Segurando a mão de Tico lembrei-me de como era antes de conhecer o Caio, eu era garoto tímido, que vivia com medo de muitas coisas, eu tinha medo de me relacionar com as pessoas.

Todas as vezes que eu pensava em querer conhecer alguém para namorar, eu fugia daquela situação, mas quando eu vi Tico as coisas foram diferentes. 

— O que você está tanto pensando amor? 

— Em nada demais, eu estou pensando o quanto estou feliz em estar aqui com você.

Nós estávamos quase nos beijando, quando a mãe de Tico nos chamou. 

— Meninos, o almoço está pronto. 

— Melhor a gente ir, se não ela vai achar que estamos fazendo alguma coisa aqui.

— Também acho. 

— Esse macarrão está uma delícia. 

— Que bom que você gostou, o molho é uma receita secreta de família. Coma mais um pouco.

Ela me serviu mais um pouco de macarrão. 

— Me fale um pouco da sua família. 

— Eu moro com a minha mãe, ela é sócia de uma floricultura junta com a minha tia. 

— O seu pai?

— Os meus pais estão se separando, faz três meses que ele saiu de casa. Ele trabalha como caminhoneiro e sempre está viajando. Mas eu tenho uma boa relação com ele. 

— Você tem irmãos? 

— Tenho uma meia irmã, por parte de pai que estuda na França. 

— Mãe, você não acha que tá perguntando demais, daqui você vai deixar o Caio constrangido. 

— Desculpe se estou sendo muito indelicada, tudo bem se você não quiser responder. 

— Tudo bem, não vejo nenhum problema.

Dona Amélia começou a tirar a mesa, enquanto Tico pede desculpas pelas inúmeras perguntas que a mãe dele estava fazendo.

— Querido, arrume a mesa no jardim, vamos comer a sobremesa lá fora, acho que um ar puro vai ser ótimo para todos nós. 

— Tudo bem, mãe. 

— Deixa que eu te ajudo Tico. 

— Não precisa não, você é uma visita. 

O jardim da casa do Tico é muito lindo. 

— Minha mãe iria amar o jardim da sua casa. 

— Na próxima vez convidamos ela para vir.

— Ela vai adorar.

 - Desculpe-me se minha mãe foi tão invasiva. 

— Tudo bem, ela parece ser uma boa pessoa.

 - Que bom que você acha isso, tem hora que ela parece querer controlar a minha vida e as pessoas que eu amo.

A campainha tocou, Dona Amélia foi abrir a porta e escutei uma voz muito familiar. 

— Boa tarde Dona Amélia, eu estava por aqui perto e aproveitei para visitá-la.