Click! et Brille escrita por Biax, EsterNW


Capítulo 46
Noite Divertida


Notas iniciais do capítulo

Bia:
Oie!
Hoje vai ter investigação!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/786641/chapter/46

Me encontra hoje no horário do almoço no Mont Fabian”

Digitei e enviei a mensagem para Armin. Se ele estivesse ligado, não precisaria perguntar nada e só ir pra lá. Com certeza seria arriscado ter aquela conversa por mensagem ou até mesmo e-mails, então o melhor jeito seria pessoalmente.

Demorou alguns minutos até que eu tivesse a minha resposta.

Ok

— Mari, eu vou me encontrar com o Armin hoje, no almoço — avisei Marimar, que estava esquentando seu leite no micro-ondas.

— Pra falar sobre aquilo? — Ela quase sussurrou, como se alguém além de nós pudesse ouvir.

— Sim.

— Ah, hoje eu tenho um casting pra ir. Podemos ir juntas.

— Tudo bem.

Após um café da manhã e algumas horas de inércia, nos arrumamos, com a Mari começando muito antes de mim e terminando bem depois, e tomamos rumo para a rua. Fizemos o trajeto de metrô. Marimar parou na agência e eu segui reto, diretamente para o restaurante. Como estava uns minutos adiantada, pedi uma mesa e esperei, olhando a cada cliente que entrava. Finalmente avistei o único que eu queria ver e acenei.

Armin falou brevemente com o garçom, apontando em minha direção, e veio rapidamente, se sentando no lugar à minha frente.

— Tô com saudade das suas piadinhas — Ele meio que resmungou.

Fiz um biquinho. — Eu que ia falar isso. Obrigada por ter vindo.

— Sem problema. O que tá rolando?

Precisamos pausar para fazer nossos pedidos, e retomamos.

— Eu preciso da sua ajuda. O que você sabe sobre hackear contas de e-mail? — Baixei o tom da voz, para que os outros não pudessem ouvir, mesmo que as conversas abafassem a nossa.

— Hm... Sei o suficiente pra fazer isso direito. Por quê?

Deus abençoe o momento em que esse menino resolveu cursar T.I. antes de ir pra Comunicação Social.

— Bom, você lembra da treta toda com aquelas fotos do Castiel...

— Claro, de vez em quando alguém ainda fala sobre aquilo. — Ele revirou os olhos, fazendo uma careta de quem estava cansado sobre o assunto.

— Então... O Bonnet tá nos ajudando e ele pegou nas filmagens de segurança a Ambre mexendo no meu celular, no dia em que eu esqueci ele na mesa depois do expediente.

— Ambre?! — Armin escancarou a boca, completamente chocado.

— Sim, as filmagens mostram ela pegando, olhando meu celular e depois pegando o dela, deixando perto, como se estivesse passando alguma coisa, sabe?

— Por bluetooth.

— Isso. Mas claro que não tem como saber o que ela mandou pro celular dela, só desconfiamos quase cem por cento que foram as fotos daqueles dois.

— Você quer hackear o e-mail dela pra saber pra quem ela mandou as fotos?

— Sim. Tem como?

— Tem, mas talvez nem precise disso tudo. Só preciso de um momento de distração pra conseguir ir na máquina dela. Muitas vezes ficamos só nós dois lá no escritório, depois do expediente.

— Acha que consegue?

Ele deu de ombros, como se não fosse trabalho algum. Desviou o olhar por dois segundos e voltou a me olhar, ainda mais confiante.

— O Bonnet tá ajudando vocês, não é? E se eu falar com ele sobre esse plano? Ele pode ajudar chamando a irmã na sala dele. Ele faria isso, não faria?

— Provavelmente sim...

Olhamos para cima ao ver o garçom parando próximo à mesa, mas para a nossa surpresa, era o próprio Bonnet, abrindo um sorriso.

— Tem espaço pra mais um?

Abri levemente a boca, não entendo como diabos ele tinha ido justamente naquele restaurante, e ele me encarou enquanto se sentava ao meu lado direito.

— Desculpe, mas eu encontrei a Mari na agência e ela me contou sobre o seu plano. Eu queria ver se eu conseguiria ajudar em alguma coisa.

Armin abriu um sorriso determinado para mim. — Estamos resolvidos.

Bonnet olhou para nós dois, permanecendo em mim por último, querendo saber dos detalhes. Respirei fundo e contei novamente minhas ideias.

— Claro que eu ajudaria — esclareceu Bonnet, assim que eu acabei. — A Ambre tem três contas, uma da agência, uma para os alunos e outra pessoal. Posso tentar olhar o pessoal. Hoje vamos jantar na casa dos meus pais e talvez eu consiga pegar o celular dela.

— Boa — incentivou Armin. — Eu vejo o que tiver aberto no computador dela.

— Provavelmente você vai ter acesso ao dos alunos e o da agência, acho que ela sempre deixa os dois abertos lá.

— Então você vai distrair ela?

— Sim. Você vai ficar até mais tarde hoje?

— Vou.

— Tudo bem, acho que até já sei o que vou falar pra ela.

— Como você vai saber quando eu tiver terminado?

Bonnet cruzou os dedos sobre a mesa, pensando por uns segundos.

— Eu fico de olho nas filmagens de segurança. Quando você voltar para o seu lugar, eu sei que posso liberar minha irmã.

— Certo. — Armin me encarou, ainda mais confiante do que antes. — Vai dar certo, Ju.

Apesar de saber que era bem provável que tudo ocorresse bem, ainda assim eu tinha medo de acabar causando problemas para eles.

— Tem certeza disso? — perguntei a Bonnet.

— Tenho. Eu falei que ajudaria vocês. Relaxa, Ju.

— Eu não quero criar mais confusão pra você...

Você não criou confusão nenhuma, você foi a vítima dessa situação toda. E também... só eu tenho acesso às filmagens, não tem como outra pessoa saber o que fizemos. Não se ninguém descobrir. — Ele lançou um sorriso a Armin, que retribuiu.

Suspirei e concordei. — Tá. Mas pelo amor de qualquer coisa, sejam cuidadosos e discretos.

— Esses são os meus sobrenomes, queridinha. — Armin riu.

Bonnet não comeu com a gente, já que já tinha almoçado. Armin e eu conversamos sobre outros assuntos, principalmente sobre Kim. A relação deles estava ótima, evoluindo cada vez mais, quase indo aos finalmente, ou seja, a “oficialidade”. Franceses conseguiam complicar as coisas quando era possível simplificar com apenas um pedido de namoro.

Antes de nos despedirmos, ele me abraçou e prometeu que faria tudo certo.

Como Marimar ia demorar mais algumas horas na agência, voltei sozinha para casa. Tentei fazer várias coisas para ocupar minha cabeça, como limpar a casa já limpa, passar um paninho debaixo das plantas da Mari para tirar vestígios de terra que sempre surgiam de repente, organizar os pratos por tamanho, dobrar todas as roupas que minha colega de quarto desarrumou antes de sair... E falando nela, Marimar chegou bem na hora e “brigou” comigo por fazer o trabalho dela, mas acabamos terminando o trabalho juntas.

E assim o dia passou. Consegui me manter ocupada até as sete e pouco da noite, antes de esquentar as comidas para a janta. A campainha tocou, e Mari foi atender. Dali da cozinha, vi Armin na porta, já tirando os tênis antes de entrar.

— E aí? — Marimar perguntou ansiosamente ao fechar a porta.

— Quer água? — indaguei a ele, que afirmou, puxando a cadeira para sentar.

— Nossa, tô sedentário mesmo. Cansei só de correr pra cá e subir as escadas. Que tortura. — Ele bebeu o copo cheio e acalmou a respiração. — Valeu.

Deixei o copo na pia e me virei para ele, pronta para ouvir as novidades. Armin me encarou, e algo me dizia que ele não tinha coisas boas para contar.

— Eu não achei nada — admitiu, com uma certa frustração na voz. — Olhei os dos e-mails de cabo à rabo. Olhei caixa de entrada, enviados, lixeira, spam, até pesquisei vários nomes possíveis, as fotos... Mas nada.

Meus ombros desabaram um pouco com desânimo. Mari não teve uma reação diferente.

— Bom, você fez o que conseguiu, e eu fico muito grata por ter se arriscado...

— Eu não me arrisquei em nada, bobinha. Foi fácil demais. Tive tempo de sobra. O Nathaniel deve ter achado um assunto muito interessante pra manter a Ambre tanto tempo lá, porque mesmo depois que eu voltei pro meu lugar, ela demorou uns vinte minutos pra voltar.

— Ele é bom — comentou Mari, dando risada.

— Sim. Nós temos um boss de respeito. — Armin apoiou o braço no encosto da cadeira, a fim de também olhar para a Mari, que estava no sofá. — Vamos ver se ele vai conseguir olhar o e-mail pessoal dela.

— Tomara que ele consiga achar alguma coisa. — Mari suspirou.

— Como ele vai avisar se conseguir? — Ele me perguntou.

— Não sei, talvez ele me ligue... Mas e aí, quer jantar aqui?

Ele fez uma carinha de quem adorou a ideia. — Mas eu não trouxe nada...

— Ah, para com isso! — Marimar levantou em um salto, vindo para a cozinha. — Você ajuda a gente e acha que precisa trazer alguma coisa pra jantar? Até parece.

— Então o mínimo que eu posso fazer é ajudar. — Ele levantou, arregaçando as mangas do moletom preto.

Sorri para ele e começamos a cozinhar. Colocamos uma música para tocar, abrimos um vinho que já tinha lá, e a visita rápida quase virou uma festa improvisada.

Para ser mais rápido, dei a sugestão de fazermos uma massa com molho branco e espinafre, e apesar de Armin ser um pouco enjoado com coisas verdes, ele deu de ombros e falou que deixaria as folhinhas de lado no prato. Deixei o trabalho de tirar a massa e por no molho dos dois mais novos, e fiquei observando eles fazendo uma bagunça no fogão enquanto tomava uns goles do vinho que já estava me deixando meio alegre demais, apesar dos problemas.

Alguém bateu na porta bem baixinho, e não sei como, mas eu ouvi e fui até lá, dando de cara com Bonnet, ficando surpresa.

— Achei que você fosse me ligar ou algo assim — falei, abrindo um sorrisinho besta. Ele pareceu completamente confuso com a minha reação.

Bonnet olhou para a taça na minha mão, pela metade, e me interrogou com o olhar o que diabo estava acontecendo. Terminei de abrir a porta, e ele viu os dois na cozinha discutindo sobre o tanto de água do cozimento que deixaram cair no fogão.

— Vai ficar aí a noite toda? — perguntei, indicando o caminho para ele.

Ele pareceu incerto sobre o convite, mas entrou depois do meu olhar impaciente. Bonnet tirou os sapatos e parou perto da mesa, observando o caos da cozinha.

— Olha quem chegou — anunciei, fazendo os dois virarem para trás.

— Nath! — Marimar sorriu.

Armin parecia mais acostumado ao vinho, mesmo que parecesse tão alegre quanto nós, e deu um sorriso simples para Nathaniel.

— E aí? Você também foi um fracasso? — Armin perguntou.

— É, infelizmente. Não achou nada?

— Não, naaadinha.

— Achei que vocês estavam comemorando algo — comentou ele, me olhando.

— Não, uma coisa levou a outra. — Ergui a mão com a taça, indicando as panelas. — Já jantou?

— Já, obrigado.

— Aceita um pouco de vinho? — Antes que ele respondesse, Armin já estava enchendo outra taça com a bebida, se sentindo completamente em casa, o que me fez rir.

— Bom, acho que não posso negar agora. Obrigado. — Pegou a taça, meio sem graça.

— Agora é você quem tem que relaxar. — Lhe dei uma cotovelada de leve. — Acho que podemos dizer que estamos comemorando antecipadamente.

— Mas isso não dá azar? — Mari perguntou, voltando ao trabalho.

— Já deu de azar na nossa vida, não acha? — Aquilo saiu tão despreocupadamente que os três me observaram, meio surpresos, acho.

— É, eu acho. — Marimar largou a panela e pegou sua taça, cheia pela segunda vez na noite, e a ergueu na altura do queixo. — Que tal um brinde?

Os homens se aproximaram com suas taças, assim como eu.

— À sorte.

— À sorte — repetimos em conjunto, batendo levemente os vidros.

Sorri, sentindo toda a energia daquele momento. Era algo tão simples, mas que me renovou. Renovou minhas esperanças de que as coisas iam melhorar de verdade.

Mari e Armin terminaram de misturar o macarrão e o molho, enquanto eu e Bonnet puxávamos a mesa para o maior espaço entre a sala e a cozinha e colocamos os pratos e talhares. No fim, até ele acabou pegando um pouco da comida, e nos sentamos à mesa, ainda com a música tocando de fundo, baixinha.

Conversamos, comemos, rimos e ficamos sentados, terminando o vinho e aproveitando a companhia um do outro.

Meu celular apitou no sofá, indicando que uma mensagem chegou. O peguei rapidamente e vi que era Rayan, claro, perguntando se eu estava bem. Respondi rapinho porque não queria ser mal-educada, e ao erguer a cabeça, vi Armin me olhando com um sorrisinho malicioso.

— Que foi?

— Naada. Eu gosto de te ver assim.

— Assim?

— Feliz. Apesar dos problemões que você foi arranjar, dá pra ver que você achou alguns pontos de felicidades.

Sorri para ele. — Obrigada. Eu tô me sentindo melhor mesmo.

Ele deu uma risadinha, tomando mais um gole de vinho. — É, suas bochechas já falaram isso.

Dei de ombros, e lembrei que Bonnet estava ali, o que acabou me fazendo corar mais ainda, até porque conseguia ver, pela visão periférica, que ele me olhava, curioso, de certa forma. Era estranho e bom como eu me sentia perto dele.

— Fiquei sabendo de você e a Kim, hein? — Marimar puxou outro assunto, e eu agradeci mentalmente por ela ter sido mais rápida do que eu.

Depois de mais um pouco de papo, os rapazes se ofereceram para cuidar da louça, e claro que não recusamos. Armin lavava e Bonnet secava.

Armin parou de ensaboar um prato, com o olhar distante, e se virou para mim.

— E se... A Ambre não usou um e-mail fake pra mandar as fotos? — perguntou, pensativo. — Já que não achamos nada em lugar nenhum. De algum lugar ela deve ter mandado, não acham?

Esperei Bonnet responder.

— Talvez, mas não teria como descobrir como é o endereço desse e-mail — comentou Bonnet, com o pano de prato nas mãos.

— Só tem um jeito.

— Qual? — interrogou Marimar, já ansiosa.

— Agora sim eu teria que usar minhas habilidades de hacker. — Ele deu um sorrisinho de canto, confiante, como das últimas vezes.

— E você vai hackear quem? A editora? — Havia um tom levemente irônico na voz dela.

— Também. Só temos que descobrir quem recebe as sugestões. Deve ter algum e-mail só pra isso, pra receber as fotos e fofocas dos fãs loucos.

Mari e eu trocamos um olhar rápido, e ela prontamente pegou o celular para pesquisar. Graças à internet, em poucos segundos conseguimos o e-mail da editora para aquelas sugestões.

— Mas e se a Debrah não recebe esse tipo de coisa também?

— E quem é essa?

— Ela é editora chefe da revista. Eu já pesquisei tanta coisa que você não tem noção...

— Podemos tentar também. Se você conseguir me passar esses e-mails dela.

— É pra já. É só pegar no Instagram dela...

Armin anotou os e-mails que conseguimos pegar e falou que amanhã mesmo começaria o trabalho.

Eu sentia que daquela vez conseguiríamos algo. Ou talvez fosse só minha esperança de achar alguma coisa relevante.

Acabado o trabalho, Bonnet garantiu uma carona para Armin e os levamos até a rua, agradecendo muito pela ajuda dos dois, que foi tão importante para nós.

Assistimos o carro virar a esquina e eu e Mari nos abraçamos, leves pela noite divertida e pela esperança de acabar de vez com aquele sofrimento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bia
Essa noite foi boa, né? Pelo menos um pouquinho de diversão nesse monte de problemas xD
Até mais o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Click! et Brille" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.