Missão: Vingar a Noiva escrita por Beykatze


Capítulo 8
Casamento encerrado


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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— Ágata, você colocou leite nas panquecas? – Cristina perguntou. O chá já estava montado e os convidados já estavam quase todos lá. A maioria das pessoas experimentava os salgadinhos e doces caseiros preparados pela família da noiva.

— Bem pouco, porque? – Perguntou distraída arrumando os pratos com os salgados folheados nas mesas decoradas – Não estava gostoso?

— O Douglas não pode comer leite – Falou irritada - E agora ele não quer sair do banheiro.

— Ai – Ágata virou para ela com as mãos na boca – Me desculpa, eu não sabia. Ele está com caganeira?

— Eu falei ontem – Comentou ignorando a pergunta.

— Desculpa – Concluiu vendo a prima se afastar pisando duro. Mais uma vez, Cristina estava maravilhosa, e se esperava que Douglas também, mas Ágata torceu para que não estivesse.

Alguns minutos mais tarde, Douglas chegou no chá. Caminhando torto e vestindo uma bermuda informal, para desespero de Cristina, que tinha estabelecido um código de vestimenta para a família que já estava ali. Eduardo, vendo a cena, foi até a amiga segurando o riso.

— Eu nunca duvidei dos seus níveis de maldade, mas isso?

— Dose dupla de crueldade?

— Foi demais – Falou sorrindo. Ágata estava linda mais uma vez. Usava um vestido arrumado, mas simples e os cabelos soltos com uma tiara que combinava com a roupa. Reprimiu um suspiro apaixonado, pois não estava apaixonado – Está muito linda.

— Obrigada – Respondeu sem graça.

— De novo – Complementou – Ontem também, mas esqueci de falar.

Um sorriso cruzou o rosto dela, que falou:

— Você também está muito bem, até mais bem vestido que o noivo – Brincou.

— Isso estamos todos – Riu.

Os dois, um pouco sem graça pelos elogios e pelo que sentiam, ficaram em silêncio o chá inteiro.

***

— Sem prostitutas – Cristina recomendou. Os homens todos preparados para sair na despedida de solteiro, e eles constavam em Douglas, Eduardo, Jeferson (sogro de Douglas), Paulo (marido de Lise) e alguns amigos do noivo que se apresentaram para o chá e ficaram até mais tarde – E voltem vivos todos, muito importante. Não quero saber de "Se beber não case".

— Até mais tarde. E nada de garotas de programa - Recomendou imitando a prima com um sorriso.

— Até depois – Eduardo deu um abraço sem jeito em Ágata, e saiu com os outros homens. Ela não entendeu bem o porquê, mas sentiu falta dele no momento em que ele deixou o cômodo.

Na boate, as luzes piscando deixavam Eduardo tonto. Não estava acostumado com aquilo, era muito mais de ficar em casa do que sair para aqueles lugares estranhos. Desejou que tivesse ficado na fazenda e Ágata também, para que pudessem assistir comédias românticas e comer pipoca. Entretanto, ela tinha saído também, ido com as mulheres em outra boate.

Embora sua vontade fosse ficar, para agradar Ágata, ele foi junto. E no final tinha até sido uma boa coisa, pois viu a garota com quem Douglas estava traindo Cristina. E ele conversava com ela bem na frente deles, sem o menor pudor. Além de, é claro, comer a garota com os olhos.

Com certa raiva crescendo em seu estômago, Eduardo prestou atenção nos dois.

— Eu vou me casar com ela, amor – Douglas falou para a mulher.

— Eu não quero que se case – Ela choramingou.

— Mas eu preciso – Deu de ombros levemente como se não tivesse escolha – Para poder ter uma vida boa.

— Para nós dois? – Ela indagou.

— Isso – Concordou, mas Eduardo pode ver no semblante dele que aquela resposta tinha acabado de ser inventada. Covarde traidor, pensou.

— Você dorme com ela? – Perguntou com certa quantidade de raiva na voz.

— Eh... Porque a pergunta? – Em maus lençóis, Eduardo riu por dentro.

— Responde a minha pergunta – Pediu elevando o tom de voz.

— Não grita – Falou entre dentes.

— E você responde o que eu estou pedindo – Exigiu.  Na mesma hora, Douglas levantou e saiu de perto da mulher, indo para outro lado da boate.

Eduardo sentiu que era sua chance e se aproximou sorrateiramente, o gravador do celular ligado e a esperança de que o mesmo gravasse suas vozes muito grande.

— Oi – Cumprimentou oferecendo uma bebida.

— Não to afim – Cortou o rapaz antes mesmo que ele pudesse falar.

— Eu não quero nada. Só conversar – Pediu humildemente e recebeu a atenção dela.

— Fale então – Tomou um gole da bebida oferecida por ele.

— Eu não gosto do modo como o Douglas tá te tratando – Eduardo deu de ombros com simpatia – Ele precisa ver, na minha opinião, que vocês tem que ficar juntos.

— E quem é você? - Direcionou os olhos úmidos para ele.

— Um amigo dele - Deu de ombros - E vejo que ele está se matando por essa garota.

— Eu não sei o que ele vê nessa Cristina – Comentou magoada e convencida com a resposta de Eduardo – Eu sou até mais bonita.

— Mas não é sobre isso, não é mesmo? – Eduardo questionou – É sobre o dinheiro, certo?

— Tanto faz – Falou, mas foi o suficiente para Eduardo concluir que ele e Ágata estavam certos o tempo todo.

— Você tem que mostrar a ele que o amor de vocês é maior que o dinheiro – Aconselhou.

— E como eu faço isso? Ele só tem olhos pra aquela empresa idiota dela.

— O que é o amor maior que vocês dois podem sentir juntos? – Eduardo indagou.

— Ter um filho? – Os olhos da garota brilharam, possivelmente um pouco por causa da bebida que ela ingeria sem parar.

— Claro – Estava se sentindo péssimo por induzir a garota a pensar aquilo, mas tinha que tentar tirar Douglas de Cristina – Mas não precisa nem fazer o filho – Tentou se corrigir – Fala pra ele que está grávida. 

— Mas eu não estou... – O raciocínio dela estava lento já.

— Mas pode dizer que está. E então ele volta pra você e ai inventa alguma coisa, que perdeu o bebê ou que era alarme falso.

— Uau – Um sorriso genuíno se formou no rosto triste dela – Eu vou lá.

Eduardo se sentiu horrível, mas não conseguiu pensar em nada melhor.

***

—Como foi? - Ágata perguntou quando Eduardo chegou de madrugada. Elas tinham acabado de chegar também e a garota estava já de banho tomado e tirando a maquiagem.

— Pesado - Eduardo conseguiu falar apenas. Amanhã conversamos sobre isso.

— O que aconteceu? - A garota o olhou assustada. Talvez um pouco pela tristeza, talvez pela bebida, oh simplesmente porque queria, mas ao invés de responder a pergunta, Eduardo se aproximou do rosto de Ágata e a beijou lentamente. 

A garota soltou o algodão com demaquilante e prendeu seus dedos nos cachos dos cabelos dele, aproximando ainda mais sua boca da dela com urgência.

Só conseguia pensar no que sentia naquele momento tendo o corpo de Eduardo tão perto do seu, e no sorriso que ele lhe dirigia cada vez que se separavam. 

***

No dia seguinte, depois de fingir que nada tinha acontecido na noite anterior e de horas discutindo com Ágata o que fariam, a garota e Eduardo se reuniram com Cristina e Lise. O celular de Eduardo em punho, com o áudio saturado da mulher da noite anterior.

— Cris, a gente precisa conversar – Foi como Ágata iniciou a conversa na manhã do dia do casamento da prima. A prima perfeita da qual, na infância, ela morria de inveja, mas que, agora, via que não era nada diferente dela. Apresentou sua teoria sobre Douglas estar casando com ela apenas pela sociedade da empresa e que, depois disso, daria um jeito de pegar tudo para ele e exclui-la dos negócios. Além do que, ainda a traia e continuaria a trair.

Convidou Lise a falar o que sentia e que tinha contado a Ágata na noite do jantar, e pediu que Eduardo mostrasse o áudio da amante com quem ele conversara na despedida de solteiro. 

Cristina chorara como nunca, desabando de vez. Sentia que o mundo se acabava sob seus pés.

— Eu dei uma chance nova pra ele – Fungou – Mesmo depois de descobrir que ele estava com a minha madrinha, ainda assim eu aceitei as desculpas e achei que tudo ficaria bem.

— Mas só vai ficar quando você largar desse traste – Lise falou segurando a mão da prima.

— Você não precisa dele – Ágata falou – Pode ficar com a gente, nós te apoiamos, não vamos te trair e nem roubar sua empresa.

Cristina riu em meio às lágrimas e eles souberam que ficaria tudo bem.

***

Na cozinha, a família estava toda reunida almoçando quando o quarteto retornou de sua reunião urgente. Cristina, com os olhos azuis inchados e o nariz vermelho, parou no meio do cômodo e chamou a atenção para ela. 

— Eu... Preciso falar uma coisa pra todos vocês – Começou. De onde estava, Ágata pode ver que Douglas tinha ainda mais fios faltando e ficou contente consigo mesma por aquilo  – O casamento está acabando aqui. Podem voltar para suas casas e suas vidas normais.

Um alvoroço se instalou na cozinha.

— Como assim?

— Porque?

— Mas e o Douglas?

— Pra que isso?

— Nos enganou o tempo todo?

— Só queria atenção.

Entre outros comentários dentre os vários que foram ouvidos das duas famílias. Ágata segurou a mão direita da prima e Lise a esquerda, dando forças para que ela terminasse o relato e acabasse de vez aquele casamento fadado ao fracasso.

 


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam desse capítulo?
Muito chocante oh meio meh
E esse casalzao aí???? Hein hein???



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