Assim que minhas aulas terminaram, fui até a loja do Yugi e o mesmo carro do dia anterior estava lá com o mesmo motorista andando na calçada de um lado para o outro. Realmente não era brincadeira.

Em alguns minutos o carro já estava estacionando e junto com o CEO da companhia estava um garoto que parecia um pouco mais simpático. Aparentemente estavam me esperando.

— Seja bem-vinda, senhorita Kamisawa. – o garoto disse com um pequeno sorriso.

— Pode me chamar só de Luka. E obrigada.

— Luka? Tudo bem então.

— Este é Mokuba, meu irmão mais novo. – Seto disse antes de começar a se afastar – Vamos começar com isso o quanto antes.

Caminhamos pelo corredor até uma porta grande de metal prateada, que só se abriu depois de escanear a digital e a retina dele, revelando uma sala com inúmeras cartas de monstros de duelo.

— Mokuba vai lhe explicar o básico e depois vai te deixar sozinha para montar seu baralho. Quando estiver pronta, volto para te levar até a cúpula.

— Tudo bem.

Ele saiu e Mokuba começou a me explicar tudo, reforçando o que eu havia lido no dia anterior. Não me parecia tão difícil assim. Logo, eu estava livre para escolher minhas cartas. Pela grande variedade de monstros tipo dragão, acabei por usá-las, junto com algumas magias e armadilhas.

Como prometido, Kaiba estava esperando por mim e pegamos um elevador até chegarmos à cúpula. Não conversamos no caminho, mas o silêncio não incomodava. O lugar era enorme e Mokuba já estava preparado.

— Você vai duelar com meu irmão enquanto eu vou ficar por perto para te ajudar. Isso não pode acontecer nas regras oficiais, mas como é seu primeiro duelo vou lhe dar uma colher de chá.

— Pensei que você seria meu oponente.

— Você tem coragem, garota. Quem sabe algum dia? – ele deu uma gargalhada - Bem, chega de conversa e vamos logo com esse duelo.

O primeiro turno era meu.

— Eu invoco Dragão de Alexandrita em modo de ataque e coloco uma carta virada para baixo. Encerro minha vez.

— Certo. – Mokuba comprou uma carta – Invoco Dragão do Brilho em modo de ataque. Essa belezinha pode ser um pouco mais fraca do que o seu Alexandrita, mas com a magia de equipamento Tesouro do Dragão meu monstro ganha 300 pontos de ataque adicionais, chegando a 2200 pontos de ataque, superando os 2000 do seu dragão. Muito bem, Dragão do Brilho, ataque!

— Eu ativo minha carta virada para baixo e mudo seu dragão para modo de defesa.

— Controlador de Inimigos? Não achei que mais alguém além do meu irmão usaria essa carta. Bem, encerro minha vez.

Olhei discretamente para Seto e pensei ter visto um sutil meio sorriso, mas não tive certeza. Comprei minha carta e comecei meu turno.

— Invoco Wyvern Lanceiro em modo de ataque e passo para a fase de batalha. Wyvern, ataque o monstro em modo de defesa. – os pontos do Mokuba reduziram para 7800 graças ao efeito do meu monstro em poder infligir dano mesmo com o Dragão do Brilho em modo de defesa – Agora, Dragão de Alexandrita, faça um ataque direto.

Os pontos dele diminuíram para 5800 e encerrei minha vez. O duelo continuou e acabei ganhando, mas não foi tão fácil assim. Mokuba não parecia triste pela derrota, mas sim contente pelo meu sucesso.

— Uau, você foi muito bem para o seu primeiro duelo, Luka! Parabéns!

— Obrigada, Mokuba.

— E então, Seto? O que achou? Ela sequer precisou da sua ajuda.

— Sou obrigado a admitir que você tem algum talento, afinal. – Kaiba disse por fim – Mas me parece que monstros do tipo dragão não combinam muito com seu estilo. Mokuba, o que acha?

— Tem razão. – Mokuba começou a me encarar por alguns instantes até parecer que teve uma ideia – Talvez monstros tipo planta! Seto, o que acha de Aromági? Ela até parece com a Alecrim.

— Aromági? Sim, é uma excelente ideia, Mokuba. Kamisawa, me siga. Já temos seu deck definitivo.

Voltamos para aquela sala e Seto montou meu baralho em segundos. Dei uma olhada e admito ter gostado bastante. Os efeitos eram fáceis e as cartas tinham aspecto bem simpático também. No entanto, não me achava tão parecida com a carta Aromágico Alecrim.

— Este baralho é seu. Não precisa me devolver. Acho que encerramos por aqui, mas vamos duelar em dois dias.

— Duelar? Quer dizer você e...

— Exatamente. Nunca me imaginei duelando contra um amador, mas você tem talento. Quero ver o que pode fazer.

— Certo. Obrigada a vocês dois.