Quando os Lobos Cantam escrita por Ladylake


Capítulo 21
Spin Off- Dia dos Namorados


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal, a pedido de uns leitores eu fiz um pequeno Spin Off do dia dos namorados. O casal escolhido foi a Nour e o Soren, mas ele encontram-se numa situação completamente diferente. O cenár em si não tem nada a ver com a história corrente ♥ eu senti que esses dois precisavam de um miminho :) espero que gostem



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14 de fevereiro ,18:05, Calgary, Alberta, Canadá, 1989

 

Os meus olhos descem para o relógio de pulso, pela terceira vez. Ele está atrasado, como sempre. Talvez deva arranjar uma coisa destas para ele também.

Aperto o meu casaco junto ao corpo e cruzo os braços, quando uma brisa de fevereiro passa pelas minhas costas. Pelos vistos, um vestido bordô estilo vintage, não foi uma boa opção para o dia de hoje.

Cubro as minhas mãos com umas luvas pretas e ajeito o casquete da mesma cor, pois o vento está a ficar cada vez mais forte. As pessoas tendem a olhar para mim e para Soren, pois parece que parámos no tempo. Estamos quase na década de noventa, mas mesmo assim, ainda nos vestimos como se vivêssemos nos anos quarenta. Quem disse que tínhamos que seguir as modas?

Instintivamente, a minha cabeça vira para a direita. Soren, no seu fato dos anos cinquenta, caminha num passo apressado até mim. Como de costume, o palito na boca é essencial e a junção com o sorriso no canto da boca, torna-o perigosamente atraente.

Junto as minhas mãos ao meio do corpo, enquanto seguro a bolsa e espero pacientemente que o meu futuro marido se aproxime. As minhas bochechas mudam instantaneamente de tom, quando ele se aproxima.

— Estás atrasado. – digo. O brilho dos meus olhos é impossível de conter, quando os nossos rostos estão a centímetros de distância.

— Eu sei. – Soren coça a nuca. – Mas foi por uma boa causa.

Uma pequena caixa de bombons surge nas mãos dele, retiradas de dentro do colete, seguido de uma rosa vermelha. Um sorriso largo é impossível de conter.

— Vi a rosa e pensei logo em ti. – Começa. – Bonita, mas perigosa. Cuidado, eu pedi para que não retirassem os espinhos.

— Assim, eu perdoo todos os teus atrasos. – Rio.

Elevo os pés do chão e beijo-o. Soren manuseia a minha cintura para perto dele e aperta-a firmemente. Por dois segundos, ambos nos esquecemos de onde estávamos.

 

****

 

 

Pouso a bolsa no sofá da sala e sento-me, exausta. Os meus pés gritam de dor e suplicam para que me descalce. Soren vai até à cozinha e o estoiro de uma rolha a saltar, acelera-me o batimento cardíaco. Ele só bebe vinho em ocasiões especiais ou quando a noite promete.

Ele serve dois copos e estende-me um, enquanto se senta ao meu lado. As minhas pernas vão logo para cima dele e encosto-me no seu ombro.

Soren desvia o vestido e coloca a mão na minha coxa. As pontas dos seus dedos fazem pequenos desenhos na minha pele, dançando. O meu corpo vibra, sempre que faz isto. É o meu ponto fraco, e ele sabe perfeitamente disso.

Soren bebe o vinho de uma só vez e pousa o copo em cima da mesa de centro. Eu faço mesmo, mas uma careta exprime o quanto a bebida me bateu no momento.

— Vai com calma. – Aconselha. – Isso não é bom para quem não está habituado.

— Desculpa, eu só estou a querer chegar logo à parte interessante.

Ele abre um sorriso safado no canto da boca, quando me vê a sentar em cima dele. Todo o meu vestido fica espalhado pelo corpo dele.

Com a maior calma e autocontrolo do mundo, Soren desabotoa os pequenos três botões sobre o meu peito. Apenas um trecho dos meus peitos ficam à vista.

— "Parte interessante" hun? – ele sorri, já com as mãos debaixo do meu vestido. – Acho que podemos fazer isso acontecer.

Num movimento rápido, Soren puxa-me pela nuca contra os seus lábios. A minha mente começa num turbilhão quando sinto o sabor frutado e alcoólico na sua boca.

A outra mão percorre as minhas nádegas, até às calcinhas e desvia-as para o lado. Ele avança com dois dedos no meio das minhas pernas e um sorriso alargado surge no meio do beijo. Ele está a adorar.

Soren volta a carga, mas desta vez de uma forma mais leve. Ele quer-me molhada, mas não muito molhada. Não ainda.

A arfar num tom baixo, todo o meu corpo já está quente. A minha pele queima o vestido, e, num movimento rápido, dispo-o da maneira mais tosca possível. Eu só quero ficar nua.

As mãos dele anseiam por mim, pela minha pele e pelo meu interior. Os seus lábios depositam marcas de amor pelo meu pescoço e ombros enquanto as minhas mãos o prendem pelos cabelos curtos e pretos. Estamos a ficar mais selvagens, mais rápidos nos movimentos e mais sedentos um pelo outro. Chega de sexo água com açúcar. Lobos não fazem amor, eles fodem.

Soren desce a boca até aos meus seios. Ele lambuza, aperta, torce e mordisca os meus mamilos húmidos e rosados. Os meus olhos reviram. Eu vou acabar por ferir o lábio, se continuar a mordêlo assim.

Empurro-o para trás e arranho os abdominais dele com alguma forma. Os olhos de Soren mudam de cor, num segundo, quando algo acontece.

Eu olho para trás. A luz da lua ilumina-nos, pois esquecemo—nos de fechar as cortinas. Quando volto a olhar para ele, os meus olhos também já estão com outra tonalidade: Um vermelho escuro, tom de cereja.

— Continuamos? – ele pergunta, segurando a minha cintura.

— Provavelmente iremos partir tudo. – Começo. – E seremos expulsos amanhã de manhã, por barulho demais.

— Parece-me um bom plano para o dia dos namorados.

Ambos sorrimos e as nossas bocas encaixam uma na outra. Em segundos, estamos completamente nus e selvagens. Com uma mão no meu pescoço e outra a conduzir os meus movimentos, ele penetra-me com força. Os meus olhos reviram, o meu rosto sempre rosado e os gemidos abafados pela minha mão é só uma fatia desta noite.

Ele arranha-me e eu arranho-o a ele. Soren morde-me e eu devolvo a dentada. Nenhum de nós se fica. O objetivo é ficar marcado.

— Soren...- eu gemo. Não é preciso mais nada, ele entendeu.

Abafo o gemido com todas as minhas forças e finco as unhas no sofá, furando-o, quando uma onda de prazer estremece o meu corpo. Soren ainda entra e sai, mas eu sinto-me mais molhada do deveria.

— Amor - chamo-o à atenção, mas ele não me encara. – Soren, olha para mim.

Os olhos amarelados dele encaram-me, mas apenas por um segundo. Ele intercala o olhar entre mim e o meio das minhas pernas, totalmente branco.

— Ups... - ele ri. Eu aterro a cabeça numa almofada.

 

****

 

 

A água ainda estava quente, assim como os nosso corpos e corações. Eu fecho os olhos, totalmente relaxada. Sinto que poderia adormecer.

Lembro-me perfeitamente do cheiro a sais de banho e sabonete caseiro; o vapor que ainda se entranhava nos azulejos brancos do banheiro;

Lembro-me das mãos dele a navegarem pelo meu corpo; lembro-me dos seus dedos passarem pelos meus seios e de os deixarem com espuma.

Soren envolvia-me nos seus braços e beijava-me desde os ombros até ao meu rosto, passando também pela nuca. Eu arrepiava—me sempre e ele sorria. Ele adorava ver as minhas reações.

Nessa noite, fizemos uma promessa:

—Esquecer-me-ias... ser eu morresse agora? – ele sussurra, pegando na minha mão.

De costas encostadas no peito dele, eu não consigo ver-lhe o rosto, mas Soren parece sério. A mão rude e firme dele segura na minha, cheia de preocupação.

—Nunca. – Eu respondo. – Isso seria impossível.

—Então prometes... - ele trava. – Que nunca me substituis?

Eu afasto-me um pouco dele e viro-me de frente. Ele parece aflito. As sobrancelhas arqueadas para cima e o olhar de aflição, apertam-me o coração.

— Eu não posso prometer algo que não sei. – Sussurro. – Mas posso prometer uma coisa... - aproximo-me em direção aos lábios dele. – quando, um dia, nos voltar-mos a ver do outro lado, eu estarei a morrer por um beijo...

 


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