Assim que chegamos a casa da fazenda Hank nos seguiu.
— O que você está fazendo? - Nora perguntou a ele.
— Sua mãe quer que eu cuide de vocês esta noite.
— Você vai ficar a noite inteira?
— Você está deixando o ar frio entrar. - Hank falou tentando fechar a porta. - Deixe-me ajudar.
Ele jogou as chaves no balcão e sentou no sofá.
— Vou subir. - Falei.
Subi as escadas e fui tomar um banho. Meu corpo estava todo dolorido.
Quando já estava no quarto tranquei a porta e peguei meu celular.
"Hank está aqui. Vai passar a noite aqui." Enviei essa mensagem para Nico e Ben.
Ben entrou pela janela do meu quarto logo depois e o abracei. Se afastou para me avaliar de cima a baixo.
— O que aconteceu?
— A mãe de Nora caiu e está no hospital. Hank foi nos buscar, mas sofremos um ataque, um carro bateu no nosso. Estou bem. - Falei voltando a abraça-lo. - Mas eu acho que Hank tem confundido a mente de Nora. Não sei se ele fez ou tentou fazer comigo.
— Qual era o carro que atingiu vocês?
— El Camino. - Respondi. - Eram 3 homens. Minha mente esta nebulosa. Não consigo lembrar direito do rosto deles. Minha visão estava manchada de sangue. Mas uma coisa eu sei. - Ele ficou me encarando. - Eles iriam me matar.
— Você acha que foi Anjos Caídos?
— Eu duvido. Eles não me atacariam. O ataque parecia vir direto para mim, como se eu fosse o alvo. Tem algo de estranho nessa história.
— Por que você não vai para a fazenda? Vai ficar mais protegida.
— Por que Nora quer ficar aqui. E quero ajuda-la o quanto for possível. E aqui mantenho meus olhos na situação.
— Você pode vencer qualquer Nephilim, mas anjos caídos são mais forte. Os atinja sempre nas cicatrizes das asas. É um calcanhar de Aquiles. Você terá chance depois disso.
— Você acha que não tenho chance contra Anjos Caídos?
— Acho que você tem chance. Mas não quero arriscar perde-la.
Ouvi os gritos de Nora e fui até a porta para olhar para o corredor.
Hank tinha entrado no quarto dela. Ela fechou a porta do quarto na cara dele. Ele ficou parado por um segundo depois me encarou. Bati a porta do meu quarto e a tranquei. Lancei um olhar para Ben.
Hank passou a semana em volta de nós e Blyte. Tentando ser o mais amoroso possível. Dava vontade de vomitar.
Na sexta-feira Nora bateu no meu quarto.
— Oi.
— Tenho 3 ingressos da Serpentine. Não aguento mais ficar aqui.
— Estou dentro. - Falei e ela sorriu.
— Vou mandar mensagem para a Vee.
— Ok.
Vesti rapidamente uma camiseta gola v vermelha, moletom marrom, calça jeans e meu tênis Adidas. Encontrei com Nora no corredor quando ouvimos o barulho do carro de Vee. Descemos as escadas correndo.
— Meninas? - Blyte falou. - Onde vocês estão indo?
— Saindo com Vee. Vamos estar de volta às onze! - Nora gritou antes de corrermos para o neon e entrarmos. - Vai, vai, vai!
Vee rapidamente dirigiu de volta à cidade.
— De quem é o Avalon que estava na calçada? - Vee perguntou.
— Hank alugou.
— Eu ouvi de Michelle Van Tassel, que ouviu de Lexi Hawkins, que ouviu de nossa boa amiga Marcie que Hank está oferecendo uma recompensa muito boa por alguma dica da polícia que leve à prisão das aberrações que tentaram jogá-lo fora da estrada.
— Quanto Hank está oferecendo? - Nora perguntou sorrindo. - Talvez eu possa ser persuadida a me lembrar de algo importante.
— Por que se preocupar? Pegaria seu cartão bancário em seu lugar. Duvido que ele iria notar a falta de algumas centenas. E hey, se você for pega ele não poderá te mandar prender. Não iria estragar qualquer chance que tem com sua mãe.
Tinha um estacionamento pequeno perto Devil´s Handbag e Vee tentou estacionar 5 vezes, mas não conseguiu nenhuma vaga. Ela estacionou na paralela que deixava metade do neon na rua.
— Cinco pontos para a criatividade. - Vee comentou observando seu trabalho.
Nós caminhamos a pé até lá.
— Então quem é esse amigo da família? - Vee perguntou. - Ele é macho? Ele é quente? Ele é solteiro?
— Sim na primeira pergunta, provavelmente na segunda, acho que no passado. Você quer que eu o apresente?
— Não senhora! Só queria saber se devo manter meus olhos mal treinados nele. Eu não confio mais em meninos, mas meu radar às vezes falha quando se trata de meninos bonitos.
— Scott Parnell não é nada bonito.
— Epa. Espere um pouco. O que é isso? Você não me disse que velho amigo da família era o Scott Hottie.
— Desculpe eu devo ter esquecido.
— Nosso garoto Scott tem um corpo que você não pode esquecer. Você tem que dar-lhe isso.
Nós chegamos em Devil´s Handbag.
— Vamos começar com a tag? - Vee perguntou.
— Hoje não. Eles não estão servindo bebidas alcoólicas no bar, já que metade da banda é menor de idade. Scott disse-me que precisaríamos só dos bilhetes. - Entramos na fila e entramos 5 minutos depois.
A primeira coisa que vi foi Tyler, Nico e Caroline. Mordi o lábio e meu irmão se escondeu atrás deles.
Apesar de Nora saber que ele estava vivo eles não tinham se visto e Vee acreditava que ele estava morto. Fomos para o bar.
— Alguma coisa para beber? - A barman perguntou.
— Suicide. - Vee falou. - Você sabe, quando coloca um pouco de tudo no copo?
— Quantos anos nós temos? - Nora perguntou a ela.
— A infância só vem uma vez. Viva.
— Cherry Coke. - Nora falou.
— Dois. - Falei.
Peguei minha bebida e me afastei. Segui até Tyler e os outros.
— O que estão fazendo aqui? - Perguntei.
— Você está louca? - Nico perguntou.
— Estou fazendo com que Vee só veja Tyler. - Respondi. - O que estão fazendo aqui?
— Vou tocar hoje. - Tyler respondeu.
— Por que não foi conversar com o papai? - Nico perguntou.
— Por que tenho Hank na minha cola. - Respondi. - Ele cuida cada passo que eu dou.
— Eu sei. Ficamos de olho a semana toda.
— Sabe temos que planejar um ataque antes que ele faça isso.
— Já conversei com papai sobre isso. Mas por enquanto ele quer esperar. - Enruguei o nariz.
Quando virei para as meninas Dabria estava ao lado delas. Me aproximei rapidamente.
— Ouvi sobre a amnésia. Coitada. - Dabria falou e Nora engasgou com a cherry Coke.
— Você parece familiar. Mas seu nome não está tocando um sino. - Vee falou.
Dabria encarou Vee.
— Eu nunca te vi antes em minha vida. Esta é a primeira vez que nos encontramos. - Vee murmurou.
— Hey. - Empurrei ela a encarando furiosa.
Nós tínhamos alguns assuntos do passado para resolver.
— Podemos conversar? Sozinhas? - Nora perguntou.
— Pensei que você nunca pediria. - Ela respondeu.
— Eu vou junto. - Falei.
Caminhamos para o corredor dos banheiros.
— Primeiro, saia da mente da minha melhor amiga. Segundo, o que você está fazendo aqui? E terceiro, você é muito mais bonita do que Patch me levou a acreditar. - Nora falou e Dabria sorriu.
— E você está um pouco mais simples do que eu me lembro.
— Isso é sobre você apenas assim estamos claras. - Nora falou e Dabria olhou para as unhas.
— Eu gostaria de poder dizer que estava com ele.
— Amor não correspondido é uma merda. - Nora retrucou.
— Ele está aqui? - Dabria olhou em volta.
— Não. Mas tenho certeza que você já sabia disso desde que você decidiu perseguir ele.
— Oh? Ele percebeu?
— Difícil não perceber uma vez que você claramente fez seu propósito de vida atirar-se para ele.
— Só para você saber se não fosse pelo meu Jev manter a pena escondida eu não pensaria duas em te arrastar daqui e jogá-la na frente de um carro. Jev pode estar aqui por você agora, mas eu não respiraria mais fácil. Ele fez alguns inimigos ao longo dos anos e não posso te dizer quantos deles gostariam de acorrentá-lo no inferno. Você não se relaciona com pessoas como ele e dorme com os dois olhos fechados. Ele quer ficar na Terra não pode ser distraído por alguma menina infantil. Ele precisa de um aliado. Alguém que possa assistir a sua volta e ser útil para ele.
— E você acha que é a pessoa para o trabalho?
— Eu acho que você deve se relacionar com sua própria espécie. Jev não gosta de ser amarrado. Um olhar para você, e posso dizer que você tem as mãos ocupadas com ele.
— Ele mudou. Ele não é a mesma pessoa que era quando você o conhecia. - Nora falou e Dabria riu.
— Eu não posso decidir se a sua ingenuidade é adorável, ou se eu quero bater em algum sentido em você. Jev nunca vai mudar e ele não te ama. Ele está usando você para chegar à Mão Negra. Sabe o quão alto é o preço sobre a cabeça de Hank Millar? Milhões. Jev quer o dinheiro como todo anjo caído ao seu lado, talvez mais, porque ele pode usá-lo para pagar seus inimigos, e confie em mim quando digo que eles estão em seus calcanhares. Ele está à frente do jogo, porque tem você, herdeiro da Mão Negra. Você pode chegar perto da Mão Negra de uma forma que os anjos caídos só podem sonhar.
— Eu não acredito em você.
— Eu sei que você quer a Mão Negra, querida. Assim como sei que você quer ser a única a destruí-lo. Não é uma tarefa fácil, considerando que ele é um Nephilim, mas fingir por um minuto é possível. Você realmente acha que Jev vai entregar Hank para você quando ele pode entregá-lo às pessoas certas e receber uns dez milhões de dólares? Pense sobre isso. - Ela ergueu uma sobrancelha depois se afastou.
Nora me encarou.
— Não ligue para ela. - Falei seguindo para o lado de Vee.
— Nico esta ai?
— Sim. Junto com sua namoradinha. Ela cansou de ir atrás de Ben agora resolveu tentar meu irmão.
— Ela parece tão insuportável quanto Dabria.
— Ela é. Finge que é uma santa. - Resmunguei.
— Não sei sobre vocês, mas eu não gostei dela. - Vee falou assim que nos sentamos ao lado dela. - Ela compete com Marcie no primeiro lugar de insuportáveis. Falando de instintos, não tenho feito a minha mente ainda como me sinto sobre esse Romeu particular.
Ela estava olhando para Scott. Ele nos viu e veio até nós.
 - Você veio. - Ele sorriu para Nora.
— Será que não vou perdê-lo para o mundo. - Ele estava usando o anel do Mão Negra. - Scott, esta é minha melhor amiga, Vee Sky. Eu não sei se vocês dois se conhecem oficialmente. - Vee apertou a mão dele.
— Estou feliz em ver que há pelo menos uma pessoa neste lugar mais alto que eu.
— Sim eu herdei a minha altura do meu pai. Sobre o baile. Estou enviando uma limusine amanhã às nove. O motorista vai levá-la para a dança, e eu vou encontrá-la lá. Deveria te dar uma daquelas coisas de flores para o seu pulso? Esqueci completamente sobre isso.
— Vocês dois vão ao Baile juntos? - Vee perguntou com as sobrancelhas arqueadas.
— Como amigos. Se você quiser vir, quanto mais melhor.
— Sim, mas agora não tenho tempo para comprar um vestido.
— Vamos para o Jardim de Seda amanhã no primeiro horário. Tempo de sobra. Não gostou daquele vestido de lantejoulas roxas do manequim? - Nora perguntou e Scott apontou por cima do ombro.
— Tenho que ir aquecer. Se vocês quiserem depois do show me encontrar nos bastidores e lhes darei um passeio privado.
— Arrebenta. - Falei e ele sorriu antes de se afastar.
Suspirei olhando em volta.
Algo me dizia que essa noite não seria calma.