Ao Tempo escrita por Leticiaeverllark


Capítulo 41
Nos finalmentes




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POV KATNISS

Nunca me imaginei casando, ainda mais duas vezes.

Mesmo assim, consigo fechar os olhos por um breve segundos e viajar por milhares lembranças.

—Eu quero ter a sensação, memórias e saber que isso pode não ser apenas um sonho bom.

Pensando em como será o momento, a expectativa se faz presente.
Peeta está me propondo algo bom, algo irrecusável ao meu ver.

Seu amor está claro como seus olhos. 
Resta saber se consegui mostrar a ele que também o amo, independente de doenças ou perigos.

E essa é uma ótima hora pra mostrar isso.

— Eu aceito, Peeta.
Quero ser a senhora Mellark de novo.

Seu sorriso é o mais belo complemento a linda imagem da Campina.

Sinto tudo o que é possível, seja medo, ansiedade e uma incontrolável felicidade.

Só escolho ser feliz, dar uma continuidade a nossa conturbada história e renovar os votos.

Apesar que tudo será novo, como não temos recordações da primeira vez, essa será uma ocasião inesquecível.

—Vamos nos casar!- aceito sua explosão, uma gargalhada alta o bastante para causar uma revoada de pássaros.

—De novo.

—Vou casar com Katniss Everdeen duas vezes. Céus, isso realmente está acontecendo?

—Está, padeiro. Isso não é um sonho.

Paro seu momento de vários giros e risadas, apenas quero devorar sua boca antes dele nos aterrisar ao solo e recolocar o possível anel de noivado em meu dedo.

—Onde achou isso?

—Na nossa gaveta.- estreito o olhar, desconfiada por sua resposta atravessada.
—Da cômoda. Estava dentro de um pano com dentes de leão.

—É, faz todo sentido.- eu provavelmente não seria tão cuidadosa, então minha teoria de grandes mudanças está correta.
—E ficou muito bom.

Subo a mão aberta ao máximo, a pérola reluz ao ser atingida pela claridade.
Eu realmente gostei. Tem a minha essência.

—Você acertou em cheio, Peeta.
É lindo.

—Eu conheço você mais do que qualquer outra pessoa, caçadora.- fecho os olhos ao sentir sua boca em meu pescoço, um último abraço e voltamos aos outros.

—Ela aceitou?- Effie nos alcança num pulo, animada o bastante. Ao ver o anel destoando a aliança, solta um estridente grito.
—Vai haver outro casamento!

—Só vamos renovar os votos.- Peeta nos defende da maluquisse da mulher, por mais que eu ache que é impossível.
Ela nunca desiste.

—Oh não. Será mais especial, vocês tem essas duas belezinhas!

No fundo, Effie sempre tem razão.

Sorrio, dobrando os joelhos para recebê-los.  É indescritível a sensação de tê-los ao seu lado, cuidar do ser humano que você gerou e formou.

—Onde você e o papai foram, mamãe?

—O papai foi conversar comigo, florzinha.

Peeta ajoelha ao meu lado, emocionado o bastante pra segurar as mãos de Rye e beijar seus cabelos.

—Vocês brigaram?

—Não, filha. Eu fui pedir a mamãe em casamento de novo.

—O que é isso, papai?

Sentamos, aproveitando o final de tarde enquanto Peeta tem a árdua tarefa de responder as inúmeras perguntas de Willow.

                          

—Goiaba!

Estreito o olhar, não compreendendo de onde essa mulher tira esses nomes.

—E seria?

Suas rápidas mãos vasculham o grande baú até achar a cor do teciso ideia.

—Ah, é rosa.

—Goiaba, Katniss!
Tem diferença, está vendo?- ela me faz comparar várias outras cores, causando um desanimo imenso.

—Certo. Mas eu queria algo puxando pro azul claro.

—Por que não disse antes?- reviro os olhos acompanhando seu movimento quase natural em avaliar cada tom corretamente.

Era isso que não queria.

Frescuras e uma grande chatisse. Horas para escolher qual cor será o vestido de Willow, já que Effie acha que é seu dever como madrinha providenciar isso.

—Eu achei que só iriamos renovar os votos e pronto.

—É isso, mas também terá uma festa.

—Não, de jeito nenhum. Nada de festa!

Meu humor cede, estando variável diversas vezes ao dia.
Estresse por passar horas demais fazendo uma atividade tediosa.

—Mas... O Peeta falou pra nós que terá.

—Não, eu concordei com uma pequena comemoração. Ele quer fazer o bolo, mas não será uma grande festa.

—Certo.- seu desânimo é perceptível, mas não posso fazer nada em relação a isso.

Não sou a favor de festas grandes e lotadas, é algo que não suporto.
Aceitei que Peeta fizesse algo, mas terá que ser pequeno e íntimo.

—E o seu vestido?

—Eu devo ter algum guardado.

—Katniss, não é assim! Você terá que comprar um especial, novo e lindo.

—Depois eu penso nisso. Agora preciso alimentar meus filhos, já passou da hora do lanche.

—Haymitch deve estar levando-os para a padaria de Peeta agora mesmo, portanto temos todo o tempo para resolver cada detalhe.

Oh não.

                          

—Velas. É o máximo que aceito.

—É muito sem graça. Pense só num bonito jogo de luzes coloridas, posso arranjar um lindo...

—Effie. Serão velas penduradas nas árvores, eu quero isso.

Como algo tão pequeno pode dar tanto trabalho?

—Certo.- o lápis é passado em mais um item da lista, não quero imaginar o quão trabalhoso foi o casamento.

Provavelmente gritei com Effie diversas vezes.

—Agora as flores...

—Dentes de leão.- respondo de imediato.
—Sem acordos. Eu quero dentes de leão em tudo.

—Certo. Vamos repetir isso.

Sorrio ao imaginar o quão lindo nosso imenso jardim ficará enfeitado com a flor símbolo do meu amor por Peeta.

Anos veem e vão, mas isso nunca mudará.
Peeta Mellark é meu dente de leão na primavera.

—O resto deixa por minha conta.

Não fico muito confiante, mas sei que Haymitch não deixará Effie fazer loucuras.
Espero que não.

—Você não está gostando disso.

—Estou.- agarro sua mão, sentindo a solidez ser altamente confortável.
—Só é estranho fazer outro casamento sendo que não tenho ideia de como foi o primeiro.

—Por isso te propus, quero reviver tudo.
Sempre penso no quanto foi emocionante, único.

—Eu também quero, Peeta.
Merecemos isso.

Seu beijo captura todos os vestígios de raiva, a irritação pela recente discussão com Effie, fica no ar.

—Daqui a 1 semana, vamos nos casar novamente.

—Acho que precisamos colocar isso no livro de memórias. - ao jogar minha perna sobre seu corpo, tenho uma desagradável sensação de enjoo. Talvez provocada pelo excesso de pães de nozes, mas não estou disposta a jogar tudo pra fora.

—Você também sente um incomodo em relação a todo o luxo?

—É o que mais me irrita. Não quero encomendar flores modificadas da Capital, nem sementes exóticas do Distrito 11. Apenas quero meus dentes de leão da Campina e seus doces.

—Acho que nosso modo de viver não se adaptou bem a realidade.- afago seu peito, brincando com seus pelos loiros, gostando do momento simples que estamos tendo depois de uma noite de amor.
—Não reclamo em poder dar o que nossas crianças merecem, é doloroso pensar na possibilidade deles passarem o mesmo que nós. E não pense que por eu ser filho do padeiro, tinha vantagens, longe disso.

—Nunca achei que sua mãe facilitava para você.

—No fundo era uma boa mulher. Amargurada pelas desilusões, raivosa por eu amar a filha da mulher que meu pai sempre amou.

Meu estômago volta a embrulhar, tomada pela surpresa.

—Que história é essa?

—Meu pai sempre foi apaixonado por sua mãe, desde a época que ela ficava na cidade.

Claro, ela era filha do boticário.

—Ela foi pra Costura por causa do meu pai.

—Por isso sempre tive medo de te perder pro Gale. Seria a história se repetindo. Assim como meu pai, eu iria ver a mulher amada se casando com um mineiro.

Sua visão é bem diferente da que eu tinha.
Mas o padeiro é assim, sempre encara de uma forma diferenciada.

—Espero que esse medo tenha morrido.

—Agora ele se foi. Consigo ver o amor que tem por mim estampado em seu olhar, Katniss.

Tomo sua boca quente, lentamente vou desfrutando de toda a extensão de seus lábios.
Mostrando que a história foi diferente, escolhi o padeiro em vez do mineiro.
Desde sempre foi Peeta.

—Sua mãe sabia disso?

—Sim. Por isso você não podia chegar perto, ela ja gritava e te empulsava da padaria.

—Achei que era porque eu morava na Costura.

—Isso também contribuia. Mas eu não importava, era você de qualquer forma.

—Posso viver quantas vidas forem e ainda não vou merecer você, padeiro.

—Você mereceu no momento que te vi a primeira vez, caçadora.

 


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