Os primeiros sete escrita por Isa Caan
Notas iniciais do capítulo
Me desculpem pela demora, eu nem tenho justificativa para isso. Sinto muito, mas, aí está o terceiro dia! Boa leitura!
Depois de sair da praia para o almoço, Freddie e Charlie foram brincar na sala enquanto Steve e Danny arrumavam a cozinha
— Freddie vai pra escola amanhã – Steve disse pegando o prato e o secando para guardar
— Ele vai estudar na Wai-Kahala, né?
— Sim, escuta, não achava que era difícil escolher uma escola, essa foi a com a melhor metodologia, só é um pouco distante da sede. Dá uns 14 minutos
— Dirigindo normal ou dirigindo McGarrett?
— Eu sempre posso ligar as sirenes
— Com certeza – Danny o olhou – Qual o problema?
— E se ele não gostar da escola?
— Porque ele não gostaria, Steve?
— Eu não sei, eu só... Eu quero que tudo vá bem e que seja perfeito
— Você sabe, tudo pode ser perfeito, mas ao mesmo tempo, não. Você tem que estar preparado pra qualquer das duas opções
— Eu sei que sim, só não quero que ele não se sinta bem na escola. Ele passou por muita coisa nesses últimos dias, não quero que ele passe por mais
— Olha, as crianças sempre vão passar por momentos de dificuldades, por seus próprios desafios, não podemos evitar
— E se eles se frustram? O que você fazia quando uma das crianças se frustrava com algo?
— Elas se frustram até hoje, cada um em seu desafio. Grace por exemplo, ela não foi bem em uma matéria neste período, ela estava muito chateada, ela ficou envergonhada. Eu a disse que não precisava, essas coisas acontecem, ninguém é perfeito. Ofereci ajuda, disse que podíamos contratar o professor para dar alguma aula de reforço pra ela. O ponto é, você nunca deve menosprezar o sentimento dele, dizer que ele é burro ou que não tem capacidade para algo. Acolha ele, diga que vocês irão encontrar uma solução juntos, o ajude. Porque as vezes pode parecer algo pequeno para nós, mas pra eles é como um monstro, um monstro prestes a atacar
— Você poderia escrever para alguns blogs de paternidade – Steve sorriu
— Quem disse que eu não faço?
— O que? Você? Como você nunca me contou isso?
— Não acho que na época seria algo que te interessasse – Danny sorriu
— Eu estou lendo vários desses blogs, estão me ajudando muito. Será que eu já li o seu? Qual é o endereço? Eu quero ler o que você escreve
— Olha – Danny ficou em silêncio – Tá ouvindo?
— Não, o que?
— Silêncio – Danny caminhou pra fora da cozinha e Steve o seguiu
— O que que tem?
— Duas crianças em silêncio não é um bom sinal, com certeza estão aprontando algo
— Eles não estavam aqui na sala? – Steve olhou ao redor desesperado e em seguida ouviu as vozes dos dois meninos
— Garagem – Danny disse e rapidamente eles foram pra lá
— Freddie?
— Papai! Estamos dirigindo! – Freddie disse de dentro do Mercury Marques
— Dirigindo? Vocês não são muito novos pra isso? – Steve disse depois de abrir a porta do carro
— Tio Steve, estamos em uma corrida! Tem que fechar a porta do carro – Charlie falou segurando o volante
— É, estamos em uma corrida – Freddie concordou
— Você tem um belo carro lá em cima, por que vocês não brincam com ele que é um brinquedo? – Steve disse aos dois garotos
— Não podemos correr em uma corrida com uma caminhonete, papai – Freddie o olhou
— Esse é o carro de corrida – Charlie completou
— Claro que sim, mas acho que esse carro não aguentaria uma corrida, amigo
— A gente ia no carro do papai, mas não podemos ir lá na rua – Charlie disse para Steve
— Sim, não podem – Danny falou – E nem poderiam estar na garagem sem algum adulto
— Nós só mexemos no carro, papai
— Vocês são crianças, a garagem tem algumas coisas que não são para crianças – Danny falou os olhando – Vamos lá pra sala, além de não ser muito seguro pra vocês aqui, está bem quente, e tem muitos brinquedos legais esperando por vocês lá – Rapidamente os dois meninos saíram do carro e correram pra sala
— Eles poderiam brincar mais um pouco de corrida, as chaves não estavam na ignição e eles não alcançam o pedal
— Eu falei sério quando disse que é perigoso, não por causa do carro, mas por causa do materiais que tem aqui. Óleos, graxa, chaves pesadas. Eles são curiosos, poderiam acabar se ferindo
— Faz sentido – Steve olhou ao redor – Talvez eu tenha que começar a trancar o carro ou a porta da garagem
— Você pode fazer isso, ou pode conversar com Freddie, dizer alguns limites. Isso fica a sua escolha
— O que você prefere fazer? Pelo que eu li, alguns pais preferem levar na conversa, eles dizem que tem que ter paciência
— Eu prefiro conversar, conversar é a melhor saída, não é fácil, nem um pouco, mas os resultados são melhores
— E se ele desobedecer? Eu não acho que tenho coragem de bater nele como meus pais faziam comigo e com Mary
— Conversa, Freddie tem que obedecer, mas não por medo de apanhar, Freddie tem que saber que vocês não são inimigos, ele não tem que ter medo de você
— Ontem na praia quando eu falei mais sério com ele, ele parece que virou outra pessoa. Ele aprumou e rapidamente obedeceu, mas eu via que ele estava com medo, eu não sei, talvez eu tenha sido duro com ele? Violento na hora de falar?
— Ou as coisas eram diferentes com a mãe
— Eu não sei, eu não acho que Catherine seria ruim pra ele
— Acho que o conceito não seria “ruim”, Steve. Cada pai age de um jeito pra criar seus filhos, talvez ela achasse o método com punições mais eficiente. Mas você pode trabalhar isso nele, se foi assim que ela o tratava, sempre pode ser mudado
— Obrigado, Danno. De verdade, eu realmente fico perdido em alguns pontos, está sendo tudo muito novo, tenho medo de errar
— Você vai errar, Steve, vai aprender com os erros. Ser pai é todo dia aprender algo novo, mesmo que isso signifique errar com os filhos
— Não quero magoar ele
— Pode relaxar um pouco? Você está pensando demais por algo que nem aconteceu. E nós deveríamos conferir as crianças, já estão sozinhas há um tempo
— Claro, você está certo. Aliás, eu estava pensando em ver um filme com eles, tudo bem pra você?
— Se não for nada como Rambo, ok
— Eu não deixaria duas crianças assistirem Rambo
— Não? Porque eu acho que você pula a parte de desenhos
— Hahaha, você é hilário – Steve debochou voltando pra sala – O que vocês acham de um filme? – Steve disse olhando para os garotos brincando
— Eu quero um filme – Charlie se levantou e Freddie olhou
— Eu quero brincar, não quero filme – Freddie mostrou os carros
— Mas a gente pode ver o filme do dragão
— Do dragão? – Freddie o olhou com dúvida
— Sim, a gente pode né Danno?
— Charlie, você não se cansa desse filme?
— Não! A gente pode ver?
— Qual é o filme do dragão? – Steve perguntou a Danny
— Como treinar seu dragão
— Eu acho que eu quero ver o filme do dragão, papai, a gente pode assistir o filme do dragão? O Charlie gosta eu acho que eu também gosto
— E aí? – Steve se vira pra Danny
— Por mim tudo bem
— Então vamos assistir Como treinar seu dragão
— Tem na Netflix, e enquanto você coloca aí, Charlie e eu vamos fazer pipoca – Os dois saíram e Freddie olhou pra Steve
— Papai, quero ir no seu colo
— Claro, vem aqui amigo – Ele respondeu e o menino rapidamente pulou no colo do pai
— Papai, a gente vai comer pipoca?
— Danno está fazendo a pipoca pra gente
— Eu fui no cinema com a mamãe, a gente comeu muita pipoca e depois eu ganhei um brinquedo do Lego
— Você gosta de Lego?
— Sim! É legal, eu tenho um de avião, sabia?
— É mesmo, filho?
— Sim, mas eu não sei onde está
— Podemos descobrir isso depois, o que acha?
— Tá bom – Steve pegou o controle e deixou o filme preparado para que eles assistissem
Não demorou pra que Charlie e Danny voltassem com a pipoca, os dois se sentaram no sofá com Steve e Freddie e começaram a ver o filme. Charlie comentava o tempo inteiro, dizendo a Freddie para olhar o que ia acontecer e os dois riam.
Já era tarde, Danny e Charlie se despediram e foram pra casa. Steve deu um banho no filho, o ajudou a escovar os dentes e o preparou para dormir. Ás 20h30 Freddie já estava com seus pijamas deitado na cama
— Papai, eu quero que meu cabelo fique grande como o de Chaz
— Você não gosta curtinho assim?
— Eu gosto mais se for igual o do Chaz
— Ok, você pode deixar seu cabelo crescer mais – Steve falou e o menino sorriu feliz – Amigo, amanhã você tem uma coisa importante para fazer
— O que?
— Amanhã você vai pra escola, sabe?
— Pra escola?
— É, pra escola – Steve disse o olhando – As crianças vão a escolar para aprender muitas coisas importantes
— Mas eu quero ficar com você
— O papai vai trabalhar amanhã
— Porque você vai trabalhar?
— Porque trabalhar é algo bem importante e todos devem fazer
— Então a escola é o trabalho da criança?
— É quase isso amigo, só que a escola é um pouco mais divertida do que o trabalho
— Será que eu gosto da escola?
— Bom, eu aposto que você vai gostar, ok?
— Tá bom, papai
— Agora alguém tem que dormir né?
— Você, né papai?
— Bom, o papai também, mas você principalmente, já passou da hora amigo
— Vou ter minha história?
— Com certeza – Steve disse alcançando um dos livros na prateleira
— Papai eu posso te falar uma coisa?
— Claro, pequeno
— Eu amo você – Freddie disse olhando pra Steve
— Eu também te amo, homenzinho – Steve sorriu e beijou a cabeça do filho. Depois, ele ajeitou Freddie na cama e começou a contar a história pro menino, que dormiu rapidamente, o que não surpreendeu Steve, já que ele não dormiu durante a tarde.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Mahalo a você que está acompanhando e leu até aqui! Nos vemos no próximo capítulo, espero que seja em breve!