Click! et Brille escrita por Biax, EsterNW


Capítulo 36
Mensagens


Notas iniciais do capítulo

Bia:
Oie pessoas!
Vamos ver o que vai rolar hoje... Ihhh

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/786641/chapter/36

Em comparação com aquele péssimo dia, a agência estava completamente vazia naquele começo de manhã. Felizmente. Eu não aguentaria levar mais centenas de olhares atravessados. Precisei voltar lá apenas para assinar minha demissão e pegar alguns documentos e tentei ir embora o mais rápido possível.

Assim que desci as escadas, ouvi meu nome ser chamado. Era Kim, aparentemente desesperada.

— Ju, o que diabos aconteceu? Por que estão falando que você se vendeu?

Suspirei ao olhá-la. — Eu não sei o que aconteceu, mas alguém conseguiu algumas fotos do meu celular e vendeu para uma revista de fofocas, e o pior é que colocaram meu nome debaixo das imagens.

— As do Castiel e do Lysandre, não é? Mas como que pegaram...?

— Kim, eu não sei, estamos tentando descobrir alguma coisa. Ainda estou tentando lembrar se eu deixei meu celular em algum lugar longe de mim, que alguém pode ter mexido sem eu ver...

— Você não seria capaz de fazer algo assim, eu sei muito bem disso, e o Nathaniel devia saber também — sussurrou ela, quando algumas modelos entraram no corredor.

— Ele sabe, mas não teve outra escolha. Muita coisa da agência estava em jogo, eu entendo o lado dele...

— Você não foi mandada embora? — Uma das modelos perguntou assim que passou por nós, parando próximo da porta do camarim. — Desculpa, mas não quero que as minhas fotos sejam vendidas sem a minha permissão.

Kim estava prestes a retrucar, mas eu segurei seu pulso.

— A quantos tempo nós trabalhamos juntas? — perguntei, seriamente.

Ela ficou confusa. — Desde que eu entrei aqui, no ano passado.

— E quem te ajudou a descobrir suas melhores posições e expressões?

Ficando sem resposta, talvez envergonhada, ela deu de ombros. — As pessoas mudam. — E saiu, entrando no camarim.

— Mas é uma...

— Deixa, Kim, não perca seu tempo. Escuta. — E ela voltou a me encarar. — Não é porque eu não vou mais trabalhar aqui que quer dizer que não somos mais amigas, então você sabe que pode e deve me procurar se precisar.

Ela deu um sorriso tristonho. — Eu sei, isso serve pra você também. E eu vou ficar de olho, ou melhor, de ouvidos por aqui. Qualquer coisa suspeita, eu vou te avisar.

— Obrigada. Continua arrasando.

Demos um abraço apertado, e eu tratei de ir embora logo, suspirando de chateação por deixar o melhor emprego que eu tive na vida. Algumas lágrimas chegaram a escorrer, mas eu as sequei antes de entrar no metrô.

Assim que cheguei em casa e me troquei, sentei no sofá e ativei o wi-fi do celular, esperando receber alguma mensagem. Algumas notificações apareceram, e a primeira que vi foi a de Pietro. Havia apenas uma.

“Como você foi capaz de fazer isso?”

Eu não podia responder. Ele tinha me bloqueado.

Larguei o aparelho no colo e me larguei no encosto, fechando os olhos.

Claro que ele estaria bravo. Era o seu amigo envolvido naquela situação. Eu não poderia esperar uma reação diferente...

Dobrei as pernas com os joelhos na altura do queixo e me debrucei sobre elas, começando a chorar de verdade. A ficha tinha caído. Eu fui demitida do melhor emprego do mundo e nem sabia explicar por quê! Meu nome provavelmente ficaria mal falado e com certeza nenhuma outra empresa pensaria em me contratar, pelo menos por alguns anos.

Como eu ia sobreviver agora?

A porta do quarto foi aberta abruptamente e Marimar saiu de lá, correndo para se sentar ao meu lado.

— O que foi, Ju?!

Eu não conseguia falar. Nada saía da minha boca a não ser murmúrios do choro incontrolável. Eu não queria ficar naquele estado perto da Mari, ela se sentiria ainda mais culpada por tudo.

— Ju... — Ela me abraçou de lado, fazendo carinho nas minhas costas até eu conseguir me acalmar, alguns minutos depois.

— Me caiu a ficha só agora — cochichei, a voz meio rouca.

— Eu me odeio por ter feito isso com você...

— Não começa — A interrompi. — Não adianta ficar se lamuriando. Você cometeu um erro, eu cometi um erro e ponto. Aconteceu. Não vai resolver nada ficar remoendo isso de novo e de novo. A gente só... precisa focar no que for importante.

Mari se endireitou, olhando para suas mãos, no colo. — Eu sei.

— Talvez... Eu demore pra conseguir outro emprego. Talvez meu nome não fique bem falado entre as empresas ou até possíveis clientes de fora...

— Eu vou pegar o máximo de trabalhos que aparecer. Eu não vou te deixar na mão.

— Só não precisa exagerar. Você sabe que eu sou econômica, ainda tenho um bom dinheiro guardado e provavelmente ainda vou receber o que eu tiver direito.

— Não importa, é melhor sermos precavidas. O que eu puder pegar de trabalho, vou pegar. Assim não ficamos apertadas.

Sorri, gostando da sua positividade. — Sim. Eu vou procurar trabalhos, e os que me recusarem, paciência. Vou para o próximo. Uma hora isso vai ser esquecido.

— Daqui uns dias, provavelmente, até outro famoso ser flagrado fazendo algo vergonhoso ou estranho — brincou ela, passando a mão no meu cabelo.

— É. — Ri junto. Suspirei, um pouco menos tensa do que antes. — Vamos dar um jeito.

Mari concordou e levantou para ir no banheiro.

Voltei a pegar o celular, ainda na conversa de Pietro, e saí, fechando o aplicativo. Respondi as outras mensagens e fui caçar algo para comer.

Eu não estava com a mínima vontade de ir para a aula. Tinha a impressão de que todos os alunos iam me olhar feio igual na agência, por mais que eu soubesse que nem todo mundo gostava de fofocas sobre famosos. Achei melhor ficar em casa.

Na manhã seguinte, depois que acordei e peguei o celular, percebi várias notificações e, abrindo o Instagram da minha conta profissional, vi que tinha pelo menos vinte novos seguidores. Havia cinco mensagens privadas, e ao clicar no ícone, bati o olho rapidamente, vendo as primeiras palavras de cada mensagem.

“O Castiel tá...”, “Por que você fez...”, “Parabéns, ideia boa...”, “Gostaria de receber...” e “Espertinha você...”

Rapidamente coloquei a conta como privada e removi os seguidores novos, o que tomou alguns bons minutos. Reclamei sobre isso com a Mari, que ainda estava deitada, também mexendo no celular.

— Subiram a hashtag com o nome do Castiel e do Lysandre... Não é uma das principais, mas dá pra ficar preocupada... Eles devem estar muito bravos — resmungou com pesar.

— Melhor você bloquear suas redes sociais, só por precaução. Já bloqueei meu Instagram. Tem algumas MP`s de fangirl.

— Que ótimo, só faltava essa. Te encherem o saco.

— É só bloquear e ignorar.

Um pouco mais tarde, Marimar foi avisada que o shooting foi remarcado para amanhã. Tentei lhe dar alguns conselhos para manter a calma caso ouvisse algum comentário engraçadinho, mas eu também já estava nervosa. Estava rezando para que tudo ocorresse bem.

 

 

A Mari me certificou de que daria o melhor de si e que tentaria não ligar para possíveis brincadeiras sem graça antes de sair de casa para o trabalho. Me despedi dela e, já sozinha, pude roer as unhas e ter tiques nervosos.

Enquanto lavava as louças, meu celular apitou e eu dei uma olhada por cima, já que ele estava na mesa. Um e-mail tinha chego, e meu coração acelerou ao ver rapidamente o endereço eletrônico do professor Rayan. Engoli seco, sequei as mãos e peguei o aparelho, abrindo o Gmail.

“Boa tarde, senhorita Borges,

Notei que a senhorita não tem comparecido às aulas, assim como o Sr. Rigal. Ele me pediu para contatá-la.

Está tudo bem?

 

Atenciosamente,

Rayan Zaidi.”

Tentei roer o que me restava de unha no dedo indicador, mas parei antes que arrancasse a parte rosada e cliquei em responder. Digitei rapidamente, apagando e redigitando algumas vezes.

“Boa tarde, professor.

Estive com alguns problemas pessoais e não pude ir às aulas. Sinto muito ter causado alguma preocupação. Retornarei assim que possível.

 

Júlia Machado Borges.”

Enviei.

Será que fui rude? Falei pouco ou muito? Devia ter falado de problemas pessoais? Ele não tem nada a ver. Mas eu precisava dar uma justificativa. Devia ter falado que estava doente, seria mais fácil.

Voltei para a louça e, mais cedo do que eu imaginava, outro e-mail chegou. O abri.

“Entendo.

Espero que possa resolvê-los o mais rápido possível. Caso precise de qualquer ajuda, estamos à disposição.

 

Atenciosamente,

Rayan Zaidi.”

Mordi a parte interna da bochecha, não sabendo se preferia toda aquela profissionalidade.

Encarei a tela do celular, pensando em uma resposta, quando outro e-mail chegou.

“Se quiser conversar, estou totalmente ao seu dispor. Talvez eu não seja o melhor conselheiro do mundo, mas sou um bom ouvinte.

Você não precisa passar por isso sozinha, seja lá o que estiver enfrentando.

 

Caso queira, posso chegar às dezessete horas na escola amanhã. Podemos ficar na cafeteria ou outro lugar da sua escolha.”

Minha boca se abriu involuntariamente. O coração, martelava minhas costelas. Ele realmente está preocupado comigo...

Pisquei algumas vezes, relendo aquela mensagem três vezes seguidas para ter certeza de que era real, que eu não estava imaginando uma preocupação dele. Não, era real.

Sem pensar muito, respondi.

“Seria ótimo.

Te vejo amanhã.”

 

Respirei fundo depois de mandar, tentando me acalmar.

Mais um motivo para não me deixar dormir de noite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bia
Ai esse Rayan mexendo não só com a Ju, mas com todas nós kkk
Até mais o/

Ester:
Dona Jú não vai dormir essa noite, mas pelo menos dessa vez o motivo é bom :~
Até mais, povo o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Click! et Brille" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.