Você é uma exceção escrita por ZeroLouise


Capítulo 6
Aos poucos alguma coisa


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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—Maka — Tsubaki bateu na porta do banheiro enquanto eu terminava de me vestir para ir fazer o trabalho com Black Star.  —Black Star está te esperando — Ela disse fingindo desinteresse, mas era obvio que estava se corroendo desde do dia que Soul me chamou para andar com eles, o que venho fazendo desde então.

Mas faltava coragem para perguntar, se bem que eu não iria responder.

—Ok, já estou indo. —Respondi terminando de abotoar minha blusa social do uniforme.

Ao sair do banheiro, Tsubaki estava sentada em sua cama encarando Black que estava deitado na minha cama e fingia que ela nem estava lá.

—Folga o nome, não é mesmo?! —Falei ao perceber tamanha folga.

Black sorriu.

—Não é todo dia que posso realizar meu desejo de entrar nesse quarto. —Respirei fundo, ele é muito bobo apaixonado.

—Pervertido. Tsc. Vamos logo. Já que está aí pega esses livros e o notebook que estão na cama.

—Amigo não é o mesmo que escravo, sabia?!

—Sim e ignoro, agora vamos logo. —Falei abrindo a porta do quarto para ele passar carregando meus livros.

—Impressão minha ou você estava ignorando sua mina 10/10? —Perguntei assim que entramos no corredor da biblioteca para pegarmos os livros.

—No momento é o máximo que ela terá do seu futuro deus e namorado — Disse com desdém. —Sem contar que ainda não esqueci o que ela fez com você —Deu de ombros.

—Futuro deus e namorado? — perguntei rindo tentando esquecer por mais um tempo a situação com Tsu.

—Pode não ser agora, nanica. Mas sei que minha Akai Ito (O Fio Vermelho Do Destino) é ligada a ela.

Fiquei em silencio refletindo sobre isso, quem diria que alguém como Black Star acreditaria em fio do destino e que diria algo tão meigo? Mas agora me fazia pensar no que as pessoas fazem para merecerem umas às outras. Era obvio que Black Star merecia Tsubaki por ela ser a garota mais legal da escola, mais simpática e generosa e ela o merecia por ele ser dono de um dos corações mais puros e sinceros da escola, além de ser engraçado e protetor, apesar de ela não precisar de proteção (se bem que nos últimos dias não demostrava tanto assim).

Escolhemos os livros e era obvio que não iriamos conseguir fazer na biblioteca, Black é muito hiperativo para lugares calmos e seriamos expulsos se continuássemos lá, pois em cinco minutos a bibliotecária chamou nossa atenção duas vezes por esse tapado estar procurando livros sobre sexo e reclamando da falta deles.

Seguimos pelo corredor vazio, nesse horário todos estavam nos treinos ou clubes.

—Podemos fazer no refeitório, pelo menos lá tem tomada para carregar os notes — Dei a dica pensando no melhor lugar.

—E ainda fica perto da comida — ele disse sorrindo e rolei os olhos. Morto de fome.

—Então você rola com Soul na grama e depois se pega com Black na biblioteca? Você é pior do que eu pensei —Disse alguém que ao me virar percebi se a mal-amada da Any.

—Tsc. Isso não é da sua conta. —Black respondeu e continuou andando.

Sorri para ela e cheguei um pouco perto dela.

—Você melhor do que ninguém sabe que pessoas como o Soul é sempre bom repetir a dose né? —Sorri sapeca e acompanhei Black enquanto ela gritava me xingando de vários nomes enquanto eu sorria satisfeita.

—Tenho até medo de perguntar o que você falou para ela. —Disse sorrindo.

—Xiu —Fiz sinal com o dedo —Tem certeza que não quer saber? —Falei sorrindo e me aproximando dele enquanto ele corria.

—Nããão! Quero não! —Disse sorrindo e eu segui em uma curta corrida.

(...)

—Mentira que você falou isso para ela —Ele disse rindo enquanto tomávamos suco e já estávamos na metade do trabalho.

—Preciso que me odeiem pelos motivos certos. —Dei de ombros.

—Quero até ver a cara do Soul quando ela for perturbar ele.

—Falando nisso... —O olhei e olhei pra os lados — qual o lance entre eles dois?

—Até que você é bem feminina —Ele disse rindo em seguida —ta não me bate — falou enquanto eu distribuía tapas nele —Você não é tão feminina —disse entre risos —Ai, maluca! Ta parou eu conto senhorita meio termo.

—Responde logo o que eu perguntei. —Falei bufando e ele sorriu.

—O certo seria, o lance que eles tinham. Digamos que ela ficou bem puta depois de ver vocês rolando na grama, sem contar que eles não tinham nada, pelo menos da parte de Soul. O negócio dele era sexo e ela queria mais que isso, mas quando um não quer dois não namoram...

—E agora ela ta achando que eu e ele...

—Ela e várias pessoas da escola — ele deu de ombros — mas isso não importa. Conheço Soul desde que me entendo por gente. Ele não ficaria com você pelos mesmos motivos que ficava com ela.

—Quer dizer que Soul não ficaria comigo só por sexo?

—Isso. —Concordou dando de ombros e parando em seguida— Vocês já transaram? —Ele perguntou e depois ficou estático e eu corei.

—Claro que não, idiota!

Ele começou a rir enquanto eu estava corada.

—É obvio que eu sei, só perguntei para te ver corada.

—Idiota! —Dei alguns tapas nele.

—Relaxa, ele não te ver com esse propósito, apesar dele ainda não saber o que está sentindo por você apesar de ser bem obvio. —deu de ombros.

—Até você com esse papo — rolei os olhos.

—Mas é sério, todos os caras da gangue já perceberam e estão loucos para zoarem ele, mas o medo de morrer é maior, o único corajoso é o Kid e você nem imagina os esporros que ele leva por isso.

—O que o Soul faz com Kid?

—Nada demais — disse sorrindo e dando de ombros —praticas masculinas de resolver as coisas, como cartas, jogos, basquete, cinco minutos de murro sem perder a amizade, chá da tarde...

—Cinco minutos de murro sem perder a amizade? — Perguntei incrédula.

—Falo tantas coisas e você só foca nisso? — Perguntou com falsa magoa.

—Obvio, essa sem dúvidas é a forma como eles resolvem. —Ele sorriu concordando

—Somos parte de uma gangue é obvio que isso aconteceria. —Deu de ombros. —Mas nada com o que deva se preocupar, a amizade deles é muito forte.

—Tsc. Por isso Kid apareceu com alguns hematomas essa semana.

—Se ele continua provocando então ele não liga — Black deu de ombros.

—Se você está dizendo... —Tomei um gole do meu suco pensando um pouco sobre isso, Soul pode estar “apaixonado” por mim, mas e eu?

—Podemos falar no nosso trabalho que as “borboletas no estomago” na verdade é seu corpo parando as fezes? — ele pergunto olhando para o site em que pesquisava.

—Se você quiser falar... —dei de ombros.

—Com certeza, hehe. —Voltou para suas pesquisas e anotações.

—Homens...

(...)

—Maka, finalmente te achei. —Kid disse ofegante depois de uma corrida até onde eu estava.

—Me procurando há muito tempo? — perguntei tirando os fones, estava no terraço conversando com minha mãe e bem pesada emocionalmente.

—Só uns QUINZE MINUTOS — disse com raiva— me atende.

Sorri de forma triste.

—Estava ocupada. O que queria comigo?

—O que você tem? — perguntou puxando meu braço com uma mão e erguendo meu rosto com outro — seus olhos estão inchados — suspirou — resolveu atender sua mãe?

—Tsc, sim! Ela pediu para meu pai me procurar pela escola e ele só parou de falar quando finalmente atendi. Ainda não sei qual tortura é pior.

Ele simplesmente me puxou e me abraçou forte, respirei fundo me controlando para não chorar.

—Bora sair? Os meninos estão indo para a lanchonete e decidimos que você deveria ir.

—Decidiram ne? — falei sorrindo ainda triste e me separando de nosso abraço.

—Sim, vamos logo!

—Mas eu nem troquei de roupa. —Tentei evitar.

—Relaxa, todos estão de uniforme. É mesmo só um lanche, depois de reuniões sempre fazemos isso...

—Certo...

—Só tem um problema...

—Que seria? —Perguntei receosa.

—A moto do Kilik quebrou e ele não arrisca ir com o Soul, somente comigo e como os meninos já foram, você vai ter que ir com o Soul...

—Esse era o plano desde do início ne? —Revirei os olhos.

—Não sei do que você está falando. —Ele disse dando de ombros.

—Aham —Respondi enquanto ele me puxava em direção ao estacionamento —Nem percebi você tentando me empurrar para ele aos poucos, hoje de manhã ele nem me jogou bolinhas.

—Um bom avanço. —Ele parou e me olhou —Então quer dizer que você estava observando-o?! —Perguntou sorrindo.

—Deixa de ser ridículo, Kid. —Respondi corando, me entreguei sem querer.

Ele sorriu.

—Pode ser que eu nem esteja fazendo nada e seja apenas sua vontade de ficar perto daquele albino idiota.

—Naaam. —Tentei disfarçar.

— Será? —Disse sorrindo enquanto praticamente me arrastava para o estacionamento.

Queria muito que eu não estivesse certo, mas agora me vinha à cabeça a voz de Black falando que nós encarávamos durante as refeições, os encontros nos corredores, os sorrisos dele. Queria surtar.

—Ah, Maka! Você nem imagina o quanto te adoro! — Disse Kilik enquanto subia na garupa de Kid e iam embora me deixando perto de Soul.

Neguei com a cabeça.

—Isso quer dizer que você não pilota bem? —Perguntei provocando e ele rolou os olhos, mas sorriu.

—Eles não estão preparados para a emoção de irem comigo — deu de ombros, em seguida me olhou, na verdade me encarou e desviei o olhar. —Loira, o que aconteceu com você? Quem te fez chorar? —Disse com um pouco de raiva e segurou meu rosto me fazendo o olhar, desviei dele de novo.

—Ah, Soul...

—Só me fala o nome, que eu bato até a pessoa esquecer quem é você e não te perturbar mais.  —Ele disse sério e de frente para mim.

Sorri ainda um pouco triste, mas levemente melhor.

—Seria péssimo se você batesse na minha mãe...

Ele suspirou.

—Posso bater no seu pai para compensar? — Perguntou sorrindo.

Sorri e soltei uma risada curta.

—Seria seu sonho ne?

—O velhote é bem chato, e agora anda me perseguindo achando que estou te corrompendo.

—Quê? —O que meu pai anda fazendo?

—Relaxa, já falei que não estou fazendo nada com a princesa dele, ainda...

—Soul! — Dei um tapa no braço dele e ele soltou uma risada.

—Peguei o final de semana de detenção — disse dando de ombros — Como se eu saísse daqui todos os dias.

—Ele pode ser bem insistente quando deseja. —Falei sorrindo e lembrando-se dele me procurando.

E quando eu menos esperei, Soul puxou-me, arfei de susto. Logo senti o cheiro dele invadir minhas narinas, o perfume masculino e maravilhoso. Estava quase perguntando qual era a fragrância de tão boa que era. O abraço se apertou e finalmente o devolvi passando meus braços ao redor dele e relaxei.

—Sabe, seu cheiro é tão bom — Ele disse encostando a cabeça na minha. —Poderia ficar sentindo seu cheiro sempre.

Sorri corando.

—É engraçado te dizer isso —comecei a falar e ele se separou para me olhar— me abraça de novo — fiz bico e ele sorriu me abraçando — mas reconheço seu perfume a distância e sempre me vem uma sensação de conforto.  —Falei com vergonha e o abraço apertou um pouco.

—Espero que sempre sinta isso, loira. Queria que você não sofresse por causa dos seus pais e nem nada do tipo, mas como não posso evitar, vou te ajudar a aliviar.

—Como? — Perguntei o olhando e saindo do abraço.

—Vou dar um jeito — ele sorriu —Vamos logo, antes que o Spirit apareça atrás de um carro e nos aborde. —Disse sorrindo e dei um mini sorriso, pois de certa forma algo me dizia que ele iria tentar me fazer esquecer sim.

Ele me entregou o capacete e subiu na moto, acompanhei seu ritmo e ele se virou colocando o capacete.

—Pode segurar bem firme, ta. Mas vou pegar leve.

—Ta bom. —Agradeci pelo capacete cobrir meu rosto e não denunciar minhas bochechas coradas e meu sorriso envergonhado. Apesar de momentos depois eu abri a viseira sentindo o ar.

E ele estava certo em recomendar que eu segurasse nele. Primeiro obedecendo as regras de transito e em seguida cortando a cidade como um louco, o vento batia em nossos corpos e pela primeira vez senti o prazer de ser livre em uma moto como os motociclistas diziam ser. Aproveitei o caminho sentindo o vento bater em meu corpo e só agradecia por usar short por baixo da saia do uniforme. Relaxei o máximo possível e era como se um peso fosse retirado de minhas costas. Ao olhar para o retrovisor, Soul me observava satisfeito e eu sorrir de verdade, ali não tinha espaço para a tristeza que às vezes me consumia.

—Segura, vamos dar uma última volta no quarteirão — ele disse sorrindo e então eu me toquei que já devíamos ter chegado à lanchonete há um tempo.

E ai eu entendi que ele estava rodando comigo pela cidade e o abracei forte, seu cheiro mexia comigo, e eu estava lutando para não me apegar mais do que já estava,  não que eu fosse admitir isso em voz alta, senti sua mão direita tocar a minha por alguns segundos e voltar a guiar a moto. Era engraçado como essa momento de silencio não era constrangedor e sim tranquilizador, havia silêncios que era tão bem vindos. Ao estacionar os meninos estavam parados no estacionamento rindo de alguma piada idiota que eles sempre contavam uns aos outros.

—Ah os pombinhos finalmente chegaram. — Ox disse sorrindo.

—Idiotas! —Falei descendo da moto.

—Tsc. Já escolheram os lanches? —Soul perguntou descendo da moto e tirando o capacete.

—Sim, senhor! —Black respondeu batendo continência. —Muita batata —Falou com os olhos brilhando —Inclusive, está pronto. Vamos? —Disse praticamente dentro da lanchonete sendo acompanhado pelos meninos. Eu e Soul ficamos por último.

—Obrigada por isso, Soul. —Falei tímida levando capacete enquanto ele me acompanhava lado a lado.

—Eu também sai ganhando —ele deu de ombros.

—Em quê? — Perguntei curvando a sobrancelha.

—Ganhei a imagem de você aproveitando um passeio de moto e sorrindo de verdade depois de estar triste. —Deu de ombros. —E só isso importa.

(...)

—Eu abro as apostas da competição de comidaaa! —Disse Black subindo na cadeira e sendo acompanhado de Kilik.

—Eu dobro a oferta —Disse Kilik a única pessoa que acompanhava Black nessas coisas.

—Eu triplico! —Ox disse sorrindo e levantando uma batata como se fosse uma espada.

—Começou —Kid disse sorrindo

—Aff, esse lugar já foi melhor frequentado — Escutamos Liz dizer. Ela estava entrando acompanhada de Patty, Tsu e Yusuke.

Sorri. Fazia tempo que esse infeliz corria de mim.

—Ora, ora —Falei baixinho e Kid soltou uma risada baixa.

—Tenho tanta dó dele quando você finalmente encontrar ele sozinho. —Disse no mesmo tom.

—Eu também tenho.

A melhor palavra para Liz foi ignorada e zoada em seguida.

—Ta se achando importante! —Hero disse rindo.

—Liz, a rainha da cocada—Disse Kilik

—A deusa do Egito —Hero disse sorrindo.

—Anda com um avestruz, sua estranha —Disse Ox fazendo todos olharem para ele com cara de interrogação e ele só deu de ombros.

—Ox, você é muito fora da casinha —disse Harvar comendo batata frita em seguida.

Ox sem dúvidas era o nerd se adaptando a vida de uma gangue, tirava boas notas e sempre estava no topo, mas nunca perdia a oportunidade de estar com a gangue babaca, assim como Harvar.

O novo grupinho ficou a três mesas de distância e por azar da vida Yusuke se sentou virado para nós. A todo momento olhava com certo medo em nossa direção. Até que acenei sorrindo para ele. Enquanto Kid morria de rir.

—Nunca vi um homem ter tanto medo de uma mulher —Kid disse rindo de Yusuke engolindo seco e desviando o olhar.

—A triste vida de quem deve —Falei sorrindo e em seguida procurei o olhar de Soul, ele estava ao lado de Hero e Black, estávamos praticamente cada um em uma ponta da mesa, às vezes sentia o olhar dele sobre mim, e a festa no meu corpo rolava solta.

Soul só fingia não está ali, e o modo estranho e não ligando para nada estava ativado. Acho que eu precisava aprender esse modo Soul, às vezes poderia ser bem útil.

Eu diferente disso, participava das piadas e revidava as zoações, os meninos fizeram outra aposta de comidas e Black ganhou de novo, um buraco negro não era suficiente, sem dúvidas existiam dois dentro dele e sem dúvidas os dois estavam em pleno funcionamento.

—Vamos loira — Soul disse assim voltou do caixa com Black e Kid.

—Certo. —Respondi e me levantei o acompanhando.

Os meninos também se levantaram e seguiram o albino.

—Cuidado, tá?! Se ele correr demais me avisa que quebramos ele na porrada. —Kid disse enquanto os meninos concordavam e sorriam, concordei.

—Idiotas — Soul disse subindo na moto e me esperando.

—Relaxa, idiota. —Falei me segurando nele.

Ele bufou e ligou a moto seguindo em direção ao colégio.

—Esqueci-me de te ajudar no caso do Yusuke. Me desculpa.

—Desculpar pelo o quê? — ele continuou acelerando.

—Por não ter ajudado. Mas vou me esforçar e vai valer a pena.

Apenas o abracei enquanto ele acelerava e seguia cidade adentro chegando ao colégio em poucos minutos.

—Fico te devendo um passeio desses depois, estávamos em cima da hora. —Ele disse assim que estacionou e eu desci da moto.

—Chegamos na hora — respondi olhando as horas no celular que ele tomou da minha mão —ei! —tentei pegar, mas nada feito. Malditos quinze centímetros.

—Agora você pode me passar seu número? — ele perguntou olhando para o celular e em seguida para o meu rosto.

—Você já queria tem um tempo — dei de ombros.

—Ninguém quis passar — deu de ombros — nem Tsubaki, e olha que perturbei ela duas semanas.

—E me perturba há semanas - falei dando de ombros e ele sorriu

—É mais forte do que eu. — fez uma expressão de inocente.

Peguei o celular e coloquei a senha para que ele anotasse o dele e ele me passou o dele, eu poderia colocar o número errado, mas ok. Ele me acompanhou até a porta do meu quarto, fomos conversando sobre amenidades como matéria favorita, trabalhos da semana, no qual ele afirmou estar fugindo do trabalho com Tsu por estar planejando algo, antes mesmo de virar o corredor escutamos as vozes das meninas na porta do quarto. Soul me puxou e voltamos um pouco antes delas nos verem.

—Pelo jeito sua noite vai ser longa... —disse baixinho me encostando na parede.

—Meus fones já estão preparados. —respondi tentando passar confiança.

—Se quiser pode ir dormi lá no quarto, eu expulso o Black. —Disse sorrindo e eu corei pela proposta seria.

Sorri.

—Na sorte que eu tenho meu pai abriria a porta a qualquer momento e seriamos obrigados a nos casar. —falo brincando.

—Só precisamos ser flagrados? — Ele curva a sobrancelha e depois sorri de lado.

—Acho que não em...

—Se quiser podemos dar uma volta antes de você entrar.

—E para onde iriamos? — No momento parecia bom.

Ele pensa um pouco e me olha.

—Gosto de ir para o terraço, mas a noite embaixo das arvores é melhor — dá de ombros. —Me acompanha?

Pensei um pouco, seria confiável? Se ele tentasse algo eu daria um murro na cara dele.

—Vamos — dei de ombros e o seguir noite a dentro.

Apesar do toque de recolher ser as 22h, nas sextas eles deixavam uns minutos a mais, então acabava que entravamos as 22h30. Ainda existia alguns alunos perdidos pelos corredores ou até mesmo perdidos em outras bocas.

Soul caminhava ao meu lado e me guiava para onde queria ir. Acabamos sentados um pouco afastados dos prédios do colégio. Apenas sentamos, nós apoiamos na arvore e relaxamos. A grama estava um pouco úmida, mas nada que atrapalhasse, o clima agradável me fez relaxar. Por um tempo não falamos nada, apenas sentimos o vento agradável que vinha prenunciando chuva no final de semana.

Ele recebeu uma mensagem no celular, leu e sorriu tranquilo o guardando em seguida.

—Sua relação com seus pais não é tão fácil? —ele perguntou do nada me fazendo pular de susto.

—Não mesmo, mas pode ser que eu dificulte um pouco — dei de ombros.

—Sincera.

—E como é sua relação? —Perguntei curiosa.

—Estudo aqui desde dos oito anos, acho que isso já diz muita coisa — diz colocando as mãos atrás da cabeça.

—Ovelha albina da família?  —Ele sorri

—Ovelha albina e má — disse dando de ombros.

—Será? — Perguntei deitando na perna dele, que primeiro se assustou e depois relaxou voltando a ficar na pose de antes.

—Talvez — deu de ombros.

—Tem cara de “você vai acabar descobrindo” — fiz aspas com as mãos e ele sorriu debochado.

—Basicamente sim, talvez eu seja um pouco mais difícil de compreender.

—Há dois meses você me derrubou no corredor insinuando coisas, depois disso jogou bolinhas, me derrubou “sem querer” no corredor lotado, me impediu de bater na Liz, me beijou, me ignorou, me jogou mais bolinhas e agora estamos aqui. Realmente você talvez, só talvez seja difícil de entender — falei sorrindo enquanto ele me encarava.

—Para ser sincero, nem eu entendo toda essa linha do tempo.

Sorri.

—Na maioria das vezes só aceitamos as pessoas. —Ele sorriu e concordou.

—Sabe, esse é um dos meus lugares favoritos — ele disse olhando para frente onde existia apenas mais arvores e banquinhos com mesas que usávamos para lanchar.

—A noite ele é mais legal...

—É perfeito para fugir e ficar sozinho escutando música, pensei que seria bem estranho estar aqui com alguém, mas agora que você está aqui não estou achando tão estranho como pensei que seria.

—Você nunca trouxe ninguém aqui? — O olhei enquanto ele sorria tocando em meu cabelo.

—Não se ache muito por isso, loira.

—Jamais — sorri de volta.


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Notas finais do capítulo

Obrigada ela leitura ♥



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