Sangue escrita por Salomé Abdala


Capítulo 63
Capítulo 61 – Verdades mal ditas.




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Decidi partir com Flavius para Alvinópolis. Ia resolver a questão do Felipe. É evidente que eu jamais planejei mata-lo (por mais que estivesse com ódio daquele filhadaputa pelo lance do Flavius, não é o suficiente para querê-lo morto), mas não era bom que meu pai pensasse assim. Só deus sabe o que ele faria com o Felipe por causa desse lance da minha tia. Tenho medo só de tentar imaginar. Por isso eu disse pro velho que eu mataria o Felipe, pro velho não ir atrás dele antes de mim. Assim eu teria tempo de avisá-lo. Chegaria de Alvinópolis falando que não tinha achado o Felipe, enquanto isso ele sumia do mapa e pronto, ficava tudo resolvido!

Saímos no fim da tarde, Flavius e eu. Michel ficou me olhando torto o resto do dia, imagino que tenha ouvido alguma parte da minha conversa com meu pai. Mas isso não era importante agora. O principal era chegar a Alvinópolis antes da minha família e arrumar um jeito de tirar o Felipe de lá em segurança:

–Por que decidiu me levar pra Alvinópolis tão de repente? Está com medo que eu fuja? – Flavius perguntou.

Dei uma pequena risada da sua ingenuidade. Mas preferi deixar que ele pensasse assim. As coisas estavam um tanto desequilibradas entre nós, um pouco de mimo nos faria bem:

–É claro. – respondi – Eu sei que dei rata na última vez, quando decidi ir embora do nada. Queria ta do seu lado dessa vez.

Ele ficou me olhando desconfiado, eu continuei:

–Que é? Eu não posso aprender com meus erros? Eu quase te perdi daquela vez, não quero correr esse risco de novo.

Ele sorriu e disse:

–Sei lá. Isso não parece com você.

Engoli em seco. De fato não parecia. Possivelmente jamais pensaria em fazer algo do gênero... mas por que? Não seria lindo (e até lógico) fazer algo assim por um namorado? Por alguém que ama? Então por que eu não penso nessas coisas? Por que ajo sempre de modo tão egoísta? Observei Flavius por um tempo, sua expressão, o brilho que surgiu em seu olhar quando finalmente se convenceu de que minha mentira era verdadeira. Pareceu uma coisa boa de se acreditar!

Talvez ele estivesse certo em algumas de suas queixas. Eu não devo ser um bom namorado. Mas o que acontece é que a gente não é bem ensinado nessa coisa de amar. Todas as histórias de amor acabam na hora que a relação se inicia. E colocam um ‘Felizes para Sempre’, como se tudo se resolvesse a partir do amor. Mas amar alguém é um pouco mais complicado que isso. Tem uma série de nuances no amor para as quais ninguém nos prepara. A convivência diária é uma delas.

Nós nem sempre somos a mesma pessoa. Acordamos a cada dia uma pessoa diferente. E essa pessoa nem sempre ama aquela que está ao nosso lado.... As vezes eu olho para o Flavius com certa raiva. Faço dessas coisas pra machucar ele de propósito. É uma coisa muito cretina de se fazer, mas é que eu gosto tanto, mas tanto desse filho da mãe que chega a me dar ódio. Isso pode parecer totalmente injustificado, mas acreditem em mim, não é! Eu sei que não é!

Não dá pra explicar direito o que eu sinto e como eu sinto, mas a questão é que as vezes o que eu sinto por esse menino é tão extremo que eu me sinto impelido a tentar expulsar isso de dentro de mim. Como se fosse uma doença, um mal estar! Mas, em momentos tranquilos, como agora, (em que eu vejo seu olhar a me mirar com essa esperança, com essa alegria infantil por eu ter demonstrado o mínimo de preocupação pelo nosso bem estar) eu percebo que ele também me ama. E, sendo assim, seria mais inteligente da minha parte simplesmente deixar as coisas rolarem... sem expulsar nada de ninguém.

Só que ai eu lembro de toda a merda que já aconteceu,( das ratas que eu dei na verdade) e penso que seria só uma questão de tempo até o Flavius perceber que ganharia mais da vida se não estivesse comigo. E ai vem uma insegurança. Medo de ele ir embora e começo a querer machuca-lo de novo. É uma merda isso! Essa montanha russa! Ele continuou me olhando como se lesse meus pensamentos, passou as mãos nos cabelos da minha nuca e disse:

–Está tudo bem, meu amor. Nós vamos ficar bem.


...


Quando chegamos a Alvinópolis deixei o carro na porta da minha casa e senti certo comichão. Muita coisa importante na minha vida tinha acontecido aqui. Eu gosto dessa casa, muito muito mesmo! É uma pena que ela fique nessa cidade. Se acaso eu pudesse, mandaria levarem-na à capital... isso seria uma vida perfeita!

–Você se incomoda se eu dormir na casa da minha tia hoje? – disse Flavius – Eu meio que já tinha prometido.

–Não, pode ir. Eu quero mesmo falar com o Felipe a sós.

–Vê se não pega muito pesado.

–Pode deixar.


...


Felipe estava na cozinha preparando um jantar. Senti o cheiro de cebola frita e alho assim que abri a porta. Entrei no maior silêncio possível, sentei em frente ao piano e comecei a tocar Lacrimosa, do Réquiem de Mozart. Felipe surgiu na sala; branco como um fantasma, faca em punho como que pronto para defender a vida com os dentes:

–Ah! É você Francis!? Quase me mata do coração! Você não pode tocar a campainha como todo mundo?

–Tocar a campainha? Da minha própria casa? Não vejo uma razão lógica para fazer isso... você vê?

–Ah, sei lá! Você me deu um susto!

–Perdão, mas sou um compulsivo por entradas dramáticas. Bem conhece meu jeito.

–Claro, não podia esperar nada menos... apropriado... vindo de você. Mas o que você está fazendo aqui? Alguém veio com você?

Ele disse olhando pelas janelas:

–Você veio até aqui buscar o meu Flavius e nunca mais foi visto, estava a me perguntar o que o teria prendido aqui?

–O que Flavius te contou?

–Que você foi um filho da puta bastante deselegante.

Ele engoliu em seco, levou a mão ao coração num gesto excessivamente dramático e disse em seguida:

–Eu fui um idiota, admito. Não sei o que seu em mim! Eu... eu... você tem sido um crápula com Flavius desde muito tempo! Eu pensei em alertá-lo! Você acha que eu não o conheço? Acha que eu não sabia sobre suas saídas com Manuel? Eu fiz o que fiz porque eu vi! Eu vi acontecer com Flavius o mesmo que se sucedeu comigo! Você a agir como um cretino! Ele é só um menino, Francis! Um menino que gosta muito de você! E você vai acabar com as esperanças dele como fez comigo! Eu fiz o que fiz para poupar ele! Para poupar ele de você!

–Ah sim, claro. E depois se ofereceu prontamente para ocupar o espaço vazio do seu coração.

–Ofereci a ele uma chance de recomeçar! Longe daqui! Longe de você!

–Engraçado. E com que dinheiro pretendia fazer possível esse recomeço? Com o que roubou de sua mãe? É por isso que está aqui? Porque está fugindo?

Ele se encostou na parede e levou a mão ao rosto num excesso de gestos dramáticos que me levou a pensar que talvez pudesse ter sido transportado repentinamente para dentro de uma ópera italiana:

–Como você sabe disso? Quem te contou? Eles estão atrás de mim?

–Evidente que estão. Papai veio atrás de mim pedir sua cabeça. Eu, evidente, aceitei dois brigadeiros e um sonho de valsa em troca de te levar sem vida até ele. Você sabe como é, eu adoro um sonho de valsa. Então é isso. Vai se despedindo da sua vida que eu vim ceifá-la para sempre. Encontro-te no dia do juízo final.

Terminei a música e me levantei do piano. Felipe soltou um grito amedrontado que me forçou a rir:

–Ahahahahahahahaha! Que isso menino? Você acha mesmo que eu viria te matar? Levanta desse chão! Morre que nem homem!

Ele continuou no chão protegendo o rosto com os braços, eu me aproximei e me agachei diante dele:

–Felipe, para com isso, eu tava brincando, levanta daí otário!

-Você está blefando!

-Blefando o caralho! - Eu disse segurando seu braço e puxando seu cabelo – Agora levanta daí que você precisa ir embora! – ele reagiu o que me obrigou a encher a cara dele de tapa.... bem, na verdade nada me obrigou aquilo, mas eu bem que achei que ele merecia pelo que tinha me feito – Larga de ser bunda mole moleque e fica de pé! – disse puxando ele pelo colarinho.

Felipe não reagia aos tapas, puxões e xingamentos, apenas se deixava agredir enquanto gritava feito um porco no matadouro. Desisti de fazê-lo ficar de pé, soltei seus cabelos e ele despencou no chão feito um saco de cimento:

-É uma vergonha uma coisa dessas. – eu disse – Foi assim que você reagiu quando meu pai te bateu?

Ele não respondeu, ficou jogado no chão aos prantos. Dei um chute de leve na sua costela e disse tentando parecer calmo:

-Tá bom, Felipe. Você já fez sua ceninha, agora pode ficar quieto? Eu preciso conversar sério contigo. FELIPE! HEY! PARA COM ISSO E ME ESCUTA? HEEY?

Ele foi se acalmando aos poucos enquanto eu fui até a cozinha buscar um copo de água pra mim. Mas, ao voltar o encontrei diante da porta, tentando fugir da casa:

-Hey! Felipe, volta aqui! – eu gritei tentando alcança-lo, mas foi inútil. Antes de sair ele trancou a porta o que me impediu de conseguir sair de casa a tempo de impedir que ele entrasse no carro.

Quando consegui sair para fora ele já tinha desaparecido no horizonte. Pensei em pegar o carro e correr atrás dele, mas julguei inútil. Penso que o recado tinha sido dado e ele fugiria para não mais ser visto. Foi só no outro dia que recebi a notícia do acidente. Ele, aparentemente havia corrido demais na estrada. Perdeu o controle do carro e caiu de cima da ponte. Os bombeiros passaram meses procurando pelo corpo, mas, dizem, a correnteza o havia arrastado para longe.

Michel passou uma vida me acusando de tê-lo matado, por ter causado o acidente... as vezes me pergunto se ele tem razão. Tivesse eu corrido atrás dele, tivesse eu o assustado menos talvez isso jamais teria acontecido. Talvez Felipe estivesse certo... meu pai e eu não somos criaturas tão diferentes afinal...”


...



-E é isso que diz o diário. – disse Natasha fechando-o – O que de diferente disso aconteceu Flavius?

Michel me olhava como que implorando para que eu o convencesse a acreditar no que sairia da minha boca nesse momento. Engoli as palavras em minha garganta, não tinha muita certeza se estava fazendo a coisa certa, mas eu devia isso à memória de Fip, não podia permitir que Michel seguisse pensando que ele era um assassino. Fip pode ter sido muitas coisas na vida, mas em seu coração nunca houve espaço para uma atitude dessas. Respirei fundo e por fim falei:

-Naquela noite, por volta das três da manhã, Fip bateu na janela do meu quarto. Ele estava visivelmente transtornado e me disse para que eu não acreditasse em nada que fosse dito sobre o Felipe nos próximos dias. Disse que não era um assassino, e que não era responsável pela morte do primo. Eu ouvi aquilo como quem levava um tiro, senti medo do que Fip pudesse ser feito! Foi quando ele se sentou e começou a me explicar toda a situação.

-Que situação? – disse Michel.

-Que ele e Felipe tinham forjado aquilo tudo. O acidente. Para fingir que Felipe estava morto.

-E você acreditou nisso, Flavius? Pelo amor de Deus! – disse Michel.

-Eu ainda não terminei. Felipe estava na casa dele. Assustado. Fip pediu que pegássemos o carro da minha tia para tirá-lo da cidade. Minha tia e eu não éramos conhecidos por ninguém da família, e assim, ninguém seguiria nosso carro. O Felipe ficou na nossa casa mais ou menos duas semanas depois do Fip voltar pra Alvinópolis, até que suas carteiras de identidade falsas e o dinheiro que ele tinha roubado chegassem. Aquele tio do Fip tinha meio que cuidado disso. Minha tia e eu levamos o Felipe até a cidade vizinha para que ele pegasse um ônibus até São Paulo. De lá ele pegaria um avião para a Espanha. E foi essa a última vez que eu o vi.

Michel, Natasha, Pierre e Rebeca me olhavam como se eu fosse o último capítulo da novela das oito. Chegou a ser quase engraçado, o tipo de cena que o Fip adoraria ter visto. Cretino, estar nessa casa me faz sentir mais falta de você! Natasha disse:

-Caralho! Que história mais doida!

-Mas por que o Fip escondeu isso da gente? – disse Michel ainda em dúvida se dava crédito ao que eu tinha dito ou não.

-Era mais seguro para o Felipe que ninguém soubesse. Ele sabia que o pai dele ficaria desconfiado por nunca acharem o corpo. Imaginou que ele nos vigiaria, buscaria por alguma coisa que revelasse a mentira. Por isso achou mais seguro que ninguém soubesse. Mesmo que você pensasse que ele tinha provocado a morte do primo. E é por isso que o que eu estou contando aqui não pode ser publicado, de maneira alguma, no livro. Porque se a família do Fip descobre que o Felipe está vivo podem voltar a procura-lo.

-Isso é muito surreal pra ser verdade. – disse Michel – Muito surreal!

Rebeca e Pierre se entreolhavam como que se perguntando: “Onde diabos a gente foi se meter?”. Percebi claramente a decepção de Pierre em não poder divulgar aquela informação. Com certeza ela o faria vender mais livros. Mas julgo que estava clara a gravidade da situação. Natasha, no entanto, continuou me encarando como que me desnudando. Percebi claramente o quebra-cabeça se formando na sua mente enquanto ela me encarava longamente com a boca entreaberta:

-Mas... – ela disse – Então.... – se calou.

Eu tentei evitar o seu olhar e disse logo em seguida (tentando encerrar o assunto):

-Bem, é isso o que tenho de dizer. Fip me fez jurar o mais absoluto segredo, mas eu não podia permitir que você – disse para Michel – continuasse a pensar que ele era um assassino.

Michel se levantou e me deu um abraço apertado:

-Muito, muito obrigado por isso, meu querido!

Relaxei minha cabeça e me deixei sentir seu cheiro. Tinha sido nessa casa nossa primeira noite. Ainda guardo cada sensação daquele dia. A sensação de que toda a vida antes daquele instante tivesse sido uma mera espera por aqueles sentimentos... um coma emocional aguardando por aquele simples viver. Abracei-o de volta. Sei que havia acabado de trair a confiança de Fip, mas amava demais ao Michel para permitir que ele vivesse com aquele conflito. Precisava dissolver essa situação, precisava dar ao Michel a chance de tornar a amar ao Fip como dantes, como nos tempos em que compartilharmos nossas vidas em Alvinópolis, por detrás dessas paredes que hoje nos guarda por debaixo desse abraço. Esse abraço singelo de perdão.

O tempo passou pela minha cabeça, flashes de memórias de toda uma vida nessa região. Natasha se aproximou de nós e nos enlaçou nos seus braços:

-Eu não te disse? Não te disse que o Chico não era um assassino? Espero que agora você acredite em mim!



...


Pierre e Rebeca entenderam que era melhor deixa-los a sós. Caminharam lentamente até a varanda da cozinha e conversaram aos sussurros enquanto observavam os restos do que outrora fora o maravilhoso e lendário jardim de Fip:

-Que história, não? – disse Rebeca.

-Pena que não poderemos publicá-la. Seria extraordinário!

-Seria... mas não podemos. A vida do menino ainda pode correr risco.

-Onde será que ele está? Será que sabe sobre a morte do primo? Não seria maravilhoso se conseguíssemos com ele uma entrevista?

-Acho impossível.

-Deus! Que história! Não pensei que mergulharia tão fundo nisso quando comecei.

-São as surpresas da vida, meu querido. As surpresas da vida. – ela disse enlaçando os dedos do amante.


...


Eram cerca de onze da noite quando Pierre e Rebeca se deixaram render pelo cansaço:

-Deixamos você aqui e vamos nos entregar ao sono! – disse Pierre – Em qual quarto podemos ficar?

-Vocês podem ficar no que era o quarto do Michel. – disse Natasha – Venham, vou levar vocês até lá!

Michel e Flavius continuaram sentados no sofá, garrafas de vinho em suas mãos, Michel descamisado:

-O que mexe tanto nesse celular? – Michel perguntou.

-Estou mandando uma mensagem para o Gabriel. Avisando que está tudo bem.

Michel murchou o sorriso, detestava qualquer recordação acerca da existência desse rapaz:

-E você pretende voltar pra Argentina? Depois que tudo isso terminar?

Flavius largou o celular sobre o sofá e disse ainda sem tirar os olhos da tela do aparelho:

-Eu não tenho mais certeza de nada...

-Posso dizer uma coisa?

-Diga.

-Eu não gostaria que você fosse embora.

-Posso dizer uma coisa?

-Diga.

-Meus sentimentos por você nunca mudaram. Seria um sonho incrível passar o resto dos meus dias ao seu lado. Não vou mentir. A única pessoa que me convenceria a largar tudo aquilo e voltar para cá... é você.

Michel ruborizou, não estava preparado para assumir toda a dimensão daquilo. Era uma responsabilidade enorme interferir desse modo no destino do amigo sem ter, no fundo, no fundo, a intensão de lhe corresponder a esse sentimento com a mesma intensidade. Mas hoje, talvez por influencia do vinho, via-se disposto a acreditar em falsas promessas. E, dentre todas as mentiras da vida, as mentiras de amor eram suas favoritas. Decidiu se deixar levar pela teatralidade da situação: “Fip acharia tudo isso de um mal gosto impecável. Tomar Flavius daquele almofadinha, fazê-lo voltar para nós! Trazê-lo de volta! Fip adoraria isso! Adoraria odiar assistir a essa cena... eu e Flavius a nos deitar juntos, na sua cama! Céus! Ele deve estar a me xingar muito em algum lugar!” – disse se levantando do sofá e puxando Flavius pelos cabelos da nuca – Fip, essa vai ser por você!” – beijou o garoto segurando suas nádegas com força:

-Então deixe-me te mostrar alguns dos meus argumentos.- disse enquanto arrastava o garoto para o quarto.

Natasha passou pelos dois com um sorriso no rosto. Deu um tapinha na bunda do Michel e desceu as escadas. Ver os dois se pegando ali dentro era como voltar no tempo, retomar a glória daqueles dias felizes. Caminhou até o sofá na esperança de encontrar algum vinho dentro das garrafas... mas foi inútil, estavam vazias. Sentou-se desanimada e ficou a observar a televisão:

-Será que ainda funciona? – pensou procurando pelo controle remoto.

Quando seus olhos se depararam com o celular de Flavius caído entre as almofadas. Tomou-o nas mãos e mordeu os lábios. Deveria mesmo fazer isso? Por mais que fossem amigos havia intimidades que não se podiam dar. “Foda-se” –pensou enquanto abria a caixa de mensagens – “Vamos descobrir o que o Flavinho ainda esconde.”. A última mensagem enviada estava destinada ao Gabriel: “Contei a eles que está vivo.” – dizia o texto – “Mas ainda não sabem quem é você. Espero não ter feito mal. Perdão.”

-BINGO! – gritou Natasha enquanto buscava por mais alguma mensagem comprometedora. Dentre os rascunhos não enviados encontrou o seguinte texto: “Ps: talvez eu não volte.” – Então o safado do Felipe conseguiu! – pensou Natasha – Ele casou com o Flavinho? Ah, Chico!! Eu mudo meu nome se eu não separar esses dois! Juro pra você meu amigo! Isso não vai ficar assim! Pra Argentina o Flavinho não volta!


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Notas finais do capítulo

Eu confesso que continuo bastante em dúvida sobre esse acontecimento. Na minha primeira ideia (e mais mirabolante) ia ser revelado que o Felipe era a Rebeca (o.O wtf) mas eu fiz as contas e vi que não dava tempo. Também achei meio novela mexicana demais!
Então acabei mudando para isso, que achei além de mais lógico, menos forçado. Mas confesso que ainda estou inseguro. Por favor sejam sincerxs. Esse lance foi legal ou foi muita forçação de barra? =x... eu meio que gosto, mas tenho medo de acabar virando uma história com cara de novela das oito xD