Você é uma exceção escrita por ZeroLouise


Capítulo 8
Roles aleatórios


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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—Makaaaa! — Senti alguém me mexer enquanto chamava meu nome — Vamos! Acorda logo!  —Continuou praticamente me derrubando da cama.

—Hoje é sábado! — Virei para o lado da parede, mas a pessoa continuava a me chamar, logo hoje que já entrei escondida no dormitório às uma e meia da madrugada com a intenção de evitar Tsu e suas amigas que nem estavam aqui.

Não que eu soubesse que era meu pai e estivesse ignorando, mas vai que fingindo mais três minutos o fizesse ir embora?

—Não adianta! Vamos passar o dia juntinhos, Makinha. —Ele disse com aparente felicidade.

—Argh! Pai eu só quero dormir. —Falei sem ânimo ainda não havia esquecido as palavras de ontem.

—Por favor! Tem tempo que não passo um tempo com você... — ele disse um pouco baixo e eu suspirei me virando para ele.

Contei até cinco enquanto ele me olhava com expectativas.

—O que quer fazer? — Perguntei me rendendo sabendo que teria um longo dia pela frente.

—Eu tenho uma lista — Respondeu com os olhos brilhando e eu apenas sorri sem ânimo.

(...)

—Ah! Nós vamos sim à montanha russa! —Falei arrastando meu pai pelo parque enquanto ele chorava como uma criança manhosa.

—Mas Makinha, está muito lotado.

—Pai tem três pessoas na fila! Cadê o exemplo de coragem? —Falei com uma voz brava, mas estava quase entregando os pontos e rindo de seu desespero.

—Eu sou um exemplo de coragem— Disse com ar pomposo.

—Para a montanha russa você é um homem ou um rato? — Perguntei parando na fila.

Ele junto às mãos na frente do rosto imitando um rato.

—Um rato, um rato!

Soltei uma risada.

—Ok, Stuart little, só uma vez.

Ele suspirou e concordou. A moça que pegava os bilhetes o olhou e sorriu fazendo com que o resto que havia após o drama derrete-se por completo, assim como quando ele encontra qualquer mulher que tenha entre 20 e 45 anos.

—Vamos querida filha! Vamos nos divertir! — Disse com orgulho como se me transmitisse coragem.

Que horas eu aviso que todo o parque viu o show dele?

—Vamos em frente, senhor corajoso. — Falei rindo e me sentando no lugar escolhido.

Colocamos todo o aparelho de segurança com a ajuda de outra moça, meu pai parecia outra pessoa e essa tinha coragem de pular de paraquedas, o que obviamente não era ele, na verdade é bem difícil imaginar ele fazendo isso.

O olhar bobo dele com outras mulheres no começo me deixavam com raiva, talvez por lembrar-me de tudo, mas hoje só acho “normal”, é o jeito dele.

No início o brinquedo começou tranquilo, mas logo as subidas e descidas iniciaram e eu só queria aproveitar. Não era a mesma sensação de estar em cima de uma moto com Soul pilotando, mas a adrenalina e o vento traziam a liberdade.

Meu pai por outro lado repetia como um mantra a frase da mulher que o ajudou.

—Você é um homem muito corajoso. —Ele repetia sem parar.

—Sim, papa! Você é um homem muito corajoso. — Apertei sua mão e sorri para ele que parece ter despertado, ele me olhou, ficou em silencio e sorriu de volta.

—Por você sim, Maka. — E beijou minha mão.

—Aproveita a última volta. —Falei sem graça por ter uma demonstração de carinho tão explícita da parte dele.

E como se ele estivesse acostumado a montanhas russas, ele simplesmente aproveitou a volta sorrindo, mas apertando minha mão. Sempre pensamos que os pais são as âncoras dos filhos, mas não há problema em os filhos serem as âncoras dos pais às vezes.

—Viu, falei que você era um homem corajoso — A mulher falou para ele enquanto descíamos do brinquedo.

—Apenas em alguns momentos e nos outros só agradeço a essa filha maravilhosa. —Ele disse sorrindo de lado e dessa vez acho que a mulher que se apaixonou.

Sorri e concordei.

Apesar de toda cena bonita, isso não foi suficiente para ele saísse não correndo e vomitasse na primeira lata de lixo.

—O tio é bobo, vomitou no parque— disse um garotinho rindo dele enquanto passeava com os pais segurando um enorme urso de pelúcia.

—Talvez sua situação não seja das melhores — Falei rindo enquanto segurava os cabelos dele.

—Nunca é a melhor —disse sorrindo enquanto pegava um lenço do bolso e se limpava, ao fim jogou o lenço fora e seguimos pelo parque.

(...)

Eu e Papa andávamos pela casa de espelhos, eu olhava admirada com as formas enquanto ele parecia distraído com algo.

—Maka —chamou minha atenção enquanto eu estava parada em frente a um espelho que me deixava enorme.

—Sim? — Perguntei ainda distraída.

—Você já me desculpou por ontem? — Perguntou parando ao meu lado e olhando seu reflexo também.

Olhei diretamente para ele e curvei a sobrancelha.

—Te desculpar pelo o que exatamente?

—Por ter feito você atender sua mama.

Balancei a cabeça em negação, mas sorri.

—Não precisa se preocupar com isso...

—Claro que preciso. Nossos momentos são muito bons quando você me aceita. Igual a hoje, mas sei que em muitos momentos você sente um pouco de rancor por eu e sua mãe termos deixado você por tanto tempo sozinha.

Suspirei, esse não é o tipo de conversa que se tem em um parque de diversões.

—Sabe papa, muitas vezes as situações são bem difíceis. Não posso te dizer que não sinto algo em relação a isso, mas vocês estão seguindo suas vidas. O senhor pelo menos está mais perto, é mais fácil lidar.

—Entendo, não vamos falar sobre isso por enquanto, mas saiba que sua mama ama muito você.

—Certo. —Respondi sorrindo sem muita sinceridade e segui para outros espelhos enquanto ele olhava seu reflexo pensativo.

Passamos pelo tiro ao alvo que me rendeu duas pelúcias, um sapo e um coelho branco de olhos vermelhos, opa. Passamos pela roda gigante, casa do terror, bate-bate e praticamente todas que não fossem tão parecidas com montanha russa e por fim, praça de alimentação.

Para completar o dia ganhei um look preto, do jeito que eu gosto, mas a viagem ao shopping foi bem cansativa.

(...)

—Bom, filha, vou te deixar aqui na porta, ok! —Ele disse parando na porta do prédio de dormitórios— Preciso resolver uns problemas — pedir o número da mulher do parque — Nada de passear com a gangue, fiquei sabendo que você está de amizade com eles e muito próxima do Evans — Estava demorando— Sei que o trabalho da “gangue” é apenas decorativo, mas tenho quase certeza que eles mexem com coisas erradas. Ontem à noite o quarto das Thompsons foi invadido por baratas e elas tiveram que dormir em um quarto desocupado com Tsubaki que estava com elas, elas juravam que foram os meninos da gangue por uma vingança referente a você —Só isso? — Você poderia me explicar isso?

—Qualquer quarto pode ter baratas. — Dei de ombros

—Todos os quartos são limpos e passam venenos para insetos. — Ele disse levantando a sobrancelha e respirei fundo.

—Dessa vez não sei de nada, pode ser só uma coincidência.

—Coincidência? É pode ser que o quarto da Jen estar cheio de post’its a chamando de vadia e mentirosa também seja, apesar de ela ter colocado a culpa em você e nos meninos.

—Ontem também? —Perguntei surpresa.

Esses safados nem me falaram nada.

—Sim — Ele suspirou — Por favor, não faça nada para ser expulsa de novo. —Pediu com ar cansado e suspirei me sentindo culpada por ele ter sentido tal vergonha.

—Não irei fazer, papa.

—Ok, então cuidado com a gangue e com o Evans, já dei uma dura nele, espero que ele tenha entendido. —Disse com ar de macho alfa, mal sabe ele como foi ignorado de primeira.

—Cadê a parte do não vou te impedir? —Falei sorrindo tentando amenizar a situação.

Ele sorriu e negou.

—Infelizmente terei que me meter, sei que você pode acabar se apaixonado pelo jovem Evans, mas isso é complicado, na verdade ele é complicado. Escute-me dessa vez. A família dele é complicada.

—Eu sei papa, não há nada acontecendo entre nós dois, — menti, ou não... — somos apenas amigos e infelizmente amizade é algo tão difícil de acontecer comigo — abaixei a cabeça com vergonha e ele suspirou — me deixe tentar, prometo não fazer nada errado.

—Eu sei, minha princesa — ele suspirou — só quero te proteger de se machucar e quebrar seu lindo coração —Ele sorriu e demostrava carinho.

—Irei tentar...

—Caso aconteça estarei aqui, e não se preocupe muitos ainda vão ver a joia rara que você é — ele sorriu e me abraçou. Permitir-me sentir isso e devolvi um abraço dele depois de muito tempo.

Não sabia o que estava acontecendo, mas ultimamente estava me permitindo sentir tantas coisas.

Ele sorriu ao me soltar, se despediu e seguiu caminho. As janelas dos dormitórios ainda estavam abertas, o vento entrava suave pelos corredores iluminados, algumas garotas estavam sentadas no chão, quando passei me desejaram boa noite engoli seco percebendo que era apenas um cumprimento. Sorri devolvendo o boa noite, elas continuaram suas conversas enquanto eu segui meu caminho.

O quarto estava trancado e em completo silencio o que era o completo oposto do que vinha acontecendo, já que Tsubaki estava lá. Na verdade, estar lá era uma palavra muito forte, já que ela estava deitada na cama dela admirando algo que parecia estar no teto, sobre a parte do silencio, era só falta de atenção da minha parte, os fones estavam no máximo e sem dúvidas daria dor de ouvido depois.

Era estranho encontrar Tsu em um mundo só dela, ela aprecia sempre estar tão ligada em tudo. Aquilo ainda apertava meu peito e doía. Mas eu não podia fazer nada, existiam muitas coisas entre nós e muros construídos por duas pessoas, precisam ser destruídos por duas pessoas.

Deixei minhas pelúcias e sacolas em cima da cama e senti meu celular vibrando, quando olhei era mensagem de Kid perguntando onde eu estava e por que havia sumido, nem me toquei, mas passei o dia aproveitando tanto que fiquei sem mexer no celular, o grupo com os meninos que fui adicionada de ontem para hoje, por Soul,  estava lotado de mensagens e figurinhas, Kim havia me mandado várias mensagens, mas no momento só preciso tomar um banho. Kid havia mandando mais uma avisando que daqui uma hora iria vir me buscar, pois iriamos a tal festa da irmandade. Li mais uma vez e não havia nada do tipo “você quer ir?”, tinha apenas o “Acabei de te ver chegar, daqui uma hora passo aí, vamos à festa da irmandade”. Era só o que me faltava.

Mas talvez uma festa não seja tão ruim, como se eu saísse, sorri, na verdade, tirando a festa que fui com Josh, eu só fui a festas de crianças. Quando morava sozinha preferia ficar trancada dentro de casa.

Peguei minha roupa nova, minhas coisas e fui para o banheiro. Tsu nem ao menos se mexeu, parecia perdida.

Tomei um bom banho, lavei os cabelos e sequei. O maravilhoso lado de ter cabelos curtos. Logo estava quase pronta sentada na penteadeira. Tsu se mexeu e sentou na cama, enquanto eu terminava de em arrumar ela me olhou e sorriu triste pelo espelho.

—Vai em uma festa com Kid e a gangue ne? — Seu tom de voz demostrava tristeza.

—Talvez — Sorri um pouco triste por ela e por tudo o que poderíamos estar vivendo.

—Maka. — Virei para trás olhando-a de cabeça erguida.

—O que Tsubaki?

—Você viu Yusuke fazendo algo naquele tempo não é mesmo?

Abri a boca para dizer que sim, para tirar toda essa coisa ruim de nós duas, mas no mesmo momento lembrei dela falando que iria sempre confiar nas amigas antigas dela e principalmente do tapa estralado que sempre doía quando eu lembrava.

—Isso mudaria algo? — Perguntei e voltei a olhar para o espelho e passar rímel.

—Não sei, mas eu queria saber a verdade. A sua verdade. —Ela disse me olhando e dando de ombros como se houvesse varias versões da mesma história e isso me deixou com raiva. Levantei-me e peguei minha bolsa ficando perto da porta enquanto ela me olhava com expectativas.

—Sabe Tsubaki, você e suas amigas podem ter criado inúmeras versões para sua história com o Yusuke, mas a minha é somente uma versão. No dia que eu corri atrás daquele albino chato e quase briguei com a Any passei correndo pelo caminho até aqui, no nosso lugar seguro — ela se encolheu — ao passar pelo jardim que você me disse ser ótimo para pensar, havia um casal se pegando e esse casal era seu namorado e sua amiga Jen. No dia que tudo aconteceu, naquele mesmo dia fugi de você, sim fugi, mas por não saber como te contar tudo isso, naquele dia briguei  com Black, vi Liz e Kid brigarem, me culpei por tudo e no outro dia quando ia começa a te procurar você apareceu com uma história nada  a ver, sem me dar oportunidade de falar como estou falando agora —respirei ofegante por finalmente falar tudo o que estava na garganta.

—Ma... — Ela tentou falar.

—Não, Tsubaki! Eu pensei que fossemos amigas, abaixei a guarda, te aceitei, me abri e no final você me disse que eu queria seu namorado e me deu um tapa que dói até hoje. Um tapa que me mostra que nossa amizade era só uma ilusão minha.

Sem dar tempo para ela responder, abri a porta, sai e a fechei. Em seguida quase morri de susto ao encontrar Soul encostado na porta. Ele cobriu minha boca abafando o grito. Soltei-me respirando fundo e ofegante, tranquei a porta e ele se encostou de novo na parede colocando as mãos nos bolsos.

—Você quase me matou. —O olhei com raiva e ele sorriu de lado.

—Tem tantas formas de te matar e te deixar viva. Prefiro essas.

—Soul! Pervertido! —Dei um tapa nele que sorriu e mordeu os lábios me olhando de cima baixo —Idiota.

—Vamos? —Ele disse sorrindo e estendeu o braço em direção ao corredor

—Pra onde? —Perguntei curvando a sobrancelha.

—Para a festa, vim te buscar antes do senhor simétrico — deu de ombros, despreocupado e eu sorri. Soul vestia calça preta, tênis cor vinho, blusa preta, uma jaqueta, os cabelos bagunçados e aquele sorriso presunçoso. Queria dominar as sensações de quando o encontrava.

—Você nem disfarça. —Provoquei.

—Não consigo — começamos a andar. —Não acha que foi um pouco maldosa com a Tsubaki?

—Por quê? — Curvei a sobrancelha o encarando enquanto ele andava tranquilo.

—Não ficou sabendo o que aconteceu hoje? —Foi à vez dele de curvar a sobrancelha.

—Passei o dia fora — dei de ombros.

—Me senti uma garota fofoqueira — ele rolou os olhos.

—Fala logo! Falei puxando sua bochecha.

—Ta, para! —Disse tentando fugir das apertadas, mas sorriu. — O boato de hoje foi terem flagrado Yusuke com alguém nos jardins ontem à noite, na mesma hora em que estávamos embaixo das árvores. —deu de ombros — isso foi ótimo renderam ótimas fotos, alguém espalhou o boato e hoje eles discutiram no refeitório. Obviamente Liz está virando o mundo de cabeça para baixo. Até citou que era coisa sua, mas ficou toda sem graça quando perceberam que nem lá você estava.

Vai ver era isso que Kim e Kid queriam me avisar. Será que é mais uma obra de Kid e Black?

—É, pode ter sido que eu tenha sido um pouco maldosa, mas vai que agora ela o larga finalmente...

—Ela parece gostar mesmo dele...

—Eu sei, Soul —abaixei a cabeça — mas seria o melhor, ele mente para ela.

—Te entendo, com quem você estava hoje? Vim atrás de você várias vezes. — Disse e olhou para o lado. Sorri.

—Passei o dia com meu pai.

—Se eu soubesse que precisava de companhia ou resgate teria ligado. —Disse fazendo careta.

—Deixa de ser doido. Foi até bom. — Dei de ombros.

—Aff, ok! Que horas o Kid “vem” te buscar? — Perguntou olhando para as horas no celular.

—Às 19h —dei de ombros.

Um segundo depois senti suas mãos me puxarem pela cintura e nossos corpos se tocarem, o perfume dele continuava o mesmo, seu corpo firme, seu rosto colocado ao meu e meu coração quase tendo um ataque de tal acelerado.

—Soul...

—Ainda temos tempo até o Kid aparecer, sem contar que ando me esforçando muito para não surtar e desmaiar a cada vez que te vejo, principalmente tão linda assim, mereço um beijo? — Ele olhou no fundo dos meus olhos e eu só soube concordar, Soul tinha esse “poder”.

E ele só precisou dessa confirmação para tocar meus lábios e me beijar. Primeiro devagar e em seguida com paixão. Sentia-me segura em seus braços, com suas mãos que me mantinham em pé e seus braços. Os lábios macios, o hálito de hortelã misturado ao meu gloss de morango, minhas mãos em sua nuca e nossos batimentos acelerados. Sem dúvidas daria uma ótima foto, nós dois juntos em um corredor vazio.

Quando o ar faltou, nos separamos com um selinho e Soul colocou a cabeça em meu ombro depositando um beijo em meu pescoço, o abracei forte sentindo que poderia morrer de felicidade a qualquer momento.

—Sabe, nunca senti nada do tipo e parece que estou um pouco viciado em você. Tenho tanto medo de te magoar como você pareceu estar há alguns minutos. —Ele disse com tranquilidade, mas me abraçando mais forte.

—Não posso negar que me sinto um pouco da mesma forma.

—Ainda estou aprendendo, é possível que eu erre, assim como você. Mas também somos amigos. — senti seu sorriso em minha pele— Sabe. Nunca tive uma amiga e quanto finalmente tive todos dizem que estou olhando para ela com cara de idiota apaixonado. — ele soltou uma risada — E é super provável que eu esteja mesmo.

Foi minha vez de tomar a iniciativa. O fiz me olhar, ele me olhou sem entender e em seguida o beijei diferente de antes. Um beijo suave, eu de certa forma estava entregando realmente a verdade. Queria afirmar que não, mas eu estava sentindo algo por Soul. Algo que por enquanto eu não sabia controlar. Mas algo maravilhoso.

—Entendi. — ele disse quando o ar faltou e nos separamos encostando-se à testa um do outro— Estou aliviado —Disse sorrindo. —Vamos? Kid já deve estar vindo.

Concordei e seguimos juntos até a entrada do dormitório. Kid estava chegando à porta e parou nos olhando e sorriu.

—Parece que cheguei tarde.

—Tsc. Fica quieto — disse Soul colocando as mãos atrás de cabeça.

—Sei, vamos? —Kid disse dando passagem e ficando ao meu lado direito.

—Não encontrei na sua mensagem a parte em que você me convida, Kid. —Falei beliscando ele que sorriu debochado.

—Nem que eu te arrancasse daquele quarto.

—Um murro te faz falta em?!

—Nem faz. —Me mostrou a língua. —E Soul — o olhou fazendo o albino o olhar com tedio. —Vocês estão ficando?

—Por quê? — O albino disse colocando as mãos nos bolsos.

—Tem glitter do gloss da Maka na sua boca —Disse rindo e me deixando corada.

—Tsc. Finge que não viu. —Disse me puxando e me dando um selinho. Sorriu e depois limpou onde tinha glitter.

—Huuuuum, não pode deixar mais os dois sozinhos — Kid disse rindo e eu corei o beliscando.

—Você tem sorte que é um dos meus melhores amigos, simétrico.  —Soul disse com tedio.

—Agradeço todos os dias. —Kid sorriu sincero.

Sorri e limpei meu gloss também.

Os meninos esperavam no estacionamento rindo de alguma besteira, o que já não era nenhuma surpresa.

—Hoje você vem comigo, pode ser? — Kid pediu sorrindo e concordei.

Soul rolou os olhos e seguiu para sua moto, colocando o capacete.

—Preciso ir à frente, encontro vocês lá. Vamos Black?

Com uma breve despedida eles seguiram e depois de uns três minutos rindo de umas piadas toscas o restante os seguiu, inclusive nós

—Maka —Kid me chamou enquanto atravessávamos a cidade. —Você ficou sabendo o que aconteceu com Tsubaki?

—Sim, Soul me contou.

—Ela me mandou mensagem, mas estou ignorando até o momento. Provavelmente assim que eu começar a beber eu responda.

—Ela tentou falar comigo, mas como eu não sabia apenas joguei toda a verdade na cara dela e sem dúvidas a deixei pior. —Falei suspirando.

—Vamos pensar um pouco e depois resolvemos isso, querendo ou não, ela ainda é importante.

—Sinto o mesmo. Mesmo sentindo tapa dela.

—E você e o Soul?

Suspirei.

—Ele já estava me esperando no corredor, conversamos um pouco, ele perguntou que horas você marcou de me encontrar e assim que falei, ele disse que não resistia e me beijou. —Falei olhando para os prédios, pois sabia que ele me olhava pelo retrovisor.

—Maka, Maka. Parece que você conquistou o coração do eater. —Disse com tom de felicidade.

—Não sei se essa é a melhor palavra, Kid. Ainda tenho medo, mas parece que é só meu cérebro, pois meu coração falta sair pela boca só com a expectativa de encontra-lo de novo e principalmente dele me puxar e me beijar de novo.

—Vou investigar sobre isso — ele diz rindo. —Mas continue com sua cautela, é uma das suas qualidades que eu mais gosto.

(...)

—Dois dias depois... — Disse o albino assim que estacionamos.

Ele e Black estavam parados perto das motos bebendo algo, provavelmente bebida alcoólica, Black conversa com uma garota que sorria para ele como se ele fosse o cara mais bonito do mundo, provavelmente bêbada. Junto a ela uma garota bebia algo olhando disfarçadamente para Soul que fingia não ligar. Senti algo entranho na garganta, mas fingi não ligar.

—Demoramos o mesmo de sempre — Disse Harvar sem animo — A casa fica no meio do nada. —Deu de ombros.

—E como está lá dentro? —Hero perguntou arrumando o cabelo e sorrindo sedutor.

—Desconhecidos, muitas mulheres e alguns da Raimon’s —Soul disse e depois apontou para as duas garotas que estavam conversando com Black. —Mas quem é bom, nada...

Raimon’s? Será que Josh está aqui? Meu coração acelerou, já havia um bom tempo que eu não o via pessoalmente.

—Kid —Soul chamou a atenção de Kid — Aquela garota da outra vez estava perguntando por você. — Deu de ombros e bebeu mais um gole.

—Quem? Mary? — Kid sorriu e eu curvei a sobrancelha.

—É! Essa mesma.

—Ela é minha prima — deu de ombros — vem Maka vou te apresentar. —Disse sorrindo e pegando na minha mão.

—Opa! Deixa a loira um pouco comigo — disse o albino sorrindo.

Kid curvou a sobrancelha.

—Vou levar levá-la para lanchar —deu de ombros e sorriu.

—Eu a vi primeiro — Kid disse bufando.

—Será? —O albino sorriu de lado e Kid suspirou.

—Ok! Esse argumento é valido. Mas daqui a pouco eu volto.

E saiu entrando na casa, os meninos já estavam lá, sobrando apenas eu, Soul, Black e as duas garotas. Aproximei-me de Soul e ele sorriu.

—Então você me viu primeiro? —Perguntei sorrindo e o provocando, ele sorriu daquele jeito só dele.

—Você ia me achar maluco se soubesse desde quando. Você bebe? — Perguntou olhando para o copo.

—Não tenho costume, mas posso experimentar? —Perguntei o olhando.

—Pode, mas antes vamos lanchar? Não quero você dando pt com um único copo — disse sorrindo —apesar que eu vou estar ao seu lado.

—Opa! Eu ouvi lanche? —Black disse pulando da moto.

—Sim, vamos? —O albino deu de ombros.

—Claro! Ah Maka, essas são Jasmine —a que estava quase em cima dele —e Yumi —A que admirava Soul e agora me encarava — Meninas essa é a Maka.

Sorri cumprimentando e Soul passou o braço pela minha cintura me levando de lá. Um completo sem educação.

—Provavelmente vamos passar a festa juntos, os caras sempre somem, principalmente quando as meninas da Raimon’s estão por ai. — Soul disse dando de ombros.

—Não sei se assim você está me protegendo ou arrumando alguém para me matar. — Falei rindo e sorriu.

—Quem é louco ou louca de encostar em você?

—Sei lá — dei de ombros — vários já fizeram.

—Você pelo jeito é boa de briga.

Era engraçado como eu estava mais calma nos últimos dias, as únicas brigas eram no clube de luta e tudo monitorado.

—Aprendi a me virar. — dei de ombros enquanto seguíamos para um carrinho de cachorro quente que havia na rua.

—Tem problema com comida da rua? —Ele perguntou receoso.

—Não — ele sorriu.

—Encara um dogão? — perguntou aprontando para um do cardápio.

—Sim. — mostrei a língua e ele sorriu.

—Você é mesmo uma exceção, loira. — Disse me entregando o “dogão” e sentando ao meu lado.

—Por quê? —Perguntei mordendo o lanche em seguida.

—Já vim em várias festas aqui e nenhuma garota quis vir comigo. —Deu de ombros.

—Você deve ter tocado o terror nas coitadas.

Ele revirou os olhos.

—Nem vem.

—E ai pombinhos! —Disse Black fazendo nós dois rolarmos os olhos. —Dogão violento?

—Obvio! —Soul disse rindo e voltando a comer.

Ficamos em silencio comendo enquanto Black não pegava o seu, na verdade os seus, Black chegou com dois cachorros quentes.

—Nem parece que comeu quase todo lanche do refeitório — Disse Soul sorrindo.

—Aquilo era só um aperitivo. —Disse com desdém.

—Sério alguma empresa espacial deveria te estudar — comento rindo — Um buraco negro tão pertinho é uma oportunidade única.

Soul riu enquanto Black fez bico.

—Tsc. Nanica.

—E aí acha que a festa vai render? —Soul comenta com Black que dar de ombros.

—Só mandaram as meninas da Raimon’s, os caras que são bons, nadinha.

—Pode ser uma tática de distração, já que elas sempre caem em cima de nós. —Soul deu de ombros.

—Nem vem, já dei um chega para lá em Jasmine e Yumi, que inclusive está bem brava por você dar atenção a Maka — me olhou sorrindo e revirei os olhos — Elas queriam saber como estávamos fazendo as coisas, sem dúvidas o plano é nos distrair e descobrir algo dos times.

— Um fora por festa não é suficiente?! — Soul fala com desdém — Bom avise os meninos sobre isso quando encontrar algum deles farei o mesmo.

—Para ser bem sincero, só queria beber até esquecer a morena. —Ele diz com a boca cheia de pão.

Olho para Soul curvando a sobrancelha.

—Não, eu não contei. —Ele responde entendendo minha pergunta.

—Contou o quê? — Perguntou de boca cheia de novo, mas já comendo o segundo.

Olhei para Soul que suspirou.

—Parece que sua morena está quase ficando solteira. —Soul disse como quem não quer nada e tomou um gole de seu refrigerante

—E vocês só me falam essa benção dos céus agora?! —Disse feliz, que errado, mas eu sorri.

—Larga de ser doido —Falei rindo —Ela está refletindo ainda.

—Tomara que ela não pense muito e termine com aquele otário, inclusive, vocês encontraram com ele por esses tempos?

—Não vou mentir que procurei — dei de ombros enquanto eles me encaravam com expressões não muito boas. — Mas só o encontrei aquele dia na lanchonete mesmo. —Dei de ombros.

—Relaxa que nossa vingança não terminou ainda. Tenho um presente para você, depois te entrego. —Soul disse sorrindo.

—Que presente? —Curvei a sobrancelha.

—Algo que você vai gostar, mas obviamente alguém vai sofrer. Não gostei muito de saber que alguém te machucou. —Disse sério bebendo mais refrigerante.

Black sorriu.

—É triste para alguns e bom para outros, e eu estou na segunda classificação. —deu de ombros terminando o dogão, enquanto eu e Soul estávamos na metade.

—Um leve medo desse presente — respondi sorrindo, iria confiar em Soul —Jovem, mastiga um pouco. —Fale curvando a sobrancelha enquanto Black lambia os dedos.

—Já vou buscar é outro enquanto vocês não terminam o de você. —Disse se levantando e indo buscar outro.

—Ele não passa mal em comer tanto em beber em seguida? — Pergunto para Soul que estava distraído me encarando.

—Hã? —Balançou a cabeça — Ah! Não, ele já está acostumado. —Diz disfarçando e em seguida rindo baixo de algo.

—O que houve Soul? —Perguntei olhando para os lados procurando o motivo da graça. Cri cri cri.

—Ai loira, você sempre se suja comendo alimentos com molho. —Disse se aproximando com um guardanapo e limpando o local sujo. Corei envergonhada.

—O... obrigada Soul —Consegui dizer em meio a uma crise de vergonha e vontade de socar a cara dele pela vergonha.

—Sem problema. —Ele voltou a posição anterior. —Você tem ido ao clube de luta? —Perguntou olhando para Black que chamava atenção na fila do dogão.

—Sim, mas essa semana só fui na quinta, estava com preguiça.

—Você está mais calma — ele disse voltando a olhar-me e dei de ombros.

—No momento a única pessoa que quero socar a cara é a Liz, mas ainda não apareceu a oportunidade.

—Os meninos não estão colocando a vingança em pratica? —Ele perguntou curvando a sobrancelha. Pelo jeito Soul sabia de muita coisa.

—Pelo que o papa disse quando me deixou agora à tarde, sim eles começaram.

—Antes tarde do que nunca —Disse sorrindo.

—Mas a Liz merece mais que baratas no quarto, ela merece porrada. —Falei sincera e ele sorriu concordando

—Não queria ser ela, te vi lutando um dia desses e passo a vez sempre que possível. —Disse brincando.

—Que dia? — Perguntei surpresa, nunca o vi na sala do clube.

—Ah! —Disse como se não tivesse importância. —Um ia aí, mas sério, você é muito boa. Não queria ser um oponente.

—Como se você fosse apanhar — Revidei a brincadeira.

—De você? Sem dúvidas prefiro bater, mas de um jeito que você vai adorar. —Disse sorrindo de lado e eu corei. O ridículo sempre tinha uma frase sexual pronta?

—Duvido muito — Falei desviando o olhar.

—Ah loira — disse soltando uma risada curta — Eu vou fazer você adorar.

Queria dizer que não sentir nada, mas sentir certo calor no corpo, balancei a cabeça afastando imagens de um Soul um pouco dominador. Apesar de que isso vinha atiçando minha curiosidade.

—Opa! Sobre o que vocês estão conversando? —Disse Black sorrindo — Parece ser beem intima, quero saber — Disse rindo e Soul rolou os olhos.

—Nada demais, a loira disse que estava com calor e eu ofereci mais um refrigerante para ela, você pode pegar, por favor? —Soul disse sorrindo de lado. —Você já está em pé —Disse quando Black fez careta.

—Você sabe que isso não enganou ninguém né? —Black disse e em seguida foi buscar outro refrigerante.

—Você não sabe mentir como os outros homens? —Perguntei rindo da mentira horrorosa que ele contou.

—Não me veio nada na hora —deu de ombros —eu não ia contar para ele meus desejos sexuais com você — Sorriu de lado me encarando.

—Vamos trocar de assunto? Black já esta vindo.

—Por enquanto sim — Sorriu e dei-lhe um tapa no braço e ele riu, Idiota mesmo.

—Vocês vão me esperar comer né? —Black disse sentando e colocando os refrigerantes na mesa.

—Em dois minutos você termina —Soul deu de ombros e Black sorriu.

—É um bom momento para quebrar meu recorde, o que acha? — Disse esfregando as mãos.

—E lá vamos nós! —Respondi sem ânimo e eles sorriram.

—Ai nanica, você realmente combina com a gangue — Disse sorrindo e focou no seu lanche.

—Se fosse só com a gangue... —Soul disse baixinho e me olhou sorrindo e não sei bem o porquê, mas meu coração acelerou e eu sorri de volta.

(...)

—Regras de sobrevivência nas festas da irmandade, loira. —Soul disse enquanto seguíamos em direção à festa.

—Regras de sobrevivência? —Perguntei curvando a sobrancelha — Não é só curti e não aceitar bebidas de estranhos?

Eles sorriram.

—Não tão fácil. —Black disse colocando as mãos nos cabelos azuis em seguida.

—Essas duas são as principais, apesar de que irei impedir bebidas de estranhos perto de você, as regras são: cuidado com as meninas da Raimon’s, não vá ao lado de fora sem avisar, sempre tem alguma garota esperando para fazer casinha. Não pode brigar no salão, banheiro é local proibido para brigas. Não aceite nada de outros caras, eles sempre batizam as bebidas, e tome cuidado com as amizades que for fazer, nem sempre são boas opções.

—Que festa estranha. —Dei de ombros.

—Você não viu nada. —Disse Soul tranquilo, o barulho de música alta, já estava bem perto, poucos minutos depois chegamos à porta de entrada e Soul parou. —Pronta? —Concordei e ele sorriu —Bem-vinda a festa da irmandade. —Disse abrindo a porta e entramos em seguida.


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Notas finais do capítulo

Obrigada ela leitura ♥



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