Sempre a Mesma escrita por MJthequeen
Notas iniciais do capítulo
Oie!
Essa fic é continuação de "Poderia Ser Minha" :) inclusive estou indo responder os comentários lá agora hahaha
Aqui o link: https://fanfiction.com.br/historia/787466/Poderia_Ser_Minha/
Mas essa tá mais amorzinho ♥ dedicada pra td mundo que gostou da outra :)
Como a outra, tbm é baseada numa música da banda Shy Girls, chamada Always The Same!
Link da música: https://open.spotify.com/track/5bMrdS37CXw53HVifAN9qm
Recomendo que ouçam com ela, pq vai dar outra vibe na história :D
Obrigada Dan pela capa *-*
Boa Leitura!!
Sempre a Mesma
Porque eu acordei apaixonada
E essa é minha história
Sem dor de verdade, nem verdadeira glória
E essa é minha história
Eu acordei apaixonada
E essa é minha história
Para ser sincera consigo mesma, Hinata imaginou que doeria mais.
Ela se lembrou de quando era pequena e, treinando com outros membros de seu clã, os da família secundária, um deles tinha ido forte e rápido demais contra seu abdômen. Foi uma dor alucinante, como uma perfuração, mas, em ondas, ela se dissipou até que não houvesse mais nada. Deixou um trauma em sua mente e Hinata se empenhou em se desviar com mais habilidade, para que não fosse atingida de novo. Por isso, ela tinha pensado, tendo que dobrar-se para trás, tinha sido bom ser atingida. Aprendera alguma coisa, então não seria acertada de novo – não com tanta facilidade, pelo menos. É claro, foi só o que ela pensou. A verdade é que o membro secundário era melhor do que ela poderia ter sido naquela idade. O próximo, também era. O outro, e o outro, e o outro, até que seu pai se cansasse de vê-la sendo atacada.
Então ela podia jurar, com as mãos juntas e os joelhos dobrados, que a cena que se repetia em sua mente, frame após frame, como uma tortura, teria doído mais. Teria feito suas lágrimas mais espessas, como um rio. Hinata tinha pensado que, se algo do tipo acontecesse com ela, teria gritado e segurado o rosto em horror.
Foi muito menos audível que isso. Muito menos impactante.
De cenho franzido, os lábios entreabertos, Hinata não fez uma cena. Uma única lágrima, do seu olho direito, escorreu da sua linha d'água até o queixo. Então, se afastando silenciosa, ela se moveu do cômodo lentamente, da mesma forma que tinha entrado, como uma surpresa. Uma surpresa para Naruto.
Ele, claro, não parecia propenso à surpresa nenhuma, não quando estava com Sakura em seu colo e os lábios sobre os dela, sua coluna tão curvada que Hinata se sentiu sem ar.
Ele nunca tinha a beijado daquele jeito.
Mas, em defesa dele, e ela sempre sairia em defesa dele, Hinata nunca tinha o pedido. Nunca tinha pedido nada; nem suas mãos, nem seus abraços, nem seus beijos. Ela tinha declarado, é claro, seu amor; mas seu amor era puro e não exigia reciprocidade. Nunca exigiu. Hinata nunca tinha exigido nada e, agora, pensando nisso, talvez devesse ter exigido monogamia.
Tinha parecido óbvio, na sua cabeça, que eles tinham um relacionamento monogâmico. Aparentemente, Naruto não via as coisas da mesma maneira. Talvez, ela pensou, enquanto suas pernas a levavam para o distrito Hyuuga – e já não havia lágrimas, nem lábios separados –, Naruto achasse que era certo que ele tivesse mais de uma namorada, pois era um herói. Merecia as glórias, as flores, medalhas e, principalmente, as garotas.
Cada uma delas, mas, na frente de todas, aquela que mais tinha o rejeitado, Sakura. Como um troféu que representasse a nova vida, a nova existência.
Antes de cruzar o portão, Hinata parou no meio do caminho, respirando muito fundo, fechando seus olhos. Não, não era certo. Não era certo que ela fosse traída; mesmo que ele fosse incrível, mesmo que ela achasse que não podia guardar os sorrisos sinceros dele num potinho, só para vê-los, sozinha, todos os dias, sem dividi-los com ninguém. Mas não era certo que ela fosse traída, Hinata tentou se convencer. Mesmo que não fosse a mais bonita das garotas, ela tinha muito amor para dar. Para ele, por ele, amor incondicional.
Para o homem de seus sonhos, amor incondicional.
Para o garoto no balanço, sozinho, os olhos baixos, amor incondicional.
Para o único que tinha ousado quase dar a vida para salvar a vila, amor incondicional.
Por Naruto, tudo o que ele quisesse, incondicionalmente.
Mas não era certo.
E só agora, cobrindo o nariz com as dobras dos dedos, fungando profundamente, Hinata sentiu que doía. Não, não achava que merecia os golpes no abdômen, os olhares de pena, o olhar decidido de sua irmã mais nova, sempre mirando-a de cima para baixo. Ela também não achava que merecia ser traída.
Não era certo com o seu amor.
Naquela tarde, ela se encostou à uma das árvores, a respiração mais ofegante que o normal. O clã Hyuuga tinha um campo de treinamento e dojos muito bem equipados, mas Hinata estava aproveitando qualquer oportunidade para estar fora de casa – desde que isso significasse longe do prédio do Hokage ou da escola ninja. Ou qualquer local aberto demais, onde pudesse encontrar amigos com olhares de pena. Tinha recusado sair com Kiba e Shino por esse motivo, por mais que acreditasse que eles nunca a encarariam daquela forma, mas… e se?
Olhando para o alto, ela desejou estar em uma missão. Havia pouquíssimas agora, pouco perigosas também, graças ao fim da guerra e as alianças entre as vilas shinobis. Mas, se ela pudesse pegar algo simples como acompanhar algum aliado de um lugar para o outro, ou a entrega de algum documento importante, poderia ficar distante de tudo aquilo. Só um pouquinho. Só por uns dias.
Hinata suspirou, encaixando o queixo entre os joelhos dobrados. A última vez que tinha se sentido assim, foram durante os primeiros meses na vila sem Neji por perto. Foi quando realmente sentiu a morte dele, uma dor pulsante em suas veias e em seu peito, agora vazio. Andando pela propriedade do clã, esperando que ele aparecesse, olhando pelo canto dos olhos perolados e dormentes. Continuava sendo a pior sensação que já tinha experimentado na vida, mas isso estava quase chegando perto. Quase.
Durante seus dias monótonos e silenciosos no próprio quarto, Hinata se perguntou porquê. Regando as plantas, ela se perguntou desde quando. Levando comida até a boca, se perguntou como.
Talvez houvesse mais coisas que Naruto esperava dela, mais do que amor, e ela tinha sido incapaz de perceber o quê. Talvez fosse um problema na maneira como ela ficava na ponta dos pés para beijá-lo, tão alto e forte. Vai ver ele não gostava disso. Seria o cheiro adocicado de suas roupas? O jeito como ela ficava absurdamente vermelha, tão quente, quando ele rodeava sua cintura sem dizer absolutamente nada, sem alertá-la antes, na frente dos outros?
Se ela fosse mais ousada, teria evitado que aquilo acontecesse? Se mudasse o sabão com que tomava banho, ou jogasse o cabelo mais para a esquerda, teria evitado?
O farfalhar das folhas do arbusto próximo fez com que, automaticamente, Hinata ativasse o byakugan. Ainda dentro da vila, ela não fez menção de se levantar.
— Desculpe. Não queria atrapalhar. – A voz rouca, pouco convidativa, forçou-se contra seus ouvidos. O byakugan foi desativado e, surpresa, Hinata franziu o cenho para a túnica preta e a aura poderosa à sua frente.
— Sasuke-san?
— Então não gagueja mais.
Hinata sentiu o rubor tomando conta de suas bochechas. A aparência dele não tinha se alterado naqueles últimos meses, desde que tinha ido embora, apenas o cabelo parecia maior, e seu humor azedo – que Naruto chamava simplesmente de arrogância – se mantinha também.
— Mas ainda enrubesce. Alguma coisas não mudam.
Quase que naturalmente, Hinata sentiu os próprios ombros se retraindo, o rosto ainda mais quente. Ela se apoiou, usando as costas, na árvore, levantando-se a partir dos joelhos expostos pela bermuda.
Algumas coisas não mudavam, Sasuke Uchiha era uma delas.
Todas as vezes que o via, ele tinha esse semblante altivo, como se nada pudesse ultrapassar suas barreiras ou derrotá-lo, sequer tocá-lo, talvez; sempre, desde criança. O queixo sempre erguido, o peito para frente, as pernas separadas. Ele era a figura do poder – e Hinata tinha aprendido com o próprio pai, com Neji, à temer figuras de poder. Por isso, por mais que ela tivesse se esforçado muito durante seu namoro com Naruto, para olhar Sasuke nos olhos e sorrir amigavelmente, a fim de que o Uzumaki visse que ela era amiga e que gostava de todos os amigos dele, mesmo o mal visto pela vila, Hinata nunca tinha conseguido. Sempre virava o rosto para qualquer outro canto, qualquer um, quando parecia que tinham se passado alguns poucos segundos. Sempre olhava mais para baixo do que para cima.
O Uchiha levava arrepios para sua espinha; sempre, desde criança.
Tentando sorrir, Hinata disse, num tom educado, sabendo que ficava corada com facilidade:
— É claro. Eu sou a mesma.
— Sempre a mesma… – Foi o que Sasuke respondeu, o rosto impassível. A capa negra cobria toda e qualquer parte de seu corpo, mas Hinata sabia que havia ombros largos e um braço em falta.
Ela franziu o cenho, sem entender o tom de voz dele. Era ruim que ela fosse a mesma? Era bom? Ele estava feliz em ver que algumas coisas não mudavam, por mais longe ou por mais tempo que ele pudesse passar longe de Konoha? Hinata não sabia. Segurando as duas mãos na frente do corpo, ela respirou fundo, o silêncio constrangedor demais para ser aguentado.
Com Naruto sempre por perto, ela já não estava mais acostumada a não falar nada quando alguém aparecia. Sempre se esforçava para falar, para mostrar que poderia ser…
Sua boca ficou azeda.
Uma boa esposa de um Hokage.
— Como foi sua via…
— Não se preocupe em ser educada, Hyuuga – Sasuke disse, suavemente, e não parecia grosso. Só estava os poupando das banalidades. Hinata se calou imediatamente; para ser sincera, ela tinha estado curiosa sobre o que ele andara fazendo todo esse tempo, mas desde seu término com Naruto, duas semanas atrás, não fazia mais sentido pensar nisso. Não havia mais nenhum elo entre ela e o Uchiha. – Se me permite, preciso encontrar o Naruto. Imaginei que ele estaria aqui, quando senti seu chakra, mas…
Sasuke se calou, franzindo o cenho.
Ao ouvir o nome do Uzumaki, em voz alta, Hinata tinha perdido a cor do rosto. Seus lábios tinham se separado e ela buscou qualquer coisa com o olhar, qualquer canto que não fosse o Uchiha e suas íris malditas. Ah, só queria que ele fosse embora logo. Sua boca estava seca.
— Eu… Eu não o vi. Desculpe. – Ela se esforçou para murmurar, uma respiração pesada depois. Suas mãos estavam geladas, embora houvesse pouco tempo que estava às usando para aplicar golpes contra o tronco.
Sasuke moveu o próprio tronco minimamente, Hinata percebeu pela visão periférica. Seu cenho se desfranziu aos poucos. O rosto bem desenhado, de lábios finos e nariz reto, seus traços marcantes e que nunca tinham chamado a atenção dela, não quando estava tão presa à uma face bronzeada, tornou-se impassível de novo.
— Entendo. Você finalmente descobriu – disse, e no seu tom havia algo que poderia ser facilmente confundido com… alívio?
No mesmo instante, Hinata ergueu seu olhar do chão, olhando-o de sobrancelhas arqueadas, sem entender completamente. Sasuke sabia, também? Quando descobrira? Tinha sido esse um dos motivos para ir embora? Talvez ele tivesse se apegado mais a Sakura do que a falta de risadas sinceras para as piadas dela deixava mostrar.
Hinata sempre tinha rido, honestamente, sinceramente, de lábios bem curvados e dentes à mostra, de qualquer piada que Naruto fizesse. Porque ela o amava, deveria amar suas gracinhas, mesmo quando fossem ruim. Parecia um bom parâmetro, quando eles começaram a sair, para medir o amor dos outros: Ino gargalhava com Sai por perto, Shikamaru esboçava sorrisos apaixonados quando Temari falava qualquer coisa próxima à ironia amigável, e Chouji e Karui, uma moça de quem o Akimichi estava muito próximo agora, sorria e batia na própria barriga quando a garota dizia qualquer coisa minimamente bem humorada. Hinata tinha notado tudo isso durante os vários encontros duplos para os quais Naruto a arrastava.
Com Sasuke e Sakura, porém, os companheiros mais frequentes das saídas noturnas, meses atrás, quando o Uchiha ainda continuava na vila, esse tipo de coisa nunca tinha acontecido. Hinata podia dizer, depois de ver muitas risadas honestas, que pelo jeito como Sasuke inclinava os lábios para cima ao ver Sakura contar um causo engraçado do hospital, que ele estava simplesmente sendo o mais respeitoso que conseguia.
Depois do término, Hinata também tinha parado para pensar em todas as vezes que Naruto e Sakura gargalharam, de algo que ela não tinha entendido, juntos.
— Você sabia… Sabia sobre os dois… – Hinata franziu os lábios. Se sentiu estúpida. Ele sabia desde antes de ter partido, então por quanto tempo os dois, Sakura e o Uzumaki, estavam se encontrando?
Deus, desde o começo do namoro? Desde o começo?! Ah, Naruto…
— Sim.
Hinata levou o dedo até os lábios, o sinal máximo de seu nervosismo. Lembrou-a de muito tempo atrás, quando Neji ainda era uma criança, e ela era também, e eles se encararam por segundos intermináveis na arena. Ela tinha feito o mesmo movimento.
— Foi… Foi por isso que você partiu…?
— Também.
A Hyuuga engoliu em seco. Algo em seu peito queimou; então, ela não sofria sozinha. Não estava sozinha nessa dor profunda, nesse corte em seu coração, nessa agonia no estômago. Tentou ser solidária; ele estava longe, mas isso não queria dizer que não tinha sentido, e que, em cada noite, não tivesse sonhando com cabelos rosados e olhos verdes puríssimos, tão lindos quanto podiam ser. Claramente, tinha julgado Sasuke mal.
Ele tinha se apaixonado pela Haruno.
— Ah. E-Eu sinto muito, Sasuke-san. Você deve imaginar, é claro que sim, mas… Mas partilhamos da mesma dor. Espero que… que possamos encontrar a tranquilidade para os nossos corações – a Hyuuga ia dizendo, num murmúrio, cada palavra que tinha repetido para si mesma e acreditava, profundamente, que podiam acalmá-lo também. Por mais simples que fosse. Queria demonstrar, de alguma forma, que ele não estava sozinho. Que ela entendia. — Tenho certeza que eles não… Não fizeram por mal… N-N-Naru… – Hinata respirou com força. – N-Naruto-kun, ele nunca teria intenção de nos machucar, então…
Hinata foi interrompida abruptamente. Com a mão sobre o tronco, bem ao lado da orelha dela, Sasuke tinha a aprendido entre ele e árvore. Todo o fôlego dela sumiu nesse momento. Cada parte de seu corpo se tornou firme e quase dolorido.
Tinha se assustado, muito mais do que com o movimento dele, com o impacto de seus olhos negros e raivosos. Nunca tinha sido olhada com tanta raiva, tanta indignação… Nem por seu pai. E Hiashi tinha a odiado por muito tempo…
Os lábios de Hinata tremeram, mas ela não se atreveu a falar.
— Está ao menos se ouvindo, Hinata? – O Uchiha murmurou, cortante contra sua face. Seu hálito fresco varreu o rosto quente dela e a Hyuuga controlou um suspiro de incredulidade. O perfume dele estava bagunçado algo em sua mente cheia de coisas. – Como acha que isso aconteceu? Que eles se trombaram num corredor e de repente estavam sem roupas, fodendo?
O rosto dela se tornou insanamente vermelho. Suas pernas estavam bambas. Cristo, aquela capa dele deveria ser muito calorosa; deveria ser uma tortura se embalar no peito dele, por consequência em sua capa, então. Uma tortura…
O que manteve Hinata em pé foi pensar que aquele não era Sasuke falando. Se lembrava de quando eles estiveram sozinhos, a única vez, por alguns minutos, e a bebida tinha falado por ele. Agora, era a raiva. O ciúmes.
— S-S-Sei que… – A Hyuuga mordeu o lábio inferior. Não. – Sei que sua paixão pela Sakura deve estar falando mais alto, mas pense nisso por um segundo, q-quem eles são… Sempre tão próximos, crescendo juntos, isso poderia acontecer… Deveria acontecer. – Dita a última parte, Hinata sentiu os olhos marejados. Era isso. Sabia que Naruto tinha ficado com ela por pena, para que ela se sentisse bem; era assim que ele era. Era por isso que o amava, não era?
Não era?
Mas, se Sasuke ouviu qualquer coisa depois de "alto", não pareceu, pois sua expressão tinha tomado proporções de humor naquele momento. Se aproximando do nariz pequeno e redondo, ele sussurrou contra a garota, o peito próximo demais do dela, o ar se tornando o mesmo entre eles. Entrando por ela, saindo por ele.
O mesmo.
— Acha que estou apaixonado pela Sakura? – Repetiu ele, num tom sarcástico, como se ouvisse a maior das piadas. Dessa vez, Hinata notou assustada, seu sorriso de canto era verdadeiro. Ele realmente estava achando engraçado. Qualquer noção de sentido se perdeu para a Hyuuga nesse momento. Então, o quê? – Acha que é nela que estou pensando?
Ela balançou a cabeça de um lado para o outro, seu cabelo profundamente escuro acompanhando-a. Um véu impossível. Seu peito descia e subia, descontrolado.
— Acho. V-Você não… Não precisa negar, e-estamos sozinhos… – "Nos entendemos. Essa dor, nós dois entendemos" Hinata não falou essa parte, mas sabia que Sasuke a ouviria, de alguma forma, ela sabia que ele faria.
Ele aproximou os lábios do lóbulo da orelha dela dizendo, baixo demais, o ar fazendo cócegas em cada pedaço de pele que encontrava
— Diga meu nome, Hinata, e eu te mostro a verdade.
Hinata não foi capaz de entender, completamente, o que aquela frase queria dizer. Ela retraiu os joelhos um contra o outro; sim, estavam sozinhos. O perfume dele era intoxicante; a rouquidão de sua voz era alarmante. Arrepiou os pelos de seu braço, fez seu peito bater numa velocidade absurda. Talvez, ele tenha escutado cada uma de suas reações. Como o ninja que era, com certeza ele tinha.
Uma das muitas coisas que Naruto tinha a ensinado, talvez a primeira delas, era ser corajosa. Uma das poucas coisas que Naruto tinha sido capaz de quebrar era a confiança.
Ela confiava no Uchiha para fazer exatamente o que ele tinha pedido? Ela era corajosa para isso?
Sua decisão não teve nada a ver com nenhuma dessas duas coisas. Sua decisão veio de seu pulso firme, de algo queimando em seu baixo ventre, dos seus dedos do pé se enrolando na sandália.
Ela fez o que ele queria, porque sentiu vontade. Porque quis, simplesmente. Porque desejava.
Porque estava sozinha agora e podia chamá-lo quantas vezes quisesse ou quantas vezes ele pedisse.
— Sasuke.
E, sem avisá-la, Sasuke beijou-a sobre os lábios, debruçando seu rosto no dela, sentindo-a erguer o queixo como se pedisse por mais. Com a ponta da língua ele aprofundou o beijo e a mão deixou o tronco para encontrar a cintura dela, puxando-a contra si da forma que queria meses atrás, da forma em que tinha pensado por todo aquele tempo. Como nos sonhos que tivera. Hinata foi incapaz de abraçá-lo, de senti-lo em suas mãos, pois cada sentido seu estava a mercê dos próprios lábios e as sensações ondulando por sua pele quente.
Pois cada célula sua se esforçava para decorá-lo ali, contra sua boca, para não se esquecer daquele toque perfeito e surpreendente, mesmo sem entender de onde vinha.
Importava? Perdida nele, na sua língua macia, suspirando contra a pele dele, ela decidiu que não. Ficando na ponta dos pés, Hinata percebeu que não importava.
Quando ela abrisse os olhos, de qualquer forma, fosse para descobrir o porquê daquilo, ou para ousar erguer a mão e tentar estapeá-lo pela ousadia, talvez brandir uns xingamentos, com o rosto todo escarlate, ela sabia que já não seria a mesma.
Nunca mais.
Próxima ideia na mente, e é sempre a mesma
Fogo nas minhas veias, e é sempre o mesmo
Não estou colocando a culpa em ninguém, mas é sempre o mesmo
Sim, estou tentando mudar, mas sou a mesma
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Obrigada todo mundo que leu a outra e essa ♥
Beijos :*