Da corte ao Altar escrita por Alanna Drumond
Lucy entrelaçou seu braço ao de Anthony e juntos eles saíram para fora do palácio sendo atentamente observados por Vincent, pai do novo Duque de Manchester. Era uma noite agradável e tranquila, na qual o céu estava estrelado, a lua cheia e havia uma brisa gostosa que desarrumava o cabelo de Lucy - não que ela se importasse. Ela apreciava a companhia e a paisagem ao passo que Anthony só conseguia admirar o contraste da pele dela sob a luz do luar.
— É maravilhoso.
— Esse jardim foi um presente de casamento o rei para a rainha.
— Sério? Que romântico da parte dele.
— Não. Eu inventei isso agora. – ele riu e Lucy deu um tapinha em seu braço. Eles encontraram um banco e se sentaram diante de uma fonte iluminada.
— É lindo.
— É sim. – mas Anthony disse isso olhando para Lucy que parecia deslumbrada com o jardim. “Você é linda” ele queria dizer.
— Eu poderia ficar aqui para o resto da vida.
— Bom saber... O rei não deu o jardim para a rainha, mas talvez eu possa lhe dar um.
— Ah as vantagens de se casar com o terceiro homem mais poderoso da Inglaterra – Lucy suspirou.
— Então você me considera um candidato?
— Ouso dizer que só há você. – disse Lucy olhando para os olhos de Anthony.
Ele não sabia como responder. Obviamente Lucy não estava pensando. Foi guiada pelos sentimentos e acabou falando demais e assim sua mente a levou para a manhã daquele dia, para o quase beijo que teve com Anthony. Ela tinha que perguntar. Seria tudo fruto de sua imaginação? Anthony realmente iria beijá-la? E se fosse, seria bom? Ela desviou o olhar.
— Tá tudo bem? – Anthony perguntou.
— Por que não estaria?
— Ficou estranha de repente.
— Não fiquei não.
— Lucy, não tente me enganar. Conheço cada olhar seu. – ele a cutucou com o ombro – Diga-me o que a incomoda. – Ela se virou para ele e viu que estava perto demais.
— Aquilo mais cedo... Você por acaso ia me beijar?
— Sei que passei dos limites. Sinto muito.
— Você não respondeu a minha pergunta.
— Sim... Eu ia.
— Eu não estabeleci os limites Anthony – ela sussurrou.
— Mas você fugiu.
— Ouvi nossos pais chegarem... Se eu não tivesse escutado, teria continuado ali.
— Teria deixado eu te beijar?
— Por que não tenta de novo?
“Ela disse mesmo isso?” perguntou-se Anthony. Ele analisou o rosto dela em busca de alguma dúvida, mas Lucy parecia convicta e certa do que queria. Ela queria que ele a beijasse. Por Deus, ele! Dentre todos os homens do mundo, Lucy o escolheu. Se existia mesmo um Deus, Anthony lhe devia um agradecimento. Decidiu ir a igreja no domingo com a mãe e dar uma bela contribuição.
Anthony tocou o rosto de Lucy e fez um carinho na bochecha dela. Foi como quando ele havia tocado o pulso dela. Mas agora, o que Lucy sentiu foi muito mais intenso. Tinha expectativa, era uma bela carícia... Ela fechou os olhos e pressionou o rosto contra a palma da mão dele.
— Lucy... – ela abriu os olhos a tempo de ver Anthony se aproximar e selar os lábios dos dois.
Ah Deus... Ela não sabia se estava fazendo aquilo do jeito certo, mas sabia que era bom. Os lábios dele eram calmos, macios e delicados. Se movimentavam com graça, paixão e desejo. Que loucura... Que delícia... A cabeça de Lucy girava... Ela não conseguia pensar. Anthony sabia que era o primeiro beijo dela, mas não parecia. De certa forma, era também o primeiro beijo dele já que ele nunca tinha sentido todas aquelas coisas. “Céus, estou perdido”, foi o que ele pensou. Antes de beijá-la ele já a amava, agora então... Iria a loucura por aquela mulher.
Como ele queria amá-la, fazê-la se sentir desejada, fazê-la ver que era a mulher mais linda do mundo e que ele a queria. Foi impossível não imaginar como seria tê-la em seus braços, na sua cama. Ah ele iria para o inferno... Com certeza iria! Mas se Lucy estivesse lá, iria de bom grado. Libertar os lábios dela foi o maior sacrifício que Anthony já fez na vida, e ele não via a hora de tê-los de novo.
— Isso foi... muito bom – ela disse e Anthony sorriu. Lucy não viu já que estavam com as testas unidas e os olhos fechados, mas sentiu o sorriso dele.
— Obrigada.
— Você não tem que agradecer. Tem muito, muito tempo que eu espero por isso.
— É mesmo? – ela olhou nos olhos dele de um jeito provocativo
— E quanto tempo vai esperar pelo próximo? – Anthony sorriu.
— Nem mais um segundo.
Loucura. De fato, Lucy o levaria a loucura. Ele a beijou novamente enquanto ainda sorriam... Era estranhamente bom. Nunca havia beijado ninguém que amasse. Todas as outras experiências de Anthony não se comparavam a que ele estava tendo agora. Como ela era doce, única... Beijar Lucy era de todos os prazeres do mundo, o melhor.
— Eu vou matar vocês.
— Pai?
— O que pensam que estão fazendo? – Ele não estava sozinho. O pai de Lucy vinha atrás com a mãe de Anthony e a mãe dela.
— Vocês não tem noção do perigo? Olhe onde estão!
— Meu pai eu...
— VOCÊ É UM IDIOTA. Acaba de receber um título do príncipe e ao invés de estar lá, acompanhando-o está aqui aos beijos com essa daí?
— Essa daí não – Nathan intercedeu. – Minha filha é uma dama de respeito, olhe como fala com ela.
— Respeito? – Vincent riu e Lucy se contraiu
— Não vi o meu filho beijar sozinho. Ela parecia bem a vontade.
— Chega pai. Não precisa ofender Lucy.
— O que você pensou Anthony? Não pensou, eu aposto.
— Qual o problema Conde St. Clair? – perguntou a mãe de Lucy – em breve eles irão se casar. Beijos são absolutamente normais.
— Eles não vão mais se casar. – declarou Vincent.
— O quê? – Anthony e Nathan perguntaram juntos.
— Ora não digam que estão surpresos. É óbvio que esse casamento não pode mais acontecer. Anthony agora é um duque. Precisa de uma mulher da mais alta estirpe.
— Está dizendo que minha filha é inadequada para ser uma duquesa? – perguntou Anastácia.
— Eu não ia dizer nessas palavras, mas...
— Se tem amor a sua vida não ouse terminar essa frase – disse Nathan. Àquela altura Lucy já tinha sido magoada o suficiente. Ela se virou para sair correndo, mas Anthony percebeu seu sutil movimento e pegou a mão dela e entrelaçou seus dedos. Como ele estava na frente dela, seus pais não puderam ver o contato. “Eu estou aqui, estou com você” era o que Anthony queria dizer naquele gesto.
— Seu filho beijou a minha Lucy. Eu exijo que o acordo seja mantido e que ele se case com ela.
— Mas ninguém viu não é mesmo?
— Como não? Todos nós vimos! – disse Nathan exasperado. Lucy temeu por seu pai. Mesmo na noite conseguiu ver que ele estava vermelho e prestes a pular no pescoço do conde St. Clair.
— É a sua palavra contra a nossa.
— CHEGA MEU PAI!
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