Helena & Hera escrita por Beykatze


Capítulo 3
Inveja


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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A mulher cheia de beleza levou Helena para seus aposentos, um quarto gigante com ornamentos dourados e heras crescendo pelas colunas. Convidou a garota para sentar em sua cama, onde sentou ao seu lado.

— Quem é você, Helena? – Perguntou analisando seu rosto.

— Eu... Eu vim resolver um problema – Falou – Com um Deus.

— Oh, sendo assim tem que estar apresentável – A Deusa falou com um sorriso no rosto, provavelmente o mais belo que Helena vira em toda sua vida.

— Não quer saber sobre o que é? – Indagou curiosa.

— Seus problemas são seus – Deu de ombros – E todos os mortais tem problemas com os Deuses – Falou como se já fosse óbvio.

— Isso é verdade – Comentou baixinho remexendo no tecido batido que vestia.

— Mas não pode se encontrar com eles assim – A Deusa estendeu a mão delicada na direção de Helena e as duas se levantaram da cama.

— Eu não perguntei seu nome – Helena falou percebendo como era boba.

— Hera – Sorriu, aquecendo o coração ferido da garota – Agora vamos dar um jeito em você, Helena. Precisa estar bela para receber a atenção dos deuses em seus requisitos.

A forma como ela pronunciou o nome da garota fez a mesma estremecer e suas bochechas mais uma vez adquiriram uma cor vermelha que denunciaram seu acanhamento.

— Você é a Deusa dos casamentos – Constatou vendo a mulher buscando algo dentro de um baú decorado.

— Muito irônico - Hera comentou - Mas também protejo as mulheres – Emendou trazendo um chiton como o que vestia para Helena – E os nascimentos.

— Não é muito trabalho? – Indagou rindo.

— Eu gosto das mulheres e dos partos – Falou olhando nos olhos azuis de Helena – Vista isso.

Helena, um pouco tímida, retirou seu vestido surrado na frente da Deusa, expondo sua pele clara e suja. Não tinha mal naquilo, não é mesmo? Hera protegia as mulheres, conhecia os corpos delas e o de Helena não seria nenhuma novidade.

— Melhor se lavar um pouco antes – Hera comentou, mais uma vez pegando sua mão. Levou a garota para uma banheira com água morna e limpa e a deixou lá dentro, buscando uma esponja macia e esfregando a mesma em suas costas. A respiração da Deusa batia na pele desnuda da mortal, que sentia o estômago cheio de borboletas.

— Eu estava caçando antes de vir – Falou em tom de desculpas – Não consegui me arrumar ou limpar.

— Não tem problema – Sorriu se levantando e estendendo uma toalha para a garota molhada – Pronto, pode se secar e vestir isso.

Entregou a peça e virou de costas, respeitando o pudor de Helena. Vestida, a garota a chamou, avisando que estava pronta.

A tensão era forte no quarto, elas não sabiam explicar o que sentiam, nem porque seus corações batiam descompassados, mas os dois pareciam querer pular do peito e se encontrar finalmente.

— Temos que arrumar seus cabelos – Hera sentou na cama, convidando Helena a ficar em sua frente.

— Obrigada – Agradeceu timidamente.

— Não há de que – Desfez a trança dos cabelos da garota, vendo as madeixas pretas caindo delicadamente pelas costas dela.

— Porque está me ajudando? – Helena questionou sinceramente, pois sabia que os Deuses eram do tipo que castigavam, não do tipo que faziam favores. Com exceção de alguns, que só queriam ver o circo pegar fogo, como Éolo.

Hera não respondeu apenas iniciou a trançar o cabelo delicadamente, misturando as mechas negras com ramos de hera e fios dourados. O cabelo da garota parecia digno de uma princesa, ou mesmo de uma Deusa. Orgulhosa do trabalho, Hera acariciou a cabeleira pronta, tocando nas costas nuas da garota, que suspirou.

— Gostei de você – Respondeu simplesmente.

— E gosta de muitas mortais? – Perguntou virando de frente para a Deusa, que a olhava com a expressão hipnotizada.

— Nunca como você – Comentou aproximando o rosto do de Helena e beijando seus lábios macios com delicadeza e, logo em seguida, com voracidade, sendo sempre correspondida na mesma intensidade.

***

— Zeus, não acha que Hera está a demorar demais? – Éris, Deusa da Discórdia, indagou ao supremo após ver que Hera tinha levado uma mortal bonita para seus aposentos – Será que não foi roubada por alguém?

— Não seja estúpida. E não entre na minha mente – Pediu.

— Não quis fazer isso, me desculpe – Baixou os ombros, mas tornou a falar – Sinto que algo de errado pode estar acontecendo com a minha mãe. E se um mortal maluco a está fazendo mal?

Irado, Zeus levantou de seu trono. Primeiro apenas para ficar longe das inquisições de Éris, mas assim que se afastou, começou a pensar no que ela dizia. Hera tinha saído para buscar maçãs do lado de fora do Olimpo, e ele não a vira retornando depois daquilo.

Preocupado, olhou do lado de fora, onde encontrou uma cesta cheia das frutas, mas nem sinal de sua esposa. Com rapidez, quase correndo, Zeus rumou para os aposentos da Deusa, onde entrou preocupado sem bater na porta.

A visão que teve ao olhar para o quarto, o deixou furioso em algum céu raios potentes cruzaram as nuvens com violência. Na cama de Hera, a Deusa estava enroscada com uma mulher. Era bonita, Zeus não podia negar, mas aquilo não era o ponto. Saiu silenciosamente e rangendo os dentes com raiva.

O Deus estava cego de inveja. Ele não tinha Hera, pois ela tinha nojo dele, inclusive ignorava todas suas saídas para traí-la e a mulher fazia vista grossa, desde que ele não a incomodasse. E ali estava a razão: ela também tinha uma amante. Pisando firme, rumou para encontrar o Deus que sabia que o ajudaria.

***

As bocas de Hera e Helena não se desencontravam, nem quando tiraram suas roupas finas e trabalhadas; as duas se abraçavam e apertavam, tocando cada pedaço de pele que conseguiam ter acesso. Seus corpos sedentos um pelo outro.

Hera segurou a coxa grossa de Helena, que acariciava seus cabelos com a mão em seu pescoço a mantendo sempre próxima para não interromper o beijo desesperado. As duas nunca imaginariam tamanha paixão, que inundava seus corpos e tomava controle da situação, paixão que ignorava vergonhas e qualquer timidez.

Helena sentou, puxando Hera para seu colo, quando um estrondo na porta arrancou as duas de seu mundo em que apenas conheciam peles macias e amor.

— Vista-se, rápido – Hera recomendou saindo da cama em um pulo e atirando o chiton para Helena, que a olhava confusa.

— O que? – Indagou.

— Agora! – Hera gritou nervosa. Nenhuma das duas tinha tido ainda a chance de se vestir quando Zeus e Poseidon entraram pela porta, suas faces eram um misto de ódio e nojo.

— Uma mortal, Hera? – Poseidon acenou negativamente com a cabeça.

— Você as tem todos os dias – Acusou tentando cobrir o corpo com o lençol que estava parado na cama. Helena olhava para a situação sem saber o que fazer.

— Você vai com Poseidon – Decretou atirando a garota para o irmão como um saco de folhas.

— NÃO! – Hera gritou correndo na direção deles e sendo parada pelo marido.

— Quanto a você, teremos uma conversa – Rosnou segurando sua pele e deixando marcas roxas pela força.

— HELENA! – Gritou tentando fugir do aperto do marido.

— HERA! – Correu dos braços de Poseidon, sendo apanhada mais uma vez e arrastada nua para fora do quarto. Suas mãos estendidas querendo buscar a amada – HERA!

— HELENA – Chamou mais uma vez antes de ver a porta se fechando e separando as duas para sempre. O coração de Hera se partiu no exato momento em que o estrondo da porta foi ouvido, levando sua Helena para longe dela.

— HERA – Helena gritava nos braços de Poseidon, que a levava para fora do Olimpo. Na porta, uma onda os arrematou e, com a cabeça a mil, Helena não viu o caminho, apenas viu que estava vestida mais uma vez com seu vestido surrado e agora molhado e estava sozinha em uma clareira com uma caverna em sua frente.

— HERA – Gritou aos ventos que corriam em cima de sua cabeça, o coração doendo como se fosse parar de bater a qualquer momento e as lágrimas correndo como uma torneira aberta.

Um som sibilante foi ouvido de dentro da caverna escura e Helena buscou em sua volta alguma arma, sem encontrar nada. Em sua volta viu inúmeras estátuas de pedra, sentindo um arrepio na espinha ao reconhecer aos poucos o local em que tinha sido largada.

Uma brisa leve a tocou e despejou seu arco em sua frente, o qual a garota apanhou rapidamente e armou, apontando para a caverna, em pânico.

— Quem está ai? – Perguntou em voz alta mesmo imaginando quem seria e tentando controlar os soluços e o choro.

A resposta veio em uma imagem, mas a magia era rápida demais para que ela conseguisse disparar e se salvar. Da caverna fétida saia Medusa, seus cabelos feitos de serpentes e seus olhos que transformavam quem os olhasse em pedra sendo exibidos para Helena, que congelava rapidamente, virando apenas mais uma estátua de Medusa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e desculpem qualquer erro, editei pelo celular e o nyah ficava bugando :p
Enfim, qualquer problema é só me avisar que eu arrumo rapidinho
Até o próximo capítulo



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