Quando os Lobos Cantam escrita por Ladylake


Capítulo 32
Sorrisos e Lutas


Notas iniciais do capítulo

OI OI OI NANAMI~

Desculpem, podem ler o vosso capítulo sossegados ♥



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Redondezas do Lago Moraine, Canadá, 1987

 

 

— Soren? Soren, onde é que estás?

 

Estava um quente final de tarde e os pés descalços de Nour, evitam as perigosas farpas e picos, escondidos no solo florestal. A jovem de cabelo preto olha em volta, à procura do rapaz de cabelo castanho escuro e olhos âmbar, que ficara de se encontrar com ela pertos dos rochedos. Cinco rochas amontoadas umas nas outras, faziam uma espécie de palco improvisado, mesmo no meio da floresta. Era como se a natureza tivesse colocado as pedras ali, apenas para eles.

Um galho a partir eleva-lhe o olhar ao cume das árvores, mas não vê nada. Está tudo calmo. Provavelmente seria apenas um esquilo a arrumar a sua casa ou um corvo a mudar de ramo. Rapidamente, Nour volta a focar a atenção no caminho à frente dela.

Num salto sobrenatural, Soren desce do carvalho e aterra com ambos os pés no chão, mesmo atrás dela. Num movimento rápido e atiradiço, as mãos dele passam pelas nádegas dela, o que faz com que a jovem loba dê um pequeno pulo no ar. Nour vira-se e o jovem lobo rouba-lhe um pequeno beijo no canto da boca, sem nunca deixar morrer a expressão de divertido.

— Soren! – Ela repreende-o, embora com as faces rosadas. – O que se passa contigo hoje?

Soren não a deixa responder e segura-lhe o rosto para beijá-la, assim, sem mais nem menos. Sem perda de tempo e ao mesmo tempo sem pressa nenhuma. Ambos se separam por falta de fôlego. Nour morde o lábio inferior e penetra as esmeraldas verdes nos olhos dele. Os dois se encaram por uns segundos, antes de Soren quebrar o silêncio:

— Os cristãos acreditam num Céu e num Inferno... – começa, ao colocar uma pequena mecha de cabelo preto atrás da orelha dela. – E se por te beijar, eu fosse para o Inferno, eu beijar-te-ia mil vezes e faria ciúmes aos demónios por ter estado no Céu, sem nunca lá sequer ter entrado.

A forma como ele fala é tão séria, que Nour arrepia-se, mesmo as temperaturas altas de verão fazerem-se sentir. As cigarras cantam, no feno alto e selvagem e uma brisa vinda do centro da floresta banha-os num vento fresco. O vestido de Nour balança, junto com os cabelos de ambos. Depois de um sorriso envergonhado, ela ri.

— Casa comigo.

— O quê? – Ela cora mais ainda.

— Casa comigo. – Ele repete, puxando-a para perto dele e encostando-se às rochas.

— Eu não posso casar contigo. Só tenho dezassete anos. O meu pai matava-te.

— Ele poderia tentar. – Sorri ripostando. – Casa comigo. Eu não vou parar até que digas que sim.

Ela beija-o, depois de dar o maior sorriso que dera na sua vida. As mãos dela percorrem a nuca dele e seguram-no pelo cabelo castanho.

— Vou assumir que isso é um "sim" – Ele interrompe. Nour assente.

 

 

 

 

 

 

Não, é impossível. Não pode ser verdade. É um fantasma. Tem que ser. Uma assombração que veio dos montes do além, apenas para atormentar-me outra vez. É um delírio. A minha mente está a pregar-me uma partida. Ele não pode estar aqui, diante de mim. Ele morreu. Eu vi. Eu vi-o cair do penhasco e o meu mundo colapsar, à medida que ele ia ficando cada vez mais distante, mas...se ele está morto, quem é este homem, que eu reconheço perfeitamente, feição por feição? Quem é o dono dos olhos âmbar que caminham em direção a mim, com uma expressão pávida e sem brilho no olhar?

— Mata-a.

O homem de capuz lança-lhe uma adaga e ele pega-a, sem problemas. Soren roda-a pela mão enquanto Nour vai dando passos para trás. Ele não a reconhece. É como se estivesse sob um feitiço.

— Soren! – Ela chora. – Soren sou eu! – Mas o "Lobo Cinzento" não responde. Ele olha para ela, como um leão olharia para um cordeiro.

Soren disfere um ataque e a adaga roça de raspão no braço de Nour. A ferida é pequena, mas arde. Foi um pouco abaixo da manga do macacão azul escuro. Os outros lobos dispersam-se, formando um corredor para os dois lutarem. Nour só tem a parede ou Soren. Atrás dele, o homem de capuz encara os dois com bastante atenção.

Soren continua os ataques desesperados, como se tivesse ansiado por este momento a vida toda. Num desvio rápido, Nour foge para trás dele e ponteia-o nas costas, em direção à parede de pedra.

— Eu não te quero magoar! – chora. – Por favor! Por favor, Soren para!

Mas o jovem de vinte e um anos não ouve. Ele levanta-se rapidamente e corre até ela de adaga empunhada. Nour torce o corpo para trás e desvia-se novamente, antes de pontapeá-lo no joelho esquerdo. O rapaz cai no chão, gritando de dores, mas ele estava longe de estar arrumado.

De repente, Nour vê algo vir na direção dela e uma dor agonizante subir-lhe perna acima. Ela olha para baixo e depara-se com o punhal espetado na coxa, furando o macacão. A "Loba Preta" cai no chão, banhada em lágrimas e sangue. Um fino rio escorre do braço e uma enorme mancha vermelha tonaliza-lhe a coxa, outrora coberta do tecido azul.

Soren levanta-se e coxeia até ela. Nour fecha os olhos e as lágrimas salgadas escorrem-lhe rosto abaixo. Não foi assim que pensava que iria morrer. De todo. Mas a mão de Soren agarra-a pelo pescoço e atira-a contra a parede. O som da adaga a ser arrancada da perna dela é audível na cela silenciosa. Nour quase perde o fôlego, quando a lâmina fria lhe rasga a coxa e ameaça-lhe o pescoço.

— Por favor... – Implora num sussurro, lavada em lágrimas. – Eu amo-te...

Soren aproxima-se. A adaga pressiona cada vez mais, à medida que o jovem dá os seus passos. Milhões de memórias e pensamentos passam diante dos olhos dela. Memórias do que ele fora, comparando ao estado morto e vazio em que se tornara. De repente, Nour faz o impensável.

— Só o amor me pode matar.

Apenas fechei os sonhos e atirei-me para a frente. Não me importei com mais nada. Não me importei se ele me matasse ou se a faca cortaria o meu pescoço fundo demais. Se eu morresse, pelo menos o meu último sopro seria dado nos lábios dele. Era apenas assim, que eu desejaria morrer.

Mas o que Nour não sabia, é que dentro do peito de Soren, um fraco e despercebido batimento renascera. O coração palpita e o corpo do jovem rapaz vibra ao som do mesmo. Era como descongelar, depois de milhares de anos enterrado no gelo. Frio e soturno.

A adaga cai e tilinta quando choca com o chão de pedra. Soren separa-se bruscamente do beijo e afasta-se, sem acreditar no que vê. Os seus pés baralham-se e ele tropeça, caindo assim de nádegas no chão, completamente em pânico.

— Ignora. Ignora, são coisas da tua cabeça. – Ele bate-se, agindo como um lunático. – Só tens que ignorar, que desaparece. Sempre desaparece. Ela não está aqui. Ela não pode estar aqui.

Os lamurios do jovem ecoam na cela e um pouco de Nour despedaça-se ao ouvi-los. Ela encara-o, no chão, mergulhado em medo e dor. Ele balança-se para a frente e para trás, completamente quebrado mentalmente. Mesmo assim, ela aproxima-se e envolve os braços à volta dele.

— O que é que eles fizeram contigo...?

Soren tira as mãos do rosto e olha para ela, lavado em lágrimas. Nour passa os dedos pelas bochechas encardidas dele e acaricia-as.

— Tu és real? – Ele pergunta, fraco. Nour assente.

— Eu sou real. – Ela responde num sorriso choroso. – E tu? És real?

Soren levanta-se num ápice e abraça-a com força. As mãos dele agarram-na, como se ela fosse embora outra vez. Nour faz o mesmo e retribui o abraço apertado e fungoso, mas repleto de amor e saudade. Ambos pensavam que o outro estava morto e que nunca mais se viriam na vida.

De repente, um pequeno rapaz começa a bater palmas. É uma questão de tempo, até que outros "Lobos" começarem a fazer o mesmo e em segundos, a cela inteira estava a aplaudir. Nour e Soren desfazem um pouco o abraço e olham em volta, surpreendidos pelo gesto dos restantes prisioneiros.

— É bom ver um ato de amor, para variar. – Diz um velhote, enquanto sai da multidão. O casal sorri, antes de se olharem de novo.

— Chega!

A cela inteira faz silêncio, quando o homem de capuz grita e começa a aproximar-se, vindo das sombras. Soren coloca Nour atrás dele e franze a sobrancelha, bastante sério.

— Valak, deixa-a em paz.

— Desculpa miúdo. Não há espaço para dois "Olhos Vermelhos" nesta cela.

O homem prepara-se para atacar, quando botas pesadas militares interrompem a cena. Três soldados, aparecem à porta e olham para Valak, que retribui um olhar simples juntamente com um sorriso.

— Bem crianças, parece que vocês vão ter que esperar. Uma luta espera por mim.

A porta de barras de ferro abre e ele deixa a cela, acompanhado pelos soldados. Sem correntes ou algo que o prenda. Nour franze a sobrancelha e mantem o olhar colado no homem, que olha para ela por cima do ombro.

— Quem é ele? – A "Loba" pergunta. Soren suspira e dá um rápido relance para o corredor, onde o homem está prestes a desaparecer na esquina.

— O nome dele é Valak. Há o rumor de que ele nunca perdera nenhuma luta.

— Luta? – Nour entoa.

— Não fazes ideia de onde estás, pois não?

Nour nega. O jovem rapaz suspira fundo e senta-se no chão. Ela acompanha-o, sem retirar a vista de cima do namorado renascido dos mortos.

— Isto era uma antiga propriedade de escravos no século XVII. – explica Soren. Nour arregala os olhos. – Pelo que eu ouvi, Raphael comprou-a a um homem que a tinha ganho de uma herança, mas que não a queria por causa do seu passado. Agora é uma base militar e os escravos somos nós.

— A história está-se a repetir. – Ela conclui. Soren assente.

O jovem desaperta um botão do macacão e puxa algo para fora. É uma corrente com o número "40" gravado numa etiqueta, juntamente com as iniciais de um nome.

— Vês isto? – o tom dele é triste e envergonhado. – Isto significa que eu fui comprado. Eu tenho um "Dono" e o número aqui estampado é o meu preço.

— Vales quarenta dólares? – Nour pergunta.

— Quarenta milhões.

Nour fica pasma e olha em volta. Não são muitos, os outros "Lobos" que têm etiquetas como a de Soren. Ele volta a colocá-la para dentro do fato e pousa os pulsos nos joelhos, depois de um suspiro. A jovem de vinte anos volta a pousar o olhar nele e repara ao pormenor o quão diferente ele está. Soren está coberto de algumas cicatrizes, especialmente no pescoço, braços e mãos. Se a quantidade de feridas a surpreende, ela nem quer imaginar o que esconde o resto do corpo, por baixo da farda. O cabelo está mais comprido, assim como a barba castanha clara e os olhos mais vazios. Perderam o brilho que tinham.

— Soren... – Ela chama pelo noivo. Ele apenas olha pelo canto do olho. – O que tiveste que fazer para receber isso...?

Soren molha os lábios e demora para responder:

— Vês aqueles que não têm etiqueta? – Nour volta a encarar o grupo. – São apenas isco. São apenas sacrifícios para os outros que têm etiquetas. Como cordeiros, para alimentar leões. De vez em quando, aparece um cordeiro que se vira contra o leão e ganha, mas isso é raro como a água no deserto.

Nour baixa o olhar.

— Mataste-os... – conclui.

— Sim... – a voz dele é baixa. – Eles fazem-nos lutar uns contra os outros e recebem dinheiro com apostas. Os compradores, a maioria são pessoas com muito dinheiro. Banqueiros, celebridades, pessoas do Governo... – ele pausa. – Ter uma etiqueta e um "Dono" não é bom. Não te vai salvar de uma possível morte. Mas não ter etiqueta é pior ainda.

 

 

 

******

 

 

 

A hora de jantar já tinha voado há algum tempo, mas a panela velha e quase com buracos no fundo, ainda mantinha a sopa quente nas poucas brasas que ainda queimavam. Malika encara o translúcido vapor da sopa com um ar aborrecido e olha em volta. Cada um está a passar o tempo à sua maneira. Nodin está a ler um dos livros de Luckyan e ao lado dele, uma torre deles marca a ordem das próximas leituras. Já Ignis, lê o ficheiro encontrado no escritório de Raphael, enquanto Nanuk segura nas mesmas, para que ela não corra o risco de as queimar. Palavras abafadas, essas, indicam que Saaya está a conversar com Luckyan no quarto. O único que não marca presença é Aslam.

Malika olha para uma taça e de forma determinada, pega nela e mergulha-a dentro da panela. Nodin retira a atenção das páginas do livro e olha para a inglesa com um ponto de interrogação na testa.

— Onde vais? – pergunta o Albino. Malika para de caminhar e segura na taça com as duas mãos, antes de olhar em volta.

— Vou ver o tempo. A roupa está a secar lá fora. Não quero que chova. – Retorque rapidamente.

— É agosto...

Malika encolhe os ombros e Nodin dá um pequeno sorriso discreto no canto da boca quando ela vira as costas, enquanto abana a cabeça e volta a atenção para o livro.

— Ver o tempo hun...? – ri, mas Malika já não o ouve.

Fora da gruta, a brisa noturna abana-lhe o cabelo curto e loiro, enquanto o olhar azul dela passa a paisagem em pente fino. A sopa vai arrefecer, se ela não o encontrar depressa. Por fim, ela olha por cima da gruta. Uma luz de candeeiro a óleo salta à vista no meio da escuridão da meia-noite. Malika sobe, confiando apena nos seus pés para se apoiar na encosta e subir a pequena colina até ao solo plano. Quando lá chega, Aslam está a cavar a terra de forma frustrada, enquanto olha para o buraco de testa franzida e raivosa.

— Acho que se continuares a esgravatar o chão dessa forma, ainda encontras o País das Maravilhas. – Ela brinca. – Fica a saber que eu não te vou buscar, se a Rainha de Copas quiser corta-te a cabeça.

Aslam olha por cima do ombro e para de cavar. O olhar triste de repente torna-se num olhar confuso.

— O que é que...? – pausa. – Deixa estar, eu prefiro não saber.

— O quê? – Malika espanta-se e caminha para sentar-se ao lado dele. – Não conheces a Alice nos País das Maravilhas?

Aslam nega e volta a fixar o olhar no buraco, agora com tamanho para colocar um coelho. As pontas dos dedos deles estão sujas e com algum sangue seco. Malika percebe que antes de improvisar, ele estivera a cavar com as mãos.

— Toma. – Ela estende-lhe a sopa. – Eu sei que não jantaste. A Saaya fez questão de ameaçar-nos de morte, caso comêssemos mais sopa, antes de ti.

— Sobreviveste a essa experiência? Uau, ela está a ficar mole.

Aslam pega na sopa e arrepia-se com o calor da mesma, quando os seus dedos encostam na taça de barro.

— Queres que eu te conte a história? – Ela pergunta divertida.

— Vais-me contar uma história enquanto janto? Eu já não sou uma criança.

— Cala-te e ouve. E come!

A energia brincalhona e entusiástica de Malika é contagiosa. Aslam tenta disfarçar, mas um pequeno e fino sorriso surge nos lábios dele.

— Isso é um sorriso? – questiona. Aslam imediatamente apressa-se a beber a sopa para cobrir a boca. – Sabes..., talvez possas ter perdido um amigo..., mas ganho outro. Às vezes, apenas precisamos de olhar para o que está à nossa frente.

A heterocromia de Aslam nunca esteve tão atenta a algo. O olho azul e preto dele encaram-na, sem sequer pestanejarem. O "Lobo Branco" para de beber e baixa um pouco o olhar, voltando-o mais uma vez para o chão.

— Então... – começa. – Esse novo amigo és tu?

Malika sorri, e, sem palavras, Aslam agradece com o olhar.

 

 

 

(...Na Manhã Seguinte...)

 

 

A madrugada comparece, carregando ainda o frio da noite. As celas estão frescas, às seis da manhã, mas não durarão muito mais tempo neste clima ameno. Nada aqui perdura por muito tempo.

Nour abre ligeiramente os olhos, acordada com passos leves e discretos que se abeiram à última que é a sua cela. A luz é pouca, mas ela consegue ver o vulto de alguém a coxear, acompanhado por outra pessoa.

A jovem olha para o lado e percebe que adormecera no colo de Soren, que ainda dorme ferrado e encostado à parede. O ruído da porta de barras de metal a roçar no chão, fá-la encarar a saída outra vez. É o Valak, e dirige-se para um dos cantos para sentar-se no escuro. A perna esquerda manca e o braço direito encostado ao peito mostram que está bastante ferido. O homem geme de dor e encara Nour, do lado oposto do cubículo.

— Se me quiseres matar, fá-lo agora. – Murmura ele. – Não terás outra chance como esta.

Valak força-se para falar, mas foram esforços em vão, pois Nour volta a deitar-se, desta vez virada para a parede. De olhos bem abertos e acordados, a jovem de cabelo preto encara a parede, assustada e nervosa.

— Eu não te vou matar. – Ela acaba por dizer. Uma expressão abatida transforma-lhe o rosto de repente. 

— Posso ver pela tua reação, que nunca mataste outro "Lobo". – Ele continua. – Mas não podes sobreviver neste sítio sem matar, kid. Mais cedo ou mais tarde, serás tu ou eles. 

 


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Notas finais do capítulo

Mas gente, olhem que fofinhos a Malika e o Aslam *-* dá vontade de encher de amor.
E esse Valak? Amigo ou inimigo? Hm??



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