Valentine escrita por Ero Hime


Capítulo 8
E viveram felizes para sempre


Notas iniciais do capítulo

ATUALIZAÇÃO DUPLA!!!! É claro que o capítulo final tinha que ficar gigante ♥



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E viveram felizes para sempre

Quando ambas estavam prontas, desceram, tiraram fotos que a mãe de Hinata obrigou, ouviram as gracinhas de Hanabi – que estava com o namorado, ambos sentados no sofá, a vista do pai delas – e foram para a varanda esperar os meninos.

Hinata estava suando mais do que nunca, perguntando-se se era essa a sensação. Não parecia nada romântico ou colegial – ela sentia que ia vomitar todo seu almoço, e suas pernas tremiam de uma maneira nada delicada.

Quase pontualmente, um carro muito chique virou a esquina, estacionando na frente da casa dela. Hinata abriu a boca, chocada, enquanto Sakura desceu as escadas da varanda extremamente animada – e como se não estivesse usando um salto duas vezes maior, mas é claro que ela tinha que ficar linda e conseguir correr ao mesmo tempo.

Enquanto a Hyuuga se equilibrava aquela armadilha para pés, avistou Naruto sair do banco de trás, a fitando com um sorriso de iluminar o mundo. Parou por um segundo, o coração falhando algumas batidas. Naruto estava mais lindo do que nunca, com um smoking preto que acentuava os ombros largos, e, sobre ele, uma daquelas jaquetas esportivas com o símbolo do time, o que fez Hinata rir, de um jeito nervoso e desengonçado.

Ele correu para ajudá-la, segurando suas mãos enquanto a equilibrava até o banco.

— Você está... quero dizer, está li-linda. – gaguejou, balançando a cabeça e bufando sozinho – Está linda, foi isso que eu quis dizer.

— Hm, obrigada. – respondeu, mais vermelha do que antes, agora com borboletas na boca do estômago.

Os quatro entraram na limusine – igual à dos filmes, com motorista e tudo – e entrosaram relativamente bem. Sasuke também usava um smoking, sem a jaqueta, e estava até sorrindo, com Sakura pendurada em seus ombros.

Hinata olhava pela janela enquanto eles conversavam. A cidade inteira estava iluminada, com luzes vermelhas, corações pendurados e propagandas gigantes em telões. Há poucos dias, a decoração do dia dos namorados a tinha irritado profundamente. Agora, estava nervosa porque o garoto mais bonito do colégio era seu par.

E tudo isso por alguns pontos em Literatura.

— Ei, está tudo bem? – Hinata virou-se, surpresa. Naruto tinha a ponta dos dedos em seu ombro, chamando sua atenção.

— Ah, está sim! Tudo certo sim. Obrigada. – apressou-se, envergonhada.

— Estamos quase chegando. Prometo ser o melhor acompanhante que você já teve. – sorriu, mostrando todos os dentes, e Hinata sequer teve a chance de dizer que ele era seu primeiro acompanhante, porque estava distraída demais derretendo.

A entrada do colégio estava lotada de carros e alunos, todos bem-arrumados. Flores de plástico baratas enfeitavam os corrimãos até a entrada lateral, que dava para o ginásio, lugar onde seria realizado o baile.

Quando o carro parou, Naruto apressou-se para sair e abrir a porta. Hinata aceitou sua ajuda, tentando desesperadamente fazer com que suas bochechas ficassem menos vermelhas, mas sem sucesso. Junto, os dois casais – ou um casal e duas pessoas que estavam se acompanhando – caminharam em direção ao local.

Foram interrompidos algumas vezes, e Hinata esperou pacientemente que todos cumprimentassem Naruto. Algumas pessoas até mesmo disseram oi para ela, o que foi, no mínimo, estranho. Estava tão nervosa que sequer conseguia deixar sua timidez de lado e aproveitar os pequenos feixes de atenção que vinham ao andar do lado de uma celebridade como Naruto.

Este, por sua vez, andava com o braço respeitosamente em suas costas, mas, conforme suas mãos tocavam o espaço nu de pele, Hinata sentia mil correntes elétricas passarem.

Do lado de dentro, a decoração era ainda mais suntuosa e exagerada. Dezenas de fitas vermelhas caíam do teto, como serpentinas, além de cupidos, corações e tapetes vermelhos até a pista de dança. Centenas de casais passeavam de mãos dadas, com sorrisos e beijinhos – Hinata chegou a conclusão de que teria sido extremamente depressivo ir sozinha e servir ponche naquele clima. O Comitê de Eventos realmente gostava daquela data.

— Uau, isso está incrível. – Sakura comentou – Olha, amor! Docinhos! – Sakura apontou, animada, e arrastou Sasuke consigo, deixando uma Hinata incrédula e nervosa para trás.

Enquanto estavam em grupo, era fácil lidar com a presença de Naruto. Mas, sozinha, não conseguia deixar de pensar que, a qualquer momento, as coisas dariam errado.

— Bem, o que você quer fazer primeiro? – ele se inclinou para sussurrar em seu ouvido, sorridente.

— E-Eu não sei. O que você quer fazer? – retrucou, nervosa.

— Podemos ir pegar um ponche e achar uma mesa, que tal? – sugeriu. Ela acenou e começaram a percorrer entre a multidão.

Em algum momento, Hinata sentiu os dedos de Naruto seguraram sua mão, entrelaçando-os. Suas pernas bambearam. A mão dele era quente e pesada. Rezou para não estar com a palma suada de nervosismo, e tentou acompanhar o ritmo com os saltos.

Chegaram próximos da mesa de bebidas – Hinata suspeitou que ninguém tentaria colocar nada alcoólico nelas –, mas, antes que Naruto tirasse dois copos, outro garoto do time de basquete chegou próximo a ele. Com uma expressão culpada, ele se virou:

— Desculpa, preciso resolver um assunto do time! Pode me esperar aqui só um pouquinho? Prometo ser rápido.

— Não, claro! Pode ir, imagina. – deu de ombros. Naruto sorriu aliviado, plantando um beijo rápido em sua bochecha e saindo. Hinata ficou paralisada, ainda sentindo os lábios e o perfume, tão próximo de seu rosto.

Aquilo era um sonho? O que estava acontecendo?

Quando concordou em ajudá-lo, o fez por ser covarde demais para negar, e também porque queria saber como era a sensação de estar em um baile do dia dos namorados. Era clichê, e meio ridículo, mas também era um sonho que ela tinha.

Mas jamais imaginaria que Naruto se esforçaria tanto. Teria ele algum propósito?

Suas teorias conspiratórias não puderem ir muito além, porque avistou Kurenai acenando para ela.

— Olá, professora! – cumprimentou, verdadeiramente animada.

— Hinata, oi! Que bom vê-la aqui.

— Bom, eu não perderia por nada. – deu de ombros.

— Sei que tinha se oferecido para ficar nas bebidas, mas fico feliz que tenha vindo com Naruto. – comentou, e Hinata corou um pouco – Meus dois melhores alunos! Divirtam-se na festa.

Ela saiu antes que Hinata pudesse dizer mais alguma coisa. O que significava aquilo? Dois melhores alunos?

A música e as luzes não colaboravam muito, e, antes que percebesse, Naruto estava de volta, com aquele cheiro de perfume masculino que impedia que ela pensasse como um ser humano normal.

— Ei, voltei! Vem, vamos dançar!

Tentando protestar, Hinata simplesmente não lutou contra o aperto firme em sua mão, e se deixou ser rebocada para o centro da pista. É claro que Naruto também tinha que ser um ótimo dançarino – ele se mexia e ria como se fizesse isso naturalmente, enquanto ela parecia um robô atrofiado, ainda mais com o equilíbrio seriamente prejudicado.

Mas, de alguma maneira, o sorriso de Naruto era verdadeiro. Ele estava mesmo se divertindo com ela.

Aquilo fazia seu coração saltar.

O baile era tudo que sempre tinha sonhado. Pessoas dançando, ponche ruim, músicas ultrapassadas e cheiro de suor adolescente. Mas Naruto não saiu do seu lado, e pegou água quando ela disse que estava com sede. Procurou Sakura quando disse que queria ir ao banheiro, e esperou pacientemente até que ambas retocassem o batom e as fofocas.

— Você continua linda. – comentou quando ela saiu.

Hinata não entendia. Ela simplesmente não entendia.

Uma música lenta começou. Bem oportuno.

— Ok, não podemos perder essa. Vem. – a arrastou, puxando-a pela cintura enquanto abraçava suas costas.

Sem opções, e um pouco asmática, levou seus braços até o pescoço dele. Finalmente, ali estava seu grand finale. A música lenta. O checklist da noite estava completo, e nada de ruim tinha acontecido. Embora muitas perguntas rondassem sua cabeça, ela estava verdadeiramente feliz. Naruto era... bom, Naruto era tudo de bom.

— Vou acabar pisando no seu pé com essa coisa perigosa. – alertou, mas ele riu.

— Eu não ligo. – deu de ombros, a guiando para lá e para cá – Está se divertindo?

— Muito! – falou, com a voz abafada – Está tudo perfeito. – limitou-se para não se envergonhar mais – Obrigada. – continuou, depois de um tempo – Não precisava ter feito isso. Fiquei feliz em te ajudar.

— Claro que eu precisava. – defendeu veementemente – Era o mínimo que eu podia fazer. Estou feliz que aceitou vir ao baile comigo, Hinata.

Seu rosto aqueceu. Ele a olhava profundamente, e, mesmo à meia-luz, Naruto era perfeito. Um verdadeiro príncipe.

— Obrigada. – soprou, baixinho.

— “É preciso conceber e exprimir sobriedade, o que engrandece a ação”. – citou, pomposo. Hinata riu.

— É uma ótima frase, mas você só está querendo me impressionar com Shakespeare. O contexto não é esse. – brincou.

Então parou, pensativa.

— Espera. – exclamou – Nós não estudamos literatura clássica.

O rosto sorridente de Naruto se converteu em uma careta confusa, e, em seguida, culpada, com as bochechas coradas.

— E-Eu procurei na internet, para te impressionar mesmo. – gaguejou. Hinata parou o balançando, ainda mantendo as mãos em seu pescoço. O fitou com os olhos semicerrados, sabendo que estava mentindo. Não era, sequer uma das frases mais famosas, que ele encontraria nas primeiras três páginas de busca – Ah, droga. – resmungou – Olha, eu vou falar a verdade, mas você tem que prometer não ficar zangada. – começou, e Hinata ergueu uma sobrancelha. Naruto parecia sem palavras e envergonhado, o que significava que algo estava muito errado – Eu não precisava de ajuda em Literatura.

O que?

— O que?

Ele soltou sua cintura, levando as mãos até o cabelo, bagunçando os fios, com o rosto inocente que, nem de longe, serviu para derreter o coração de Hinata – talvez só um pouco.

— Na verdade eu vou muito bem em Literatura. – confessou, inclinando-se para que ela pudesse ouvir por cima da música.

Muitas coisas fizeram sentido naquele momento, mas Hinata estava perdida, e atônita. Quer dizer, ainda faltava entender a questão principal.

— Então por que fez isso? Por que me convenceu a te ajudar? – estava se sentindo um tanto idiota naquele momento, se lembrando de como explicou coisas que ele, certamente, já deveria saber. Burra!

— Era a única maneira de te convencer a vir no baile comigo! – explicou-se, energético – Eu tive que pedir ajuda para a Sakura, e, mesmo assim, não sabia se conseguiria!

Ok, grande reviravolta.

— Ma-Mas... mas por que? – gaguejou, ainda confusa. Sua mente parecia ter dado um pane.

— Ora, porque você jamais sairia com um cara como eu. Tive que encontrar um jeito de chamar sua atenção. – colocou a mão nos bolsos, chutando a poeira. Naruto parecia bastante tímido agora, enquanto Hinata o encarava embasbacada.

— Mas... – nada. Ela não conseguia pensar em nada que fizesse sentido – Mas eu sou... eu! E você é você! – gesticulou, indicando todo o esplendor que tinha acompanhado daquele garoto. Naruto, por outro lado, expressou a mesma cara inconformada que ela.

— Está brincando? Hinata, eu gosto de você desde o oitavo ano! Mas você é toda linda, inteligente, enquanto eu sou só um atleta. Você jamais sairia comigo! Então tentei me aproximar e arrumar um jeito de te trazer ao baile comigo. – se apressou, segurando suas duas mãos junto as dele. Seu rosto estava perigosamente perto – Desculpa, eu não queria mentir para você. Mas eu realmente, realmente, queria te trazer no baile do dia dos namorados.

Não tinha a menor chance de Hinata resistir àqueles olhos azuis. Quer dizer, ela já tinha sido totalmente rendida no começo da frase. Seu rosto estava tão vermelho que provavelmente jamais voltaria para a cor normal, e seu coração batia tão forte que todos seriam capazes de escutar, mesmo com a música e o baile acontecendo ao redor deles.

Ela conseguiu sorrir um pouco. O suficiente para que Naruto sorrisse também.

Acho que não é preciso dizer que, no momento seguinte, Hinata experienciou o verdadeiro clichê romântico, que era quando o protagonista beijava a garota e ela narrava como as borboletas em seu estômago voavam, como ela via fogos de artifício, e como aqueles lábios macios tinham gosto de chiclete e ponche de maçã, como as mãos fortes seguravam sua cintura e como ela sentia que seu cérebro estava derretendo e ela seria capaz de passar horas beijando ele, sentindo seu perfume amadeirado e os dedos fortes contra suas costas, segurando-a para que suas pernas de gelatina não cedessem completamente.

Hinata jamais imaginou viver um clichê de romance no dia dos namorados. Certamente, ela já tinha perdido todas as esperanças, e, foi assim que ela deixou de odiar a data, para passar a amá-la. E deixou de odiar atletas populares lindos para amá-los.

Bem, só um. Que também era, curiosamente, muito bom em Literatura.

Melhor do que qualquer livro que ela pudesse imaginar.


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Notas finais do capítulo

ACABOU!!!!!!!!!!!!! AI MEU DEUS SURTO KSADJKSAJD
Ok eu me empolguei e dividi os capítulos para ficar melhor de ler!!!
Obrigada a todos que acompanharam, comentaram, favoritaram e não desistiram ♥
Era pra ser uma fic one de dia dos namorados, em fevereiro, mas acabou que virou um short quase pro dia dos namorados em junho????
Mesmo assim, eu amei escrever uma clichê fofinha, com esse plot que eu vi uma vez no twitter e AMEI DEMAIS quem esperaria que o Naruto tinha fingido ir mal só porque tava interessado???? AAAAAAAAA SURTO EM NARUHINA LANGUAGE
Enfim, é isso. Obrigada de coração, e desculpa por todos os imprevistos que me fizeram demorar horrores pra postar. Vocês são os melhores, e eu sou a autora mais feliz do mundo ♥
Me sigam no twitter @hi_erohime para várias interações e me cobrar de atualização nas outras fics!!!
Nos vemos em outras histórias por aí ♥



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