Filhos da noite 3 – Ascensão escrita por CM Winchester


Capítulo 3
Capítulo 2 - ASCENSÃO




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Segui meu pai e Nico pelo corredor de quartos até as escadas, parei no primeiro degrau olhando para todos aqueles Anjos Caídos. Eram muitos.
Papai desceu as escadas com Nico na sua cola e me apressei a descer de dois em dois degraus. Segui com eles até onde Patch estava. Ele parecia acabado.
— Os Arcanjos tiraram as minhas asas. - Ele falou.
— Você se envolveu com sua pupila. - Papai falou depois me lançou um olhar. - Isso está mais comum do que imaginei.
Patch me encarou e vi surpresa em seus olhos.
— Você sabe notícias do Ben?
— Eles estavam decidindo o que fariam com ele. - Patch respondeu. - Essa foi a última notícia que tive dele antes de receber meu castigo.
Meu pai não tocou no nome de Nora e sentia que cada palavra de Patch, era uma mentira
— Vamos fazer a retirada de Nicolle daqui ainda hoje. Você está liberado.
— Posso fazer isso. - Patch falou. - Devo isso ao Ben.
Papai ficou pensando um pouco, depois assentiu.
— Ok. - Se virou para mim. - Você está liberada a voltar para casa. Pegue as suas coisas. Meio dia em ponto vamos leva-la daqui.
— Ok. - Resmunguei. - Como eu vou?
— Com o seu carro. - Nico respondeu jogando para mim as chaves do Skyline.
Dirigi de volta à casa da fazenda. Não sabia quantos dias tinham se passado. Não sabia nem mesmo o que iria falar.
Assim que entrei na casa Blyte veio correndo.
— Eu achei que tivessem feito o mesmo com você. - Ela falou me abraçando.
— Eu estava na minha casa. Nora queria um tempo com você. E eu precisava de um tempo para os meus pensamentos. Ben e eu terminamos.
— Oh, sinto muito querida. - Me afastei dela.
— Eu vou sair da cidade...
— O que? Do que você está falando?
Lancei um olhar para ela. Olhei em seus olhos depois movi meus dedos deixando a magia sair.
Logo ela esqueceria que estive ali. Estava na casa da fazenda. Não queria falar com ninguém. Estava muito abalada com tudo. Com o relacionamento dela com Hank. Com o fim de namoro com Ben. E principalmente com o sumiço de Nora.
Subi as escadas correndo e peguei algumas roupas e meus fones de ouvido. Desci as escadas correndo e fui embora dali.
Odiava mexer com a mente das pessoas.
Assim que cheguei a casa da fazenda Patch, Nico e Tyler já estavam me esperando.
Esperei até ficar a sós com Patch para joga-lo contra a parede.
— O que você está escondendo?
— Não estou escondendo nada.
— Nora está desaparecida e você não está pirando. - Ficou me encarando.
— Hank está com ela, eu sei. Foi ele que fez isso com você não é?
— Eu fiz isso em troca ele vai liberta-la no fim do verão.
— O que mais ele pediu?
— Que eu fosse espião.
— Passasse informações para ele?
— Sim.
— E você vai fazer isso?
— Já conversei melhor com seu pai. Não se preocupe quanto a isso. Passarei as informações que seu pai me liberar para passar.
— Quero que faça algo por mim.
— O que?
— Não precisa ir comigo. Estarei bem. Fique e procure por Ben.
— Você sabe que as chances dele...
— Eu sei. Mas ainda assim tenho fé que eles o devolvam como Anjo Caído. - Abracei Patch depois me afastei. - Boa sorte.
— Para você também.
Entrei no carro de Tyler e ele dirigiu para longe de todos.
Virei para o vidro olhando Patch e a casa. Mordi o lábio. Estava deixando tudo para trás.
Nós pegamos um avião para Londres de novo onde fomos para a nossa mansão. Lá teria toda a proteção que precisávamos.
— Sente a falta dele? - Tyler perguntou.
Estávamos sozinhos por que Nico tinha saído para comprar comida e eu estava sentada nas escadas. Lancei um olhar para ele que tinha se encostado ao corrimão.
— Do Ben? É claro. Eu o amo.
— Todos sabem que as chances dele não eram boas. Os Arcanjos tinham prometido leva-lo ao inferno se ele cometesse algum erro. E ele cometeu vários.
— Sim. - Respondi e se sentou ao meu lado.
— Então esteja preparada para o pior.
— Já estou preparada, Tyler. Tudo que eu amo sempre é arrancado de mim.
— Seu pai e seu irmão estão vivos e bem.
— Sim, mas não é como antes. Nada vai ser como antes. Não é a falta dela. É as informações. É saber quem eu sou.
— Eu sei como é isso.
— Não. Ser filho de um Anjo Caído não se compara ao ser filha de Lilith.
— Acredite, para mim também foi ruim. Foi por isso que sai de casa. Mas é o que a gente é. Temos que aceitar isso para o nosso próprio bem.
— Obrigada Tyler. - Agradeci.
— Pelo que?
— Pelo que você está fazendo. Você não me deve nada.
— Você sabe os meus motivos. - Falou.
— Tyler...
— Sem pressão. - Disse erguendo as mãos. - Estou aqui esperando o tempo que for.
— Eu amo ele. Vai ser sempre ele.
— E se ele não voltar?
— Ele viveu milênios me amando. Farei o mesmo por ele.
— Mas ele se envolveu com outras.
— Tyler, por favor. Isso é recente e ainda dói. Dói muito. Me dê um espaço ou eu o mandarei de volta.
— Me desculpe. - Falou.
Os dias se passaram e me dediquei a ginástica artística. A mansão era enorme e o jardim maior ainda. Tinha espaço suficiente para treinar.
O dia 3 de Julho chegou e passou. A noite caiu e com ela uma tempestade. Eles me levaram a rua perto da meia noite e fiquei toda molhada. Os raios estavam mais fortes. Acertavam o gramado.
Me preparei para o que tinha que vir, meu corpo foi erguido sem que pudesse controlar e senti minha pele formigar. Um raio me atingiu e gritei.
Achei que fosse morrer, mas entendi que a descarga elétrica passava pelo meu corpo. Não machucava. A magia estava ali saindo pelas minhas mãos, na verdade, ela emanava de todo o meu corpo.
Assim que pousei no chão em pé , tombei para trás. E deixei o sono vir.
Acordei na minha cama em Londres. Olhei em volta e encontrei os meninos. Nico estava dormindo no tapete ao lado da cama e Tyler estava dormindo no sofá perto da janela.
— Acordem. - Falei antes de colocar a mão na cabeça. - Parece que estou de ressaca.
Minha cabeça doía assim como as minhas mãos. Na verdade, todo o meu corpo doía.
Nico sentou encarando-me e depois se levantou.
— Como você está? - Foi me tocar, mas se afastou.
— Estou bem. Só com muita dor na cabeça. Isso é normal?
— Não sei. - Comentou. - Tivemos que esperar até de madrugada para conseguir chegar em você.
— E tivemos que enrola-la em um cobertor grosso para conseguir traze-la para dentro. - Tyler comentou depois de acordar e se arrumar no sofá.
— O que aconteceu?
— Você tinha corrente elétrica passando pelo seu corpo, na verdade era só a magia mesmo. Magia pura. - Tyler comentou. - E mortal. Foi uma ascensão.
— Ascensão? - Perguntei.
— Você se elevou, acendeu. Apesar de ficar preocupado com o que estava acontecendo com você foi bem legal de se ver.
— Você falou com o papai? - Perguntei ao Nico que assentiu.
— Liguei ontem de noite para ele. Bom, ele não sabe muito sobre isso, Viktor que ajudou mais nos dando dicas de como traze-la para dentro.
— Meu pai já conheceu uma Filha de Lilith igual a você. - Tyler falou. - Só não conta nada sobre ela. - Revirou os olhos. - Às vezes eu acho que era a minha mãe já que nunca a conheci e ele também não fala nada sobre ela.
— Bom, você tem um pouco de sangue dos Filhos de Lilith não é? - Perguntei e ele assentiu.
— Você está bem mesmo? - Nico perguntou estendendo a mão e eu a agarrei.
— Sim. - Falei. - Já vamos voltar?
— Ainda não. Papai quer que você continue escondida mais alguns dias.
— E Nora?
— Nenhuma notícia. Vee continua ligando.
— Ela foi na casa da fazenda. - Tyler avisou. - Mas papai a colocou para fora de lá.
Sentei na cama e olhei para as minhas mãos. Eu via a magia passar por entre meus dedos. Parecia que ela era parte de mim agora. Eu sempre a senti, mas nunca senti que ela fizesse parte de mim.
Parecia mais algo que andava comigo, agora era diferente. Eu sentia que ela fazia parte do meu corpo. Entrelaçada na carne, na alma.
Balancei minhas mãos e vi os movéis se movendo de lugar. Sorri.
Acho que era a primeira vez que sentia felicidade por ter essa magia no meu corpo.
Assim que voltei aos Estados Unidos começamos as buscas para achar Hank Millar. Quando a maior surpresa era que ele estava com Blyte e tinha lançado uma recompensa para encontrarem Nora.
Eu mal acreditava no que os meus olhos viam passar na tv.
Meu pai, Nico e Tyler me ajudaram a dominar melhor a magia e a lutar. Eu tinha uma boa flexibilidade e resistência graças a ginástica artística, mas precisava aprender a bater.
A bater em Anjos Caídos e Nephilim se quisesse sobreviver a essa nova fase da minha vida.
Não tive notícias de Ben. E estava começando a acreditar que os Arcanjos o levaram para o Inferno. Meu coração doía. Mas sempre colocava uma máscara e saia para a rotina de sempre.
Viktor me ajudou a abrir a porta do porão da casa da fazenda e conforme ia descendo as escadas o lugar ia se iluminando com chamas. Era tudo de pedra e cheio de livros. Livros que só eu podia tocar. Se alguém tocasse nele automaticamente levava um choque.
Falei com Vee algumas vezes e com Blyte uma vez. Fingi que estava em estado de choque e melancolia. Que não queria ver ninguém. Uma depressão.
Agora era mais fácil mentir.


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Notas finais do capítulo

N.B.: Arrasou. Sério. Parabéns. Parabéns. Parabéns. Fhany Malfoy.
N.A.: Obrigada amiga. Pessoal voltarei a postar regularmente toda semana se tudo correr bem.



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