A Peregrinação Sombria escrita por moypietsch


Capítulo 1
Prólogo - A Coruja E Seu Menino




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Esse sou eu. Pequeno, mirradinho, sem ninguém para me ajudar e perdido no meio da floresta. Ah! Me esqueci de checar! Vocês não podem ver em imagens o que estou pensando. Bom, como isto é um livro que estou a escrever, vocês todos precisam ter a descrição mais completa do que está acontecendo. Todos sabemos que crianças perdidas em florestas e lugares escuros estão completamente condenadas. Afinal, elas ainda dependem dos pais, do seu carinho e do seu colo. Entretanto, este menino que estão a deslumbrar (na realidade só eu estou, mas logo pintarei com meus verbos e artigos tal cena) não passa de uma criatura pífia que um dia se perdeu. Ele se sente muito sozinho, por isso, acabou por encontrar uma coruja amigável que o segue por todo lugar. Estranho, não? Este tipo de bicho não costuma agir assim, mas acho que os animais em certos aspectos podem ser até mais evoluídos que nós humanos. Quem teria tamanha empatia com um estranho? Quem demonstraria tanto amor em uma situação de tanta vulnerabilidade? O fato aqui é que os dois haviam se identificado; o sentimento de solidão havia sido compartilhado.

 

Bom, chega de escrúpulos, vou direto a nossa floresta escura, fria e sombria. Mesmo sendo desse jeito, ela não passava de uma floresta comum, mas já era muito nociva para nosso menino. Ah! Me esqueci de dizer seu nome: Paulo. Ele estava lá faziam algumas horas e ele possuía, em tempo, uma distância do seu nascimento até o dia da floresta de cerca de 11 anos de idade, chorando e se lamentando porque seus pais o haviam abandonado naquele lugar lúgubre. Para alegria de todos, não ventava, mas apenas um leve sereno caía sobre a relva e sobre todos que passavam por aquela clareira. Foi aí, que de repente, um pássaro passou sobrevoando na penumbra da noite. Já não basta ser traído pelo seus pais! Agora ele seria comido por abutres no lugar de sua perdição! Estendendo as mão para se defender, o garoto deu um grito com muito medo, indicando para que aquele ser da noite parasse imediatamente, mas ele não deu ouvidos, pousando em seu ombro, a coruja lhe dava bicadinhas como se o abraçasse. O menino, por sua vez, em resposta aquele gesto de consolo, passou a mão sobre a cabeça da ave. Foi naquele instante que uma amizade havia surgido, e os dois, em gestos de amor, se ajudariam naquele mundo hostil.


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