— Ahh! Como você faz parecer tão fácil?

— Maddy, eu tive anos para praticar... Você vai pegar o jeito com o tempo... – Quasimodo falava pacientemente enquanto lhe mostrava a maneira certa de esculpir. Já Madellaine estava prestes a considerar aquela tarefa impossível! Ela havia feito várias tentativas e todas acabaram de formas desastrosas... Pelo menos era o que ela achava.

— Olhe, veja isto, não se parece em nada com o que você fez da primeira vez! – Ela lhe mostrou o pequeno boneco que ela tentou fazer dele, mas o trabalho lhe aparentava ser bastante grosseiro e mal podia se discernir que se tratava de uma pessoa.

— Não se preocupe meu amor, você vai pegar o jeito com o tempo... – O corcunda falou na esperança de anima-la e fazê-la não desistir. Ele viu mais cedo como ela parecia bastante interessada em aprender a esculpir com ele e se isso era uma maneira de passarem mais tempo juntos, então ele agarraria a oportunidade.

Ela sorriu pela forma carinhosa que ele falava com ela, mas ainda não estava convencida de que conseguiria fazer algo ao nível do que ele fez.

— Eu acho que não... – Ela deu de ombros, desanimada.

— Pois eu acho que sim! — Antes que ela pudesse pensar em contestar, ele a estava abraçando de costas e envolvendo gentilmente suas pequenas mãos nas dele.

O rosto dela ficou vermelho com o movimento dele. Eles estavam namorando há alguns meses e ele nunca costumava ser tão ousado. Geralmente, era ela quem dava o primeiro passo, por isso o gesto dele a surpreendeu. Mas ela gostou disso. Muito. Ela ansiava sua proximidade.

Ele a ajudou a pegar um pequeno pedaço de madeira em suas mãos e a pequena faca. Com suas mãos a guiando ela conseguiu fazer movimentos muito mais suaves, que eram exatamente o que deixavam o trabalho mais delicado.

— Tente dessa forma, Madellaine... – Ele disse suavemente no seu ouvido e ela fechou os olhos por um momento, apreciando o tom de sua voz.  Sua doce voz... Uma provocação inocente e apaixonante.

Eram esses simples momentos com ele que ela mais apreciava. Na verdade, ela apreciava fazer qualquer coisa ao seu lado. Quasimodo era sua força, sua esperança, sua família... Seu amor.

Ele era tudo o que ela sempre quis, alguém para amar e alguém que lhe amasse em troca. Ela sempre quis alguém que pudesse considera-la como uma família, isso era algo que ela não sentia que possuía há muito tempo.

Sarousch nunca a fez se sentir importante. Ele nunca a havia tratado como uma filha. Ele só gostava de usá-la nos seus roubos e queria que ela fosse seu brinquedinho de distração para o público.

Mas, tudo o que ela sempre quis foi ter uma família. Sentir seu coração em paz, por que estava em casa, havia encontrado seu lar.

E agora, ela tinha Quasimodo e ela queria aproveitar cada momento que pudessem ter juntos. Até aqueles que os outros poderiam considerar triviais, mas para ela, esses sim eram os mais importantes.

Madellaine virou seu olhar para o sineiro e viu como ele estava concentrado no trabalho à frente deles, tentando caprichosamente dar forma ao bonequinho. Ela sorriu olhando em seu rosto, seus olhos brilhavam com fascínio.

— Eu te amo. — Assim que ela falou, Quasimodo parou o que estava fazendo e virou seu olhar para o dela. Ele nunca viu nada mais bonito em sua vida do que ela. Ele se lembrava bem da primeira vez que ele a vira, quando ela tinha vindo procurar por ele em Notre Dame. Ela era tão linda, como uma verdadeira princesa de contos de fadas. Às vezes, para ele era difícil acreditar que ela pudesse ser real e que tivesse entrado em sua vida.

Ele aproximou-se dela, sorrindo, até que seus lábios pararam tentadoramente próximos do dela. Ela podia senti-lo suspirar em sua boca e apenas o mais leve suspiro vindo dele era capaz deixa-la louca de desejo.

— Eu também te amo. — Essas poucas palavras conseguiam atingir o mais profundo de seu coração e aquecê-la por completo. Ela então fechou a distância entre eles e o beijou de maneira deliciosamente apaixonada. Com o trabalho, no momento, esquecido, tudo o que eles queriam fazer era simplesmente desfrutar da companhia um do outro e da certeza dos seus sentimentos.

E beijar era algo que certamente os dois almejavam.