A Ilha - a Descoberta do Amor escrita por velgoncalves


Capítulo 12
Capítulo 11 - A ilha


Notas iniciais do capítulo

Ohhh! Estamos próximas dos capítulos mais apimentados da nossa fanfic. Espero que gostem do capítulo...

Boa leitura!



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Capitulo 11 – A Ilha

 

 

PDV Bella

 

– Ai! Ai! Mal consigo me mexer! – Edward tentou se levantar, mas a luz bloqueava totalmente sua visão, como a minha também.

Onde estávamos? Quem eram aqueles homens? O que eles queriam conosco? Eu sentia areia úmida sob meu corpo, um cheiro salgado. Foi quando fui adaptando minha visão à luz e vi que estávamos numa praia. Mas afinal se aquilo havia sido um sequestro, por que será que eu estava deitada sobre o peito de Edward e agora estávamos soltos?

– Edward? Você está bem? – Perguntei enquanto tentava erguer minha cabeça. Tudo de que eu me lembrava era de Edward sangrando muito e de nós sendo jogados numa van. Olhei para mim mesma tentando entender o que havia acontecido, minha roupa estava intacta, pelo visto meu corpo também.

– Sim minha querida, eu acho que estou. – Ele disse gemendo. Quando ergui por inteiro minha cabeça, pude ver que o rosto de Edward estava completamente sujo de sangue e muito machucado.

– Oh Deus, você está muito machucado. Precisamos limpar isso. – Então rasguei um pedaço da minha calça de seda e corri para o mar, que não estava longe, para pegar um pouco de água e limpar os ferimentos dele. A água era salgada, mas serviria.

De volta, enquanto Edward estava tentando se levantar, avistei uma pedra, que servia para prender um papel, que parecia ser um envelope. Rapidamente o pequei e abri, antes mesmo de me reaproximar de Edward.

VOCÊS ESTÃO SEQUESTRADOS. ESTA ILHA ESTÁ A MUITOS QUILÔMETROS DO CONTINENTE E CERCADA POR CARDUMES DE TUBARÕES. NÃO TENTEM NADA DE ESPERTO OU ISTO LHES CUSTARÁ SUAS VIDAS. LOGO QUE SUAS FAMÍLIAS PAGUEM O RESGATE, ESTARÃO LIVRES. APROVEITEM A ESTADIA.

– Edward! – Eu gritei. Ainda cambaleante ele chegou até mim e me tomou o bilhete das mãos. Enquanto eu avaliava a gravidade dos machucados em seu rosto, ele lia o bilhete. Vi a fúria em seus olhos enquanto ele o amassava em suas mãos.

– E agora o que faremos? Como vamos sobreviver aqui? E se não formos encontrados? – Eu estava amedrontada. Vê-lo machucado me deixava ainda mais preocupada.

– Acalme-se Bella. Isso é um seqüestro. Nós somos suas garantias. Se morrermos eles não terão como receber qualquer recompensa que seja. Eu realmente neste momento só estou preocupado que você esteja bem, que não tenha nenhum ferimento. No mais não se preocupe, vou cumprir minha promessa e proteger você.

– Quanto a minha integridade fique tranquilo, não tenho nada machucado. – Exceto meu coração, que está acelerado e ansioso, ainda mais perto de um homem tão lindo que até todo surrado consegue ser sexy. Pensei comigo mesma. – Ao contrário de você, que precisa de cuidados imediatos. – Eu realmente estava preocupada. Então fiquei de joelhos de frente para ele e comecei a limpar seus ferimentos.

À medida que eu me aproximava e nossas respirações se encontravam, tudo que eu conseguia lembrar era dos calorosos beijos que havíamos trocado na outra noite em sua casa. Beijos ardentes, empolgados. Quando estávamos olho a olho, em um olhar que falava mais do que mil palavras e nossos lábios quase se tocando ele segurou minhas mãos e disse:

– Basta. Já me sinto melhor, tenho certeza de que fez um bom trabalho, mas pela altura que o sol está já deve passar das duas da tarde e precisamos providenciar um abrigo para passarmos a noite. No mais, você precisa se alimentar e se proteger deste sol escaldante. Não quero sua linda pele maltratada. – Justo no momento em que eu me preparava para permiti-lhe um avanço de sinal, ele me multa. Eu até havia me esquecido que estávamos presos num lugar no meio do nada.

 

 

PDV Edward

 

 

Eu olhava Bella ali, completamente perdida... Amedrontada, eu nem mesmo sabia se sairíamos vivos daquele lugar. Uma ilha? Quem em sã consciência iria nos sequestrar e nos prender em uma ilha? Bem, vendo pelo lado da mente que articulou o crime, aquele lugar era perfeito, uma ilha sem nenhum habitante. Sem ninguém que pudesse escutar qualquer grito de socorro.

Caminhamos em direção ao centro da Ilha, onde certamente encontraríamos frutas para nos alimentarmos. Um lugar onde eu também encontraria lenha e material suficiente para montar um pequeno abrigo. Eu havia participado do acampamento dos escoteiros e tinha boas noções de sobrevivência. A cada passo que dávamos ilha adentro mais surpresas tínhamos com a beleza exótica do lugar. Foi quando ao longe avistamos uma pequena choupana...

– Veja Bella, acho que os seqüestradores tinham a exata noção do que estavam fazendo. Olhe só à nossa frente. Temos um abrigo seguro, ao menos para passarmos esta noite a salvo, enquanto não somos resgatados.

– Estou certa de que ficarei bem. Apenas seja paciente comigo e fique ao meu lado. – O que será que ela queria dizer com aquilo? Deus eu amava e queria somente cuidar dela.

Quando nos aproximamos da velha choupana, segurei sua mão e pedi que se posicionasse atrás de mim, assim se aparecesse alguma surpresa desagradável eu estaria à frente para protegê-la.

Abrimos a porta da velha choça com facilidade, o que de certo modo não me surpreendeu, afinal talvez fizesse parte do plano de seqüestro um abrigo para os reféns. Lá dentro encontramos uma mini estrutura, campesina sim, mas que supriria nossas necessidades primárias. Havia um mini canivete, poucas peças de cerâmica que nos serviriam de suporte para os alimentos e seu preparo e uma estrutura de madeira que lembrava vagamente uma cama, onde repousavam alguns pedaços de tecido rústico dobrados, como se fossem lençóis. Um pouco mais adiante encontramos materiais de higiene pessoal e algumas poucas mudas de roupas, todas bem típicas de regiões litorâneas. Tudo havia sido planejado nos mínimos detalhes.

Encontramos ainda outro bilhete, igual ao que Bella havia visto na praia. Nele dizia:

MANTENHAM-SE POR PERTO. A ILHA OFERECE GRANDES PERIGOS AO SUL. NUNCA ULTRAPASSEM A LINHA DO LAGO DOCE. ISSO LHES TRARÁ GRAVES PROBLEMAS. ESTAREMOS DE OLHO.

Bella me olhava com alarme. Temia cada pormenor do lugar. Recusava-se a ficar sozinha a todo custo agarrando-se ao meu braço como um gato acuado.

Aproveitando as ferramentas disponíveis, apanhei lenha para a fogueira e seguindo as instruções do bilhete fui até o referido lago, onde pegamos água potável e nos refrescamos. Bella aproveitou a ocasião para mais uma vez lavar meus ferimentos. Ela rasgou outro pedaço de sua calça e fez uma bandagem em meu braço arranhado pelos galhos da mata. Mas por todo esse período ela nada mais tentou como quando limpara meus ferimentos na praia.

De volta à choupana, acendi uma fogueira bem grande, assim se estivessem nos procurando por helicóptero, de longe avistariam o seu brilho e logo nos encontrariam. O silêncio de Bella somente me vendo lidar com as adversidades apenas me deixava cada vez mais maluco. Eu queria entrar em seus pensamentos e descobrir o que se passava lá.

Ela estava encolhida no canto olhando as labaredas que dançavam ao redor da fogueira. Pelo menos, não morreríamos de frio. Sentando no chão, encostei-me em uma pedra, ela veio de mansinho e se enroscou em mim como um gato perdido. Não havia o que eu pudesse fazer para confortá–la. Na realidade, na posição em que me encontrava, tudo o que eu queria era tomá–la em meus braços e fazê–la minha. Abracei-a trazendo para mais perto do meu peito, acariciei seu braço aquecendo-a com a fricção das minhas mãos.

Tentei puxar conversa, mas o que dizer num momento como aquele que pudesse retirá–la daquele transe? Lembrei–me de uma conversa que tivemos no restaurante onde ela falou sobre o mundo podre no qual vivia e que por isso Charlie era tão duro... Sem mais nem menos perguntei

– Como você se tornou uma super modelo de sucesso? – Ela me olhou confusa.

– Como me tornei uma super Modelo de sucesso? Isso é pergunta que se faça numa hora dessas? – ela questionou. Mas eu tinha de quebrar o gelo, pelo menos ela havia voltado a falar.

– Se estamos sem opções, talvez devêssemos aproveitar para nos conhecermos melhor, claro que não poderemos passar dos limites, afinal, somos amigos e não quero que você pense que irei me aproveitar desse momento para te dizer o quanto você é importante para mim. Então pensei em perguntar como você se tornou a super modelo de sucesso que é hoje.

– Está bem, então direi que esta é uma boa pergunta! – ela sorriu. Era o primeiro sorriso depois de horas de quase silêncio absoluto, onde ela se limitava a falar somente o essencial. Talvez ela estivesse em choque.

– Então me diz como você sobrevive intacta a toda sujeira e favores que rolam por debaixo dos panos nos bastidores da moda.

– Bem, se eu pudesse preencheria um guia prático com lições simples, mas você poderá considerar isso como “O Segredo” de Isabella Swan, mas que qualquer outra supermodelo milionária e bem sucedida deveria saber, mas nem todas fazem e de como funciona realmente o mundo hipócrita da moda.

– Sério? Para mim surgiu algo como um convite para pousar para a Ralph Lauren e resolvi aceitar, mas só por diversão... Entretanto, não tinha conhecimento sobre esse lado que você diz, pelo menos não nesse nível.

– Imagino tendo em vista a sua cara de exibido naquelas fotos... – fingi estar surpreso com a sua revelação, ela sorriu e continuou - Se tornar uma Modelo é muito simples para quem cumpre as regras do mundo cruel que ronda os sonhos da maioria de meninas que não têm sequer noção do que realmente existe.

– E você, como consegue viver assim?

– Em primeiro lugar você não deve nem pensar em manequim maior que 36!! Depois ter mais de 1,70m de altura... Ah! Eu ia esquecendo, rostinho bonito ajuda bastante, e com tudo em ordem você poderá dar início a sua carreira.

– Pelo que posso ver seu manequim não é 36 – sorri – Seu busto é algo do tipo tamanho M e quanto ao rostinho bonito, eu diria que você é verdadeiramente linda – ela me olhou fazendo careta.

– Você quer mesmo saber ou não? – ela perguntou.

– Sim, continue... – pedi

– O nome: Escolha um nome bom e que marque. Um que as pessoas lembrem e pareça conhecido. A fórmula básica e mais eficaz para o “nome artístico” é: nome simples + sobrenome forte, pense nas modelos famosas que você conhece e seus nomes Carol Trentini, Alessandra Ambrósio, Naomy Campbel e em todos os rostos que você já viu dos quais nem sabe o nome. Por mais que existam modelos internacionais chamadas Suvi, Oxana ou qualquer outra coisas. Você já ouviu falar nesses seres? Não!

– Elas fazem parte desse meio o qual você citou?

– Algumas sim, outras nem tanto, mas esse é o preço da fama, pelo menos para algumas. – Pausa. – Acredita–se que para ser famosa, você tem que ser vista e comentada. Vá às festas mais badaladas e saia com caras famosos. Quando todos estiverem falando de você, então não precisará mais procurar uma agência, os olheiros virão até você.

– Por isso eu sou um alvo tão fácil em suas mãos? – ela me deu um tapa no ombro.

– Não, você é um alvo fácil porque é exibido, às vezes parece que gosta de ser o centro das atenções. Mas é um homem altamente bonito e atraente, então todas irão desejá–lo não só pela sua beleza, mas também pela força do seu nome. Pelo seu status.

– Está me depreciando... Eu sou muito mais do que um nome e um pedaço de carne – me defendi. Ela virou-se para mim e continuou numa voz macia e sensual.

– Você tem fama de mulherengo e está constantemente nas colunas sociais... O que o faria mais interessante?

– Gosto da parte a qual você disse que sou altamente bonito e atraente. – Eu a respondi no mesmo tom.

– Hum – sua boca estava praticamente colada na minha, quando ela respirou fundo parecendo recuperar o autocontrole se afastando e voltando a falar   

– Início da ascensão. Recuse estrategicamente alguns trabalhos para pensarem que você tem uma agenda hiper lotada. Nos backstages e em conversas em geral solte nomes, nunca sobrenomes aleatórios de grandes estilistas e faça parecer que vocês são íntimos.

“Então eu estava lá e John Galliano – que é uma gracinha! – falou…” ou

“Por que você acha que este vestido vale tudo isso? Se eu tivesse mais tempo ligaria para Giorgio Armani e ele me enviaria um especialmente!” – ela fazia caras e bocas repetindo os gestos que eu sabia deviam ser corriqueiros no seu meio

– Certamente, você começará a ser mais procurada e a ganhará algum dinheiro, mas ainda não será um fenômeno das passarelas.

– E você, se utilizou destes recursos alguma vez?

– Não. Você é o primeiro cara famoso com quem saio. Mas aos 16, as coisas começaram a funcionar...  Então eu sabia que para alcançar o topo teria que ser antes que chegasse aos 25, pois seria velha demais para isso.  É Chegado então o momento para um grande golpe publicitário. Há duas opções eficazes.

– Quais? – eu nem podia imaginar quais eram...

– Um seria publicar anonimamente um vídeo pornô com seu ex–namorado na internet e processá–lo. E o outro seria enviar anonimamente para jornais e revistas de grande circulação fotos e vídeos seus usando drogas.

– Eu ando completamente desinformado mesmo... Vídeo pornô? – ela fez que sim com a cabeça e continuou. Eu não achava de jeito nenhum que ela tivesse algum com o idiota do Jacob.

– Um dos fatos mais conhecidos é o de que antes de uma noite em Paris, Paris Hilton era apenas a “neta–do–dono–dos–hotéis–Hilton”, hoje ela faz dinheiro com música sem nem saber cantar. Tem também aquele da Cicarelli? Uma modelo brasileira e seu famoso vídeo na praia, esse nem se fala! Ela deu no mar e ganhou mais programas na MTV nacional! . – Gargalhamos juntos...

– Esse sim eu lembro.

– A Kate Moss, a Gisele Bündchen da Inglaterra, perdeu vários contratos após o “escândalo da cocaína”, quando ela mesmo assim continuou com a DIOR. Só tempos depois é que eles me convidaram. Mas mesmo assim logo depois fechou vários outros e acabou por retornar boa parte dos antigos.

– Nossa, você realmente é uma sobrevivente... – comentei.  

– Até então eu imaginava que vocês modelos tinham uma vida fácil e completamente despreocupada.

– Você está redondamente enganado, as que não se vendem, tem muita dificuldade de encontrar um trabalho descente, eu e meu pai trabalhamos muito. Por isso evito falar da minha vida pessoal, porque aí é que mora o perigo. A imprensa se aproveita da situação.  Mas aos 26 ou 27 anos é o fim do sucesso, quando vem o grande final. Após a fama, uma aposentadoria sossegada. Aos 30 anos você se casa com um empresário rico que tem metade da sua altura e o dobro da sua idade. Você desfilará carregando seu filho recém–nascido para uma grife de roupas de bebê e dará entrevistas para contar como perdeu o peso da gravidez. – sorrimos.

– Você ainda acha que sou um alvo fácil?

– Talvez, se continuar disponível será sim um bom alvo para quem gosta de nome e dinheiro.

– E se eu não quiser continuar disponível? – perguntei casualmente.

– Bem, nesse caso... Terei que estudar aquela que ganhar seu coração, você me protege e eu te protejo... – ela virou de frente para mim.

– De que tipo de proteção estamos falando? Acho que ainda não entendi muito bem... – aproximei meu rosto do dela.

– Acho que aquele tipo a qual... Eu... Não consigo pensar com você me olhando desse jeito... – ela murmurou.

– Que jeito? – encostei meus lábios nos dela dando–lhe um breve beijo.

– Desse que voc... – eu a beijei novamente e fui correspondido. – Você é extremamente convencido. – ela disse afastando rapidamente o rosto do meu enquanto eu a prendia entre as minhas pernas.

– E você gosta disso? – perguntei casualmente.

– Sim... Não... Eu estou confusa... Mas sei exatamente aonde você quer chegar... – dessa vez ela passou a língua molhando os lábios mordendo o inferior.

– Então me diz espertinha...

– No sinal verde – ela murmurou.

– E eu tenho o sinal verde? – estávamos mais perto um do outro agora.

– Edward – foi tudo que ela conseguiu responder quando eu a beijei outra vez.

 

 

PDV Bella

 

 

Ele ficou sobre mim, controlando-se para não me machucar. Os lábios dele nunca deixaram os meus e ele abriu a boca para aprofundarmos o beijo. Beijar Edward não era como nada que eu pudesse explicar. Era a coisa mais mágica do mundo, o gosto dele era único e excêntrico.

Ele se afastou dos meus lábios e começou a trilhar beijos pela linha do meu maxilar. Encontrou o lóbulo da minha orelha, mordiscando-o. Eu dei uma risadinha; isso era estranho. Ele riu levemente. Eu corri minhas mãos por suas costas e as mãos dele pararam na minha cintura. Ele se afastou da minha orelha e beijou meus lábios novamente. Existia uma regra entre nós que não nos permitia fazer sexo. Nós a vínhamos cumprindo por um bom tempo, mas algo me dizia que naquela noite seria mais difícil.

Ele finalmente se afastou. Eu respirei pesadamente. Os lábios dele estavam acima da minha orelha e eu tremi com sua respiração acelerada.

– Você não tem idéia do que você faz comigo, Bella... – ele sussurrou em meu ouvido.

– Edward, eu realmente adoraria ter idéia do que se passa com você enquanto estamos juntos... – Eu disse retomando o controle da situação. Então continuei. – Mas a questão é que estamos presos nessa ilha, seqüestrados e sem nenhuma noção do que está acontecendo no mundo lá fora. Hoje durante o dia, passei a maior parte do tempo em silêncio por estar pensando nos meus pais, na aflição que minha ausência deve estar lhes causando. E sua família? Como será que seus pais estão? Eu não falei nada antes porque vi o esforço que você estava fazendo para nos manter a salvo. – Externei toda a minha apreensão. Eu parecia mais uma metralhadora. Cuspindo palavras ao invés de balas.

– Bella... Você acha mesmo que eu também não estou com medo? Eu não sei sequer o motivo de sermos escolhidos por esses bandidos. Sei que minha família deve estar apavorada e imagino o tipo de extorsão que devem estar fazendo aos meus pais neste momento. Penso também no seu pai, no modo como ele me via antes e como ele me verá depois que eu permiti que você fosse seqüestrada junto comigo. Meus conceitos que já não eram muito bons, agora devem estar em pior situação. Seu pai nunca me aceitará... – Enquanto ele falava, eu podia sentir o tom de derrota em sua voz.

– Não foi culpa sua... – Eu murmurei, enquanto ele se afastava de onde estávamos indo em direção à praia.

Agora, além de seqüestrada, eu ficaria sozinha naquele lugar pavoroso. Foi quando ele se virou e me falou. A dor em seus olhos me dava vontade de correr até ele e consolá-lo. Mas eu não fiz nada. Fiquei inerte, lá, no lugar onde ele havia me deixado logo depois daquele beijo tão cheio de significados.

– Não se preocupe. Você não ficará sozinha, eu estarei aqui para o que for preciso e te protegerei com minha própria vida se for o caso. Eu apenas não quero mais te machucar.

– Edward... Eu não quis...

– Chega! Acho melhor entrarmos, você precisa se agasalhar e acho que aquela bancada no meio da choça poderá servir de cama por esta noite. A ajuda não deve demorar! – Ele agora era imparcial em suas palavras e por um momento me lembrou a frieza de Jacob.

– Sim, vamos. Acho que precisamos descansar. Estamos passando por um momento de muita pressão. – Eu justifiquei meu ataque histérico.     

Quando entrei, antes de me aconchegar no conjunto de traves amarradas, coberto por um colchão de esponja rala e um enorme pedaço de tecido artesanal, andei pelo local em busca de almofadas e lençóis, encontrando apenas os últimos, já bem velhos e desgastados. Arrumei a cama para que ela nos recebesse. Dormir com Edward já não era nenhuma novidade para mim. Nós já havíamos dormido juntos na noite em que voltei para Nova York, embora nada demais tivesse acontecido entre nós. Depois de deitar resolvi convidá-lo.

– Você não vem? – Eu perguntei.

– Ainda me quer por perto? Eu te coloquei nessa loucura toda. – Ele se defendeu.

– Já disse que você não tem culpa de nada. – Eu repliquei.

– Mas eu não queria você metida nisso. – Ele se justificou.

– Edward, nós estávamos juntos, era o óbvio que me trouxessem. Só isso. Mas isso não significa que eu não queira que você fique perto de mim. Aliás, eu nunca quis tanto te ter por perto. E isso não é porque estamos presos aqui que eu quero isso, eu já queria antes. Na noite em que fui até sua casa, a única coisa que eu ansiava era ter você, seu abraço, seu cheiro. Eu sabia que naquela hora era tudo de que eu precisava para ficar bem, como agora, por pior que as coisas estejam tudo o que quero é você... Talvez como eu nunca quis ninguém antes... – Eu proferi, baixando a cabeça.

Então ele veio se aproximando de mansinho, se ajoelhou sobre a trempe em que eu estava deitada e com o polegar secou uma lágrima que insistia em escorregar dos meus olhos. Ele parecia um Deus surgido do Olimpo. Ali, mesmo machucado, eu ainda conseguia ver todo o encanto do seu rosto, para não citar a formosura do seu corpo.

– Será que depois de ter te colocado em perigo e tudo o que eu fiz até agora você acreditaria se eu dissesse que te quero tanto ou mais do que você me quer? – Ele me perguntou com a voz rouca e sexy que eu tanto gostava.

– Você me faz bem, acredite. – As palavras foram acompanhadas pelo deslizar de suas mãos pelas minhas costas enquanto os lábios se colavam aos meus novamente e isso foi tudo o que consegui dizer. E como um bicho indefeso e com medo me escondi em seu abraço.

Ali, eu deitada sobre o seu peitoral, estava mais que bem e, por mais que estivéssemos em perigo, eu me sentia segura, protegida e porque não dizer AMADA. Então acalentada pelos afagos de Edward eu adormeci.

 

 

PDV Alice

 

 

O dia estava amanhecendo quando eu acordei subitamente.  Talvez eu estivesse muito curiosa para saber o que teria acontecido durante a noite na Ilha em que Edward e Bella estavam presos.

Estávamos no final da primavera, o que fazia as noites ficarem mais curtas e os dias mais longos e certamente o tempo estaria mais quente. Isso seria bom, assim minha melhor amiga não passaria tanto frio, mas se isso acontecesse bem que um friozinho viria a calhar. Ajudaria para que os dois ficassem bem juntinhos.

Eu fiz boca de riso para o meu pensamento. Jasper que estava sempre alerta aos meus movimentos, tinha me visto acordar e quis saber o motivo do risinho

– Bem, eu estava pensando em como Edward e Bella estão se atando na Ilha. – Jasper fez boca de riso, mas me repreendeu.

– Alice eu sei que fez tudo pensando em unir os dois, mas será que eles estão verdadeiramente seguros? Você sabe que o Sr. Swan e papai vão querer a sua cabeça se algo acontecer com eles. Aliás, eu não sei como você conseguiu convencê-los dessa sandice.

– Meu querido, se tudo tiver saído como planejei à uma hora dessas os dois estão mais que bem. Já devem ter acertado os ponteiros que faltavam e teremos mais um lindo e apaixonado casal pelas ruas de Nova York. De mais a mais deixei os rapazes de plantão, para que se eles se metessem em perigo, que fossem “parados”. – Eu citei a palavra parados entre aspas, com um sinal dos dedos.

– O que você quis dizer com “parados”? – Jazz repetiu meu gesto.

– Nada demais. Apenas disse que continuassem com as ameaças. Estou certa de que o medo aumenta o desejo. Imagine o frisson que deve ser fazer amor com o perigo os rondando... – dei risinhos estridentes.

– Se é este o caso, podemos tentar fazer isso lá fora, o que acha? Podemos providenciar algo que proporcione adrenalina. O que acha? – Jasper questionou me abraçando e me colocando para debaixo do edredom.

Ficamos na cama por mais algumas horas. Depois fomos tomar café e parti para meu atelier, de onde eu teria notícias de como andava o desempenho dos pombinhos. Eu estava certa de que a noite de ontem havia sido providencial para os dois. Eu sabia que Edward estava apaixonado e queria lhe dar uma força. Todos haviam gostado muito de Bella.

 

 


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Notas finais do capítulo

Olá meus amores, espero que tenham gostado. Gostaria muito que comentasse para saber como estamos indo com nossa fanfic. Capitulo 25 de a sun and a moon postado tá? http://www.twilightbrasil.net/fanfics/viewstory.php?sid=287 http://fanfiction.nyah.com.br/stories.php?action=editchapter&chapid=346900
Beijos!