Into the Potterverse escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 9
Capítulo 8




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Aqueles dias estavam sendo uma loucura para Harry.

Não que a sua vida no geral fosse tranquila, não desde que entrou em Hogwarts, mas conhecer cinco garotas que eram as suas irmãs em outros universos ultrapassava alguns parâmetros.

Era errado comparar, mas Amber lembrava-o de Hermione, Scarlet era parecida a Rony em tantos aspectos e ainda tinha Jilian, que ele não conseguia decidir se ela o lembrava mais a Neville ou a Ginny.

Quando conheceu Rony e ele lhe contou que tinha cinco irmãos — ele não mencionou Ginny na época, apesar de ele saber dela por tê-la visto na plataforma —, disse ao amigo que queria ter um ou dois irmãos bruxos. Então mesmo que tivesse passado só 2 ou 3 dias junto daquelas cinco garotas, isso apenas reforçou esse desejo antigo.

Era horário do almoço quando o Sr Weasley apareceu.

— Recebi um memorando de Amelia enquanto estava no trabalho — ele disse — Ela chamou as meninas ao Ministério. Eu acredito que vão embora hoje.

Dianella empurrou a cadeira para trás e deixou a mesa rapidamente.

Jilian suspirou, como se o Sr Weasley tivesse acabado de estragar a sua sessão psicoterápica com a garota, antes de segui-la com menos ímpeto.

— Isso é bom, senhor Weasley — Amber sorriu.

— Eu estou com tantas saudades dos meus pais e dos meus irmãos — desabafou Scarlet — Eu sei que vocês são tipo eles, mas não são eles, sabem. Eu também sei que eles não são realmente a minha família, mas...

— É claro que são sua família — disse Astoria, repentinamente — Você tem muita sorte, Scar, por ter sete irmãos que gostam e se preocupam com você.

Harry sabia que aquele arranjo não duraria para sempre, mas tinha durado tão pouco. Faltavam apenas quatro dias para o natal.

Seria egoísmo pedir que elas ficassem até lá.

Hermione pareceu notar o seu estado e tentou demonstrar o seu apoio, pondo a mão em seu ombro. Às vezes ela parecia ser a legilimente.

— Você não tá sozinho, Harry — ela sussurrou para que os outros não escutassem.

Ele olhou para Rony brigando com os gêmeos, que implicavam com ele, enquanto Ginny continuava a comer, ignorando-os. E então para o outro lado da mesa, onde estavam Remus e Sirius conversando com o Sr Weasley.

— Eu sei — ele forçou um sorriso.

Assim que Dianella foi acalmada por Jilian, elas trocaram as suas roupas para as que usavam quando chegaram a esse universo. Elas não tinham nada para recolher além disso, então foi bem rápido.

Estavam todos na sala de estar preparados para se despedir das irmãs. O Sr Weasley e Remus iriam até o Ministério acompanhá-las, já que foram eles quem levaram Jilian e Scarlet de lá dias antes.

Astoria foi a última a descer as escadas e foi diretamente na direção de Harry, abraçando-o. Ela não era de contato físico, então não durou muito tempo. Ela puxou a mão dele para perto dela e pôs uma pulseira ali.

— Eu estava contando e essa pulseira tem cinco pingentes — ela disse — Amber, Jilian, Scarlet, Dianella e eu. Sei que não vai usar, é meio feminina, mas pra você não se esquecer da gente.

Ele não soube o que dizer.

— Feliz natal, Harry — disse, antes de rumar em direção ao corredor de entrada.

Os outros adolescentes estavam observando mais afastados as despedidas.

Dianella abriu a boca duas vezes antes de desistir. Ela nem tinha ficado ali tempo o suficiente para estabelecer raízes com outra pessoa que não fosse Jilian. Ela só não queria retornar ao seu universo por medo, por querer criar laços com aquelas pessoas.

Nem sabia se sobreviveria para isso em seu lar.

— Adeus — deu um único aceno para todos, antes de ir atrás de Astoria.

— Bom, foi legal conhecer vocês, apesar de eu já conhecê-los — disse Scarlet, franzindo levemente o cenho — Acho que essa vai entrar para uma lista bem pequena de coisas que eu fiz sem o Harry, o Rony e a Hermione.

Os três sorriram para ela.

— Me ajude a impedi-los de entrar em confusões — pediu Hermione.

— Tá pedindo pra pessoa errada — a ruiva riu — Bom, então é isso.

Ela deu um abraço em Harry.

— É estranho pensar que eu sou a sua irmã... — ela murmurou.

E então ela deu um abraço em todos, mas quando chegou a vez de George ela só ignorou-o e foi atrás de Astoria e Dianella.

— Ela me odeia — declarou George, assim que ela saiu.

— Não, não é ódio — respondeu Jilian, misteriosa — Essa viagem foi boa para que eu visse as coisas de uma outra perspectiva. Tenho certeza de que as coisas vão ser diferentes agora.

Disso ninguém duvidava.

Ela abraçou Harry, mas reservou-se a um aceno aos outros.

— Até a próxima aventura.

Então sobrou apenas Amber na sala com eles.

Ela deu um abraço mais demorado e carinhoso em Harry. De todas, ele sentia que sentiria mais falta dela, embora não diria isso em voz alta para as outras.

— Me deixe saber — ele disse — Eu vou gostar.

— Eu não tenho mais medo da verdade — Amber respondeu, soltando-se dele — Esconder as coisas nunca deu certo pra nossa família.

Começando com Sirius se assumindo fiel do segredo e não contando a ninguém, nem a Remus ou Dumbledore.

E terminando naquele segredo de 14 anos que rodeava ela, sua madrinha e sua melhor amiga quase irmã.

— Mione, você é incrível — ela segurou nas mãos da bruxa — Nunca deixe te dizerem o contrário.

Recebeu um sorriso em resposta.

— Rony, eu não te conheci o suficiente, mas você tem um bom coração, é um amigo leal e tem uma família maravilhosa. Você é o irmão que esse universo deu ao Harry. Cuida dele pra nós, sim?

Quando dizia "nós" se referia a todas as Potters.

Rony concordou com a cabeça, parecendo balançado.

Se Jilian estivesse ali, diria que era por causa da sua lembrança do ano anterior, quando abandonou Harry por inveja.

Amber aproximou-se de Ginny para abraçá-la apenas para poder sussurrar em seu ouvido.

— Não pare a sua vida por causa dele. Ele puxou a lerdeza da nossa mãe.

Afastou-se para que não parecesse suspeito, apesar do rosto corado dela não disfarçar tão bem.

— Você não é fraca. Sobreviveu a Voldemort, poucos podem dizer o mesmo — ela disse de modo que os outros pudessem escutar.

Fred e George deram sorrisos debochados quando ela olhou para eles.

— Palavras emocionantes? — perguntou Fred.

— Continuem o legado dos marotos — Amber deu uma piscadela.

Deu uma última olhada em cada um deles, antes de sair da sala também.

Memorizou cada detalhe do caminho até a porta de entrada, sentindo saudades antecipadas.

Ela voltaria, tentou se convencer. Ela voltaria a pisar naquele chão e falar com cada um deles.

Dumbledore não a impediria dessa vez.

O Sr Weasley parecia empolgado por levá-las através do método trouxa, de metrô, direto para a passagem de visitantes do Ministério.

Dianella ficou apavorada com a ideia de ficar reclusa no subsolo. Imaginavam que o obscurus teria algo a ver com esse medo.

Mas a viagem seguiu sem problemas.

A pior despedida para Amber seria a delas. Não estava pronta para isso.

— Você vai me prometer que vai contar ao Harry sobre os meus pais — Jilian intimou o padrinho.

Ela estava de pé, segurando-se nas barras porque tinha dado o lugar a uma idosa.

— Eu prometo — disse Remus.

— E que você vai se abrir para o amor.

Ele abriu a boca, indignado.

— Você sabe que eu... — tentou dizer.

— Desculpas — ela acusou — Eu duvido que meus pais gostariam de saber que você se isola por causa daquele probleminha.

— Eles chamavam de PPP — Amber intrometeu-se na conversa.

— Obrigada — Jilian sorriu para ela — Por favor, faça o Remus do seu universo acordar pra vida.

— Eu estou aqui — o maroto tentou fazer-se de ofendido.

— Pode deixar — Amber prometeu — Ele é o meu padrinho também.

— Meu pai ficaria muito desapontado com você — ela voltou a repreendê-lo.

Era engraçado de ver um adulto levando esporro de uma adolescente.

— Você poderia ter uma conversa com Ron — disse Scarlet a Arthur, seguindo o exemplo de Jilian — Ele não lida bem com ser o mais novo dos garotos. Acha que precisa fazer algo para se destacar.

Ela sabia bem porque era praticamente gêmea dele, mesmo que ele não se abrisse com ela tanto.

— Se destacar? — o ruivo riu — Ele quer se destacar mais do que já se destaca? Ele superou o número de problemas que Fred e George arrumaram.

Pena que Rony não via as coisas desse jeito.

Assim que chegaram à estação certa, foram guiadas pelos mais velhos. O Sr Weasley agora já estava habituado, por causa da vez em que levou Harry para o seu julgamento.

— É só digitar os números correspondentes à palavra "magic". Muito engenhoso, não é? — ele explicou animado às garotas.

E então ele tirou o telefone do gancho e teclou 62442.

— Bem-vindos ao Ministério da Magia. Por favor, informem seus nomes e o objetivo da visita — a voz de uma mulher disse em voz alta.

— Legal — comentou Scarlet, maravilhada.

— Arthur Weasley, Seção de Controle do Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas, acompanhando Amber Evans, Jilian Lupin, Astoria Greengrass, Dianella Riddle e Scarlet Weasley para um... Hã... Interrogatório dos aurores. Remus Lupin também.

— Obrigada. Visitantes, por favor, apanhem o crachá e prendam-no ao peito de suas vestes — respondeu a mulher.

No lugar em que eram postas as moedas, saíram os crachás.

— Precisava do "Riddle"? — Dianella resmungou consigo mesma.

— Ninguém nem vai prestar atenção nisso — Jilian tentou acalmá-la.

— Visitantes ao Ministério, os senhores devem se submeter a uma revista e apresentar sua varinha para registro, à mesa da segurança, localizada ao fundo do átrio — a mulher disse, por fim, antes que a cabine descesse.

Amber não sabia como todos estavam cabendo naquela cabine tão apertada.

— O Ministério da Magia deseja ao senhores um dia muito agradável.

— Tá, tá — resmungou Scarlet, impaciente.

Astoria apenas encarou o crachá.

"Astoria Greengrass, interrogatório".

— Vamos ter que passar rápido na segurança para uma verificação — explicou Remus.

— Mas nós não temos nossas varinhas conosco — disse Scarlet.

— Isso não será um problema.

O segurança insistiu para ficar com a varinha de Remus até que o Sr Weasley interviu.

As garotas apenas pensaram em como sentiam falta de portarem as suas varinhas, era como se estivessem nuas, desprotegidas. Não que Dianella estivesse acostumada a usar a que deram para ela.

Tom tinha prometido a ela que assim que Bellatrix saísse de Azkaban, poderia ensiná-la tudo o que sabia, desde oclumência até feitiços mais avançados.

Na época esteve tão animada...

Foram até o elevador. Como era de tarde e dia de semana, o Ministério estava agitado. Trabalhadores indo de um lado ao outro, junto com seus memorandos em formato de aviões de papel.

Assim que chegaram ao nível nove, escutaram a voz da mulher do elevador anunciando a chegada ao Departamento de Mistérios.

Amelia já aguardava por eles, junto com os inomináveis.

Amber apenas pensava que o design daquele andar era incrível. As paredes e chão eram uma mistura de preto com verde escuro, sem janelas que davam para o lado de fora. Lembrava a Astoria um pouco da arquitetura do Salão Comunal da Slytherin.

— Como vai, Amelia? — Remus cumprimentou-a.

— Bem, obrigada — ela sorriu cortês — E vocês?

— Louca pra voltar pra casa — disse Scarlet sem filtro.

— Vamos resolver isso então? — perguntou enérgica — Despeçam-se de Remus e Arthur. Eles não poderão vir conosco.

A maioria das despedidas vinham acontecendo pelo percurso.

— Obrigado — disse o Sr Weasley, mas só Jilian e Dianella entenderam o motivo.

Se não fosse por elas, ele teria sido mordido por Nagini e talvez até morrido.

— Obrigada — Jilian repetiu a eles.

Era uma única palavra que resumia muitas coisas.

— Se cuidem — disse Remus.

Era difícil ver tantos olhares familiares partindo.

Amber era a mais difícil de todas, já que era uma cópia escarrada de sua mãe, da mesma forma que Harry era de seu pai (exceto pelos olhos). Era como se Lily estivesse indo embora outra vez.

Os inomináveis acompanharam-nas para dentro do Departamento, onde escolheram a sala com grande facilidade. E então estavam de volta à mesma sala em que vieram.

Dianella conteve o impulso de pedir desculpas pela parede. Não achava que ia adiantar de muito.

— Assim que o portal se abrir, não devem demorar muito — um dos inomináveis instruiu — Senhorita Riddle, será a primeira.

Jilian segurou na mão dela.

— Vai dar tudo certo, Ella. Não se preocupe.

Tentou tomar as palavras da irmã com positividade, mas era difícil. Sentia o estômago embrulhar.

Deviam ter se despedido todas antes. Se soubessem que seria tão rápido...

O inominável posicionou Dianella debaixo de um alto arco.

— Desculpa — ela disse, olhando para elas.

E então uma luz surgiu vinda das laterais. Assim que a luz a atingiu, ela sumiu e tudo ficou escuro novamente.

Um inominável passou a varinha pela área, como que verificando que tudo estava correto.

Não que pudessem fazer muito se ela fosse para o mundo errado.

— Senhorita Greengrass.

Ela foi para debaixo do arco como Dianella.

— Foi lindo ter dado a pulseira a Harry — comentou Amber.

— Eu queria poder tê-las conhecido melhor — disse Astoria, atropelando as palavras pelo nervosismo.

Da última vez não foi uma viagem voluntária, mas agora estava bem consciente do que acontecia.

— Eu também — respondeu Scarlet.

— Dê um chute na bunda da Daphne por nós — disse Jilian para surpresa das outras.

O que tinha acontecido com aquela garota paz e amor?

Astoria riu.

E então veio a luz da mesma forma.

Mais algumas verificações após a sua saída.

— Senhorita Weasley.

Scarlet olhou para Jilian e Amber e caminhou devagar até o arco.

— Eu sou péssima com palavras — ela resmungou.

— Não precisa dizer nada — disse Jilian — Nós sabemos.

Ela sorriu para as duas.

— Queria que tivesse um universo em que todas convivêssemos — desabafou.

— A galáxia daria um jeito de nos separar — disse Amber — Juntas somos invencíveis. Voldemort não teria a menor chance.

Ela fechou os olhos quando a luz foi ativada novamente.

Os inomináveis certamente não estudavam sentimentos humanos porque eles tinham menos sensibilidade do que Rony.

— Droga, eu queria ter dito a Scar pra falar com o George — resmungou Jilian.

— Um pouco tarde para isso, não?

Segurou a mão dela por uma última vez.

— Senhorita Lupin.

Amber esgueirou a sua mão em seu próprio braço e deu uma beliscada para ter certeza de que aquilo estava mesmo acontecendo.

Ela voltaria para casa.

Sarah não acreditaria quando contasse a ela!

Deixou um sorriso tomar conta de suas feições.

Quantas Sarahs deviam existir nos universos? Seria como as Potters? Uma diferente da outra? Esperava só que todas fossem filhas de Marlene.

— Rose — Jilian chamou-a.

Era um apelido diferente.

Levantou o rosto para vê-la sob o arco.

— Você é a melhor versão de todas nós — ela disse.

Sentiu os seus olhos encherem de lágrimas.

Só conseguiu negar com a cabeça.

— Não deixe que Dumbledore o manipule — continuou — Você é a única que vai conseguir isso.

— Virou vidente agora?

O seu sorriso calmo desapareceu com a luminosidade.

Tinha ficado para trás.

Respirou fundo, secando os seus olhos.

Como sentia falta daquelas quatro loucas, e não fazia nem cinco minutos que estavam separadas.

— Senhorita Evans.

Os inomináveis estavam com pressa, o que era compreensível.

Não teve com quem conversar enquanto aguardava o arco funcionar.

Quando a luz veio, ela não sentiu nada.

Esperava uma sensação de calor ou frio intensos, mas havia apenas a luminosidade que a impedia de manter os olhos abertos. Não foi como uma chave de portal nem como uma viagem de flu. Em um instante, ela estava lá e no outro...

Também?

 


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