Os primeiros sete escrita por Isa Caan


Capítulo 3
Domingo, dia 3


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora, eu nem tenho justificativa para isso. Sinto muito, mas, aí está o terceiro dia! Boa leitura!



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Depois de sair da praia para o almoço, Freddie e Charlie foram brincar na sala enquanto Steve e Danny arrumavam a cozinha

— Freddie vai pra escola amanhã – Steve disse pegando o prato e o secando para guardar

— Ele vai estudar na Wai-Kahala, né?

— Sim, escuta, não achava que era difícil escolher uma escola, essa foi a com a melhor metodologia, só é um pouco distante da sede. Dá uns 14 minutos

— Dirigindo normal ou dirigindo McGarrett?

— Eu sempre posso ligar as sirenes

— Com certeza – Danny o olhou – Qual o problema?

— E se ele não gostar da escola?

— Porque ele não gostaria, Steve?

— Eu não sei, eu só... Eu quero que tudo vá bem e que seja perfeito

— Você sabe, tudo pode ser perfeito, mas ao mesmo tempo, não. Você tem que estar preparado pra qualquer das duas opções

— Eu sei que sim, só não quero que ele não se sinta bem na escola. Ele passou por muita coisa nesses últimos dias, não quero que ele passe por mais

— Olha, as crianças sempre vão passar por momentos de dificuldades, por seus próprios desafios, não podemos evitar

— E se eles se frustram? O que você fazia quando uma das crianças se frustrava com algo?

— Elas se frustram até hoje, cada um em seu desafio. Grace por exemplo, ela não foi bem em uma matéria neste período, ela estava muito chateada, ela ficou envergonhada. Eu a disse que não precisava, essas coisas acontecem, ninguém é perfeito. Ofereci ajuda, disse que podíamos contratar o professor para dar alguma aula de reforço pra ela. O ponto é, você nunca deve menosprezar o sentimento dele, dizer que ele é burro ou que não tem capacidade para algo. Acolha ele, diga que vocês irão encontrar uma solução juntos, o ajude. Porque as vezes pode parecer algo pequeno para nós, mas pra eles é como um monstro, um monstro prestes a atacar

— Você poderia escrever para alguns blogs de paternidade – Steve sorriu

— Quem disse que eu não faço?

— O que? Você? Como você nunca me contou isso?

— Não acho que na época seria algo que te interessasse – Danny sorriu

— Eu estou lendo vários desses blogs, estão me ajudando muito. Será que eu já li o seu? Qual é o endereço? Eu quero ler o que você escreve

— Olha – Danny ficou em silêncio – Tá ouvindo?

— Não, o que?

— Silêncio – Danny caminhou pra fora da cozinha e Steve o seguiu

— O que que tem?

— Duas crianças em silêncio não é um bom sinal, com certeza estão aprontando algo

— Eles não estavam aqui na sala? – Steve olhou ao redor desesperado e em seguida ouviu as vozes dos dois meninos

— Garagem – Danny disse e rapidamente eles foram pra lá

— Freddie?

— Papai! Estamos dirigindo! – Freddie disse de dentro do Mercury Marques

— Dirigindo? Vocês não são muito novos pra isso? – Steve disse depois de abrir a porta do carro

— Tio Steve, estamos em uma corrida! Tem que fechar a porta do carro – Charlie falou segurando o volante

— É, estamos em uma corrida – Freddie concordou

— Você tem um belo carro lá em cima, por que vocês não brincam com ele que é um brinquedo? – Steve disse aos dois garotos

— Não podemos correr em uma corrida com uma caminhonete, papai – Freddie o olhou

— Esse é o carro de corrida – Charlie completou

— Claro que sim, mas acho que esse carro não aguentaria uma corrida, amigo

— A gente ia no carro do papai, mas não podemos ir lá na rua – Charlie disse para Steve

— Sim, não podem – Danny falou – E nem poderiam estar na garagem sem algum adulto

— Nós só mexemos no carro, papai

— Vocês são crianças, a garagem tem algumas coisas que não são para crianças – Danny falou os olhando – Vamos lá pra sala, além de não ser muito seguro pra vocês aqui, está bem quente, e tem muitos brinquedos legais esperando por vocês lá – Rapidamente os dois meninos saíram do carro e correram pra sala

— Eles poderiam brincar mais um pouco de corrida, as chaves não estavam na ignição e eles não alcançam o pedal

— Eu falei sério quando disse que é perigoso, não por causa do carro, mas por causa do materiais que tem aqui. Óleos, graxa, chaves pesadas. Eles são curiosos, poderiam acabar se ferindo

— Faz sentido – Steve olhou ao redor – Talvez eu tenha que começar a trancar o carro ou a porta da garagem

— Você pode fazer isso, ou pode conversar com Freddie, dizer alguns limites. Isso fica a sua escolha

— O que você prefere fazer? Pelo que eu li, alguns pais preferem levar na conversa, eles dizem que tem que ter paciência

— Eu prefiro conversar, conversar é a melhor saída, não é fácil, nem um pouco, mas os resultados são melhores

— E se ele desobedecer? Eu não acho que tenho coragem de bater nele como meus pais faziam comigo e com Mary

— Conversa, Freddie tem que obedecer, mas não por medo de apanhar, Freddie tem que saber que vocês não são inimigos, ele não tem que ter medo de você

— Ontem na praia quando eu falei mais sério com ele, ele parece que virou outra pessoa. Ele aprumou e rapidamente obedeceu, mas eu via que ele estava com medo, eu não sei, talvez eu tenha sido duro com ele? Violento na hora de falar?

— Ou as coisas eram diferentes com a mãe

— Eu não sei, eu não acho que Catherine seria ruim pra ele

— Acho que o conceito não seria “ruim”, Steve. Cada pai age de um jeito pra criar seus filhos, talvez ela achasse o método com punições mais eficiente. Mas você pode trabalhar isso nele, se foi assim que ela o tratava, sempre pode ser mudado

— Obrigado, Danno. De verdade, eu realmente fico perdido em alguns pontos, está sendo tudo muito novo, tenho medo de errar

— Você vai errar, Steve, vai aprender com os erros. Ser pai é todo dia aprender algo novo, mesmo que isso signifique errar com os filhos

— Não quero magoar ele

— Pode relaxar um pouco? Você está pensando demais por algo que nem aconteceu. E nós deveríamos conferir as crianças, já estão sozinhas há um tempo

— Claro, você está certo. Aliás, eu estava pensando em ver um filme com eles, tudo bem pra você?

— Se não for nada como Rambo, ok

— Eu não deixaria duas crianças assistirem Rambo

— Não? Porque eu acho que você pula a parte de desenhos

— Hahaha, você é hilário – Steve debochou voltando pra sala – O que vocês acham de um filme? – Steve disse olhando para os garotos brincando

— Eu quero um filme – Charlie se levantou e Freddie olhou

— Eu quero brincar, não quero filme – Freddie mostrou os carros

— Mas a gente pode ver o filme do dragão

— Do dragão? – Freddie o olhou com dúvida

— Sim, a gente pode né Danno?

— Charlie, você não se cansa desse filme?

— Não! A gente pode ver?

— Qual é o filme do dragão? – Steve perguntou a Danny

— Como treinar seu dragão

— Eu acho que eu quero ver o filme do dragão, papai, a gente pode assistir o filme do dragão? O Charlie gosta eu acho que eu também gosto

— E aí? – Steve se vira pra Danny

— Por mim tudo bem

— Então vamos assistir Como treinar seu dragão

— Tem na Netflix, e enquanto você coloca aí, Charlie e eu vamos fazer pipoca – Os dois saíram e Freddie olhou pra Steve

— Papai, quero ir no seu colo

— Claro, vem aqui amigo – Ele respondeu e o menino rapidamente pulou no colo do pai

— Papai, a gente vai comer pipoca?

— Danno está fazendo a pipoca pra gente

— Eu fui no cinema com a mamãe, a gente comeu muita pipoca e depois eu ganhei um brinquedo do Lego

— Você gosta de Lego?

— Sim! É legal, eu tenho um de avião, sabia?

— É mesmo, filho?

— Sim, mas eu não sei onde está

— Podemos descobrir isso depois, o que acha?

— Tá bom – Steve pegou o controle e deixou o filme preparado para que eles assistissem

Não demorou pra que Charlie e Danny voltassem com a pipoca, os dois se sentaram no sofá com Steve e Freddie e começaram a ver o filme. Charlie comentava o tempo inteiro, dizendo a Freddie para olhar o que ia acontecer e os dois riam.

Já era tarde, Danny e Charlie se despediram e foram pra casa. Steve deu um banho no filho, o ajudou a escovar os dentes e o preparou para dormir. Ás 20h30 Freddie já estava com seus pijamas deitado na cama

— Papai, eu quero que meu cabelo fique grande como o de Chaz

— Você não gosta curtinho assim?

— Eu gosto mais se for igual o do Chaz

— Ok, você pode deixar seu cabelo crescer mais – Steve falou e o menino sorriu feliz – Amigo, amanhã você tem uma coisa importante para fazer

— O que?

— Amanhã você vai pra escola, sabe?

— Pra escola?

— É, pra escola – Steve disse o olhando – As crianças vão a escolar para aprender muitas coisas importantes

— Mas eu quero ficar com você

— O papai vai trabalhar amanhã

— Porque você vai trabalhar?

— Porque trabalhar é algo bem importante e todos devem fazer

— Então a escola é o trabalho da criança?

— É quase isso amigo, só que a escola é um pouco mais divertida do que o trabalho

— Será que eu gosto da escola?

— Bom, eu aposto que você vai gostar, ok?

— Tá bom, papai

— Agora alguém tem que dormir né?

— Você, né papai?

— Bom, o papai também, mas você principalmente, já passou da hora amigo

— Vou ter minha história?

— Com certeza – Steve disse alcançando um dos livros na prateleira

— Papai eu posso te falar uma coisa?

— Claro, pequeno

— Eu amo você – Freddie disse olhando pra Steve

— Eu também te amo, homenzinho – Steve sorriu e beijou a cabeça do filho. Depois, ele ajeitou Freddie na cama e começou a contar a história pro menino, que dormiu rapidamente, o que não surpreendeu Steve, já que ele não dormiu durante a tarde.


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Notas finais do capítulo

Mahalo a você que está acompanhando e leu até aqui! Nos vemos no próximo capítulo, espero que seja em breve!



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