Uma Nova Alvorada escrita por MoonLine


Capítulo 1
Capítulo 1- O início


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse é o primeiro capítulo da minha história. Foi uma verdadeira aventura escrevê-la, já que essa é a primeira vez escrevendo uma história tão grande e complexa,mas espero que gostem e deem suas opiniões sinceras.



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Reza a Lenda que somos condenados a um especifico destino e que nada podemos fazer para mudá-lo, mas provarei o contrário. Sou uma Princesa do Reino de Yoru, fui escolhida para ser a nova Imperatriz, mas vamos explicar desde o principio.

            O mundo em que vivo é conhecido como Yami, ele é divido por reinos, e cada reino é governado e influenciado por certa quantidade de Imperatrizes, e elas são o equivalente a deuses. Existem as principais Imperatrizes que formam o corpo democrático de Yami, elas são: Chikaku, Imperatriz dos Sentidos, Ongaku, Imperatriz da Musica, Sensō, Imperatriz da Guerra, Sakkaku Uso, Imperatriz da Ilusão e Mentira, Yume, Imperatriz dos Bons Sonhos, Shi, Imperatriz da Morte, Hikari, Imperatriz da Luz, Tsuyo, Imperatriz da Força, Kaze, Imperatriz do Vento e Itami, Imperatriz da Dor.

            O alto conselho, como é chamado, é o grupo das mais fortes Imperatrizes e organiza-se de modo na qual Chikaku é a líder, sendo calma e pacífica, salvando algumas exceções, e somente mais três Imperatrizes participam, são elas: Yume, Shi e Hikari. Todos os anos eram feitos rituais chamados de Sentaku, ao qual consiste em escolher jovens moças com grandes expectativas, para que possam desenvolver poderes e tornarem-se novas Imperatrizes. Ao total, todos os anos, trinta meninas são recrutadas, mas uma quantidade inferior a cinco consegue sobreviver ao processo.

            Devido às táticas adotadas para desenvolver e ampliar os poderes poucas garotas conseguem suportar, e aquelas que suportam toda a dor e pressão precisam de poderes jamais vistos ou incrivelmente bem evoluídos, caso contrário são mortas antes mesmo de chegarem a fase final. Nesta ultima fase as futuras Imperatrizes precisam lutar com lorde Suna, um incrível cavalheiro com imenso poder, e vencê-lo, senão morrerão em combate. Algumas garotas conseguem sobreviver mesmo não o vencendo, devido seu interesse na habilidade da jovem.

            Homens desenvolverem poderes é extremamente raro, e quando isso acontece são imediatamente levados ao castelo das Imperatrizes para servi-las ou mesmo se casarem. Lorde Suna não é o único, mas é um dos mais poderosos, há também outros três grandes lordes: Kasai, Kuroi e Mizu, mas não são vistos com tanta frequência.

            No ano 5013 fui uma das escolhidas, é uma honra para minha família, mas é também uma perda significativa, as chances de uma garota ingênua como eu ser aprovada são mínimas, e meus pais sabiam disso. Foi uma longa despedida.

            - Se cuide minha filha... – disse minha mãe, me abraçando de forma carinhosa e preocupada – Volte viva para nós.

            -Não a assuste querida! – meu pai vem em minha direção – Você irá conseguir, é uma menina forte.

            Abraçamos-nos e me despedi. Meu coração pesava, pois sabia que seria nosso ultimo encontro.

            Ao chegar a Torēningu observei várias garotas com características diferentes, havia uma, em particular, que chorava em silêncio, mas suas lágrimas não eram de desespero ou medo, eu conseguia sentir sua tristeza só de olhar para seus olhos. Ao mesmo tempo em que queria falar com ela, não poderia, era um campo de treinamento ao qual sequer metade de nós sobreviveria, não é um lugar para se fazer amizades em vão.

            Um comando foi dado para que todas se organizassem por ordem de altura. Havia seis tendas, e cada uma de nós iria ser interrogada ali. Personalidade, aparência, afinidades e desgostos eram muito importantes para que fosse traçado uma preparação única e especial para cada individuo. Normalmente as características das novatas não possuíam grandes discrepâncias, por isso as seis tendas, que resultavam em três distintos grupos. O normal era que cada tenda, ou seja, cada categoria houvesse cinco meninas. Assim todo o processo era em grupo e individual, ao mesmo tempo.

            Por não ser muito alta logo fui chamada, minha tenda foi a numero três. Era bem maior e mais espaçosa do que havia pensado, as paredes brancas eram inquietantes, o silêncio era perturbador, e a aparência dos que estavam ali era calma demais. O interrogatório logo começou.

            - Diga seu nome e sua idade, cor dos olhos e do cabelo.

            - Me chamo Amaya, tenho dezoito anos, olhos castanhos, cabelo preto.

            - Sua altura.

            - 1,63m.

            - De qual reino você pertence?

            - Yoru.

            - Fale sobre sua infância.

            - Normal, como a de qualquer menina de Yoru.

            - Seja mais especifica. – a interrogadora se zangou – Diga algo que a marcou na infância.

            - Meus irmãos sempre brincavam comigo, por ser a mais velha sempre protegia eles, mesmo a diferença não sendo grande. Meus pais me ensinaram muita coisa importante sobre fabricação de armas, como espadas e adagas. Minha única amiga morreu há alguns anos, quando algumas criadas das Imperatrizes discutiam em frente a sua casa, felizmente ela não sofreu muito. Preciso dizer algo a mais?

            - Fale o que mais gosta de praticar em seu tempo livre. – a investigadora ainda permanecia com o semblante de estressada – E novamente, tente ser mais especifica.

            - Quando não estou ajudando meus pais, estou brincando com meus irmãos, mas, além disso, gosto de ler livros com história de ação e aventura, também busco conhecer um pouco sobre a história antiga de Yami e Yoru. Quase não tenho amigos, principalmente depois que Issa se foi, então a maior parte do meu dia fico com meus pais e irmãos.

            - É muito apegada aos seus irmãos?

            - Sim.

            - Quais cores mais te atraem e quais mais te repelem?

            - Gosto de preto e Roxo, não gosto de amarelo e laranja.

            - Agora diga o motivo das escolhas.

            - Roxo e preto são cores tranquilas e que não chamam tanta atenção quanto as que citei como desgostosas.

            - Seus maiores medos e seus maiores sonhos.

            - Não acho que tenho algum sonho em particular, e não gostaria de falar meus medos, vocês podem usá-los contra mim, o que tenho quase certeza que farão.

            - Você precisa dizer! – novamente estressada – É para o seu bem nesse processo.

            - Perder pessoas importantes para mim.

            - Sonhos.

            - Realmente não tenho algum.

            - Tudo bem. – ela reage com dificuldade perante a minha resposta – Descreva a si mesma com duas palavras.

            - Teimosa e difícil.

            - Algo que te acalma.

            - Aqueles de quem gosto ou musicas.

            - Para terminar preciso que diga o nome de uma Imperatriz que goste, uma que admire, uma que não goste e uma que sente medo.

            -Imperatriz da Musica, ela é incrível, conseguir modelar a musica e com isso manipular a mente de quem a ouve é algo fantástico. Imperatriz dos Bons Sonhos, apesar do poder dela ser prender seus inimigos em uma ilusão eterna do seu maior sonho, ela consegue ser gentil e amorosa, pelo menos é o que ouço. E sendo bem honesta, não há alguma Imperatriz que não goste, já que não as conheço de fato e somente pelo poder não seria justo, mas temo duas, Shi e Itami, Morte e Dor.

            - Algo que te deixe insatisfeita.

            - Há muitas coisas assim, mas a falta de compaixão é uma forte opção.

            - Muito obrigada por responder todas as perguntas com sinceridade e honestidade. Pode sair e aguarde seu nome ser chamado novamente com sua localização de grupo.

            Retirei-me do local com uma enorme ansiedade no peito, afinal, aquele seria meu primeiro dia em Torēningu. O sentimento de solidão era inevitável, meus irmãozinhos estavam agora sozinhos com meus pais, e eu provavelmente não os veria novamente, a dor só aumentava conforme o tempo não passava.

            Um por um os nomes foram chamados, as garotas mal se entreolhavam com medo do que estaria por vir, era de conhecimento de todos o quão árduo era o caminho para sobreviver aquele inferno e pior ainda, para conseguir se manter viva quando saísse. As chances de uma Imperatriz sentir inveja do poder de uma novata eram imensas, e isso resultaria em morte ou subordinação. Na melhor das hipóteses a novata era severamente repreendida e obrigada a servir a Imperatriz que se opôs a ela, na pior... Seu destino não seria muito diferente das garotas que não conseguiam poderes diferentes, chamadas de Fuun.

            Como dito, havia três grandes grupos: Hoshu-tekina, normalmente as grandes Imperatrizes evoluíam nesse grupo, Chikaku é a mais forte representante dele, Hanto, era extremamente raro alguma jovem sobreviver quando fazia parte desse grupo, pois seu comportamento são os mais difíceis de lidar, Sensō e Sakkaku Uso são formidáveis exemplos, Heiwana, existem apenas duas Imperatrizes das principais que representam esse grupo, Ongaku e Yume.

            Inicialmente todas de Hoshu-tekina foram chamadas, logo em seguida as de Heiwana, e Hanto era o ultimo grupo. Como esperado, Hanto foi meu destino, o grupo de jovens rebeldes, que se viam insatisfeita com tal forma de organização e sistema.

            Não havia ninguém do grupo ao qual me identificava, apesar de supostamente estarmos ligadas por nossas semelhanças. A garota que estava chorando anteriormente ficou em Heiwana, como já era de se esperar. Mas minha grande preocupação era com as do primeiro grupo, geralmente garotas que são classificas nele não possuem o mínimo pudor, fazem de tudo por regras e raramente se importam com a injustiça que esse sistema nos traz, na verdade, aproveitam dele para se beneficiar.

            Foi nos dado o restante daquele dia para descansar, fazer amizades, e conhecer todo o local. A interação entre cada menina era quase nula, poucos olhares desconfiados eram trocados, as que buscavam se comunicar eram do grupo Heiwana, e como as outras integrantes de outros grupos não se comunicavam elas interagiam apenas entre si. Resolvi falara com a menina que chorava.

            - Olá. Me chamo Amaya, qual seu nome?

            - Olá, me chamo Katsumi.

            - Então, se sente melhor?

            - Ainda não, o medo é inevitável. Qual seu Reino?

            - Yoru, o seu?

            - Nagekimasu.

            O assunto não perdurou por muito tempo, todas estavam cansadas e o sono forçava a nos recolher, cada uma no seu devido grupo. A casa onde meu grupo foi escalado para passar ate o término do processo era grande e espaçosa, as paredes pintadas com cores frias transmitia uma sensação de tranquilidade ou solidão. Nenhuma menina iria interagir por hoje, manter essa esperança seria tolice, então deitei em minha cama e repousei, logo adormeci e pude, enfim, assimilar todo o dia.


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Notas finais do capítulo

Então, foi isso, espero que tenham gostado! Se sentirem-se à vontade, deixem comentários, irei adorar ler!



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