Quando estava voltando para o meu escritório uma moça me chamou:

-Isis. –me chamou a secretaria da minha chefe.

-Oi. –respondi.

- Amanda que falar com você na sala dela. –falou a secretaria.

-Agora?

-Sim, ela disse o mais rápido possível.

-Ta ok, pode avisar ela que já estou indo. –respondi ansiosa para falar com ela.

Dei uma passadinha rápida no meu escritório primeiro para pegar algumas papeladas, saí rapidamente para resolver de uma vez este problema. Quando estava em frente a porta da grande sala de Amanda a secretaria veio falar comigo:

-Isis, o que aconteceu com você? –perguntou ela querendo saber para fazer fofoca mais tarde.

-Nada, o que poderia acontecer? –respondi de cara feia para cortar o assunto.

-Eu ouvi uma conversa tensa entre vocês duas. –falou ela querendo saber mais.

-Desculpe, mas isso não é da sua conta. –respondi entrando imediatamente para a sala, pra que ela não fizesse mais perguntas.

Assim que entrei na sala de Amanda me deparei com uma nova decoração, ao invés de cinza e verde as paredes estavam brancas com várias fotos de vestidos de casamento havia um tapete vermelho no chão onde ficavam as cadeiras e a sua mesa, também tinha um manequim com um belo vestido branco, e um vaso de flor na mesa dela, reparei que tinha uma caixa de bombons e envelopes de cor palha com iniciais “A & C” na cor dourada. Claro que eram os convites do casamento dela, naquele momento me senti estranha, por incrível que pareça não fiquei triste ou com raiva, me senti estranha por que pensei na possibilidade do Charles se casar o que era esquisito por que ele nunca falava de casamento ele odiava essa idéia de se casar ele falava que não queria se prender numa espécie de cadeia, pra ele isso que o casamento siguinifica uma prisão onde você é torturado, agredido, recebe o pior tratamento que se pode ter com comida ruim cama de cimento e impossibilitado de ser feliz. E no momento que encontrei os olhos de Amanda tive vontade de rir, nossa! Ela esta sendo tão burra em querer se casar com ele, tentei segurar o riso sem sucesso, então ela interrompeu meus pensamentos.

-De que você esta rindo Isis? –perguntou ela.

-Nada, desculpas. –respondi parando de rir. –Eu preciso falar com você. –falei antes que ela começasse a dizer alguma coisa.

-Eu também, preciso que você entenda uma coisa. –falou ela.

-Sim, mas deixa-me falar primeiro. –respondi rapidamente.

-Ok. –falou ela entrelaçando os dedos e apoiando o queixo nele. –Sou todo ouvido. –concluiu ela.

-Aqui esta a matéria. –falei entregando-a as papeladas.

-Já acabou? –perguntou ela espantada.

-Na verdade não, tudo que esta ai foi Charles que fez. Foi sobre isso que vim falar com você, eu quero me demitir. –falei sem rodeios.

-Não Isis. –falou ela espantada com a minha decisão.

Ta bom, eu confesso que por essa eu não esperava, ela dizer que não quer que eu me demita foi bem estranho, talvez ela quisesse me demitir primeiro. O que você acha disso?  

-Isis, não podemos envolver trabalho com vida pessoal, você sabe muito bem como é difícil encontrar um emprego bom como este. –explicou.

-calma ai trabalho bom como meu?! Amanda eu escrevo pequenas manchetes, coisas banais, eu nunca quis isso, só aceitei este emprego por que achei que ia subi de cargo rápido, mas acho que me acomodei e esqueci-me dos meus verdadeiros sonhos, eu não quero mais trabalhar aqui, não por que agente brigou mais por que eu quero correr atrás dos meus ideais.

-Mas Isis eu vou te promover, você vai ganhar mais do que ganha agora, vai escrever coisas mais importantes, eu não posso te perder, eu reconheço que você é uma ótima escritora eu quero que você continue escrevendo para a nossa revista. –falou insistindo.

-Nossa revista? –perguntei pouco espantada com a sua reação.

-Sim, você ainda trabalha aqui Isis, eu não quero abrir mão de você para outra empresa de revista ou jornal não importa. –falou ela.

-Pra mim sim, não quero mais trabalhar aqui, acho que você percebeu que sou muito boa no que faço tarde de mais. –por fim falei. -Não quero mais trabalhar aqui, nada nem ninguém vai me fazer voltar atrás na minha decisão. Só vou pegar minhas coisas e já estarei me retirando.

 -Quanto a isso realmente não posso fazer mais nada, eu não quero que você se demita mais... Vou organizar todas as papeladas com os seus direitos e seu pagamento. Talvez depois de amanhã seu pagamento já esteja efetuado no banco. –falou.

-Tudo bem, vou precisar desse salário o mais rápido possível, ok?

-Claro.

-Tchau! –me despedi.

-Isis, teria algum problema em te convidar para o meu casamento? –perguntou-me ela.

-Não sei. –respondi indecisa.

-Ta, vou mandar através do correio, não precisa decidir agora ta bom? Mas se caso até lá você estiver bem, não deixe de ir, sei que nunca te contei, mas eu gosto de você. –pediu-me ela.

Olhei para ela por cinco segundos tentando entender o que acabou de acontecer ali, e sai andando devagar pouco tristonha, pois eu teria que deixar para trás todas as amizades que eu havia conquistado ali, só restariam às lembranças. Agora é hora de um novo começo uma nova fase na minha vida, com o trabalho dos meus sonhos, bom assim espero, e com um novo amor, nem que demore, mas eu não vou me precipitar e novamente cair no mesmo erro, dessa vez eu vou me apaixonar por um cara certo que me valorize.

Entrei no meu escritório pela ultima vez arrumando todos os meus pertences dentro de uma caixa, desci do prédio me despedindo de alguns amigos mais próximos, sem tempo para explicar decidi organizar uma mini festa na minha casa apenas com três amigos só para conversar beber comer e jogar buraco ou ver filme, uma baguncinha em casa às vezes até que é bom.

Cheguei em casa pouco cansada por conta do estresse,  deixei minha caixa em cima da mesa, peguei meu pijama e um casaco de lã e fui tomar banho de água gelada, terminando deitei na cama peguei o controle da televisão e procurei um filme para ver, achei um que ainda ia começar era de terror “arrasta-me para o inferno” fiquei com medo só do nome, aproveitei para fazer pipoca de microondas pra mim  peguei na geladeira uma latinha de coca-cola e fui direto para cama de baixo do edredom com um pote médio de pipoca e a coca. Quando começou o filme fiquei cheio de medo não achava que era tão assustador assim, logo fiquei cheio de cisma achando que alguém estava na porta fazendo barulho ou algo desse tipo, se você já viu esse filme sabe muito bem do que estou falando, é difícil achar um filme de terror assim tão verdadeiro sei lá pelo menos eu acho, seria mais fácil se eu visse esse filme na companhia de alguém não teria tanto medo assim, não troquei de canal apesar do medo eu estava super curiosa para saber como termina o filme, até que eu me acho muito corajosa às vezes, será que você teria coragem de assistir um filme de terror sozinha em casa? Terminando o filme desliguei a televisão e logo desmaiei de tanto sono.