Beast Hunters escrita por HAlm


Capítulo 5
Em chamas


Notas iniciais do capítulo

Atenção!

Neste capítulo ocorre: mutilação, estupro, insinuação a sexo e nudez.



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Lenna começou a ofegar sem parar e Verloran se afastou um pouco.

Ambos deitados numa cama. Ambos nus e suados. Ofegantes sobre os lençóis.

— Isso foi... incrível... - Lenna falava com dificuldade.

— Fizemos tudo... que sempre tivemos vontade... - Apoiou a cabeça com um dos braços. - Finalmente... Algo bom nessa vida de político...

Ela olhou para o teto e gargalhou de felicidade terminando com um grito alegre com seus braços e pernas esticados ao ar.

— Eu não poderia morrer sem fazer isso com você.

Lenna colocou uma das mãos na testa, sorrindo e olhando para o amigo. E na visão de Verloran, um anjo estava olhando para ele. Os seios tomavam a forma de uma obra de arte, as gotas escorriam por cada parte do corpo e os olhos, concentrados em algo muito específico como sempre... Este algo era ele... E o rei se sentia sortudo por isto.

Ele se virou para conseguir acariciar o rosto de Lenna, e pelo olhar, ela estava gostando do carinho. É claro que ela gostaria...

— E sua esposa? - Ela tocou a barriga de Verloran e com um olhar atrevido desceu acariciando o corpo do rei em cada centímetro.

— Talvez esteja com o amor da vida dela... Você sabe... Obrigados a nos casar, mas não obrigados a ficar juntos por trás das câmeras... Não é um ódio, apenas...

— Entendi... - interrompeu Lenna. - Bom... Ninguém vai ficar sabendo né? Vou ser como a babá dos seus filhos?

— Eles já são crescidinhos... Incentivamos eles a não se importarem com os desejos da família real... Seguirem os próprios caminhos.

— Amarem quem realmente amam... Isso é bom. Aliás... Não seria bom o rei estar na festa?

— Eles já devem ter almoçado a essa hora... - ele disse e deu um longo suspiro. - Mas tem razão, vamos lá... Vamos estar prontos para os repórteres... Você vai ser a capa de revista de amanhã.

— Então... Vamos tomar um banho? - Lenna pegou seu celular. - Essa brincadeira durou uma hora...

— Sim... Um banho rápido... Ou nem tanto.

***

— Andem logo! Precisamos desses pratos para esta tarde, ouviram? - uma voz estrondosa ressoou pelos auto falantes.

— Siiiiim!!! - Vienna gritou junto a outros animais na cozinha.

A própria cozinha era um bairro e a vaquinha uma dos diversos funcionários. Todos trabalhavam quase o dia todo, com comidas para si mesmos e para os convidados, o que chegava a ser cansativo. Café da manhã, almoço, sobremesa, petiscos da tarde, janta e sobremesa. Fora a colossal cozinha, os estabelecimentos poderiam ter suas próprias cozinhas também, o que diversificava a quantidade de comidas e bebidas produzidas.

Ninguém ali era criança, então a única coisa que ocorria na festa era que certos estabelecimentos não podiam receber jornalistas interessados em filmar o local e transmitir em seus canais.

Com jogos e bebidas, a escuridão era elemento principal do cassino. Luzes artificiais que piscavam ao ritmo das músicas frenéticas. Luzes das máquinas eram outra fonte de iluminação local.

Todos estavam ansiosos para receber a estrela da noite, e a ansiedade aumentou ainda mais com as luzes verdes e amarelas começaram a piscar sobre o palco.

A superfície do palco se estendia até o centro do prédio. Eles não ligavam para nenhuma das dançarinas.

O cervo de terno e cheio de jóias disse no centro com um microfone em voz alta. Sua empolgação já dizia que ela iria aparecer.

— Luuuuullyyyyy Poooooop!

Os professores piraram quando viram a figura sensual na programação da tarde. Homens e mulheres, sem discriminação, estavam ali, fosse por curiosidade ou hormônios aflorados pela figura da coelha do ártico em boa forma, de seios fartos e olhos hipnotizantes.

E provavelmente, quando dava seus elegantes passos como uma modelo, Lully se sentia melhor por um momento do dia antes de ir à festa formal.

No centro, um poste metálico subiu e se tornou elemento para a dança da coelha.

Ela sorria olhando para o público diversificado. Era o dia deles, então o sorriso significava algo: uma dança caprichada.

Virou de costas, desabotoou o shorts, deixando que caísse ao chão enquanto todos tinham uma bela visão, enquanto, olhando por cima dos ombros, vestia seus dois braceletes eletrônicos e jogou para trás sua jaqueta. A única coisa que cobria a parte superior de seu corpo no chão.

Virou-se, olhou fixamente para a platéia, que a olhava maravilhada e jogou os longos cabelos para trás.

E com o público eletrizado, a dança iria começar...

***

Pelo que Vael via na televisão, as obras já estavam começando a ser avaliadas. Uma mais linda que a outra. Obras de arte, livros para serem vistos por editoras, músicas, grimórios pessoais transcritos - professores de magia no caso.

Mudou de canal... As categorias dos noticiários mudaram para culinária... Seguido de esportes, com animais fortes. Ali, Yorden, o panda, era o lutador. Era famoso como professor e como profissional esportista em artes marciais. Ele era grande e gordinho como um panda normalmente era, além da cicatriz no peito e a tatuagem tribal mesclada à sua pelagem.

A cicatriz tornava o homem mais misterioso ainda.

No outro canal, uma repórter falava sobre a cozinha... Ele ficou um pouquinho nele para ver como Vienna estava indo... Provavelmente a única vaca azul ali.

— Eu quase que esqueci que ia ter isso... Ah, deixamos pra passear outro dia... - disse Chris visivelmente chateado.

Ele olhou para o filho guaxinim... Ele adorava esse evento, ainda mais no dia em que seus amigos estariam ali. Passou os olhos para verificar a esposa. Estava sentada ao seu lado abraçada a Chris.

O tigre estendeu o braço até envolver Lorena e abraçá-la, começando a fazer carinho no braço da mulher.

— Ainda tem outros dias pra isso - disse Lorena, acariciando a mão do marido. - Não se preocupe, amor.

***

A escuridão estava tomando conta do subterrâneo e apenas tochas iluminavam o lugar. A mulher mascarada sabia que havia chegado cedo, como era costume de espiões do reino fazerem ao concluírem suas investigações: minutos antes para verificar o lugar.

Ela colocou algumas câmeras em colunas, partes escondidas pelas sombras, e esperou.

Quando a outra figura apareceu com homens acompanhando, já sabia o que fazer. Era o de sempre. Entregar a informação e dar o relatorio.

Ambos mascarados. Irreconhecíveis com as roupas cobrindo o corpo todo.

Eles se aproximaram um pouco.

— Aqui está, meu senhor - a voz feminina pronunciou calmamente enquanto entregava uma carta de joelhos.

— Ótimo... - a figura masculina dizia suas palavras com calma e ao mesmo tempo autoridade de forma que atemorizasse qualquer um. - Me diga. Você serve ao rei? Ou serve ao país?

— Eu... - a parte feminina engoliu em seco com a pergunta incomum.

— Rápido! - gritou o homem.

— Aos dois. Mas acima de tudo o meu país. E acima de tudo minha família.

— Sua família... Seu país... Seu rei... - O homem tirou a máscara, se mantendo oculto pelas sombras.

— Isso.

— Olha só... Você trouxe informações. Fez exatamente o seu dever, mas... Tudo está acabado para você agora.

— Como assim? - Levantou-se bruscamente a mulher.

— Você será lembrada por seguir suas ordens? Ou será lembrada por matar seu rei?

Um disparo atravessou a barriga da mulher e o som ecoou pela escuridão. Era um dos homens que o acompanhava. Uma fina fumaça saía de seu rifle.

A mascarada sentiu seu corpo cair no chão sem poder fazer nada.

— Não... - resmungou em tom choroso, dolorida, enquanto tentava se arrastar para longe.

O homem caminhou lentamente em sua direção estalando os dedos e exibindo suas garras. Aquela lentidão dava desespero para ela.

Seu corpo tentava se arrastar mais, embora soubesse ser em vão, pois suas pernas desobedeciam... Na verdade não sentia mais elas.

A visão da mulher não conseguia centralizar em quem era, porém, pelas sombras que formava conseguia pronunciar um nome.

— S-senhor ministro? - Olhou para trás incrédula sobre aquela traição que estava sofrendo.

— Em carne e osso, querida Beka.

— M-mas... - Forçou a olhar para a frente e tentar escapar. Fazendo ainda mais pressão inútil sobre a ferida. - Por favor... Eu... Eu preciso voltar para casa... Eles estão me esperando... Meu... Filho... Meu... Marido...

— Não se preocupe tanto com isto. Olha só... - O leão já estava em cima da mulher. Ele arrancou a máscara que ela usava, revelando a loba por trás. Uma loba que chorava com medo, com ódio, com dor e rangendo os dentes sabendo que era inútil tentar fugir. - Você só precisa relaxar, lobinha...

Ele beijou o pescoço da loba com vontade.

— Por que eu deveria confiar em você? Você vai matar minha família!

— Garota esperta - afirmou com uma falsa gentileza na voz.

Ele mordeu o ombro da loba lentamente, fincando seus dentes cada vez mais fundo até ver o sangue sair e ela berrar enquanto o braço bom inutilmente socava o leão.

— Por quê? - Beka gritou entre os soluços. - Por que faz isso comigo?

— Porque... Ninguém vai fazer nada contra mim... - Colocou os dentes de volta e balançou a cabeça com violência, destroçando o braço da vítima. Sangue espirrou e seu braço se soltou, pendendo em seu corpo com poucas ligações. Ela gritou com força, bateu os dentes quebrando-os.

— Por favor! Me deixa... Me deixa viver! - berrava. - Não vou falar nada... Eu juro!

Com seu braço bom, tentava se arrastar ainda mais, porém viu que seu corpo foi envolto pelos braços fortes de Varl'Ha com suas garras fincando, a mão direita abaixo de seu peitoral e a esquerda, em sua barriga. Puxou seu braço direito numa linha inclinada e seu esquerdo na horizontal, rasgando a pele enquanto Beka sentia mais dor do que poderia imaginar.

Mas por quê?

Por que ele?

Sem mais forças para continuar... Ele apenas tirou todo o resto das roupas da loba e se colocou em cima do corpo dela.

A loba não teve mais forças para gritar... Não havia esperança de que alguém fosse prestar socorro... Afinal, não havia ninguém ali senão o leão e seus homens.

Beka chorou, sem mais forças. Apenas chorou em silêncio até que seu corpo parou de responder e encontrou alguma paz na morte.

O leão abocanhou o braço que estava pendido e o arrancou para começar a devorar.

— O que faremos agora? - Um de seus homens se aproximou segurando o vômito e a extrema náusea.

O leão largou o braço.

— Só esperem. Eu vou dar o sinal para o último passo.

***

As horas se passaram como se fossem segundos e a noite chegou. Era agora que seria a parte principal do evento dos políticos.

Na janta que a reunião era feita geralmente. Muito provavelmente ao fim, quando terminavam de comer.

Enquanto comiam, as coisas foram noticiadas como "o início da reunião".

Uma mesa que cabia todos os pratos possíveis e ainda uma dançarina. Óbvio que Lully Pop não poderia perder a chance de usar o vestido que precisou escolher.

Claro que antes de fazer alguma coisa, tirou umas fotos com ele e compartilhou em suas redes sociais para Vael ver e saciar a curiosidade.

Vestido este que era decotado na região dos seios, mantendo-se elegante e com fendas nas pernas, possibilitando movimentos mais fluidos e a visibilidade de suas coxas rijas. As características que todos adoravam ver numa dança: corpos se movendo uniformemente com a música.

Amélie e Vange também estavam ali, convidados para ver mais de perto e comerem com eles... Obviamente aceitaram isto por motivos jornalísticos sob condição de apenas gravarem a conversa, fazerem anotações e ficarem em silêncio, além de Vange ter começado uma coleção de fotos e vídeos das danças de Lully.

A rainha parecia estar apreciando a dança com seu convidado especial ao lado - um cervo de gralhas enormes.

— Onde estão as crianças? - Verloran perguntou para a esposa aos sussurros.

— Devem estar se arrumando. Os empregados vão chamar por eles em alguns minutos - sussurrou de volta.

— Está bem...

Verloran pigarreou, e com a atenção de todos, começou:

— Senhores, sabem onde Varl'Ha está? Precisamos dele para começar a reunião depois da comida.

Nenhum deles respondeu.

Em alguns minutos, o rei voltou a perguntar mais impaciente:

— Onde ele está?

Nenhuma resposta além de vários "não sei", "sem ideia".

Mais alguns minutos se passaram.

O nervosismo tomou conta do salão. Não podia estar acontecendo algo normal.

A coruja virou a cabeça 360 graus. Sempre fazia isso para pensar, tentar olhar ao redor e buscar um canto menos movimentado para de concentrar.

— Senhor? Isto são chamas? - Ela se levantou, virou o corpo e caminhou até a janela com olhos arregalados, encarando as chamas que cobriam o jardim no telhado causadas por animais de roupas escuras e lança-chamas. - Mas...

Todos os que estavam na sala prestaram atenção.

— Todos vocês, saiam! - o rei ordenou.

Lully tentou se encolher abaixo da mesa com o coração acelerado.

O celular de Verloran tocou, e ele atendeu com tremedeira.

— Olá, caro Verloran... - aquelas palavras calmas só poderiam ser ditas por um leão.

— Foi por isto que não veio? Você planejou por quantos anos isto? - Ele correu para pegar o controle da televisão e ligá-la.

— O quê? Ah, bom... Foi um bom tempo... Eu só queria ligar para dizer "adeus" mesmo. - O ministro desligou o celular.

— Filho da puta! - Rangeu os dentes ao ver que todos os veículos de informação transmitiam as chamas ao vivo...

Mas...

Segundo depois todos ficaram fora do ar.

Sons de explosão acoaram da cidade, e provavelmente ao longo de todo o reino. Veículos de imprensa explodiram de repente, e no andar debaixo, soldados fortemente armados invadiam a cidade dos professores disparando contra qualquer um que vissem pela frente.

Os políticos que tentaram atravessar as portas foram alvejados e fuzilados.

Os repórteres estavam tremendo de medo. Não tinham armas à disposição para tentarem se defender do ataque.

"O que faremos? O que faremos? O que faremos?", a lince pensava com as duas mãos sobre a cabeça.

— Ei! Majestade! Temos que fazer alguma coisa! Aonde vamos? Alguma saída de emergência? - Lully saltou debaixo da mesa. Deveria saber que não poderia sair daquela debaixo de uma mesa, ainda que seu corpo todo tremesse de terror.

Ele não pôde responder nada.

Os soldados estavam longe, sem eles em vista, mas em breve eles seriam os próximos alvos.

Verloran pressionou um pequeno retrato na parede e um buraco com escadaria se abriu lentamente.

— Não sei... - Lenna tentava controlar a respiração rápida sem sucesso nenhum enquanto abraçava a rainha. - Vamos...

Ela foi interrompida com o barulho das janelas se estilhaçado e soldados entrando.

— Vão! - Verloran gritou se posicionando na frente dos indefesos.

— Olha... Não sei o que querem...

Atiraram.

Verloran fechou os olhos, e quando os reabriu, viu que sua esposa que foi o primeiro alvo.

Por mais que não possuíssem uma proximidade, ele não deixou de sentir uma profunda tristeza. 

Agora, tarde demais, percebeu que ele a amava. Não da forma que ela merecia, já que também havia sido obrigada. Ela era mãe de seus filhos.

Aquele sentimento de perda e temor pelos seus filhos juntos.

Como era terrível...

"O amor da sua vida fugiu pela vida dele... Que azar de amor que você teve", foi o pensamento entre o turbilhão de sua cabeça.

— Por que quer me matar? - Levantou as mãos sem segurar as lágrimas. - Ao menos deixem que as pessoas inocentes vão. Por favor.

Verloran deu passos lentos até a passagem secreta, de costas para ela.

— Não sou eu quem quer matar você...

Do corredor, juntamente com os soldados, os passos diferenciados como se fosse um trote de cavalo... Ou sapatos.

O leão estava ali. Roupas sociais, sapatos caros e uma pistola.

— Tudo isso pelo desejo egoísta de poder, Nhagle?

— Bom... Sim - disse gesticulando como se tudo fosse uma grande piada. - Eu vou ser um ditador? Sim. Vou banir religiões? Óbvio. Vou acabar com a educação e literatura? Bom... Você sabe. Mas acredite... - Apontou a arma para o sergal. - tudo isso começa com um só tiro. Não tem a ver com ódio, me desculpe...

— Vá para o inferno! - rosnou.

— Nos veremos lá então...

Puxou o gatilho...

Um som de pequena explosão...

A bala entrou na cabeça do rei.

O rei está morto...

O som do disparo ecoou pelas escadarias, e logo em seguida, o corpo de Verloran escada a baixo enquanto a passagem se fechava com sua própria ativação.

Lenna olhou para a escada de volta com preocupação, apertando as mangas de sua roupa.

— Vamos! Aquele cara foi correndo, e pelo som parece que já era... - apesar de ter falado isto, não era como se tivesse tempo para o camaleão ter cuidado com as palavras. Ele realmente sentia medo, assim como todos os outros ali.

Mais explosões ocorreram em outros lugares, pelo que conseguiram ver nas janelas da cidade.

Apesar das explosões, Lenna não ouvia nada. Só conseguia olhar espantada para o seu melhor amigo morto.

Ela se ajoelhou e o abraçou com toda a força que podia. Apertava seus olhos com lágrimas escorrendo, torcendo para que fosse apenas um sonho ruim e que acordasse logo...

Mas era real...

— Deixa ela... - Lully tocou o ombro da lince e a olhou como pedido para não fazer nada.

Passado algum tempo, deixou ele de lado e se juntou aos outros, abraçada fortemente consigo mesma, se forçando a não soltar nenhum som.

Lully abriu uma janela e passaram por ela, começando então a andarem pelos telhados, com cautela para não serem pegos nem caírem.

Por muitos minutos tentaram descer pelas colunas, ajudando sempre Lenna a ficar presa nas costas de Lully.

Em minutos, chegaram às ruas, e mais uns minutos se afastaram às pressas.

Naquela noite, a cidade estava coberta de fumaça.

Lenna se sentou no chão, manteve os joelhos colados no peito, mãos na cabeça e de olhos fechados e dentes fortemente apertados.

Lully, Amélie e Vange a abraçaram também chorando silenciosamente...

Mas foi o choro dela que se tornou um choro escandaloso. Gritava por não poder acreditar que aquilo acontecia.

***

Na cidade dos professores, a única coisa que Vienna conseguia fazer era correr.

Yorden lutava contra eles, agarrando e jogando uns contra outros. Abrindo caminho até segurar Vienna em um braço e Ying, que estava tentando lutar com alguns guardas usando tesouras de cabeleireiro, no outro.

Magos tentavam usar as mãos para forçarem barreiras mágicas contra eles.

— Yuuki! - gritou um homem serpente usando jatos de água saindo de algo como um portal de suas mãos. - Lembra o que ensinei a você?

— Não tem nem como esquecer! - Yuuki formou eletricidade nas duas mãos, e as uniu em uma esfera. Arremessou e eletrocutou alguns soldados de uma vez.

— Yuuki! Você já fez o suficiente para tentar tirar daqui com vida vários professores e trabalhadores! Saia! Eles estão começando a trazer armamento mais pesado!

— Mas...

— Nada de "mas", garoto! Escute seu mestre! - rugiu o leão que vestia uma espécie de túnica. - Nós vamos ver se conseguimos tirar a maioria deles daqui!

— Na verdade... - replicou o tigre de olhos brancos. Era um vidente que estava ajudando na barreira. - Vocês sabem né? A maior parte dos professores está morta. E para que estes poucos possam sobreviver, nós iremos mo... - Ele foi interrompido quando uma rajada de projéteis atravessou seu escudo.

Os disparos pesados eram suficientes para despedaçar uma pessoa comum. E era este o destino dos professores especialistas em magia: morrer em defesa dos indefesos.

— Que... - O escudo do leão estava prestes a se quebrar. - Maneira honrada... De morrer... Protegendo pessoas...

O seu escudo também foi quebrado, e seu corpo destroçado.

O serpente desfez seu escudo e soltou uma esfera de chamas com suas mãos.

Um dos disparos entrou em sua mão estendida, explodindo-a e outro, bem no peitoral.

Ao menos seu fim foi destruir a pior arma dali...

Quando todos estavam bem longe, viram um helicóptero sobrevoar a capital e seguir pelo horizonte com a Cidade Real inteira sendo explodida.

— Não! - Vienna e Ying gritaram em uníssono.

O dia em que deveria haver uma festa...

Se tornou um dia repleto de fogo e sangue, e de um futuro em chamas...

 


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Notas finais do capítulo

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