A Curva Do Tempo escrita por Cloto


Capítulo 2
Recomeçar?




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Ponto De Vista Nathalie Benneth

Não era possível! Não podia ser verdade o que estava acontecendo!

Olho de novo para o espelho enquanto ouço minha mãe me fazer recomendações sobre a escola.

Escola? Espera, eu tenho que voltar pra escola? Ah não! Que inferno!

Eu continuo olhando o meu reflexo de 17 anos.

Esse rosto, essa época... 

Que saudade de ter esse corpo! Que falta faz os meus pais! E agora eu tenho a chance que pedi! Eu não podia desperdiçar essa chance depois de tanto pedir por ela.

Mas como eu voltei? Como estou no meu corpo de 17 anos? Estou sonhando?

Me belisquei bem dolorido para ver se eu acordava. Nada, ainda estou aqui. O que está acontecendo? Por que eu recebi essa chance.

Desci para o café da manhã.

Tentei controlar minha emoção ao ver os meus pais conversando e rindo na mesa.

Papai tinha morrido a oito anos e minha mãe a cinco.

Papai me dizia para ter independência o suficiente, que Anthony se aproveitava de mim e me usava, mas eu não lhe dei ouvidos. Mas eu juro... Se essa chance é real... Se eu voltei no tempo de verdade... Eu não vou me permitir ser o capacho novamente.

Eu sou mais que uma boa esposa, mais que o objeto de decoração de alguém! Eu tenho sonhos e vou realizar cada um deles.

Sem Anthony, sem Julie, sem ninguém para me dizer que devo esquecer de mim para beneficiar os outros.

Vou ser tudo o que mereço ser: eu.

—Filha tudo bem? Está com uma cara meio estranha.

—Nada não mamãe. Uma brasa. Tudo indo. - disse, me lembrando da linguagem que usava na época para que ela não desconfiasse.

—Certo então, mas come rápido, o ônibus chega em 15 minutos, olha a hora!

Eu assenti, olhando papai lendo o jornal na sua habitual cadeira azul.

Queria gravar essa cena na memória.

Por mais que eu quisesse mais tempo com o meu pai e minha mãe o ônibus chegou bem rápido.

Com tristeza, me despedi deles.

Logo fui até Veronica, que sempre pôs a mochila ao lado dela para que eu sentasse ali.

—Oi broto! -la disse, estendendo a mão para que batessemos no nosso toque especial.

Sentia saudade de fazer isso. Desde que Veronica se casou e mudou para Los Angeles nós só nos falávamos pelas redes sociais.

Ela é e sempre foi constante, confiável e a melhor amiga que alguém podia ter. Era o tipo de pessoa que iria te dar esporros sem dó se você errasse, te aplaudiria alto se acertasse e te consolaria sem descanso se estivesse triste.

Era a pessoa mais verdadeira do mundo.

—No que está pensando? Está tão quieta hoje! 

Eu sorri para ela.

—Estava pensando que tenho sorte em ter você como amiga.

—Aun que fofa! O que te aconteceu mulher para você estar fofa desse jeito.

Eu ri.

—Nada, só te acho uma ótima amiga.

E fomos para a escola.

Ai que ódio! Não acredito que vou ter que fazer trabalhos e provas tudo de novo! Odeio e muito essa parte!

E pior ainda, não tem internet!

Fiz um muxoxo de desânimo e fui para o matadouro, também conhecido como sala de aula.

Quando me sentei o professor entrou com duas pessoas que conhecia bem.

Aqueles dois!

—Pessoal, esses dois são Anthony Daniels e Julie Kyle, seus novos colegas.

E então percebi...

Era a minha chance de mudar tudo e não deixar esses dois entrarem em minha vida.

"Essa sou eu, fazendo as minhas malas

E essa sou sou, saindo pela porta.

E essa sou eu, a melhor que você já teve.

Eu vou me amar mais do que qualquer outra coisa

Acreditarei em mim, mesmo que ninguém possa ver

A mulher forte que há em mim

Eu vou ser a minha melhor amiga

Ficarei do meu lado até o fim

Não vou me perder outra vez, nunca mais

Porque há uma mulher forte

Uma mulher forte

Há uma mulher forte,

Uma mulher forte em mim"


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