

— Hina... É o Sasuke. — Ele finalmente disse, depois de um longo suspiro. — Parece que ele estava drogado e bêbado quando pegou o carro ontem à noite. Ele sofreu um acidente... Ele ainda está vivo, mas não sabem até quando.

A gravidade da notícia abalou Hinata e os olhos se arregalaram fixos na face preocupada de Itachi. Sasuke, conhecido por sua sede pela vida e tudo que ela oferecia, agora estava entre a vida e a morte... Era inconcebível.

Mesmo já não amando Sasuke como antigamente, mesmo magoada com o que lhe fizera, não lhe desejava nenhum mal.

Imaginando que sua falta de reação em um momento como aquele podia fazer Itachi imaginar que não se importava com o irmão dele, conteve a vontade de abraçá-lo e segurou a mão dele como forma de apoio.

— Sinto muito... Posso ir com você para... — Hinata perdeu a voz sem saber como continuar. — Sasuke vai sobreviver...

Não queria rever Sasuke, mas se sentia na obrigação de apoiar Itachi como ele sempre lhe apoiava. Seus olhos se encheram de lágrimas diante da tristeza estampada no rosto de Itachi.

— Eu vou para Las Vegas. — Continuou Itachi, passando uma das mãos pelos cabelos, em sinal de nervosismo. — Provavelmente ele precisará de sangue, e nós somos compatíveis... E, caso seja necessário algum transplante, eu posso fazer... — Então ele pegou uma das mãos dela com a sua. – Ele havia me ligado, ontem à noite. Ele disse algo sobre voltar, sobre amar você e tudo mais... Eu apenas não achei que ele fosse louco o suficiente pra causar um acidente. — Ele decidiu confessar tudo, afinal, ela precisava saber... — Se mesmo assim, você quiser ir, eu comprarei as passagens para nós dois.

Queria ir. Não por Sasuke, mas por Itachi. Duvidava que o Uchiha mais novo declararia seu amor por ela quando estivesse sóbrio. Ele tivera anos para isso.

— Então, ele vai querer nós dois ao seu lado quando acordar... — Ela declarou, usando isso como desculpa para ficar ao lado dele.

Itachi beijou os cabelos negro-azulados dela, fazendo uma prece silenciosa a Deus, para que de alguma forma pudesse mudar as coisas.

Uma vez quando eu tinha 7 anos,

Minha mãe me disse: Vá,

Faça alguns amigos ou você vai ser solitário!

Uma vez quando eu tinha 7 anos...

Uma vez quando eu tinha 7 anos...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pra quem não fala francês, o Título da história significa: "O Que Eu Semeio", e o 1º capítulo: "Confesso, que Amaldiçoei Todos Aqueles que se Amam!".

Essa história era um dos meus projetos engavetados e a versão da long fic se chama "Doce Melomania", que conta essa história inicial muito mais detalhada, porém, pra aproveitar a deixa, vou com a versão curta hoje!

E aí? Que acham que vai acontecer, hein? Não percam o segundo capítulo amanhã!

Bjus da tia!

Arê.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ce Que Je Sème" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.