— Não, eu não quero ir pra escola – Freddie disse se agarrando a Steve

— Filho, está tudo bem, é seguro, eu te prometo que é

— Não – O menino disse apertando Steve no abraço

— Filho, eu te prometo, tá tudo bem. Você vai fazer muitos amiguinhos, vai brincar, colorir...

— Não quero – Freddie disse com a voz abafada no pescoço de Steve

— Meu amor, você não gostou de brincar com o Charlie no fim de semana?

— Não – O menino disse chorando – Quero ir pra casa – Falou entre os soluços

— Amigo, nós não podemos ir para casa o papai precisa trabalhar. Você precisa ficar na escola. A gente falou sobre isso ontem, lembra?

— Mas eu não quero, papai – O menino disse ainda chorando, quase perdendo o fôlego

— Amigo, ei, respira um pouco – Steve sentou o garoto no capô do carro – Respira, você pode fazer isso?

— Eu... Quero... Ficar... Com... Você – Freddie disse entre soluços

— Calma, calma, calma amigo, shiii – Steve disse o pegando novamente abraçando forte – Tudo bem, você não tem que ficar, tudo bem, fica calmo meu amor. Escuta, você tem que ir pro trabalho do papai, ok? Tudo bem pra você se for assim? – O menino balançou a cabeça positivamente e esfregou os olhos – Toma um pouco de água – Steve disse após abrir a mochila do filho e entregar uma garrafinha de água. Depois que Freddie bebeu e se acalmou Steve o colocou novamente no carro e seguiram para a sede.

— DANNO – O menino gritou e desceu rapidamente do colo de Steve quando viram Danny assim que entraram pelas portas de vidro e correu, pulando no colo de Danny

— Ei carinha – Freddie passou os bracinhos ao redor do pescoço de Danny e o abraçou – Que abraço mais gostoso, amigo

— Danno, o papai disse que eu posso deixar meu cabelo ficar grande igual o do Chaz

— Ele deixou, foi? – O menino balançou a cabeça – Sabe o que tem em minha sala? Lápis de cera e folhas!

— Eu posso desenhar? Eu posso papai? – Freddie disse se virando pra Steve

— Claro que sim, filho. Mas antes, quero que conheça algumas pessoas, tudo bem pra você?

— Sim, e depois eu vou fazer um desenho

— Ok, o Danno vai pegar os lápis de cera e as folhas, ok? Vem aqui – Steve se aproximou dos dois e Freddie se inclinou pro seu lado, o pegando no colo, ele foi até onde o restante do pessoal estava – Não se preocupe, está tudo bem, ok? É seguro! – Steve disse baixinho ao garoto que olhava a equipe desconfiado

— Eu disse que eu só acreditaria vendo, e olha eu aqui, vendo e continuando sem acreditar – Lou brincou enquanto Steve se aproximava deles

— Muito engraçado, Lou – Steve disse parando perto deles – Então, esse é o Freddie – Steve sorriu olhando pro garoto e em seguida pra equipe – Amigão, essas pessoas são amigas do papai. Vou te apresentar a eles, beleza? – O menino concordou com a cabeça – Aquele ali é o tio Lou – Steve apontou pra Lou – O tio Jerry, a tia Tani, o tio Adam e o tio Junior – Ele falou apontando para cada um respectivamente – Pode dizer oi a eles?

— Oi – Freddie disse tímido – Papai, eu quero ir pra casa – Ele disse passando os braços ao redor do pescoço de Steve deitando a cabeça em seu ombro

— Filho, a gente conversou sobre isso – Steve o afastou e olhou pro menino – Porque você não vai dar uma olhada se o Danno já pegou suas folhas e seus lápis de cera?

— Sim! – Freddie sorriu e desceu do colo do pai, indo onde Danny estava

— Sinto muito por isso, eu... Eu acho que ele não é muito bom em conhecer muitas pessoas novas ao mesmo tempo. Mas acho que ele vai acostumar – Steve disse a equipe

— Você não tem pelo que se desculpar – Lou começou – Ele está em novas águas, com certeza é normal e aos poucos ele vai se acostumar com tudo

— Ele está certo, Steve – Adam falou – Dê um tempo a ele, não se preocupe com isso – Steve disse um obrigado silencioso e espiou pelos vidros do escritório, vendo que o filho estava bem, pediu licença e foi pro seu escritório. Ele precisava fazer algumas ligações, principalmente pra escola do garoto.

Já tinham alguns minutos que Freddie estava desenhando com Danny, quando ele terminou, estava decidido a mostrar pro pai o que ele havia feito

— Papai? Cadê o papai? – Freddie disse saindo da sala de Danny com uma folha de papel na mão, não encontrando Steve onde ele tinha visto por último, ele chorou

— Ei, amigo – Danny rapidamente o pegou no colo – Tudo bem, o seu pai está ali na sala dele – Danny apontou no momento em que Steve já estava fora da sala e quase perto dele

— Oi carinha, ei, o papai está aqui amigo – Steve o pegou do colo de Danny – Está tudo bem, estou com você – Steve olhou pra Danny, que devolveu com um olhar de “não sei o que houve” – O que é isso? Eu posso ver seu desenho? – Steve tentou pra distrair o garoto, que o entregou a folha e olhou

— Fiz o papai e os tios – Freddie disse baixinho – Tem todos os tios

— Isso é muito legal, pequeno – Steve sorriu olhando o desenho – Olha você, Danno – Steve mostrou a folha pro parceiro

— É um belo desenho, Freddie! Você é um grande artista, não é? – Ele perguntou a Steve

— Com certeza – Steve sorriu e olhou pro garoto, que estava cada vez mais agarrado a ele. Danny voltou pra sua sala e Steve seguiu para a dele com o filho – Filho, você pode dizer ao papai o que aconteceu? Porque você chorou

— Você sumiu, eu não quero ficar longe papai

— Eu também não quero ficar longe de você, amigo – Steve o olhou – Se o papai precisasse sair, ele iria te falar, sabe?

— Eu não gosto

— Você não gosta quando eu não estou? – O menino concordou – Eu entendo, mas olha, você precisa ir à escola, o papai precisa trabalhar, nós vamos ficar longe por um tempo, mas vamos nos ver sempre no fim da tarde

— Promete?

— Eu prometo que vou fazer todo o possível pra isso sempre acontecer, ok? Tudo bem pra você?

— Você não vai embora e eu vou ficar sozinho?

— Eu não vou, amigo. Você não estará sozinho, campeão – Steve olhou pro filho – O papai sabe que é difícil, eu também queria ficar o dia todo juntinho com você na nossa casa brincando, mas nós temos algumas coisas que devemos que cumprir, entende?

— Eu não gosto – O celular de Steve tocou. Era o governador – Papai precisa atender, carinha – Steve se levantou com o telefone no ouvido e puxou as persianas que tinha visão pra mesa inteligente. Ele não arriscaria que Freddie visse algo que nunca mais esquecesse. Quando desligou o celular, Steve respirou fundo e se abaixou na frente dele

— Escuta amigo, o papai precisa sair por um tempo

— Não! Não, papai – O menino ficou com os olhos arregalados

— Filho, eu estarei aqui antes que perceba, ok? É o trabalho do papai, ele precisa fazer isso

— Não, não!

— Vamos combinar uma coisa? Uma coisa bem importante pra hoje?

— O que?

— O papai vai trabalhar e você faz um desenho bem bonito do que você mais gosta de fazer? O que acha? Você pode fazer mais de um desenho, eu sei que você gosta de muitas coisas – Steve sorriu – Você fica alguns minutinhos com o tio Jerry, enquanto o papai está fora. O que acha?

— Eu...

— O tio Jerry tem uma sala super secreta, você quer que ele te mostre? É confiável, amigo. Eu já fui lá – Steve disse a última frase em um sussurro

— Eu quero desenha e conhecer uma sala secreta

— Tudo bem, eu vou lá fora conversar com todos e pedir ao tio Jerry pra te levar na sala super secreta, ok?

— Ok – Freddie sorriu e Steve foi. Chamando a equipe por que tinham um caso, ele os reuniu na mesa inteligente e todos os dados foram passados, todos foram se arrumar e Steve pediu que Jerry aguardasse um minuto. Quando terminou, Steve explicou a Jerry que precisava que ele ficasse com Freddie. Danny entregou os lápis de cera e algumas folhas pra Jerry antes que ele entrasse na sala de Steve.

— Filho, olha o que o tio Jerry tem – Steve falou se referindo as folhas e aos lápis de cera e ema seguida se abaixou em sua frente – O papai precisa ir, ok? Mas tenta voltar o mais rápido possível pra ficar com você! É um promessa – Steve sorriu – Pode dar um abraço no papai? – Rapidamente o garoto pulou no colo de Steve, dando um abraço bem apertado – Papai te ama – Steve disse antes de beijar a bochecha do Freddie

— Também amo você – Freddie sorriu

— Agora, o tio Jerry vai te levar até a sala super secreta

— Eu quero!! Vamos lá!! – Freddie disse animado e indo até Jerry

— Aqui tem algum lanche e frutas caso ele sinta fome – Steve entregou a lancheira – Na mochila também tem algumas coisas, se precisar estão aí

— Tudo bem

— Ei carinha – Freddie o olhou – Tchau, até daqui a pouco, ok?

— Tchau papai – Freddie sorriu – Agora vamos na sala secreta, tio Jerry – Freddie disse agarrando uma das mãos de Jerry

H50

— Porque ele veio com você? Ele não iria começar a escola hoje? – Danny perguntou quando Steve entrou no Camaro

— Ele meio que não quis ficar na escola

— Como assim “não quis ficar na escola”?

— Ele chorou e ele não quis, eu não sei, eu não tive coragem de deixar ele lá, ele estava soluçando de tanto chorar e eu fiquei desesperado

— Você tentou conversar com ele?

— Sim. Mas tudo o que ele dizia era que não queria ir pra escola, eu não sabia o que fazer, eu li em alguns blogs e os psicólogos dizem que deixar chorando não é uma opção, mas lá não dizia que era aterrorizante

— Sim, eles estão certos. Deixar chorando é a pior decisão que alguém pode tomar

— Eu não conseguiria fazer meu dia render caso eu soubesse que o deixei chorando em um lugar que ele não conhece ninguém, Danny... Você tinha que ver, Freddie estava desesperado. Eu não sabia o que fazer, eu não sei o que fazer se acontecer amanhã.

— Aconteceu com Grace, Rachel e eu fomos levá-la em seu primeiro dia de aula, ela chorou o suficiente para soluçar e vomitar seu café da manhã em meus sapatos, nós voltamos pra casa com ela, conversamos com a pediatra dela, que na verdade, também era uma psico pediatra, disse que uma opção boa era ficar na escola, mostrar que é um ambiente seguro

— Claro, isso faz sentido. Deu certo, não é?

— Sim, logo quando ela entrou na sala, fez amigos, nós ficamos lá para garantir que ela ficasse bem, mas se saíssemos ela nem iria perceber

— Então se Freddie ficar chateado amanhã, eu entro pra ficar com ele. Pode segurar por aqui enquanto eu não chego?

— Claro, nós damos conta. Sua prioridade é e sempre será o seu filho, principalmente agora que ele está se adaptando a novas coisas

— Obrigado

O caso acabou sendo longo, tomando a o restante da manhã toda e a tarde. Steve ligou algumas vezes para checar Freddie durante o dia e no horário do almoço eles almoçaram juntos. Jerry acabou comprando massa de modelar e alguns lápis de colorir e canetinha para o menino usar durante a tarde. Freddie não era um garoto que dava trabalho olhar, então Jerry conseguiu cumprir com suas obrigações no trabalho.
Quando Steve finalizou tudo, ele desceu até a sala de Jerry pra buscar o garoto para irem pra casa.

— Olá – Steve disse após bater na porta e entrar

— PAPAI!! – Freddie disse abrindo um grande sorriso e correndo até Steve, que o pegou no colo

— Ei, garoto! E aí, como foi o dia?

— Eu desenhei um monte de coisa, o tio Jerry guardou pra mim na mochila e ele comprou massa de modelar! Eu fiz vários bonecos – Freddie apontou para os bonecos em uma mesa improvisada

— São ótimos, cara! Você é muito bom! – Steve disse ao filho

— Papai, a gente já pode ir pra nossa casa? Eu estou cansadinho

— Claro, já podemos ir pra casa – Steve o olhou – Diga tchau ao tio Jerry

— Tchau tio Jerry! Eu gostei de ficar aqui em sua sala secreta

— Tchau amigão, eu também gostei de te ter aqui em minha sala secreta - Jerry sorriu pro garoto e se levantou. Ele entregou as coisas de Freddie pra Steve, desligou tudo e saiu junto com os dois.